Tiremos o último proveito do “ano de boa vontade”
“Enviou-me . . . para proclamar o ano de boa vontade da parte de Jeová e o dia de vingança da parte de nosso Deus; para consolar a todos os que pranteiam.” — Isa. 61:1, 2.
1. Em que sentido é desejável ter a boa vontade de alguém?
BOA VONTADE da parte de alguém é algo que todos desejamos gozar, especialmente a boa vontade de alguém que nos pode ajudar e fazer o bem. O antigo provérbio do sábio Rei Salomão ainda é veraz hoje em dia: “Na luz da face do rei há vida, e sua boa vontade é como a nuvem da chuva primaveril.” — Pro. 10:1; 16:15.
2. Como se pode demonstrar que não há nenhuma boa vontade da parte das forças dos elementos da “natureza”?
2 Não se pode esperar boa vontade da parte das forças dos elementos da “natureza”, pois se trata de forças cegas, ininteligentes e indiferentes. Operam segundo certas leis estabelecidas para elas por uma Inteligência invisível. Assim é que certas condições na atmosfera dão origem ao furacão que zomba dos controles e da direção humanos, e que assola e arrasa um trecho de terra, abatendo impiedosamente homens, animais, propriedades e plantas. Inundações, resultantes de chuvas excessivas ou do degelo de grandes acúmulos de neve, avançam como lençóis ou em canais para aumentar o nível dos córregos e dos rios, assolando e inundando as regiões baixas e arrasando tudo, o animado e o inanimado, no seu caminho. Os terremotos naturais, tremendos em poder, sacodem edifícios grandes construídos pelo homem ou causam grandes fendas no solo, pondo em perigo as criaturas viventes na vizinhança. Correntes de partículas radioativas procedentes das protuberâncias ardentes na superfície do sol avançam silenciosa e velozmente no seu caminho para a terra, e os homens forçosamente sentem os maus efeitos delas. Não, não há boa vontade da parte das forças dos elementos.
3. A boa vontade de quem importa para nós, e, portanto, o que pesquisam as pessoas refletivas?
3 Mas, que dizer do Criador destas forças naturais? Para o nosso consolo, pode haver boa vontade da sua parte. Ele é inteligente e possui qualidades de moral, e todos nós dependemos dele. Portanto, o que importa para nós é termos a Sua boa vontade. Ao chegarem a reconhecer este fato vital, as pessoas refletivas são induzidas a pesquisar como podem obter a boa vontade deste Criador todo-poderoso do universo, sim, de nosso próprio Criador.
4. (a) Por que se interessam as pessoas de mentalidade correta no “ano de boa vontade” da parte do Criador? (b) Em que reside a verdadeira sabedoria, e por quê?
4 Se tivermos a mentalidade correta, estaremos interessados num “ano de boa vontade” da parte deste Criador, anunciado na antiguidade. A expressão “ano” evidentemente é representativa de um período limitado de tempo, assim como qualquer ano calendar. Isto indica que a boa vontade que assinala este ano especial é também limitada. Depois de terminar o “ano”, pode-se esperar algo oposto à boa vontade. O quê? A execução da justiça, sem misericórdia, nos que desprezaram a boa vontade divina. A história registrada já provou isto como sendo assim. É agora iminente um “ato de Deus” universal, não na forma de meros furacões, inundações ou terremotos locais. É um ato da vontade e da direção pessoal de Deus, o Criador, e todos os habitantes da terra inteira estão em perigo por causa disso. Termos a boa vontade de Deus durante a operação de seu “ato” pode significar para nós vida e sobrevivência. Desejamos isso? Há verdadeira sabedoria em procurarmos agora Sua boa vontade.
