Seja pronto para ouvir, vagaroso para falar
“Sabei isto, meus amados irmãos. Todo homem precisa ser pronto para ouvir, vagaroso para falar, vagaroso para irar-se. — Tia. 1:19. NM.
1. Qual é a finalidade principal da língua humana, e que uso se dá a muitas línguas hoje em dia?
A FINALIDADE principal dá, língua humana é glorificar o grandioso Criador do homem, Jeová, o Deus Todo-poderoso. Como tal instrumento de louvor a Deus, a língua está sendo usada hoje mundialmente para anunciar o reino estabelecido dos céus. Estas são as boas novas de que Jesus disse que seriam “pregadas em toda a terra habitada, com o propósito de dar testemunho a todas as nações”. Quão preciosa é a língua que profere esta mensagem animadora! “A língua do justo é prata escolhida.” É a vontade justa de Deus que os verdadeiros cristãos estejam sempre preparados para falar aos outros sobre estas boas novas do Reino: “Prega a palavra, ocupa-te nisso urgentemente, em época favorável, em época dificultosa.” — Mat. 24:14; Pro. 10:20; 2 Tim. 4:2, NM.
2, 3. Qual era o significado básico quando o discípulo Tiago aconselhou de se ser “vagaroso para falar”?
2 Em vista da urgência de se falar a mensagem do Reino, talvez pareça estranho a alguns que o discípulo Tiago escrevesse o seguinte conselho inspirado: “Sabei isto, meus amados irmãos. Todo homem precisa ser pronto para ouvir, vagaroso para falar, vagaroso para irar-se.” Não é com referência à pregação do Reino que o cristão deve ser “vagaroso.para falar”. O discípulo Tiago estava pensando em outra coisa. — Tia. 1:19, NM.
3 O significado do conselho divino em Tiago 1:19 é que, por sermos ‘prontos para ouvir, vagarosos ‘para falar, vagarosos para nos irar’, protegeremos a nossa adoração contra a profanação e impediremos que caia sobre nós a ruína, especialmente por termos usado errado a língua. Se algum cristão pensa que há pouca necessidade de refrear a sua língua, ele deve dar atenção ao aviso divino: “Se algum homem pensa que é um adorador formal e, contudo, não refreia a língua, mas prossegue enganando o próprio coração, a forma de adoração deste homem é fútil.” Se o cristão quiser evitar prestar serviço fútil aos olhos de Deus, ele não só precisa louvar a Deus por anunciar o Seu glorioso reino, mas também precisa fazer que a sua língua seja uma bênção para a humanidade. Como ajuda para se refrear a língua Tiago recomenda ser “pronto para ouvir, vagaroso para falar”. — Tia. 1:26, NM.
4. Que descrição faz Tiago da língua e do efeito que ela pode produzir, e, assim, que proceder é sábio?
4 Quando reconhecemos o grande efeito da língua, reconhecemos também o grande valor do conselho de Tiago. É verdade que a língua é um membro pequeno; mas o freio para o cavalo e o leme dum navio também são coisas comparativamente pequenas, no entanto têm um tremendo efeito: “Ora se pomos freios nas boccas dos cavallos para que nos obedeçam, também governamos todo o seu corpo. Vêde também os navios, ainda que sejam grandes, e levados por impetuosos ventos, entretanto com um pequenino leme se voltam para onde quer o impulso do timoneiro. Assim a lingua também é um pequeno membro, mas se gaba de grandes cousas. Vêde como um pouco de fogo abraza um grande bosque! E a lingua é um fogo. Como um mundo de iniquidade está collocada entre os nossos membros a lingua que contamina o corpo todo, e incendeia o curso da vida, e é incendiada pelo fogo da Gehenna. Pois toda a espécie de feras, e de aves, e de reptis, e de peixes se doma, e tem sido domada pela espécie humana, porém a lingua, não ha homem que a possa domar.” Visto que a maneira em que o cristão usa a sua língua significa vida ou morte, e visto que nenhum homem hoje tem perfeito controle sobre a sua língua, é sábio que não haja pressa para se falar. — Tia. 3:3-8.
