Capítulo 10
O Rei temente a Deus do paraíso espiritual
1. Quanto aos dignos de morar hoje no paraíso espiritual, o que aprendemos da expulsão de Adão e Eva do Éden?
QUANDO nossos primeiros pais, Eva e Adão, comeram, em desobediência, do fruto proibido, Deus os sentenciou à morte e os expulsou do Jardim do Éden. O Paraíso de Delícias não era lugar para rebeldes contra o Plantador e Dono do jardim. (Gênesis 2:8 a 3:24) Isto estabeleceu a norma com respeito àqueles que Jeová Deus considera dignos de morar hoje no paraíso espiritual.
2. (a) Como afetam a atitude e a conduta de outros a vida que a pessoa usufrui, mesmo num ambiente que é belo para os olhos? (b) Portanto, que elementos são excluídos por Jeová do paraíso espiritual?
2 O meio ambiente natural de alguém talvez seja muito parecido a um paraíso, mas, quando os vizinhos em todo o redor são egotísticos, sem lei, ferozes, ateus, não é um lugar agradável em que viver. Pessoas assim podem tornar a vida miserável, insegura e desfavorável para a espiritualidade e piedade. A vida na terra, hoje em dia, com seu crescente crime, tornou-se assim, mesmo em bairros suburbanos que os moradores procuram manter belos para os olhos. Jeová Deus manteve o paraíso original da humanidade livre de tais elementos humanos, indesejáveis. Atualmente, mantém o paraíso espiritual do restante do Israel espiritual e de seus companheiros cristãos, semelhantes a ovelhas, livre de tais elementos humanos, prejudiciais e nocivos.
3. (a) De que procedência vêm os habitantes do paraíso espiritual? (b) Por conseguinte, que mudanças se exigem deles?
3 Os aprovados como habitantes do paraíso espiritual, não importa se são do restante do Israel espiritual ou da “grande multidão” de companheiros semelhantes a ovelhas, procedem de pessoas de todas as raças, nacionalidades, cores e línguas, de origem natural. (Revelação [Apocalipse] 5:9, 10; 7:9, 10) Como descendentes naturais de Adão e Eva, herdaram a imperfeição e a pecaminosidade. Cultivaram diversas atitudes e disposições, segundo a situação em que nasceram, foram criados ou influenciados moralmente. A mensagem do reino messiânico de Deus encontrou-os nesta condição e lhes foi pregada. (Mateus 24:14) Portanto, para pessoas de tipos tão diferentes viverem pacífica e amorosamente juntas num paraíso espiritual, é preciso primeiro uma transformação notável de personalidade, para tornar os habitantes do paraíso homogêneos, de mentalidade e disposição iguais. Isto exige muito mais do que mera influência humana. Exige o espírito irresistível de Deus.
4, 5. (a) Que espécie de governante seria necessário para produzir tal transformação? (b) Em que profecia bíblica se prediz tal governante, e como é ele identificado pelo apóstolo Paulo?
4 Bem vital para a transformação da personalidade, para a vida no paraíso espiritual, na terra, é um governante que tenha o espírito de Jeová Deus e se deleite em transmitir este espírito aos seus súditos no Paraíso. Tal governante do Paraíso forçosamente teria de ser um governante celestial, sobre-humano, sob o qual todos os habitantes do Paraíso se uniriam de bom grado, segundo a vontade de Deus. O Deus Todo-poderoso já proveu esse governante espiritual, celestial, em cumprimento da profecia inspirada de Isaías 11:1-10. A profecia, registrada trezentos anos depois do reinado bem sucedido do Rei Davi, filho de Jessé, de Belém, indica a fonte da qual procederia tal governante cheio de espírito. O apóstolo cristão Paulo não deixa dúvida sobre quem é este governante, quando ele, no auge de seu argumento, cita a profecia de Isaías 11:10, dizendo à congregação mista, de judeus e gentios, em Roma:
5 “Para que, de comum acordo, com uma só boca, glorifiqueis o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, acolhei-vos uns aos outros, assim como também o Cristo nos acolheu, visando glória para Deus. Pois eu digo que Cristo se tornou realmente ministro . . . para que as nações glorificassem a Deus pela sua misericórdia. Assim como está escrito: . . . E, novamente, Isaías diz: ‘Haverá a raiz de Jessé, e haverá um surgindo para governar as nações; nele é que as nações basearão a sua esperança.’” — Romanos 15:6-12; Isaías 11:10, segundo a Versão dos Setenta grega.