5. A que período de tempo se refere o “ano de boa vontade” e por quanto tempo dura esta boa vontade?
5 Não, o “ano de boa vontade” não significa o ano de 1970 ou de 1971. No que se refere ao ano de 1971, o “ano de boa vontade” inclui este segundo ano da década de 1970. Mas o crítico “ano de boa vontade” já dura por mais de trezentos e sessenta e cinco dias, já por muitos anos. É um ano simbólico e representa realmente um tempo muito mais longo do que um ano solar ou lunar. Tal ano literal acaba por fim, e por isso não se pode relegar com indiferença este simbólico “ano de boa vontade”, pensando-se que prosseguiria indefinidamente — quem sabe por quanto tempo? Igual a um ano literal, é um período marcado e calculado de tempo, tendo princípio e fim. Todos os indícios indicam que o “ano de boa vontade” se aproxima de seu fim! Quando esta boa vontade terminar junto com o “ano”, então cuidado!
O TÍPICO “ANO DE BOA VONTADE”
6, 7. (a) Quem trouxe a atenção o “ano de boa vontade” nestes termos específicos? (b) Que vindouro consolo foi este inspirado a predizer, e por quê?
6 Quem foi que primeiro trouxe à nossa atenção este “ano de boa vontade”, nestes termos específicos? Foi um homem casado, pai de dois ou três filhos, que viveu no oitavo século antes de nossa Era Comum. Seu nome era Isaías, nome que segundo a Concordância Exaustiva da Bíblia, de Strong (em inglês), significa “Já [ou: Jeová] Salvou”. Ele é personagem histórico mencionado nos livros de história, além de no seu próprio livro de profecia. (2 Reis 19:2 a 20:19; 2 Crô. 26:22; 32:20, 32) Foi ele o profeta que teve uma visão de Jeová Deus no seu templo em Jerusalém, e que, em resposta à pergunta de Jeová: “A quem enviarei e quem irá por nós,” respondeu: “Eis-me aqui! Envia-me.” Ele foi enviado para transmitir uma mensagem de Jeová Deus a respeito da vindoura desolação de Jerusalém e da terra de Judá (Judéia). Quando esta desolação ocorresse, causaria realmente pranto entre os verdadeiros adoradores de Jeová Deus, que amavam a terra de Seu povo e a cidade santa, onde se encontrava o templo de Sua adoração. (Isa. 6:1-13) Mas Jeová Deus usou Isaías para predizer um vindouro consolo para tais enlutados, inspirando-o a proclamar:
7 “‘Consolai, consolai meu povo’, diz o vosso Deus. ‘Falai ao coração de Jerusalém e clamai para ela que foi cumprido seu serviço militar, que o erro dela foi saldado [que foi aceito sua punição, Rotherham; que tem sido aceito a sua punição, Young]. Pois ela recebeu da mão de Jeová o pleno montante por todos os seus pecados.”’ — Isa. 40:1, 2.
8. Segundo Isaías 61:1-4, o profeta foi inspirado a falar como quem, e o que disse ele?
8 Mais tarde, sob inspiração adicional, o profeta Isaías falou como se fosse o Ungido do Deus Altíssimo, dizendo: “O espírito do Senhor Jeová está sobre mim, visto que Jeová me ungiu para anunciar boas novas aos mansos. Enviou-me para pensar os quebrantados de coração, para proclamar liberdade aos que foram levados cativos e ampla abertura dos olhos aos próprios presos; para proclamar o ano de boa vontade da parte de Jeová e o dia de vingança da parte de nosso Deus; para consolar a todos os que pranteiam; para designar aos que pranteiam por Sião, para dar-lhes uma cobertura para a cabeça em lugar de cinzas, o óleo de exultação em vez de luto, o manto de louvor em vez de um espírito desanimado; e terão de ser chamados de grandes árvores de justiça, plantação de Jeová, para ele ser embelezado. E eles terão de reconstruir os lugares há muito devastados.” — Isa. 61:1-4.
9. (a) Que temas incluíam as “boas novas”? (b) Como verte a tradução grega (LXX) a parte sobre o “ano” e o “dia”?
