Avante para a nova ordem sob a teocracia!
“Dizei entre as nações: ‘O próprio Jeová se tornou rei.’” — Sal. 96:10.
1. Que espécie de governo é necessário para a preservação do homem numa terra paradísica?
É NECESSÁRIO haver um governo estável para a preservação eterna da raça humana numa terra paradísica salutar. Isto significa que precisa haver um governo permanente de justiça. Tal governo virá forçosamente! Foi até mesmo predito — pela melhor autoridade.
2. (a) Caso se oferecesse a democracia como tal governo necessário, que garantia haveria de sua estabilidade? (b) Que dizer dos Federalistas Mundiais e do governo mundial de um só homem?
2 Que espécie de governo será? Isto dependerá do poder, individual ou coletivo, que o estabelece. Será o povo coletivamente que o estabelecerá e determinará a sua forma? Neste caso, resultaria numa democracia. Tornaria isso o futuro brilhante para nós? Não segundo o que as democracias têm demonstrado até agora na história. Atualmente, apesar do poderio militar de algumas destas democracias ou repúblicas populares, até mesmo a sua própria estabilidade está muito em dúvida. A sobrevivência delas no futuro tenebroso não é mais segura do que a de outros tipos de governo. Os que se chamam de Federalistas Mundiais têm as suas próprias teorias, mas não podem produzir um governo mundial satisfatório. E ninguém quer o governo de um só homem em todo o mundo, uma ditadura mundial, na qual um homem imperfeito fosse o governante absoluto.
3, 4. (a) Quem tem o direito de decidir e mandar como a terra deve ser regida? (b) De que duas perguntas feitas por Isaías nos faz lembrar o argumento dos evolucionistas, e com que resposta a elas?
3 Pois bem, que dizer então dum governo estabelecido pelo Criador da terra? Sim, pelo Criador do próprio homem? Tem alguém mais direito do que ele de decidir e mandar como esta terra e seus habitantes devem ser governados? A resposta a esta pergunta é evidente.
4 Ora, pode ser que os evolucionistas digam sarcasticamente que não há tal pessoa como um Criador inteligente da terra e do homem; mas estes evolucionistas não puderam produzir um governo satisfatório, nem mesmo depois dos milhões de anos durante os quais, segundo afirmam, o homem evoluiu na terra antes de atingir esta muito gabada Era do Cérebro, do homem. Tais evolucionistas são feitos de barro comum assim como todos os demais de nós, e fazem-nos lembrar de algumas perguntas feitas dois mil e setecentos anos antes de surgirem estes evolucionistas cerebrais: “Acaso deve a coisa feita dizer referente àquele que a fez: ‘Ele não me fez’? E acaso a própria coisa formada diz realmente referente àquele que a formou: ‘Ele não mostrou entendimento’?” (Isa. 29:16) Ninguém pode negar com bom êxito que o Criador da terra e o Formador do homem mostrou ter entendimento. E o governo que Ele sabe estabelecer sobre o homem seria uma teocracia.
5, 6. (a) O que houve primeiro na terra, a democracia ou a teocracia, e o que mostra a Bíblia sobre isso? (b) O primeiro casal humano poderia ter vivido até que ponto do cumprimento da ordem que Deus lhes deu?
5 O registro fidedigno da história prova que a teocracia existia antes da democracia na terra. Até mesmo os cientistas se vêem obrigados a admitir que a nossa raça humana descende dum primeiro casal humano. Aquele primeiro homem e aquela primeira mulher tinham de estar sob uma teocracia ou governo de Deus, porque Deus era seu Criador e também seu Governante, seu Legislador e seu Comandante. Não eram homem e mulher de caverna. Eram pessoas paradísicas, pois Deus os criou num Paraíso terrestre. (Gên. 2:7-25) Assim como fez com os peixes, as aves e os animais terrestres, Deus dera a este perfeito casal humano a faculdade da procriação; e que objetivo melhor na vida lhes poderia ter apresentado do que o especificado na ordem teocrática: “Sede fecundos e tornai-vos muitos, e enchei a terra, e sujeitei-a, e tende em sujeição os peixes do mar, e as criaturas voadoras dos céus, e toda criatura vivente que se move na terra”? — Gên. 1:26-28.