6, 7. (a) De quem era Jesus descendente, conforme indicado na profecia? (b) Quando Jesus Cristo apareceu no cenário terrestre, como estava a vasta maioria dos judeus inclinada a encará-lo? (c) Como indicara o profeta Isaías que do ponto de vista mundano, o Messias não seria de aspecto muito impressionante?
6 Jesus Cristo, por descender do Rei Davi, filho de Jessé, que pertencia à tribo de Judá, também era descendente deste Jessé de Belém de Judá. (Mateus 1:1-6; 2:4-6; Miquéias 5:2) No entanto, Jesus Cristo apareceu no cenário terrestre mais de seiscentos anos depois da derrubada do reino de Davi em Jerusalém, pelos babilônios, em 607 A. E. C., e, naquele tempo, a vasta maioria dos judeus não estava inclinada a pensar que ele era o Messias, o predito Ungido por meio de quem todas as nações seriam eternamente abençoadas. Para os judeus incrédulos, ele parecia ser pretendente muito improvável do reinado do reino messiânico de Deus. Não tinha aspecto muito impressionante, segundo seu conceito mundano. Mas a própria profecia de Isaías indicava que seria assim. Em comparação com os governantes orgulhosos e de aspecto pretensioso, da terra, não parecia nada promissor. Portanto, a fim de salientar esta comparação unilateral, o versículo inicial de Isaías, capítulo onze, é precedido pelos seguintes dois versículos finais do capítulo dez:
7 “Eis que o verdadeiro Senhor, Jeová dos exércitos, está truncando galhos com terrível estrondo; e os que cresceram altos, estão sendo cortados, e os próprios eminentes ficam rebaixados. E ele derrubou as moitas da floresta com um instrumento de ferro, e o próprio Líbano cairá por meio de um poderoso.” — Isaías 10:33, 34.
8. (a) Ali, em Isaías 10:33, 34, quem é comparado com as árvores maciças do Líbano? (b) Como se mostrou veraz que ‘o próprio Líbano caiu por meio de um poderoso’?
8 Nos dias de Isaías, a Potência Mundial Assíria era a maior ameaça mundana para Jerusalém e a linhagem reinante dos reis descendentes de Davi, filho de Jessé. Pelo que parece, pois, a profecia de Isaías comparava o rei assírio e suas poderosas forças militares com árvores maciças dos montes do Líbano. Durante a vida de Isaías, quando o Rei Senaqueribe, da Assíria, e seus aterrorizantes exércitos devastaram a terra de Judá, até mesmo a cidade real de Jerusalém parecia estar ao seu alcance, como prêmio. Nesta crise, o Deus Todo-poderoso e Altíssimo passou a agir. Por meio dum “poderoso”, um anjo celestial, Jeová fez adormecer na morte 185.000 soldados de Senaqueribe, numa única noite. Os “galhos” da Assíria caíram com estrondo, como se a floresta sempre-verde do monte Líbano estivesse caindo, e o humilhado rei assírio, Senaqueribe, viu-se obrigado a fugir para casa, sofrendo morte violenta com o decorrer do tempo. — Isaías 37:33-38.
9. Por meio de quem foi cortada a linhagem davídica de reis, e, em resultado, com o tempo, que perguntas exigiam respostas?
9 Portanto, não foi pelos assírios, mas sim pela conquista posterior da terra de Judá pelos babilônios, em 607 A. E. C., que a linhagem reinante dos sucessores do Rei Davi ficou igual ao toco duma árvore que havia sido cortada. Com o passar dos séculos sobre este toco simbólico de árvore, tornaram-se cada vez mais urgentes as perguntas: Será que sairia novamente algo deste tronco de árvore? Cresceria esta árvore real novamente, conforme indicavam as profecias inspiradas por Deus? Será que o cetro régio foi finalmente desviado da tribo de Judá, para todo o sempre? (Gênesis 49:10) Mostrou-se o reino, pelo qual Deus fizera um pacto com Davi, apenas de longa duração, mas não eterno, não infindável? (2 Samuel 7:8-16) A profecia de Isaías, capítulo onze, fornecia a resposta infalível.