9 Não eram estas “boas novas” a ser contadas aos mansos e aos que pranteavam? E estas boas novas incluíam o “ano de boa vontade da parte de Jeová”. Até mesmo a vinda do “dia de vingança da parte de nosso Deus” contra os desoladores e devastadores de Sião ou Jerusalém seria boas novas para os pranteadores, por causa do que os inimigos tinham feito ao centro da adoração de Jeová. Anos antes de nossa Era Comum, quando os judeus de língua grega de Alexandria, no Egito, traduziram aquelas palavras a respeito do “ano de boa vontade”, eles verteram o versículo em grego, dizendo: “para proclamar um ano aceitável [de Jeová] e um dia de retribuição. Para consolar a todos os que pranteiam.” — Isa. 61:2, LXX, Thomson.
10. (a) Como foi isto fraseado pelos tradutores judaicos para mostrar de que espécie de ano se tratava? (b) No entanto, que outra idéia ainda incluiria isso em harmonia com o texto hebraico?
10 Portanto, aqueles judeus compreendiam que as palavras hebraicas de Isaías falavam sobre de que espécie de “ano” se tratava, de “um ano aceitável”, em vez de se falar da atitude de Jeová, da “boa vontade da parte de Jeová”. Para aqueles tradutores judaicos, era um “ano aceitável” para Jeová, ano que achava favor aos seus olhos. Contudo, mesmo isto sugere que se tratava de um ano “aceitável” para Jeová, para se fazer algo favorável, especialmente por se contrastar “um ano aceitável” com “um dia de retribuição”. Portanto, “um ano aceitável” incluiria a idéia de que se tratava de um tempo de Jeová mostrar boa vontade ou favor (graça). É seu “ano de aceitação”, em que está disposto a aceitar ou receber. (Rotherham) Ao observarmos em que este “ano” simbólico resulta na história real, poderemos avaliar o sentido pleno e correto dele. Portanto, vejamos a história do assunto e a sua aplicação aos nossos tempos!
COMEÇO DA PROCLAMAÇÃO DO “ANO”
11. (a) Quem foi o enviado desde o céu que podia melhor descrever a atitude de Jeová para com aquele “ano”? (b) Como recebeu ele um nome terreno e de que modo corresponde este ao nome do dador da profecia?
11 Quando chegou o tempo devido de Deus, “quando chegou o pleno limite do tempo”, Jeová Deus enviou seu próprio Filho amado do céu para a terra “para proclamar o ano de boa vontade da parte de Jeová”. (Gál. 4:4) Quem, senão este Filho do céu, poderia descrever melhor a atitude de seu Pai durante este “ano” simbólico? Quando este Filho esteve na terra, recebeu um nome que corresponde bem ao nome do profeta que proferiu a profecia a respeito do Ungido. Segundo a ordem de Deus à sua mãe terrestre, recebeu o nome de “Jesus”. Esta forma abreviada do nome Jeosué significa “Jeová Salvou”, ao passo que Isaías significa “Salvado Tem Já (ou: Jeová)”. Em harmonia com isto, o profeta Isaías foi em diversos casos tipo ou figura profética de Jesus o Messias ou Cristo. — Luc. 1:30-33; Mat. 1:20, 21.
12, 13. (a) O que era necessário para Jesus se tornar o Messias e proclamar oficialmente o “ano”? (b) À base de que sabia Jesus, após o seu batismo, que tinha a boa vontade de Jeová, em harmonia com que profecia?