FALAR DEMAIS
5. Que perigo sério há em se falar demais, e qual é a relação entre ouvir e aprender?
5 Ser pronto para falar palavras não impróprias em si mesmas pode até ser para o prejuízo do cristão. A pessoa pode falar demais e assim não ser ‘pronta para ouvir’. Precisa haver um equilíbrio entre falar e ouvir. Visto que é principalmente com respeito à Palavra da verdade de Deus que devemos ser prontos para ouvir, alguns não progridem à madureza espiritual porque não são bons ouvintes. Gastam mais tempo no falar do que deviam. Os ministros das testemunhas de Jeová têm às vezes dirigido estudos bíblicos domiciliares com pessoas loquazes, pessoas que falam muito. Muitas vezes tais pessoas fazem pouco progresso espiritual por gastarem o tempo falando. Precisam reconhecer que “a pessoa sábia ouvirá e absorverá mais instrução”. Portanto, a maneira de se ouvir está em relação direta com o que se aprende. É próprio falar, mas não se deve permitir que exclua o ouvir, especialmente não quando se recebe instrução da Palavra de Deus. Quando Maria, irmã de Marta, “assentou-se aos pés do Mestre”, era ocasião para ela aprender. Por isso “ficou escutando a palavra dele”. — Pro. 1:5; Luc. 10:39, NM.
6. Por que são algumas pessoas péssimos ouvintes? Com que resultado?
6 Hoje em dia se nota nas conversações que muitos não são bons ouvintes. O que querem é falar. Quando chega o momento para ouvir e eles persistem em falar, privam-se do que talvez seja instrução importante. Muitas vezes aquele que deve prestar atenção tem os seus pensamentos em outra parte, ensaiando talvez na mente as palavras que proferirá assim que puder aproveitar uma oportunidade na conversa. Às vezes parece desesperador ensinar tais pessoas, visto que a regra bíblica é: “Vês tu um homem precipitado no falar? Mais esperança ha para o tolo do que para elle.” “O tolo multiplica as palavras.” Não é de admirar-se que muitos perguntem desnecessariamente: “Que foi que disse?” logo depois de alguém falar com eles! Se não se preocupassem tanto com o falar, É provável que não precisassem pedir que repita as suas palavras. Precisamos constantemente melhorar em prestar atenção, pois disso depende grande parte do que aprendemos. — Pro. 29:20; Ecl.10:14.
PRESTAR ATENÇÃO
7. Quando é a ocasião para se ser especialmente pronto para ouvir, e por quê?
7 Quando se recebe instrução da Palavra de Deus, como por exemplo numa reunião congregacional ou numa grande assembléia do povo de Jeová, não é hora de se dirigir a alguém e falar. A Palavra de Jeová aconselha: “Guarda o teu pé quando fores á casa de Deus. Chegar-se para ouvir é melhor do que offerecer sacrificios de tolos, porque não sabem que fazem mal. Não abres a bocca precipitadamente.” As vezes, numa grande assembléia, há pessoas que falam com outras desnecessariamente, dirigindo-se aos que não viram por muito tempo, e assim por diante — fazendo-o na mesma ocasião em que se proferem da tribuna verdades bíblicas importantes. Isto mostra desrespeito para com a Palavra de Deus e a sua organização. É preciso “chegar-se para ouvir” durante as reuniões e as sessões numa assembléia. Depois há tempo para se falar com os outros. — Ecl. 5:1, 2.
8. Por que é tão importante prestar atenção, e o que ajuda neste sentido?
8 Sermos prontos para ouvir significa prestar atenção ao que estamos ouvindo, permitindo que as verdades de Deus penetrem profundamente em nossos corações e mentes. É possível ouvir sem prestar realmente atenção. Esta questão de se prestar atenção à instrução da Palavra de Deus é tão importante que um apóstolo de Cristo aconselhou: “É necessário darmos mais do que a costumeira atenção às coisas que ouvimos, para que nunca nos desviemos.” Portanto, o cristão precisa estar alerta quando recebe instrução bíblica. Reconhecendo a necessidade de estar mentalmente alerta, a pessoa não comerá demais antes das reuniões, pois sabe que é difícil escutar bem quando a mente está sonolenta. Pode-se melhorar a boa atenção pela espécie correta de ventilação nos lugares de assembléia e por se manter a temperatura correta, quando possível, nem fresco demais, nem quente demais. Portanto, faça tudo o que for razoável para dar “mais do que a costumeira atenção” à Palavra da verdade de Deus. “Feliz é o homem que me ouve, velando.” — Heb. 2:1, NM; Pro. 8:34.