O REI SOBRE QUEM POUSA O ESPÍRITO DE JEOVÁ
10, 11. O que disse o profeta Isaías a respeito de certo “renovo”, e por que não era algo a ser desprezado por causa de sua pequenez?
10 No arranjo de Deus, o dia de coisas pequenas não deve ser desprezado; e o início humilde do verdadeiro Messias não devia ser encarado como sem grandes possibilidades. Assim como os governantes “que cresceram altos”, da Potência Mundial Assíria, foram derrubados, assim o Deus Todo-poderoso pode fazer um pequeno, de espécie humilde, tornar-se alto e dar muito fruto. O que é um pequeno renovo ou rebentão comparado com um cedro maciço num monte do Líbano? Muito insignificante, contudo, Isaías 11:1, 2, passa a dizer:
11 “E do tronco [ou: toco] de Jessé terá de sair um renovo; e das suas raízes frutificará um rebentão. E sobre ele terá de pousar o espírito de Jeová, o espírito de sabedoria e de compreensão, o espírito de conselho e de potência, o espírito de conhecimento e do temor de Jeová.”
12. (a) Quem é representado pelo “renovo” e pelo “rebentão”? (b) Nos dias de Isaías, qual era a condição da árvore real que tinha suas raízes em Jessé, mas o que aconteceu com ela em 607 A. E. C.?
12 Que o “renovo” e o “rebentão” representavam a mesma coisa e que representavam uma pessoa é evidente do fato de que a profecia diz que “sobre ele terá de pousar o espírito de Jeová”. O “renovo” e “rebentão” da mesma fonte representam um rei ungido com o espírito de Jeová Deus, portanto, o Messias. Nos dias do profeta Isaías, a árvore real com suas raízes em Jessé, pai do Rei Davi, ainda não havia sido cortada, para sobrar apenas um toco ou tronco e suas raízes na terra. Essa árvore real compunha-se da linhagem de reis da família real de Davi e ela permaneceu até o ano de 607 A. E. C. Daí foi cortada pelos babilônios, quando estes deportaram o rei para Babilônia e destruíram sua cidade real, Jerusalém. Cumpriu-se assim a ordem divina àquele último rei davídico reinante, Zedequias, sob a força das circunstâncias: “Remove o turbante e retira a coroa. Esta não será a mesma. Põe no alto o rebaixado [a série de potências mundiais gentias, uma após outra] e rebaixa o que estiver no alto [o reino messiânico na linhagem de Davi]. Uma ruína, uma ruína, uma ruína a farei. Também, quanto a esta, certamente não virá a ser de ninguém, até que venha aquele que tem o direito legal, e a ele é que terei de dá-lo.” — Ezequiel 21:25-27.
13. Cumpriu Zorobabel em 537 A. E. C., a profecia a respeito do “renovo” e “rebentão”?
13 Em 537 A. E. C., quando o conquistador persa de Babilônia, Ciro, o Grande, restabeleceu os judeus exilados na terra de Judá, Zorobabel, da linhagem real de Davi, não foi coroado e empossado num trono régio na reconstruída Jerusalém. O Rei Ciro o fez apenas governador da província persa de Judá. (Lucas 3:27-32; Mateus 1:6-13) Portanto, Zorobabel não era aquele que tinha o direito legal, a quem seria dado o reino, com seu turbante régio e sua coroa. Ele não cumpriu a profecia a respeito do “renovo” e “rebentão” que saíram do toco e das raízes de Jessé.
14. (a) Quando surgiu e frutificou o “renovo” e “rebentão”, e como? (b) Pouco depois, o que disse Natanael sobre o cargo para o qual Jesus fora ungido?
