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CãAjuda ao Entendimento da Bíblia
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de seu pai, e, ao invés de mostrar o devido respeito por Noé, o cabeça da família, e o servo e profeta a quem Deus fizera Seu instrumento na preservação da raça humana, Cã contou a seus dois irmãos o que observara. Sem e Jafé demonstraram o respeito correto por andarem de costas, com uma capa, para cobrir Noé, de modo que não lhe trouxessem vitupério por olhar a nudez de seu pai. Noé, ao despertar, proferiu uma maldição, não sobre Cã, mas sobre Canaã, filho de Cã. Na bênção que acompanhava Sem, que incluía uma bênção para Jafé, Cã foi omitido e ignorado; apenas Canaã foi mencionado como sendo amaldiçoado, e predisse-se profeticamente que ele se tornaria escravo de Sem e de Jafé. — Gên. 9:20-27.
Alguns sustentam incorretamente que a raça negra, e a escravização dos membros dessa raça, resultaram da maldição pronunciada sobre Canaã. Muito pelo contrário, os descendentes de Canaã, o amaldiçoado, não eram da raça negra. A raça negra descendeu de Cus e, possivelmente, de Pute, outros filhos de Cã, que não estavam envolvidos no incidente, nem na maldição.
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Cabaceiro-amargoso (Cabaceiro)Ajuda ao Entendimento da Bíblia
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CABACEIRO-AMARGOSO (CABACEIRO)
[Heb., qiqayóhn]. O termo hebraico representa a planta que Jeová fez crescer milagrosamente, da noite para o dia, a fim de fornecer sombra para o profeta Jonas, enquanto ele se sentava numa barraca, aguardando os resultados de sua profecia contra Nínive. A planta trouxe grande alívio a Jonas, até que Jeová fez com que um verme a atacasse, resultando em ela se secar aos poucos destarte deixando o profeta exposto aos causticantes raios do sol. — Jonas 4:5-11.
Duas plantas são sugeridas comumente como possíveis traduções do hebraico qiqayóhn. Algumas traduções da Bíblia (PIB;VB) preferem o(a) “mamoneiro(a)” ou “palma-crísti” (Ricinus communis), planta perene de crescimento rápido, que atinge uma altura de 3 m ou mais, e possui folhas grandes. Tal preferência se baseia numa ligação conjetural do termo hebraico com o nome greco-egípcio da mamoneira, kiki. Outros peritos e tradutores sugerem a “aboboreira” (AZ; IBB) ou o “cabaceiro-amargoso” [“cabaceiro”, NM; veja o Hebrew and English Lexicon of the Old Testament (Léxico Hebraico e Inglês do Velho Testamento), p. 884, de Brown, Driver e Briggs], planta de folhas amplas, classificada botanicamente como Gucurbita lagenaria (cabaceiro-amargoso ou abóbora-de-carneiro). As versões Septuaginta e Pesito dão certo apoio a tal tradução. O cabaceiro-amargoso não só cresce rápido como também possui a característica de secar-se mui rapidamente quando danificado. Os que são a favor da identificação como cabaceiro-amargoso consideram o contexto do livro de Jonas como indicando uma trepadeira que ‘subiu’ sobre a barraca que Jonas construíra, ao invés de uma planta arbórea, como é o caso do mamoneiro. O cabaceiro-amargoso é amiúde plantado junto a tais cabanas nos países do Oriente Médio.
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CabeçaAjuda ao Entendimento da Bíblia
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CABEÇA
[Heb., roʹsh; gr., kephaleʹ]. Devido à sua posição superior no alto do corpo humano, e especialmente como a localização da mente e dos sentidos da visão, da audição, do olfato e do paladar, a cabeça figura de forma destacada na Bíblia, tanto em sentido literal como figurado.
A morte ou a destruição acham-se representadas pela expressão ‘rachar a cabeça’ ou ‘ferir’ a cabeça. (Sal. 68:21; 74:13, 14) A primeira profecia da Bíblia (Gên. 3:15) declara que o ‘descendente da mulher’, após ele mesmo sofrer um ferimento no calcanhar, esmagará a cabeça da serpente. Em cumprimento disso, outros textos mostram que a grande Serpente, Satanás, o Diabo, deverá ser colocada numa condição semelhante à morte no abismo, por mil anos, e pouco depois será aniquilada para sempre no “lago de fogo”, a “segunda morte”. — Rev. 20:1-3, 7, 10, 14; 12:9.
Expressões a respeito da cabeça literal são usualmente ligadas a algum significado figurado ou representativo. Faraó cumpriu a interpretação de José sobre o sonho do copeiro-mor por ‘levantar a cabeça dele’ de forma proeminente entre seus servos, restaurando-o a seu anterior cargo. Mas Faraó ‘levantou a cabeça’ de seu chefe dos padeiros, mandando matá-lo. (Gên. 40:13, 19-22) Entre algumas nações, os soldados eram sepultados com suas espadas sob a cabeça, isto é, com honras militares. (Eze. 32:27) Não ter Jesus Cristo “onde deitar a cabeça” significava que não dispunha de nenhuma residência que pudesse chamar de sua própria. — Mat. 8:20.
BENÇÃO, UNÇÃO, JURAMENTO
A cabeça era o membro do corpo sobre o qual se davam as bênçãos. (Gên. 48:13-20; 49:26) Os sacerdotes e outros em cujo favor eram feitos certos sacrifícios, punham a mão sobre a cabeça do animal, em reconhecimento de que o sacrifício era para eles. (Lev. 1:2-4; 8:14; Núm. 8:12) Óleo de unção era derramado sobre a cabeça. (Lev. 8:12; Sal. 133:2) No seu Sermão do Monte, Jesus aconselhou a pessoa a ‘untar a cabeça’ quando jejuasse, de modo a parecer bem penteada e não fazer uma exibição santimoniosa de abnegação, a fim de receber a aclamação pública. (Mat. 6:17, 18) Untar de óleo a cabeça dum conviva veio a ser um dos sinais essenciais de hospitalidade. (Luc. 7:46) Pó, terra ou cinzas colocados sobre a cabeça significavam angústia, pranto, ou humilhação. (Jos. 7:6; 1 Sam. 4:12; 2 Sam. 13:19) O salmista, ao rememorar as provas e as dificuldades sobrevindas ao povo de Deus, afirma que os homens cavalgaram sobre a cabeça de Israel. Ele se refere, pelo que parece, à sujeição a que foi submetido o povo de Deus por parte de simples homens mundanos (a palavra hebraica usada é ’enóhsh, “homem mortal”), que eram
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