RACIONALIDADE E REPREENSÃO
9. Por que é a prontidão no ouvir uma ajuda para ser razoável? Por que é isto especialmente vital para os superintendentes?
9 Ser pronto para ouvir, por via de regra, ajuda a ser racional. A Palavra de Deus diz: “Que se torne conhecida a vossa racionalidade a todos os homens.” Como pode fazer isto bem se não estiver escutando? Muitas vezes é necessário ouvir pacientemente ambos os lados numa questão, em vez de se expressar precipitadamente. Se alguém não tiver ouvido o bastante, é possível que tire as conclusões erradas. Os superintendentes das congregações cristãs precisam ser ‘razoáveis’, diz Paulo. (1 Tim. 3:2, 3, NM) Por isso, os superintendentes precisam ser ‘prontos para ouvir’ nos seus tratos com os seus irmãos cristãos. — Fil. 4:5, NM.
10, 11. (a) Qual é o perigo de não se ser pronto para ouvir, e, assim, de que modo devem ser treinados os nossos ouvidos conforme mostra a Palavra de Deus? (b) Que se deve fazer quando os superintendentes falam ou dão conselho?
10 Um grave perigo de não se ser pronto para ouvir é que tal comportamento impede que se tire proveito do conselho e da repreensão. Os ouvidos naturalmente não gostam de ouvir repreensão. Mas o cristão precisa treinar os seus ouvidos a serem prontos para ouvir, neste respeito. “Repreende o sábio, e ele te amará.” “Ouve o conselho, e recebe a instrução, para que sejas sábio nos teus dias por vir.” “Mais fundo entra a repreensão no prudente, do que cem açoites no insensato.” A fim de ser sábio e entendido, é preciso treinar os ouvidos para estarem prontos para ouvir o conselho e a repreensão, não ficando ofendido ou irado com ela. “Os ouvidos que atendem à repreensão salutar, no meio dos sábios têm a sua morada.” — Pro. 9:8; 19:20; 17:10; 15:31, Al nova revisão.
11 Quando os superintendentes falam neste sentido, dando repreensão ou correção, precisamos ser especialmente prontos para ouvir. Os apóstolos de Jesus tinham de ser prontos para ouvir. Certa vez Tiago e João iraram-se prontamente e queriam mandar descer fogo do céu para destruir os habitantes duma aldeia inóspita dos samaritanos. Lucas 9:55 diz que Jesus, “virando-se para elles, os reprehendeu”. Eles não ficaram ofendidos. Tinham de ser prontos para ouvir, a fim de tirar proveito da repreensão de Jesus. “O caminho para a vida é daquele que guarda a correção, mas o que abandona a repreensão erra.” — Pro. 10:17, Al.
A RESPOSTA BRANDA
12. Quando pessoas desencaminhadas vituperam o ministro do Reino, como responde ele?
12 Os que são prontos para ouvir a Palavra, o conselho e a instrução de Deus são os mais inclinados a serem ‘vagarosos para falar, vagarosos para irar-se’. Ser vagaroso para falar significa que a pessoa não se apressará a retrucar com petulância quando recebe conselho, nem mesmo quando é tratada sem bondade. Quando se sente incitada à ira, é especialmente importante que seja vagarosa para falar ou para replicar com palavras iradas. O ministro de Deus, ao levar a mensagem do Reino aos outros, pode às vezes ser exprobrado ou se tornar o alvo de palavras duras de invectivas. Mas o ministro do Reino desconsiderará bondosamente tais ofensas; sabe que nenhum bem resulta de se pagar o mal com o mal. Sabe também que “a língua branda quebranta os ossos”. A pessoa pode ser dura como osso, mas esta casca dura pode ser amolecida por se falar brandamente. “Favo de mel são as palavras suaves, doces para a alma, e saúde para os ossos.” Revidar às palavras iradas com palavras iradas apenas tornaria difícil que o próximo ministro do Reino se dirija à pessoa. Por isso, a língua do ministro do Reino responde de modo gentil, brando e amistoso: “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira. A língua dos sábios adorna a sabedoria [o conhecimento, VB], mas a boca dos tolos derrama a estultícia.” — Pro. 25:15; 16:24; 15:1, 2, AL.