6 Este casal humano, feito sem falha, com a bênção de Deus, podia viver para presenciar a execução completa desta ordem divina — a terra inteira sujeita para ser um paraíso global, confortavelmente cheia de seus filhos e dos filhos de seus filhos, em perfeição.
7. (a) Por que e como poderiam ter vivido para ver a terra cheia de seus descendentes? (b) Por que nascemos nós, seus descendentes, sob a condenação à morte?
7 Mesmo que levasse mil anos de vida, aquele primeiro casal podia ter sobrevivido para ver o pleno número de seus descendentes destinados a habitar para sempre o paraíso global, pois não precisava morrer. Se tivessem vivido leais para com a Teocracia, a regência invisível de Deus, e tivessem ensinado a todos os seus descendentes a viver leais a ela, poderiam estar hoje vivos e ter a perspectiva de viver em felicidade, no Paraíso, com todos os seus descendentes, por tempos infindáveis. Foi só quando nossos primeiros pais rejeitaram a Teocracia e escolheram o governo do povo, ou a democracia, que passaram a estar sob a sentença da morte. Visto que nascemos deles depois de terem feito esta escolha e terem sido expulsos do Paraíso do Éden, para morrerem, herdamos deles o pecado e a condenação à morte. (Gên. 2:16, 17; 3:1 a 4:2; Rom. 5:12) Em vista disso podemos ver que a democracia não oferece nenhuma promessa de vida eterna. A Teocracia a oferece.
8. (a) Quando e onde veio a existir a democracia, e como? (b) Que dizer da teocracia naquele tempo?
8 Todos os vestígios daquele Paraíso perdido foram eliminados pelo dilúvio global nos dias de Noé, décimo homem na linhagem do primeiro homem Adão. Cerca de dezesseis séculos depois, ou no oitavo século antes de nossa Era Comum, relata-se a existência da Grécia. Diz-se ser ela o berço da democracia. Só por volta do ano 700 A. E. C. houve uma tendência para com um governo democrático nas cidades-estados gregas. Isto resultou, com o tempo, em formas populares de governo, ao passo que o povo ganhava o poder, especialmente quando se eliminou a cavalaria de alta categoria da nobreza e se formaram as falanges de infantaria.a Mais de oitocentos anos antes disso, porém, o Teocrata celestial estabelecera uma teocracia na terra. Onde?
9, 10. (a) Onde se estabeleceu tal teocracia, e com que forma de adoração? (b) Como salientou Moisés, no seu discurso de despedida, que Israel tinha um governo teocrático real?
9 Na península de Sinai. Ali, no monte Horebe, Ele anunciou os Dez Mandamentos. No primeiro destes Dez Mandamentos ele disse: “Eu sou Jeová, teu Deus, que te fiz sair da terra do Egito, da casa dos escravos. Não deves ter quaisquer outros deuses em oposição à minha pessoa.” (Êxo. 20:1-3) Aquele primeiro mandamento mostrava que ele falava e agia como Teocrata ou Governante Divino, e que falava ao povo que havia liberto e sobre o qual havia estabelecido uma Teocracia. Isto foi lá na primavera do ano de 1513 A. E. C. Usando o profeta Moisés como seu mediador, Jeová não só estabeleceu a forma de governo, mas também a forma de adoração religiosa para seu povo liberto como nação organizada. De modo que tinha um governo teocrático e uma adoração teocrática. Cerca de quarenta anos depois, o idoso Moisés proferiu seu discurso de despedida à nação teocrática. Falando dela como sendo Jesurum, que significa “Reto”, Moisés disse:
10 “Jeová — de Sinai ele veio, . . . E ele veio a ser rei em Jesurum quando se ajuntaram os cabeças do povo, o número inteiro das tribos de Israel.” — Deu. 33:1-5.
