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CrocodiloAjuda ao Entendimento da Bíblia
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quando comparado a um indivíduo. (Jó 41:1-34) Os crocodilos das maiores espécies podem atingir mais de 9 m de comprimento, e pesar até uma tonelada. Suas mandíbulas, repletas de dentes, exercem tremenda pressão. Mesmo um espécime de 54 kg pode exercer uma pressão equivalente a quase 700 kg com suas mandíbulas. (Vv. 13, 14) As escamas de seu couro são placas córneas que recobrem sua pele coriácea, sendo tão difíceis de remover como o é a unha humana. Esta couraça recobre todo o corpo do crocodilo, e as escamas nas partes de baixo são afiadas. Uma bala que atinja tal couraça de raspão ricocheteará nela. — Vv. 15-17.
Os olhos desta criatura são sobressaltados e, sem dúvida sua luminosidade, ao refletirem o sol em seu alvorecer, é a razão de tais olhos serem descritos “como os raios da alva”. Essa impressão era forte o bastante a ponto de os antigos egípcios usarem os olhos do crocodilo como seu símbolo hieroglífico da manhã. Quando sobe à tona, depois de um período em que esteve submerso, a rápida exalação de ar pelo crocodilo, que produz um jato pelas narinas, pode ter produzido, no sol matutino, o ‘lampejo’ descrito pelo livro de Jó, ao passo que de suas narinas procedia vapor fumacento. (Vv. 18-21) Não tendo inimigos naturais, pode ser chamado de “rei sobre todas as feras majestosas”. — V. 34.
As demais ocorrências do termo “leviatã” (Jó 3:8; Sal. 74:14; 104:26; Isa. 27:1) podem também referir-se ao crocodilo, mas tal descrição não é explícita. A menção do “mar” em relação ao leviatã pode, em hebraico, referir-se corretamente a qualquer massa aquosa, ou mesmo a um grande rio. Mas, visto que uma das maiores espécies de crocodilo é do tipo de água salgada, o “mar” pode também ser entendido em seu sentido usual. Em Isaías 27:1, o “leviatã” é chamado de “monstro marinho”, o mesmo termo hebraico (tannín) sendo aplicado, no plural, em Gênesis 1:21, com respeito à criação dos “grandes monstros marinhos” no quinto dia criativo.
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Crônicas, Os Livros DasAjuda ao Entendimento da Bíblia
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CRÔNICAS, OS LIVROS DAS
Dois livros inspirados das Escrituras Hebraicas que constituíam, pelo que parece, um único volume no cânon hebraico original. Os massoretas os consideravam uma única obra, e são reconhecidos como um só livro nas relações que consideram as Escrituras Hebraicas como sendo compostas de 22 ou 24 livros, e como dois livros na relação que reputa o número total de livros como sendo de 39. A divisão em dois livros, pelo que parece, originou-se dos tradutores da Septuaginta. Nas modernas Bíblias hebraicas, a divisão em dois livros não entrou em vigor senão no século dezesseis. Na Bíblia hebraica, Crônicas aparece no fim da seção chamada “Escritos”. O nome hebraico Divréh Hay-ya mím, significa “Os Assuntos dos Dias”. Jerônimo sugeriu o nome “Chronicon”, do qual obtivemos “Crônicas” na Bíblia em português. Uma crônica é um registro de acontecimentos na ordem em que ocorreram. O título grego (na LXX) é Paraleipoménon, significando “Coisas despercebidas, deixadas sem ser ditas ou omitidas” (dos livros de Samuel e de Reis), mas, visto que as Crônicas não são, de forma alguma, um simples suplemento de tais livros, tal terminologia é inexata.
ESCRITOR, ÉPOCA, PERÍODO ABRANGIDO
Esdras, o sacerdote judeu, é reconhecido como o escritor, por vários motivos. A tradição judaica há muito entretém tal conceito. Também é apoiado pela notável semelhança entre o estilo de escrita de Crônicas e o estilo do livro de Esdras. Ademais, no fim de Segundo Crônicas, e no início de Esdras, há uma repetição de um trecho, quase que palavra por palavra. Além disso, o relato do decreto de Ciro, que se encontra no fim de Segundo Crônicas, é fornecido na inteireza no livro de Esdras, indicando que o escritor encerrou o livro de Crônicas com o intento de escrever outro livro (Esdras) que trataria do decreto e de sua execução de forma mais plena. Crônicas foi concluído por volta de 460 A.E.C. Com a possível exceção dos Salmos, apenas três livros do cânon hebraico foram concluídos posteriormente, a saber, Esdras, Neemias e Malaquias.
Além das listas genealógicas que começam com Adão, as Crônicas abrangem o período desde a morte do Rei Saul até a ida dos exilados para Babilônia, a conclusão falando do decreto de Ciro no fim do exílio de setenta anos.
FONTES
Esdras presumiu que seus leitores estavam a par dos livros dos Reis e, por conseguinte, não tentou abranger as mesmas coisas. A matéria que usou, e que, em alguns casos, reza exatamente, ou é bem parecida, a trechos de Reis, só é incluída de modo a reter aquilo que, por sua relação, clareia o significado das informações adicionais de Crônicas. Pode ser que Esdras usasse como fontes os livros de Samuel e dos Reis, bem como outras partes da Bíblia, mas, parece que, na maior parte, se não em todos os casos, teve acesso a escritos que, aparentemente, não mais existem. Alguns destes talvez fossem documentos de Estado, tanto de Israel como de Judá, alguns registros genealógicos, e obras históricas escritas por profetas, também documentos possuídos por cabeças tribais ou familiares. Parte destas fontes usadas era, sem dúvida, obra de cronistas profissionais. (1 Reis 4:3) Nos livros apócrifos, em 2 Macabeus 2:13, diz-se que Neemias juntou livros para formar uma biblioteca. Caso isto seja verídico, tais livros podem ter sido consultados por Esdras, que não era apenas “copista destro da lei de Moisés”, mas também extraordinário pesquisador. — Esd. 7:6.
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