SER VAGAROSO PARA EXPRESSAR QUEIXAS
13. O que nos protege contra sermos prontos para falar tolice ou fazer queixas, e que conselho deu Paulo com respeito à fala?
13 Se formos vagarosos para falar, não seremos efusivos com queixas e reclamações tolas. Se a nossa mente estiver cheia das verdades do Reino e nos mantivermos ocupados em expressar estas verdades, ocupados em falar das boas novas do Reino, ocupados em incentivar outros com experiências do ministério do Reino, ocupados em nosso próprio ministério, ocupados em estimular outros a ampliarem o seu ministério, seremos menos tentados a permitir que a língua lance uma torrente de conversa ociosa e tôla, de palavras de queixa. Tal conversa não é edificante. Paulo aconselhou: “Não proceda da vossa boca nenhuma declaração torpe, mas toda a declaração que é boa para a edificação, conforme haja necessidade, para que transmita aos ouvintes o que é favorável.” — Efé. 4:29, NM.
14. Por que não é sábia a prontidão para expressar queixas? Por isso, o que devemos reconhecer?
14 Ser pronto para reclamar não transmite “o que é favorável”. O espírito queixoso é um tremendo obstáculo que precisa ser vencido, a fim de se refrear a língua. É verdade que ninguém tem uma língua perfeitamente domada, e nossos irmãos cometem erros, mas nós também os cometemos. Não espere deles a perfeição, e Jeová não a exigirá de sua pessoa. Reconheça que se hão de cometer erros com a língua; mas, reconheça-os ao mesmo tempo pelo que são, pequenas coisas sem muita importância, quando comparadas com as grandes verdades do Reino.
15. Quando alguém é pronto para fazer queixas, como talvez aja, e por que é errado tal proceder?
15 Se alguém for pronto para falar palavras de queixa, ele talvez comece a questionar as decisões da comissão de serviço da congregação. Talvez fale até mesmo a outros, sendo pronto para transmitir palavras de queixa a tantos quantos possível. Tal pessoa não reconhece a organização teocrática que Jeová tem na terra, e essa ação é realmente contra Deus. Jeová nomeou estes servos por meio do seu espírito santo; e eles têm a responsabilidade de cuidar da congregação, e precisam mantê-la limpa e espiritualmente sadia. Se estes servos não cuidarem corretamente dos interesses do Reino, então Jeová os removerá do mesmo modo em que foram designados, através da sua organização visível. Portanto, não seja pronto para falar palavras que derrubam. Este é o tempo para ‘nos exortarmos mutuamente cada dia, durante o tempo que se chama Hoje’. — Heb. 3:13, ARA.
‘NÃO FALE INJURIOSAMENTE DE NINGUÉM’
16. Ao se falar sobre pessoas, que perigo está sempre presente, e qual é o conselho bíblico neste respeito?
16 Ser vagaroso para falar significa que teremos cuidado em não falar injuriosamente de ninguém. Ao falar sobre pessoas, há sempre o perigo de se difamar o bom nome de alguém. Visto que nenhum homem atinge a perfeição, seria fácil achar falta em qualquer pessoa; sim, até mesmo em si próprio. Por isso Paulo aconselhou: “Continua a lembrar-lhes . . . de não falarem injuriosamente de ninguém:” O bom nome dos outros deve ser respeitado, não prejudicado por alguém propositada ou irrefletidamente torcer os fatos, criando assim uma impressão errada na mente dos ouvintes. O fato de que as palavras de tal pessoa foram irrefletidas não diminui o dano causado ao bom nome do outro. Mesmo que os fatos não sejam torcidos ou ampliados, achar falta nos outros torna-os objetos de vergonha, tornando-lhes difícil de manter amigos: “O homem imprestável traz à tona o que é mau, e nos seus lábios há como que um .fogo abrasador. O homem de intrigas continua a levantar contenda, e o caluniador separa os que se conhecem bem.” Se a pessoa tiver verdadeiro amor cristão, não divulgará as faltas de seu irmão, pois o alvor “não se comporta indecentemente”. “Quem encobre a transgressão busca o amor, e aquele que continua a falar sobre uma questão separa os que se conhecem bem.” Não dificulte aos outros ter amigos. — Tito 3:1, 2; Pro. 16:27, 28; 1 Cor. 13:5; Pro. 17:9, NM.