12 Visto que a profecia de Isaías dizia: “O espírito do Senhor Jeová está sobre mim, visto que Jeová me ungiu”, Jesus tinha de ser ungido com o espírito de Jeová antes de realmente ser o Messias ou Cristo, ou o Ungido, e antes de poder oficialmente “proclamar o ano de boa vontade da parte de Jeová”. Ele foi assim ungido com o espírito de Jeová depois de João batizá-lo em água e ele subir das águas batismais do rio Jordão. A descida do espírito de Jeová sobre o batizado Jesus foi simbolizada visivelmente a João Batista pelo aparecimento milagroso de uma pomba, que veio a pousar sobre Jesus. Além disso, João ouviu a voz de Deus do céu dizer: “Este é meu Filho, o amado, a quem tenho aprovado [ou: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo, Almeida].” (Mat. 3:11-17; João 1:32-34) Jesus sabia então positivamente que tinha a boa vontade ou o favor de Jeová, assim como foi predito em Isaías 42:1:
13 “Eis meu servo a quem estou segurando! Meu escolhido, a quem a minha alma tem aprovado [minha alma aceitou, Young]! Pus nele o meu espírito. Justiça para as nações é o que ele produzirá.”
14, 15. (a) De que dependia, então, Jesus continuar a ter a boa vontade de Jeová? (b) Como explicou Jesus ao povo de Nazaré que não era mais o carpinteiro entre eles?
14 Jesus sabia que, para ele continuar a ter a boa vontade ou o favor de Jeová, tinha de cumprir a comissão para a qual tinha sido ungido, conforme declarada em Isaías 61:1-3. Ele reconheceu a sua unção como o Cristo e também a comissão divina que acompanhava a sua unção. Reconheceu isto publicamente em Nazaré, onde havia atingido os trinta anos de idade, e por isso explicou ao povo de Nazaré por que não continuava mais a ser carpinteiro entre eles, já por mais de seis meses. Lemos sobre isso:
15 “E ele chegou a Nazaré, onde tinha sido criado; e, segundo o seu costume no dia de sábado, entrou na sinagoga e levantou-se para ler. Foi-lhe assim entregue o rolo do profeta Isaías, e ele abriu o rolo e achou o lugar onde estava escrito: ‘O espírito de Jeová está sobre mim, porque me ungiu para declarar boas novas aos pobres, enviou-me para pregar livramento aos cativos e recuperação da vista aos cegos, para mandar embora os esmagados, com livramento, para pregar o ano aceitável de Jeová.’ Com isto enrolou o rolo, entregou-o de volta ao assistente e se assentou; e os olhos de todos na sinagoga estavam atentamente fixos nele. Principiou então a dizer-lhes: ‘Hoje se cumpriu esta escritura que acabais de ouvir.”’ — Luc. 4:16-21; Mat. 2:21-23; 4:12, 13.
16, 17. (a) Em que língua, evidentemente, leu Jesus Isaías 61:1, 2, mas em que língua coloca Lucas a leitura? (b) Portanto, em que período de tempo viviam aqueles nazarenos, mas aproveitaram-se dele?
16 Sem dúvida, Jesus leu as palavras de Isaías 61:1, 2, no original hebraico, e por isso leu sobre o “ano de boa vontade da parte de Jeová” ou “um ano de graças [favor] da parte do Senhor”. (Centro Bíblico Católico; Moffatt; Liga de Estudos Bíblicos, também em Lucas 4:19.) Mas o historiador Lucas, escrevendo em grego, citou as palavras lidas por Jesus conforme traduzidas na Versão dos Setenta (LXX), grega, de modo que se apresenta Jesus como lendo sobre o “ano aceitável de Jeová”.
17 Em qualquer caso, ali em Nazaré Jesus tornou conhecido a sua comissão divina, da parte de Jeová, de pregar ou proclamar este “ano” especial, tanto como um “ano aceitável” e como “ano de boa vontade”, ou de graça ou favor da parte de Jeová. Visto que ele disse àqueles nazarenos: “Hoje se cumpriu esta escritura que acabais de ouvir”, significava que este “ano” marcado já havia começado, que aqueles nazarenos viviam então nele. Aproveitar-se-iam dele? Parece que não, se significa alguma coisa que logo depois o retiraram de sua sinagoga e procuraram matá-lo. (Luc. 4:22-30) Não eram um bom exemplo para nós hoje.