14 Quando, e na pessoa de quem, surgiu e frutificou o “renovo” e “rebentão”? Isto aconteceu mais de meio milênio depois de Zorobabel, no ano 29 de nossa Era Comum e durante o reinado do imperador romano Tibério César. No começo do outono setentrional daquele ano, um descendente real de Davi, a saber, Jesus, filho de Maria, de Belém, foi batizado no rio Jordão por João Batista. Foi então que este Jesus se tornou Filho espiritual de Deus, pois foi então que desceu sobre ele o espírito de Deus e se ouviu desde o céu a voz de Deus dizendo: “Este é meu Filho, o amado, a quem tenho aprovado.” (Mateus 3:13-17) Desta maneira, Jesus não foi só gerado pelo espírito de Deus, para ser Filho espiritual de Deus, mas ele foi também ungido com o espírito de Deus, para ser o Rei-Designado da linhagem real de Davi. Em reconhecimento disso, cerca de dois meses depois, Natanael, prospectivo discípulo de Jesus, o Messias, disse-lhe: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel.” — João 1:29-49.
15. (a) Perto do fim da vida terrestre de Jesus, Pedro disse que discernia que Jesus era quem? (b) O “renovo” ou “rebentão” que apareceu em 29 E.C. tornou-se árvore plenamente desenvolvida em que ano, e o que aconteceu nesta ocasião?
15 No último ano de seus trinta e três anos e meio como homem na terra, Jesus perguntou aos seus doze apóstolos quanto a quem haviam discernido que ele era. Simão Pedro respondeu prontamente: “Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo.” (Mateus 16:13-16; Marcos 8:27-30, PIB; Lucas 9:18-21, MC) De modo que Pedro chamou Jesus de “Messias de Deus”. Os que falavam grego chamavam-no de “o Cristo de Deus”. Como recém-designado Messias ou Cristo, este Jesus era o simbólico ‘renovo saído do tronco de Jessé’ e o simbólico “rebentão” que saiu das raízes de Jessé através do “tronco”. No entanto, este toco ou “tronco” continuou ainda por muitos séculos sem caule, até o começo do outono setentrional de 1914 E. C., e foi então que o “renovo” ou “rebentão” realmente se tornou plena árvore frutífera, Rei reinante, Messias reinante. Isto se deu porque acabaram então os Tempos dos Gentios e chegou o tempo de se inverterem as coisas. A série de potências mundiais gentias, que haviam sido ‘postas no alto’ em 607 A. E. C., tinham de ser novamente rebaixadas, ao passo que o reino messiânico da linhagem real de Davi, que havia sido ‘rebaixado’, tinha de ficar novamente “alto”. — Lucas 21:24, Almeida.
16. (a) A partir da ocasião em que Jesus foi ungido, que qualidades lhe concedeu o espírito de Jeová? (b) Foram tais qualidades concedidas anteriormente a qualquer homem por meio do espírito de Deus?
16 A partir do tempo da unção de Jesus, depois de seu batismo em água, o espírito de Jeová deveras pousou sobre ele. Mostrou ser “o espírito de sabedoria e de compreensão, o espírito de conselho e de potência, o espírito de conhecimento e do temor de Jeová”. (Isaías 11:2) Estas qualidades concedidas a Jesus Cristo pelo espírito de Jeová correspondem às qualidades concedidas ao construtor da tenda sagrada de reunião, nos dias do profeta Moisés. Notamos isso em Êxodo 31:1-3: “E Jeová continuou a falar a Moisés, dizendo: ‘Vê, eu deveras chamo por nome a Bezalel, filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá. E eu o encherei do espírito de Deus em sabedoria e em entendimento, e em conhecimento, e em toda espécie de artesanato.’” (Também, Êxodo 35:31; veja Zion’s Watch Tower, de 15 de novembro de 1907, páginas 349, 350.) Ora, se Bezalel, construtor do tabernáculo sagrado de adoração, precisava do espírito de Deus em sabedoria, entendimento, conhecimento e artesanato, Jesus, o Messias, certamente precisava destas mesmas qualidades no seu cargo mais responsável de Rei.
17. Que paralelo observa na operação do espírito de Deus sobre Davi e sobre Jesus, depois da respectiva unção deles?
17 Lembramo-nos de que, depois de o profeta Samuel ungir o menino pastor Davi, de Belém, para ser rei-designado de Israel, então, conforme nos diz 1 Samuel 16:13, “o espírito de Jeová começou a tornar-se ativo em Davi daquele dia em diante”. De modo similar, depois da unção de Jesus com a força ativa de Deus, no rio Jordão, o espírito de Deus tornou-se especialmente ativo nele.
