Perguntas dos Leitores
● As colunas que pertenciam ao pórtico do templo de Salomão foram chamadas de Jaquim e Boaz. Será que estes nomes têm algum significado? — J. G., E. U. A.
Sim, têm sim. As colunas evidentemente serviam a um fim emblemático. A pessoa pode avaliar melhor isto quando compreende que eram imensas, cada uma delas com mais de oito metros de altura e com cerca de um metro e oitenta centímetros de diâmetro. Eram feitas de cobre e tinham capitéis ornados com formas de romãs e lírios. Ocupando, como ocupavam, lugar de proeminência em frente do pórtico do templo, estas colunas eram realmente conspícuas. — 1 Reis 7:15-22.
A coluna à direita era chamada Jaquim, significando “Ele estabelecerá firmemente”. A da esquerda era chamada de Boaz, possivelmente significando “Em força”. Visto que o hebraico é lido da direita para a esquerda, a coluna do lado direito, chamada de Jaquim, seria a primeira a receber a atenção do hebreu dos tempos antigos. Posteriormente, notaria a coluna chamada de Boaz. Nessa ordem, estes nomes aparentemente transmitiriam à sua mente a Idéia: “Ele estabelecerá firmemente em força.”
Estas colunas eram livres e não sustentavam nenhuma parte do edifício. Contudo, parece que seu significado subentendido era que Deus estabeleceria firmemente o templo em força. Naturalmente, isto também indicaria que Jeová aprovava a verdadeira adoração como era praticada ali.
● Segundo Levítico 25:11, 12, os israelitas não deveriam “semear nem colher o produto da terra dos grãos jogados ao chão” durante o ano do Jubileu, todavia, podiam “comer o que a terra produz”. Como se resolve esta aparente incoerência? — A. K., E. U. A.
Os estatutos para o Jubileu eram bem similares aos para o ano sabático regular. Jeová prometeu abençoar a colheita do ano sexto, de modo que os israelitas tivessem suficiente alimento estocado que durasse até a colheita das safras semeadas no oitavo ano. (Lev. 25:20-22) Quando a terra era deixada sem cultivo, produzia algum cereal de grãos caldos ao chão na anterior colheita. Durante os anos sabáticos e de Jubileu, os lavradores deviam comer do que haviam estocado, e não ceifar e ajuntar nos depósitos o que crescia dos grãos caídos ao solo. Isso deveria ser deixado no campo.
Entretanto, uma provisão amorosa fora feita na Lei, permitindo que os aflitos da terra respigassem o que ficava nos campos depois de uma colheita normal. (Lev. 19:9, 10; Rute 2:2, 3) Mas, o que deveriam fazer os pobres e os residentes estrangeiros durante o sábado do sétimo ano e o Jubileu? Então, podiam respigar nos campos o que crescera dos grãos caídos ao solo durante a última colheita. (Lev. 25:12; Êxo. 23:11) Assim, ao passo que não haveria colheita durante o Jubileu, a lei de Jeová fizera provisões tanto para o lavrador que tinha alimento estocado, como para o pobre, que viveria diretamente da terra.
● Em vista do que é declarado no novo livro, ‘Coisas em Que É Impossível que Deus Minta’, será que se deve entender que há definitivamente criaturas viventes em outros planetas? — R. B., E. U. A.
Não, não é isso o que o livro diz. O parágrafo 24, nas páginas 384 e 385 daquela publicação (em inglês), reza: “Por toda a eternidade, nossa terra terá uma distinção não granjeada por nenhum outro planeta em todo o espaço infinito. Por toda a eternidade, através de toda a criação, será uma amostra gloriosa para o louvor de Jeová. Não que será o único planeta que virá a ser habitado, mas que será o único planeta ao qual o Criador de todas as coisas boas enviou seu Filho unigênito para se tornar homem e morrer sacrificialmente a fim de recuperar os habitantes do planeta do pecado e de sua penalidade, a morte. Será o único planeta em que Jeová, por meio de seu Filho, Jesus Cristo, terá travado a ‘guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso’ para demonstrar seu poder sobre todos os seus inimigos no céu e na terra, e para vindicar a si mesmo como sendo o Soberano Universal. — Jeremias 50:25; Salmo 140:7; Atos 4:24.”