18. De que modo passou um restante de Judeus fiéis pelo “ano de boa vontade da parte de Jeová”, lá em 537 A. E. C.?
18 Então, de que modo havia começado o “ano aceitável” ou “ano de boa vontade”, e quando terminaria?
Não foram Jerusalém e seu templo construído por Salomão destruídos no ano 607 A. E. C., ou mais de cem anos depois da profecia de Isaías em Isaías 61:1-3? Sim, é verdade, e a cidade, bem como a terra de Judá, haviam ficado desoladas e devastadas por setenta anos, até o ano 537 A. E. C., quando os judeus fiéis, cativos em Babilônia, foram soltos e retornaram à terra de Judá, começando a reconstruir Jerusalém e seu templo. E então, quando Jesus foi batizado e ungido, haviam passado sessenta e nove “semanas” de anos, ou 483 anos, desde que o governador judeu Neemias, filho de Hacalias, havia começado a consertar as muralhas da reconstruída Jerusalém. (Dan. 9:24-27) Portanto, não passaram aqueles judeus restabelecidos pelo “ano de boa vontade da parte de Jeová”, lá naquele tempo, por ocasião da reconstrução de Jerusalém, e não foram os pranteadores consolados com a reconstrução do templo na cidade santa? Sim, mas apenas de modo típico.
19. (a) Que coisa vital faltava lá em 537 A. E. C.? (b) A própria presença de quem, na terra, era grande evidência da boa vontade de Jeová, e por causa de que pranteavam os adoradores cativos?
19 E aquele foi deveras um período da boa vontade ou do favor de Jeová e de enorme consolo para os adoradores que pranteavam. Mas a coisa vital que faltava era a presença do predito Proclamador Ungido, Daquele que estava autorizado a indicar Isaías 61:1-3 e a falar disso como se cumprindo Nele! O batizado Jesus, ungido não com mero óleo vegetal, mas com o espírito de Jeová, foi o primeiro a satisfazer plenamente os requisitos da profecia, e por isso era o primeiro que podia “proclamar o ano de boa vontade da parte de Jeová”. Que evidência maior da boa vontade, da graça ou do favor de Jeová poderia haver naquele tempo do que a própria presença do Filho ungido de Deus na terra, para os judeus que o aceitassem como o Messias divinamente prometido! Havia então também a necessidade de se pregarem as boas novas aos mansos, e Jesus Cristo possuía tais boas novas e pregava as boas novas do reino de Deus. Havia necessidade de consolar os adoradores tristes, que pranteavam não por causa da desolação de Jerusalém e do templo, mas por causa do estado arruinado da adoração pura de Jeová. Havia cativos a serem libertos, não da antiga Babilônia, mas de um sistema religioso corruto.
20. (a) Em vez de se cuidar de seu bem-estar material, de que se havia de cuidar em cumprimento de Isaías 61:1-3 para com o povo de Jeová? (b) Qual era o objetivo disso quanto a este e quanto a Deus?
20 O bem-estar material do próprio povo de Jesus não era a coisa essencial a exigir o cumprimento de Isaías 61:1-3. O que foi especificado na comissão dada ali ao ungido de Jeová devia cumprir-se de modo espiritual. Era preciso que a boa vontade de Jeová se expressasse em prover algo mais essencial do que coisas materiais. O que Jeová oferecia ao seu povo escolhido, mediante seu Filho ungido, Jesus, não era a libertação da antiga Babilônia assim como no ano 537 A. E. C., mas o livramento de cativos da escravidão religiosa, opressiva. O que Jeová, no seu favor, apresentava mediante o sacrifício de seu Filho Jesus Cristo não era a libertação da sujeição ao Império Romano pagão, mas o livramento da sujeição ao pecado e à sua penalidade, a morte. Essas eram as coisas reais pelas quais se devia cessar de prantear, e se devia ser alegre e louvar a Jeová como Deus. Assim poderiam produzir os frutos da justiça, iguais a árvores grandes, plantadas por Jeová, para ele ser embelezado na vida frutífera destas pessoas libertas e piedosas.