11, 12. (a) Em que terra se estabeleceu finalmente a Teocracia, e como? (b) Como se mostrou o Juiz Gideão leal à Teocracia, e que corpo governante local tinha Sucote nos seus dias?
11 Na primavera depois da morte de Moisés, em 1473 A. E. C., Jeová, seu Rei, levou a sua nação teocrática através do rio Jordão e para a Terra da Promessa. Após anos de luta em que foram conquistados os habitantes pagãos e não-teocráticos do país, estabeleceu-se a Teocracia sobre a maior parte da Terra da Promessa. Havia muitas tentações para os israelitas se afastarem da regência teocrática.
12 Numa ocasião, a fim de restabelecer a ordem teocrática entre seu povo errante, Jeová suscitou o Juiz Gideão como libertador. Depois de ele expulsar os inimigos opressores, os israelitas queriam constituir Gideão em seu rei visível, chefe duma dinastia de reis. Mas, Gideão era leal à Teocracia. Por isso disse aos pretensos constituintes de reis: “Eu é que não dominarei sobre vós, nem tampouco meu filho dominará sobre vós. Jeová é quem dominará sobre vós.” (Juí. 8:22, 23) Sob tal regência teocrática, as cidades continuavam a ter diversos anciãos como corpo governante local. Nos dias de Gideão, a cidade de Sucote tinha setenta e sete incluindo os príncipes locais. (Juí. 8:6, 14-16) Eles representavam Sucote como anciãos oficiais.
DA TEOCRACIA JUDAICA À TEOCRACIA MESSIÂNICA
13, 14. (a) Que alteração no governo ocorreu nos dias do profeta Samuel, e como? (b) Como se tornou Davi rei de todo o Israel, e no trono de quem se dizia que se assentava?
13 No ano de 1117 A. E. C., a Teocracia na Terra da Promessa sofreu uma alteração, adotando-se uma particularidade adicional. Os anciãos oficiais do povo pediram que Samuel, o profeta de Jeová, constituísse um rei humano visível sobre a nação. Jeová se desagradou e disse a Samuel: “É a mim que rejeitaram como rei sobre eles.” (1 Sam. 8:4-7) Contudo, Jeová autorizou Samuel a ungir Saul, filho de Quis, da tribo de Benjamim, como rei sobre todo o Israel. Quando Saul foi ungido como rei, pelo profeta de Jeová, ele se tornou “o ungido de Jeová”. — 1 Sam. 12:3, 5; 24:6, 10.
14 Em vista da repetida desobediência do Rei Saul, Jeová fez com que Samuel ungisse o pastorzinho Davi de Belém como futuro rei de Israel. Portanto, o que aconteceu após a morte de Saul e a morte de seu filho e sucessor? Lemos: “Vieram, pois, todos os homens mais maduros de Israel ao rei em Hébron e o Rei Davi concluiu com eles um pacto em Hébron, perante Jeová; depois ungiram a Davi rei sobre Israel.” (2 Sam. 5:1-3) Davi tornou-se assim “o ungido [Messias] de Jeová”, e dizia-se que se assentava no “trono de Jeová”, como representante visível do grande Teocrata. — 1 Crô. 29:23.
15. O reinado de quem sobre Israel foi reconhecido por Davi, e neste respeito, o que disse ele quando a Arca foi levada a Jerusalém?
15 O Rei Davi reconhecia o grande Teocrata, dizendo: “Teu é o reino, ó Jeová, que te ergues como cabeça sobre todos.” (1 Crô. 29:10, 11) Na ocasião em que Davi fez com que a sagrada Arca do Pacto fosse transferida para uma tenda perto de seu palácio em Jerusalém, Davi compôs um salmo comemorativo, no qual dizia: “Digam entre as nações: ‘O próprio Jeová se tornou rei!’” (1 Crô. 16:31; Sal. 96:10) Isto foi por volta de 1070 A. E. C.