O ponto que se destaca é o seguinte: Jamais de novo será necessário que o Filho de Deus morra sacrificialmente a fim de recuperar as criaturas viventes do pecado e da morte. Jamais de novo será necessário que Jeová Deus vindique a si mesmo como sendo o Soberano Universal. Estas coisas terão sido feitas de uma vez para sempre na terra. Até mesmo se o Criador, em algum tempo futuro, povoar outros planetas — que é algo que não sabemos — ainda assim não haverá necessidade de repetição do sacrifício de Jesus e da vindicação da soberania de Jeová. As questões envolvidas já terão sido resolvidas para sempre. — Heb. 9:28; 10:12.
Tem havido muita especulação, da parte dos cientistas do mundo e de outras pessoas, quanto a se há vida em outros planetas no tempo atual. Pouco se sabe ao certo. A Bíblia é definitiva em mostrar que há grande número de criaturas espirituais em existência, mas não revela se há criaturas físicas em outros planetas. — Rev. 5:11; Mat. 26:53.
Os cristãos, contudo, não precisam ficar perturbados com especulações a respeito da vida presente ou futura em outros planetas. O homem foi colocado na terra, e diz-se-nos na Bíblia que os homens justos continuarão a viver aqui por toda a eternidade. (Sal. 37:29; 115:16; Ecl. 1:4) Podemos ficar descansados a respeito disso, não importa o que Deus possa revelar no futuro a respeito da vida em outros planetas. — Veja-se O Foto-Drama da Criação, página 96, parágrafo 3, conforme publicado em 1914, em inglês.
● Por que será que Davi, fiel servo de Jeová, tolerou que sua esposa Mical tivesse entre seus pertences uma imagem de terafim, conforme indicado em 1 Samuel 19:12, 13?
Eis aqui o registro em 1 Samuel 19:12, 13 (CBC): “Fê-lo, pois, descer pela janela, e ele fugiu são e salvo. Mical tomou o terafim, meteu-o na cama, colocou-lhe em redor da cabeça uma cobertura de pele de cabra, e cobriu tudo com um manto.”
Segundo as descobertas dos arqueólogos na Mesopotâmia e nas áreas adjacentes, as imagens de terafim eram tão vitais para a herança da família quanto são as escrituras e testamentos escritos em nossos dias. Segundo o costume antigo, o genro que possuísse as imagens da família podia comparecer ao tribunal e exigir a propriedade de seu sogro. Isto bem que pode ter-se dado com o terafim que Raquel levou quando Jacó e sua família fugiram secretamente de Labão, conforme Indicado em A Sentinela de 1.° de maio de 1955, página 79.
No entanto, não é provável que tal costume tivesse sido sancionado quando Israel se tornou nação organizada e recebeu os Dez Mandamentos, o segundo dos quais expressamente proibiu que fossem feitas imagens de terafim, tendo-se em vista seu uso na adoração idólatra, bem como para servir para fins de herança. Se o seu uso tivesse sido justificado, Samuel não teria dito ao Rei Saul: “Eis que obedecer é melhor do que um sacrifício, prestar atenção do que a gordura de carneiros; pois a rebeldia é igual ao pecado da adivinhação e adiantar-se presunçosamente é igual a usar poder sobrenatural e terafins.” — 1 Sam. 15:22, 23.
Segundo a Bíblia Hebraica de Soncino, os mais antigos comentaristas judeus fizeram grandes esforços para tentar explicar a presença dos terafins na casa de Davi. Quanto ao próprio Davi, sabemos que não era feita de sua parte nenhuma adoração de terafins, pois ele dava devoção exclusiva a Jeová, de outra forma não leríamos repetidas vezes que seu coração era “completo” ou perfeito para com Jeová. (1 Reis 11:4; 15:3) Podemos, portanto, concluir somente que o coração de sua esposa não era completo para com Jeová e que ou Davi não sabia que ela possuía o terafim, ou que ele tolerava isso por causa de ser ela a filha do Rei Saul.