18. Apresente exemplos que mostrem que, naquilo que Jesus fazia, havia evidência de que lhe foram concedidos pelo espírito de Deus sabedoria, entendimento e conhecimento especiais.
18 “Ora, Jesus, cheio de espírito santo, afastou-se do Jordão e foi conduzido pelo espírito, lá no ermo, por quarenta dias, sendo tentado pelo Diabo. Outrossim, ele não comeu nada naqueles dias.” Tendo-se-lhe concedido sabedoria, entendimento e conhecimento pelo espírito de Deus, Jesus resistiu com bom êxito às propostas que lhe foram feitas pelo Diabo como tentações. “Jesus voltou então no poder do espírito para a Galiléia. E a boa fama dele espalhou-se por toda a região circunvizinha. Começou também a ensinar nas sinagogas deles, sendo tido em honra por todos.” (Lucas 4:1-15) Na sinagoga de Nazaré, seus anteriores companheiros maravilhavam-se com o que falava e perguntavam: “Onde obteve este homem tal sabedoria e tais obras poderosas? Não é este o filho do carpinteiro?” (Mateus 13:53-55; Marcos 6:1-3) Jesus tinha então capacidades especiais, porque, conforme lhes dissera anteriormente, Deus o ungira com espírito santo para ser o Messias. — Lucas 4:16-22.
19. (a) Como salientaram adicionalmente os apóstolos Pedro e Paulo o efeito que o espírito de Deus tinha sobre o Filho dele? (b) Portanto, em resultado da operação do espírito de Deus, o que aconteceu com aquele que costumava ser um “renovo” nada impressionante?
19 Anos depois da morte, ressurreição e ascensão de Jesus ao céu, o apóstolo Pedro enfatizou o efeito do espírito de Deus sobre seu Filho, dizendo: “Deus o ungiu com espírito santo e poder, e ele percorria o país, fazendo o bem e sarando a todos os oprimidos pelo Diabo; porque Deus estava com ele.” (Atos 10:38) O apóstolo Paulo escreveu com referência ao glorificado Jesus Cristo no céu, ao dizer: “É devido a [Deus] que estais em união com Cristo Jesus, que se tornou para nós sabedoria de Deus.” (1 Coríntios 1:29, 30) As filosofias dos chamados sábios de nossa muito propalada Era do Cérebro não se podem comparar com a faculdade intelectual do glorificado Jesus Cristo, pois, “cuidadosamente ocultos nele se acham todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento”. (Colossenses 2:3, 8) Assim, por estar sobre ele o espírito do Deus Todo-sábio, aquele que começou na terra como nada impressionante ‘renovo saído do tronco de Jessé’ tornou-se o Rei messiânico superior a todos os antigos governantes terrestres, dentro e fora de Israel.
20, 21. Também os seguidores ungidos de Jesus Cristo são chamados de “rebentão” — de quem?
20 Aos olhos de Deus, tudo depende de que procede o “renovo” ou “rebentão” para se ter ou não ter importância e valor. Ser o Servo de Jeová “rebentão” das raízes de Jessé de Belém era de importância vital para Deus. De quem procede o “rebentão”? A resposta a esta pergunta é o que decide as questões. É assim no caso dos seguidores das pisadas do Servo ungido.
21 Visto que o Servo e seus discípulos são membros da organização universal de Deus, de sua figurativa “mulher” ou “esposa”, Deus lhe diz com referência aos membros dela, estes discípulos: “E quanto ao teu povo, todos eles serão justos; por tempo indefinido terão posse da terra, rebentão [nétser] da minha plantação, trabalho das minhas mãos, para eu ser embelezado. O próprio pequeno [tal como um rebentão] tornar-se-á mil e o menor, uma nação forte. Eu mesmo, Jeová, apressarei isso ao seu próprio tempo.” (Isaías 60:21, 22) Por este motivo, nem o Servo, nem seus discípulos fiéis passam a ser “rebentão detestado”, assim como a última dinastia de reis da antiga Babilônia. — Isaías 14:19.
22. Que certeza podemos ter de que o Rei messiânico não será um governante irresponsável, agindo como se não tivesse de prestar contas a alguém superior?