16. (a) Quando Jerusalém e seu templo foram destruídos e a terra ficou desolada por setenta anos, o que aconteceu à Teocracia? (b) O que introduziria o restabelecimento do reino messiânico, e até então, em que condição devia continuar o povo de Jeová?
16 Quatrocentos e sessenta e três anos depois, o templo da adoração de Jeová em Jerusalém foi destruído pelos babilônios, e Jerusalém e a terra de Judá ficaram desoladas por setenta anos, enquanto os habitantes deportados estavam no exílio na terra de Babilônia. Significa isso que deixou de existir a teocracia de Jeová sobre seu povo escolhido? Não! Pois, foi Ele quem mais tarde realizou seu restabelecimento na terra que Deus lhes deu. O que havia deixado de existir era o reino da linhagem de Davi, e assim deixara de funcionar o reino messiânico de Deus em miniatura ou pequena escala. O reino messiânico de Deus havia de ser restabelecido no tempo devido. Seu restabelecimento resultaria na introdução duma nova ordem justa. (Eze. 21:25-27; Atos 3:20, 21; 2 Ped. 3:13) No ínterim, o povo do nome de Jeová continuaria a estar em sujeição relativa a nações gentias e seus reinos. — Nee. 9:36, 37; Luc. 21:24; Rom. 13:1.
17. (a) Segundo Isaías 52:7, quando Jeová restabeleceu seu povo na terra deles, o que reassumiu Jeová aparentemente? (b) Como declarou Jeová, mediante Malaquias, que o reinado era seu?
17 Por conseguinte, quando Jeová levou seu povo de volta à sua pátria, em 537 A. E. C., foi como se Jeová recomeçasse a reinar sobre eles. Jeová havia como que enviado antecipadamente seu mensageiro à sua organização terrestre desolada, em cumprimento de Isaías 52:7, que reza: “Quão lindos, sobre os montes, são os pés do portador de boas novas, do publicador de paz, do portador de boas novas de algo melhor, do publicador de salvação, daquele que diz a Sião: ‘Teu Deus tornou-se rei!’” Como evidência disso, reconstruiu-se o templo em Jerusalém. Algumas décadas depois, quando Jeová suscitou seu profeta Malaquias e explicou o motivo pelo qual os israelitas lhe deviam prestar a devida adoração no seu templo, ele disse: “‘Pois eu sou um grande Rei’, disse Jeová dos exércitos, ‘e meu nome inspirará temor entre as nações’.” — Mal. 1:14.
18. (a) Como reconheceu Jesus o reinado de Jeová sobre Israel, no seu Sermão do Monte? (b) Como indicou que cessaria?
18 Mesmo no primeiro século de nossa Era Comum, quando o verdadeiro Messias, Jesus Cristo, estava na nossa terra, ele reconheceu o reinado de Jeová sobre Israel, pois disse aos seus discípulos, no seu Sermão do Monte: “Não jureis absolutamente, nem pelo céu, porque é o trono de Deus; nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei.” (Mat. 5:34, 35) Contudo, no ano 33 E. C., ele indicou que a teocracia de Jeová sobre Israel estava para acabar. Isto aconteceu em Jerusalém, quando ele disse àquela cidade sobre o seu templo: “Eis que a vossa casa vos ficará abandonada.” Daí, pouco depois, predisse a destruição daquela casa de adoração. — Mat. 23:37 a 24:22.