17, 18. De que modo se falou injuriosamente de Paulo, e que repreensão deu ele aos que usaram indevidamente a sua língua?
17 Nos dias do apóstolo Paulo havia alguns professos cristãos que usavam a língua sem proveito. O próprio Paulo tornou-se vítima das línguas faladeiras, línguas que estavam prontas para falar injuriosamente. Tal conversa suscitou a indignação de Paulo, assim como diz o texto: “O vento do norte traz o aguaceiro como que em dores de parto; e a língua que revela um segrêdo, um rosto agitado pela indignação.” Por isso ele escreveu: “Olhais para as coisas segundo o seu valor nominal. . . . mesmo que nos gabássemos um pouco demais da autoridade que o Senhor nos deu para vos edificar e não para vos derrubar, não ficaria envergonhado, para que eu não pareça querer aterrorizar-vos com as minhas cartas. Pois, dizem eles, ‘as. suas cartas são pesadas e fortes, mas a sua presença em pessoa é fraca e a sua fala é desprezível’. Que tal homem tome em conta o seguinte, que aquilo que somos em nossa palavra pelas cartas quando ausentes, seremos também na ação quando presentes.” “Pois mesmo que eu seja imperito na fala, certamente não o sou no conhecimento, mas por todos os modos vos temos manifestado isto em todas as coisas.” “Pois eu temo que, de algum modo, quando eu chegar, eu vos encontre não assim como gostaria e que eu me mostre para vós não assim como gostaríeis, mas que, em vez disso, haja de algum modo luta, ciúme, casos de ira, contendas, detrações, cochichos, casos de orgulho, desordens.” “Eu já disse anteriormente e . . . digo de antemão aos que já pecaram antes e a todos os demais, que, se eu vier novamente, não pouparei, visto que procurais uma prova de que Cristo fala em mim.” — Pro. 25:23; 2 Cor. 10:7-11; 11:6; 12:20; 13:2, 3, NM.
18 Por terem sido prontos para falar sobre o que não deviam, os membros daquela congregação coríntia precisavam duma repreensão. Paulo tinha bastante coragem para dar esta repreensão justa. Embora possa ter ferido os sentimentos deles por algum tempo, era boa para eles, e, com o tempo, chegariam a apreciar esta repreensão. “O que repreende ao homem achará depois mais favor do que aquele que lisonjeia com a língua.” — Pro. 28:23, Al.
19. Se alguém quer falar muito, o que deve considerar?
19 Os que querem usar a língua para falar muito devem lembrar-se que precisam comer os frutos de suas línguas: “Do fruto da boca de cada um se fartará o seu ventre: dos refosses dos seus lábios se fartará. A morte e a vida estão no poder da língua; e aquele que a ama comerá do seu fruto.” Se os frutos forem os frutos do Reino, a pregação das boas novas, então conduzirão à vida eterna no novo mundo de Deus. Mas, se a pessoa for pronta para falar o que não presta, o que é injurioso e tolo, então acontecerá assim como Jesus avisou os fariseus. “Digo-vos que de toda palavra inaproveitável que os homens falam hão de dar conta n.o Dia do Juízo; porque pelas tuas palavras serás vindicado, e pelas tuas palavras serás condenado.” Quão veraz é que “aquele que ama a vida e gostaria de ver bons dias, refreie a sua língua daquilo que é prejudicial e seus lábios de falar engano”! — Pro. 18:20, 21, Al; Mat. 12:36, 37; 1 Ped. 3:10, NM.