22 Este Rei messiânico não agirá como governante irresponsável para com a família humana, sobre a qual é designado para reinar por mil anos, depois de prender e lançar Satanás, o Diabo, e seus demônios num abismo. (Revelação 20:1-6) O espírito que pousou sobre o Rei age contrário a ele governar como se não tivesse de prestar contas a ninguém superior. O espírito sobre ele não é só o de sabedoria, entendimento, conselho e potência, mas também o de conhecimento e “do temor de Jeová”. Ele teme a Jeová, e tal temor controla o exercício de sua regência messiânica.
23. Como encara ele pessoalmente este “temor de Jeová”?
23 Este “temor de Jeová” não é um incômodo para o Rei, nem interfere na sua ação livre e irrestrita como Rei. Ele gosta de ter tal temor, e lhe é um prazer ver também tal “temor de Jeová” no coração de seu súditos. A profecia de Isaías prossegue: “E deleitar-se-á no temor de Jeová.” (Isaías 11:3) A tradução inglesa de Byington reza: “E ele perfumará pelo temor de Jeová.” A versão da Liga de Estudos Bíblicos reza (11:2): “Ele respira o temor de Javé.” A tradução inglesa de Rotherham reza: “De modo que achará fragrância [tirará fôlego] na reverência de Iavé.” — Margem.
O JUIZ QUE LIVRA OS OPRIMIDOS
24, 25. Conforme descrito adicionalmente por Isaías, que espécie de juiz mostra ser o Rei messiânico?
24 Um juiz que faz as suas decisões no temor de Jeová Deus é alguém de quem se pode depender para se fazer a justiça. As pessoas de inclinações justas, de toda a terra, têm aguardado e ansiado tal juiz. Esta é a espécie de juiz que o Rei messiânico de Jeová vem a ser. Depois de falar sobre o “temor de Jeová”, do Rei, o profeta Isaías prossegue:
25 “E não julgará pelo que meramente parece aos seus olhos, nem repreenderá simplesmente segundo a coisa ouvida pelos seus ouvidos. E terá de julgar com justiça os de condição humilde e terá de dar repreensão com retidão em benefício dos mansos da terra. E terá de golpear a terra com a vara da sua boca; e ao iníquo entregará à morte com o espírito de seus lábios. E a justiça terá de mostrar ser o cinto de seus quadris, e a fidelidade, o cinto de seus lombos.” — Isaías 11:3-5.
26. Como será assegurada a justiça pelo fato de que ele “não julgará pelo que meramente parece aos seus olhos, nem repreenderá simplesmente segundo a coisa ouvida pelos seus ouvidos”?
26 Imagine como será a terra, com um juiz global assim como descrito aqui, o enaltecido Jesus Cristo! Não será possível enganá-lo. Poderá ver atrás da aparência superficial das coisas, através de todo o disfarce. Não se deixará desencaminhar por conversa enganosa, tal como os argumentos especiosos de advogados de defesa. Meras palavras não valerão perante ele; o que valerá é a condição do coração, e ele poderá discerni-la. Não dependerá de jurados compostos de homens e mulheres imperfeitos, para determinar a inocência ou a culpa de quem é julgado. Terá o mesmo espírito que agia no caso do apóstolo cristão Pedro, quando percebeu a aparência e as palavras enganosas dos hipócritas Ananias e Safira, e os informou de que tinham de sofrer a morte por tentarem mentir ao espírito santo de Deus. — Atos 5:1-11; veja Mateus 22:15-22.
27. Como beneficiará seu julgamento “os de condição humilde” e os “mansos da terra”?
27 Este Juiz messiânico é uma dádiva de Deus para os “de condição humilde” e “mansos da terra”. Não tem medo de repreender o opressor dos indefesos sob o atual sistema de coisas. Refutará os argumentos justificativos dos opressores e lhes provará que estão errados e que são injustos. Corrigirá os assuntos, endireitando-os do modo como devem ser. Isto será justo e reto fazer, sem injustiça para com os opressores. Nenhum sindicato do crime florescerá sob o seu reinado; ele esmagará o crime organizado.