19. Continuavam os judeus sob a Lei teocrática naquele tempo, e como é isto indicado?
19 Naquele tempo, os israelitas aos quais Jesus Cristo pregava o reino de Deus ainda estavam sob o pacto teocrático da Lei cujo mediador fora o profeta Moisés para seus antepassados, no monte Sinai. No próximo dia de Páscoa, celebrado em Jerusalém sob esta Lei teocrática, Jesus Cristo foi morto como antitípico Cordeiro pascoal e foi enterrado. Mas, por ele não ser um cristo falso, senão o verdadeiro Messias, foi ressuscitado dentre os mortos, no terceiro dia, para a vida celestial. No quadragésimo dia a partir de então, quando Jesus Cristo se materializou e apareceu aos seus discípulos pela última vez, perguntaram-lhe: “Senhor, é neste tempo que restabeleces o reino a Israel?” (Atos 1:1-6) Visto que Jesus Cristo ainda não havia comparecido à presença celestial de Deus, a favor de um novo pacto, os israelitas naturais, circuncisos, ainda estavam sob o pacto teocrático da Lei, celebrado no monte Sinai. Era assim embora aqueles israelitas não estivessem então sob o reino messiânico da linhagem de Davi. No entanto, a teocracia de Jeová sobre eles estava para terminar.
20. Quando se apresentou a prova de que se fizera um novo pacto, como e para com quem?
20 Dez dias depois, os israelitas estavam reunidos em Jerusalém para celebrar a festa de Pentecostes, segundo o teocrático Pacto da Lei do monte Sinai. Daí, pouco antes das nove horas daquela manhã de 6 de sivã, segundo o calendário judaico, apresentou-se prova visível e audível de que Jesus Cristo havia comparecido à presença de Jeová Deus nos céus e aplicado o valor de seu perfeito sacrifício humano a favor de um novo pacto. Tratava-se do “novo pacto” prometido em Jeremias 31:31-34 e que Jesus Cristo havia mencionado ao iniciar a celebração da Ceia do Senhor na noite da Páscoa anterior. (1 Cor. 11:23-26; Luc. 22:14-20) A prova disso foi o derramamento do espírito santo de Deus desde o céu. Sobre quem? Não sobre os israelitas que celebravam a festa de Pentecostes no templo de Jerusalém, mas sobre os discípulos fiéis do Messias, Jesus Cristo, sobre cerca de cento e vinte deles, reunidos num sobrado em Jerusalém. Deste modo se cumpriu nestes discípulos a profecia de Joel 2:28, 29.
21, 22. (a) Com que nação se estabeleceu o novo pacto? (b) O que significava isso quanto à teocracia de Jeová, e em harmonia com isso, que disse Pedro a milhares de judeus no dia de Pentecostes?
21 Isto significava que aqueles discípulos estavam então no “novo pacto” feito por intermédio de um Mediador maior do que Moisés, a saber, Jesus Cristo. Ao serem gerados pelo espírito de Deus para serem seus filhos espirituais, tornaram-se israelitas espirituais. Isto significava, também, que a Teocracia de Jeová havia sido transferida da nação do Israel natural, circunciso, para esta nova “nação santa” do Israel espiritual, “o Israel de Deus”. (1 Ped. 2:9; Rom. 2:28, 29; 8:15-17; Gál. 6:16) Assim se aboliu o antigo Pacto da Lei com o Israel natural, deixando de vigorar. (Efé. 2:15, 16; Col. 2:13, 14; Rom. 7:4-6) Em harmonia com a Teocracia de Jeová agora vigente sobre os discípulos de Jesus Cristo, o apóstolo Pedro disse a milhares de judeus atraídos pelo derramamento milagroso do espírito santo de Deus mediante Jesus Cristo:
22 “Davi não ascendeu aos céus, mas ele mesmo diz: ‘Jeová disse a meu Senhor: “Senta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos como escabelo para os teus pés.”’ Portanto, que toda a casa de Israel saiba com certeza que Deus o fez tanto Senhor como Cristo, a este Jesus, a quem pendurastes numa estaca.” — Atos 2:34-36.
CONGREGAÇÃO TEOCRÁTICA
23, 24. (a) A quem reconhecia Jesus, enquanto na terra como congregação de Jeová? Como demonstrou isso? (b) Quando estabeleceu Jesus a congregação messiânica, e o que diz dela Atos 5:11?