21. (a) Quem tirou proveito do “ano de boa vontade da parte de Jeová”, mediante o Messias? (b) Que obra se lhes comissionou a partir de Pentecostes de 33 E. C.?
21 Quem obteve o benefício daquela “boa vontade da parte de Jeová”? Não a nação judaica, embora a oportunidade lhe fosse franqueada para se aproveitar dela; mas os realmente “mansos”, os pranteadores religiosos, aqueles que sentiam o cativeiro ao sistema religioso falso, os que se tornaram seguidores batizados do Ungido de Jeová, Jesus. Estes foram os que também receberam a unção com o espírito de Deus, assim como seu Chefe e Líder espiritual, Jesus, havia recebido. Foram assim comissionados, iguais a ele, a participar na proclamação das boas novas a outros mansos e a causar o livramento dos cativos cegos da religião falsa, e a consolar os que pranteavam por causa da falta da bênção de Deus. O dia de Pentecostes do ano 33 E. C., com seu derramamento do espírito santo sobre os seguidores de Jesus reunidos em Jerusalém forneceu evidência milagrosa de que Jeová tinha boa vontade ou favor para com eles, não para com a nação incrédula e justa aos seus próprios olhos. — Atos 1:12 a 2:47.
“O DIA DE VINGANÇA DA PARTE DE NOSSO DEUS”
22. (a) Por que estavam os seguidores ungidos de Jesus ansiosos de proclamar o “ano de boa vontade”? (b) A que duração de tempo se podia limitar esta boa vontade, e para fazer o que tinham as pessoas em perigo um motivo?
22 Aqueles fiéis seguidores ungidos de Jesus, o Messias, estavam muito ansiosos de proclamar o “ano de boa vontade da parte de Jeová”. Sabiam também que vinha “o dia de vingança da parte de nosso Deus”, e que isto significava que o “ano de boa vontade” era limitado e teria fim, sim, dentro de sua geração! Havia verdadeiro discernimento do período limitado de tempo quando Jesus descreveu a destruição de Jerusalém em 70 E. C. e acrescentou: “Esta geração de modo algum passará até que todas estas coisas ocorram.” (Mat. 24:34) Apreço similar do tempo limitado disponível foi expresso quando Pedro, o apóstolo, disse a mais de três mil observadores judeus do derramamento do espírito santo no dia de Pentecostes: “Sede salvos desta geração pervertida” (Atos 2:37-40) Concordemente, a duração do “ano de boa vontade” podia ser limitada à duração de uma geração humana, e isto faria que o “ano” não fosse muito longo. Isto oferece tanto mais motivo para as pessoas em perigo se aproveitarem sem demora do “ano de boa vontade”. A demora pode ser fatal!
23. (a) O fim da boa vontade de Jeová significa o início de que, segundo a profecia de Jesus em Lucas 21:22, 23? (b) De acordo com isso, o que disse Paulo sobre os perseguidores judeus?
23 A cessação da boa vontade de Deus só podia significar o começo de seu furor. Quando Jesus falou profeticamente sobre o sítio de Jerusalém e a destruição dela pelas legiões romanas, em 70 E. C., ele disse: “Estes são dias para se executar a justiça, para que se cumpram todas as coisas escritas. . . . Porque haverá grande necessidade na terra e furor sobre este povo.” (Luc. 21:22, 23) Jesus cumpriu assim a sua comissão como Ungido de Jeová, de “proclamar . . . o dia de vingança da parte de nosso Deus”. Tratava-se da vingança de Deus contra os que se negaram a aproveitar seu “ano de boa vontade”. Por não escolherem obter a boa vontade e o favor de Deus, do seu modo amoroso, fizeram coisas para aumentar tanto mais a inimizade Dele para com eles. O apóstolo Paulo disse a respeito dos perseguidores judaicos: “Tentam impedir-nos de falar a pessoas das nações para que essas se salvem, com o resultado de que sempre enchem a medida de seus pecados. Mas, por fim veio sobre eles o furor dele.” (1 Tes. 2:16) Portanto, os que hipocritamente pretendiam ser o povo escolhido dele foram os que pereceram no “dia de vingança” da parte de Deus.