28. Quais são a “vara da sua boca” e “o espírito de seus lábios” que o Juiz messiânico dirigirá contra os iníquos?
28 As decisões do Juiz messiânico entrarão em vigor. Não são algo que não se possa fazer valer, algo que possa ser revogado ou anulado por um apelo para um tribunal superior. (João 5:22-24) O que procede de sua boca ao sentenciar o transgressor será igual a uma vara de punição. Será executado sem falta e sem demora. O culpado sentirá isso. O que proceder de entre os seus lábios será como que uma força ativa mortífera, contra a qual os iníquos não terão escudo. Morrerão por causa da operação deste espírito, procedente dentre seus lábios, ao passo que estes proferem a sentença de morte. Não se permitirá mais a iniqüidade; o Rei-Juiz messiânico não está mancomunado com ela.
29. Como virão a ser para ele a justiça e a fidelidade qual cinto, com que efeito para a sua atuação?
29 A qualidade moral que fortalece o Juiz sobre quem pousou o espírito de Jeová é igual a um cinto para seus quadris ou seus lombos. É um cinto de justiça, um cinto de fidelidade. Ele não tem fraqueza quanto a inclinações injustas. O que o domina e motiva é a justiça segundo a norma perfeita de Deus. Ele é fiel ao encargo que recebeu de Jeová Deus. Não conhece nenhum outro proceder senão o de fidelidade a Jeová, o Juiz Supremo. Quando esteve aqui na terra, como homem perfeito, provou sua fidelidade a Deus, embora tivesse de morrer de maneira muito injusta. Lançou assim de volta, na face do Grande Acusador falso, Satanás, a mentira que há muito fora levantada contra os adoradores de Jeová. Satanás, o Diabo, insistira em que o funcionário mais alto de Jeová, seu Filho unigênito, não se mostraria fiel a Deus, se fosse testado até o limite pelo Principal Adversário de Deus, anjos e homens. — Jó 1:1 a 2:5.
30. Quando terminaram os Tempos dos Gentios, contra quem agiu primeiro o Juiz messiânico, e com que resultado?
30 Assim, em vez de ir atrás dos iníquos mais fracos na terra, a “arraia miúda”, o Juiz messiânico foi primeiro atrás do poderoso mais alto de toda a iniqüidade organizada, Satanás, o Diabo. Isto foi o que aconteceu no céu logo depois do nascimento do reino messiânico lá em cima, assim que acabaram os Tempos dos Gentios em 1914 E. C. Sabendo bem onde agir, o empossado Rei messiânico travou guerra contra Satanás, o Diabo, e seus anjos demoníacos. Esta guerra terminou com a expulsão daqueles iníquos dos santos céus. O Rei vitorioso os mantém agora presos na vizinhança de nossa terra. Assim que acabar o “curto período de tempo” para a restrição deles aqui, o Rei messiânico os porá em cadeias e encarcerará num abismo, longe da vizinhança de nossa terra. — Revelação 12:7-13; 20:1-3.
31. Que ação adicional tomará o Rei contra todos os que estiverem fora do paraíso espiritual?
31 Visto que é assim que o Rei temente a Deus trata os cabeças diabólicos de toda a iniqüidade organizada, o que se segue logicamente? Ora, para terminar a questão, o Rei terá de matar na terra os que se endureceram no pecado e se aferraram à organização visível do Diabo. Desta maneira, a ímpia sociedade humana, que está fora do paraíso espiritual dos adoradores de Jeová, sentirá o golpe recebido pela “vara” da boca judicial dele. Seu decreto de punição será executado neles. Sua própria justiça intrínseca o fortalecerá, igual a um cinto, para fazer isso. Sua fidelidade ao Deus da justiça o sustentará, igual a um cinto, ao fazer isso.
32. (a) Que efeito terá essa ação sobre os que agora estão dentro do paraíso espiritual? (b) Mesmo já agora, o que fazem pessoalmente para embelezar seu paraíso espiritual?
32 Tal ação corajosa contra toda a iniqüidade organizada, no céu e na terra, significará grande alívio para os adoradores de Jeová, que agora usufruem o favor e a proteção dele no seu paraíso espiritual. São gratos a ele, por prover tal Rei justo sobre seu paraíso espiritual. Procuram cultivar cada vez mais em si mesmos as qualidades evidenciadas do espírito de Deus que pousou sobre este Rei messiânico. Assim embelezam seu paraíso espiritual.