‘SUPORTEM-SE UNS AOS OUTROS’
20. Qual é a tendência do mundo atual, e por que não podem os cristãos ser assim?
20 Quer na congregação quer dentro da família, há muitas coisas pequenas que realmente não têm importância quanto a serem feitas de um modo ou, de outro. Ser pronto para expressar crítica a respeito destas coisas insignificantes mostra desequilíbrio. Mostra falta de amor, porque o amor “não busca os seus próprios interesses”. A tendência atual no mundo é ser pronto em insistir no nosso próprio modo de agir por prontamente falar palavras de crítica, de censura, palavras pejorativas. Há tiranos verbais em coisas pequenas. Não é de admirar-se que uma pessoa espirituosa do mundo dissesse: “Minha esposa é bela demais para ser expresso em palavras — mas não para argumentos!” Tais palavras pejorativas não devem existir entre os cristãos. Siga a vontade de Deus conforme expressa em Filipenses 2:14 (NM): “Continuai a fazer todas as coisas livres de murmurações e argumentos.” Realmente, faça segundo a admoestação do apóstolo: “Continuai a suportar-vos uns aos outros e a perdoar-vos uns aos outros livremente, se alguém tiver razão de queixa contra outro.” Seguir tal conselho produzirá agrado e união tanto dentro da família como na congregação. “Vê! Quão bom e quão agradável é que irmãos habitem juntos em união!” — 1 Cor. 13:5; Col. 3:13; Sal. 133:1, NM.
EVITE PALAVRAS PRECIPITADAS QUANDO IRADO
21. Por que ser “vagaroso para falar”, especialmente quando provocado à ira, e que exemplo mostra a tolice de se falar precipitadamente em ira?
21 Especialmente quando irado precisa o cristão ser “vagaroso para falar”. Senão pode resultar conversa precipitada, tola e lamentável; pois aplica-se especialmente quando se está irado: “Na multidão de palavras não falta transgressão, mas o que modera os seus lábios é prudente.” Para mostrar quão fácil é pecar com a língua quando irado temos o exemplo de Moisés. Os israelitas murmuradores “indignaram-no também junto às águas da contenda [Meribá], de sorte que sucedeu mal a Moisés, por causa deles; porque irritaram o seu espírito, de modo que falou imprudentemente com seus lábios”. Quando os israelitas precisavam de água, Jeová ordenou que Moisés tomasse a sua vara e fizesse sair água duma rocha. Moisés fez isto, mas por causa da sua ira com os queixosos israelitas, ele foi pronto para falar: “Ouvi agora, rebeldes, porventura tiraremos água desta rocha para vós!” Jeová disse mais tarde a Moisés: “Porquanto não me crestes a mim, para me santificar diante dos filhos de Israel, por isso não metereis esta congregação na terra que lhes tenho dado.” Foi um preço pesado para pagar por palavras precipitadas. — Pro. 10:19; Sal. 106:32, 33; Núm. 20:10, 12, Al.
22. Por que não foram as palavras precipitadas de Moisés causadas por um coração rebelde ou orgulhoso? Portanto, que lição devemos tirar disso?
22 O caso não era que Moisés fosse rebelde no coração. Antes, num acesso de ira, ele foi pronto para falar. O que disse não era para a glória de Deus. Moisés deixou a impressão que ele e Aarão eram os provedores do povo, ao passo que era Jeová quem proveu para eles durante todos aqueles anos no deserto. Nem se tratava de que Moisés fosse orgulhoso e arrogante. “Era o varão Moisés mui manso, mais dó que todos os homens que havia sobre a terra.” Contudo pecou com a sua língua. Mesmo para o mais humilde servo de Deus há necessidade de guardar a sua boca: “O que guarda a boca conserva a sua alma, mas o que muito abre os lábios a si mesmo se arruína.” — Núm. 12:3; Pro. 13:3, Al nova revisão.
23. Como nos ajudará o conselho de Tiago?
23 Portanto, tome a peito o conselho de Tiago: “Precisa ser pronto para ouvir, vagaroso para falar, vagaroso para irar-se.” Isto lhe ajudará a produzir os frutos aceitáveis a Deus. Ajudar-lhe-á a usar a sua língua para a glória do Criador. Ajudar-lhe-á a cumprir a vontade divina, conforme expressa em Romanos 14:19 (NM):“Sigamos as coisas que contribuem para a paz e as coisas que são mútuamente edificantes.”