23 Igual ao Rei Davi da antiguidade, Jesus Cristo, na terra, reconheceu a nação dos israelitas naturais, circuncisos, como a congregação de Jeová Deus. (Sal. 22:22, 23; Heb. 2:12; Mat. 18:17) Portanto, enquanto Jesus estava na terra e sob o pacto teocrático da Lei ele não estabeleceu nenhuma congregação, igreja ou eclésia rival. Mas pensava em estabelecer uma congregação messiânica depois de vigorar o predito “novo pacto”, pela apresentação de seu mérito sacrificial a Jeová Deus no céu. Foi por isso que Jesus, menos de um ano antes de sua morte sacrificial e sua ressurreição, disse em resposta à confissão do apóstolo Pedro: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivente”, as seguintes palavras: “Tu és Pedro, e sobre esta rocha construirei a minha congregação, e os portões do Hades não a vencerão.” — Mat. 16:16-18.
24 No ano seguinte, Jesus Cristo estabeleceu esta congregação no dia de Pentecostes (6 de sivã de 33 E. C.), por agir como Agente Principal de Jeová no derramamento do espírito santo sobre seus discípulos. (Atos 2:32, 33) Depois disso, lemos sobre a congregação messiânica ou cristã. Por exemplo, em Atos 5:11 lemos sobre a congregação de Jerusalém: “Veio grande temor sobre toda a congregação e sobre todos os que ouviram estas coisas.” — Atos 8:1.
25. (a) Que espécie de organização tinha a congregação cristã? (b) A quem pertencia o antigo Israel e a quem pertence a congregação cristã, e por que, em ambos os casos?
25 Assim como a antiga congregação do Israel natural havia sido uma organização teocrática, assim a congregação do Israel espiritual devia ser e teria de ser uma organização teocrática. Isto significa que Deus, cujo nome é Jeová, é o governante supremo dela. Isto explica por que se podia dizer que as coisas que aconteceram à antiga congregação de Israel eram típicas ou “como exemplos” para a congregação cristã de Jeová. (1 Cor. 10:6, 11) Jeová libertara o antigo Israel da escravidão e morte no Egito à base do sangue do cordeiro pascoal, e depois, da morte no Mar Vermelho, durante a sua fuga de diante dos exércitos egípcios perseguidores. Podia dizer ao antigo Israel: “Tu és meu.” (Isa. 43:1) De modo similar, a congregação cristã tornou-se Sua pelo sangue derramado do Cordeiro pascoal antitípico, Jesus Cristo, ‘Cristo, a nossa páscoa”. (João 1:29, 36; 1 Cor. 5:7) O apóstolo cristão Paulo chamava-a corretamente de “congregação de Deus, que ele comprou com o sangue do seu próprio Filho”. — Atos 20:28.
26. (a) Por ser a “nação santa” propriedade de quem tinha que espécie de governantes sobre si, e como salientou isso profeticamente Isaías? (b) Que espécie de pacto era o novo pacto, e por quê?
26 Visto que a congregação é uma nação santa, povo para propriedade especial, ela é propriedade de Jeová e ele é seu Governante indisputável. Ele é o Deus Governante, o Teocrata. (1 Ped. 2:9; Êxo. 19:5, 6) A posição teocrática de Jeová Deus para com a congregação foi predita nas palavras do profeta Isaías referentes ao antigo Israel: “Jeová é o nosso Juiz, Jeová é o nosso Legislador, Jeová é o nosso Rei; ele mesmo nos salvará.” (Isa. 33:22) Ocupando todos estes cargos, ele estabeleceu o pacto da Lei com o antigo Israel, tendo o profeta Moisés por mediador. Através de um Mediador maior do que Moisés, a saber, por Jesus Cristo, Jeová estabeleceu um novo pacto com a congregação cristã dos israelitas espirituais. (1 Tim. 2:5, 6) Como Governante teocrático, Jeová disse neste novo pacto: “Vou por a minha lei no seu íntimo e a escreverei no seu coração. E vou tornar-me seu Deus e eles mesmos se tornarão meu povo.” (Jer. 31:33; Heb. 8:7-10) Portanto, era um novo pacto teocrático.