Demonstrando a adoração de toda a alma da parte de Davi para com Jeová há a sua expressão no cântico: “Pois Jeová é grande e mui merecedor de ser louvado, e ele deve ser temido mais do que todos os outros deuses. Pois todos os deuses dos povos são deuses sem valor. Quanto a Jeová, Ele fez os céus.” — 1 Crô. 16:25, 26.
● Em 2 Tessalonicenses 3:14, 15, estava o apóstolo Paulo considerando a desassociação? — P. W., E. U. A.
Aparentemente não. Dizia à congregação como tratar os cristãos professos que, embora não merecessem ser completamente expulsos da congregação, não eram boa companhia. Isto é comprovado pelo contexto.
No versículo 6, diz: “Ora, nós vos ordenamos, irmãos, no nome do Senhor Jesus Cristo, que vos retireis de todo irmão que andar desordeiramente e não segundo a tradição que recebestes de nós.” Em que consistia essa ação desordenada? O apóstolo Paulo disse que não estavam “trabalhando nada, mas intrometendo-se no que não lhes diz respeito”. Instou com eles, quais membros da congregação, a não serem preguiçosos, esperando que outras pessoas suprissem-lhes as necessidades físicas e usando seu tempo para se intrometerem no que não lhes dizia respeito, mas que mostrassem que estavam dispostos a trabalhar e prover as suas próprias necessidades.
Então, aos fiéis em Tessalônica, disse: “Da vossa parte, irmãos, não desistais de fazer o que é direito. Mas, se alguém não for obediente à nossa palavra por intermédio desta carta, tomai nota de tal, parai de associar-vos com ele, para que fique envergonhado. Contudo, não o considereis como inimigo, mas continuai a admoestá-lo como irmão.” (2 Tes. 3:13-15) Se alguém professasse ser cristão e não fosse obediente aos ensinos da congregação cristã, mas preferisse sustentar suas próprias idéias pessoais e conduzir-se de forma que promovesse seus próprios fins egoístas, os responsáveis da congregação deveriam observar tal pessoa, deviam ‘tomar nota de tal’ pessoa. Não deveriam dar-lhe designações que a pusessem diante da congregação como instrutor ou como exemplo para que os outros seguissem.
Tal pessoa não seria alguém a quem o cristão de inclinações espirituais escolheria para companheiro intimo. Não seria edificante escutar as idéias de alguém que tem tal conceito, e gastar tempo com ele talvez levasse a adquirir seus hábitos. Assim, o apóstolo instou com os irmãos a que evitassem a companhia dele, tanto para a sua proteção própria como para que pudesse chegar a compreender que os fiéis não aprovavam seu proceder.
Todavia, Paulo não disse, como fez o apóstolo João sobre as pessoas que abandonaram os ensinos cristãos, que nem se deveria saudá-los. (2 João 9-11) Não, era ainda seu irmão, e eles deveriam ‘continuar a admoestá-lo como irmão’, instando com ele a transformar a mente em harmonia com a Palavra de Deus.
No entanto, se tal pessoa insistir em disseminar suas idéias na congregação, causando assim a desunião, então, o que fazer? Quando escrevia a Tito, o apóstolo Paulo deu este conselho: “Quanto ao homem que promove uma seita, rejeita-o depois da primeira e da segunda admoestação; sabendo que tal homem foi desviado do caminho e está pecando, estando condenado por si mesmo.” — Tito 3:10, 11.
Portanto, a congregação não está ansiosa de expulsar indivíduos de seu meio. Esforça-se a ajudá-los, se possível, mas, quando persistirem num proceder especificamente condenado pelas Escrituras, então, por respeito a Jeová Deus e para a proteção de Seu povo, os servos responsáveis devem agir, mantendo limpa a organização.