24. Como se refletia a atitude de Deus durante o “ano de boa vontade” naquilo que Paulo escreveu em Romanos 10:1-4?
24 Durante o “ano de boa vontade” de Deus, a atitude dele para com a nação de Israel se refletia naquela do apóstolo judeu-cristão Paulo, quando escreveu: “Irmãos, a boa vontade do meu coração e as minhas súplicas por eles a Deus são, deveras, para a salvação deles. Pois eu lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas não segundo o conhecimento exato. Pois, por não conhecerem a justiça de Deus, mas buscarem estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à justiça de Deus. Porque Cristo é o fim da Lei, para que todo aquele que exercer fé possa ter justiça.” — Rom. 10:1-4.
25. Qual foi a reação dos judeus em Antioquia da Pisídia diante da demonstração de cordial boa vontade por parte de Paulo?
25 Mas, embora o apóstolo Paulo demonstrasse a boa vontade de seu coração para com a sua própria nação, não a encontrou disposta a aceitar a mensagem de salvação, assim como lhe aconteceu em Antioquia da Pisídia, sobre o que lemos: “Quando os judeus chegaram a ver as multidões, ficaram cheios de ciúme e começaram a contradizer de modo blasfemo as coisas faladas por Paulo. E assim, falando com denodo, Paulo e Barnabé disseram: ‘Era necessário que a palavra de Deus fosse falada primeiro a vós. Visto que a repelis e não vos julgais dignos da vida eterna, eis que nos voltamos para as nações.”’ (Atos 13:45, 46) É possível que alguns daqueles judeus opositores fossem à celebração da Páscoa em Jerusalém, em 70 E. C., para acabar perecendo ali.
26. Como se compara o “dia de vingança” com o “ano de boa vontade” quanto a duração, em correlação com um dia calendar e um ano calendar?
26 Assim como se dá na comparação de um dia com um ano, o “dia de vingança”, na primavera e no verão do ano 70 E. C., foi curto em comparação com os quarenta anos do período de boa vontade, desde o aparecimento do Messias, no ano 29 E. C., até o começo do sítio de Jerusalém em 70 E. C. Todavia, aquele período mais longo da boa vontade divina não terminou acidentalmente, mas no tempo marcado por Deus. Seu “ano de boa vontade” era mais comprido do que o tempo da execução de sua vingança, o que demonstra quão paciente e longânime ele é.
27. Visto que nos aproximamos do fim de que período, não podemos deixar de agir de que modo agora para com a paciência e a indulgência de Deus?
27 Visto que Deus se apega ao seu tempo designado para expressar a sua vingança, não podemos brincar com a sua paciência e longanimidade. Devemos aproveitá-las em harmonia com o propósito pelo qual as demonstra, a saber, nossa salvação. Temos para com nós mesmos o dever de considerar a pergunta feita pelo apóstolo Paulo aos romanos que professavam ser cristãos: “Desprezas as riquezas de sua benignidade, e indulgência, e longanimidade, por não saberes que a qualidade benévola de Deus está tentando levar-te ao arrependimento?” (Rom. 2:4) É urgente que decidamos e atuemos agora com relação a esta questão, pois nos aproximamos hoje do fim do “ano de boa vontade” de Jeová.
[Foto na página 332]
Em Nazaré, Jesus leu Isaías 61:1, 2, tornando conhecida sua comissão de proclamar o “ano de boa vontade da parte de Jeová”.