27. Como demonstrou Jeová seu poder e seu direito teocráticos para com a congregação cristã, e que responsabilidade acarretava a chefia dela?
27 Trazendo à atenção o poder e o direito teocráticos de Jeová, de fazer todas designações de pessoas dentro de sua organização, o apóstolo Paulo escreveu: “[Jeová] sujeitou também todas as coisas debaixo dos pés dele [isto é, de Cristo], e o fez cabeça sobre todas as coisas para a congregação, a qual é o seu corpo.” “Também o Cristo é cabeça da congregação, sendo ele salvador deste corpo.” “A congregação está sujeita ao Cristo.” (Efé. 1:22, 23; 5:23, 24) Portanto, Jesus Cristo tem a responsabilidade, sob as ordens de Deus, de fazer as escolhas e as designações na congregação.
28. Como se desincumbiu Jesus desta responsabilidade com respeito à fundação da congregação, e como aumentou ela milagrosamente no dia de sua fundação?
28 Aguardando a fundação da congregação dos israelitas espirituais, Jesus passou uma noite em oração a Deus e então escolheu doze apóstolos. (Luc. 6:12-16; Mar. 3:13-19) Ele disse aos seus apóstolos fiéis: “Vós não me escolhestes, mas eu escolhi a vós, e eu vos designei para prosseguirdes e persistirdes em dar fruto, e que o vosso fruto permaneça.” (João 15:16) Jesus sabia que o antigo Israel, composto de doze tribos, compunha-se dos descendentes dos doze filhos de Jacó, apelidado Israel. (Gên. 49:28, 33; Atos 7:8) Em harmonia com este quadro profético, após a morte de Jesus Cristo e sua ressurreição e ascensão ao céu, a congregação do Israel espiritual começou no dia de Pentecostes com doze alicerces visíveis e tangíveis, a saber, os doze apóstolos. (Atos 1:13, 24-26; 2:1, 37) Naquele dia, a congregação começou com cerca de cento e vinte membros e aumentou milagrosamente a cerca de três mil. — Atos 1:15; 2:37-41.
29. (a) Como mostrou a congregação que reconhecia os doze apóstolos como membros que eram fundamentos? (b) Que visão teve João da relação dos apóstolos para com a congregação inteira?
29 Todos aqueles membros da congregação, os originais e os recém-acrescentados, reconheceram os doze apóstolos como sendo fundamentos como membros do Israel espiritual. Isto se evidencia no que lemos em Atos 2:42, 43: “E eles continuavam a devotar-se ao ensino dos apóstolos e . . . Deveras, sobre cada alma começou a cair temor, e muitos portentos e sinais começaram a ocorrer por intermédio dos apóstolos.” A relação destes apóstolos com a congregação inteira dos israelitas espirituais é representada na visão do apóstolo João sobre a “noiva” de Cristo, a Nova Jerusalém, a respeito da qual lemos: “Tinha uma grande e alta muralha, e tinha doze portões, e, junto aos portões, doze anjos, e havia nomes inscritos, os quais são os das doze tribos dos filhos de Israel. . . . A muralha da cidade tinha também doze pedras de alicerce, e sobre elas os doze nomes dos doze apóstolos do Cordeiro.” — Rev. 21:1, 2, 12-14.
[Nota(s) de rodapé]
a Veja as páginas 90 e 91 de On the Road to Civilization, publicado em 1937, de Heckel e Sigman.
[Foto na página 327]
Quando os homens de Israel quiseram constituir Gideão em rei, ele permaneceu leal à teocracia, dizendo: “Jeová é quem dominará sobre vós.”