‘Está próximo o Reino’ — quando?
1, 2. (a) Qual é a coisa de importância primordial para os cristãos, e por quê? (b) Que perguntas surgem quanto ao Reino? (c) Quando foi ouvida pela primeira vez a proclamação: ‘Está próximo o Reino’?
O REINO de Deus sempre foi de importância primordial para os cristãos. Os servos pré-cristãos de Deus também aguardavam o Reino. Em realidade, o Reino é o tema de toda a Bíblia, pois é o reino de Deus que santificará o nome de Jeová e trará paz e bênçãos à humanidade. Jesus falou com freqüência sobre o Reino; destacou-o e expressou muitas parábolas a respeito do Reino. Nos quatro Evangelhos, a palavra “reino” aparece mais de cento e dez vezes. A vinda do Reino, por conseguinte, é de importância transcendental. Traz à proeminência as perguntas: Quando é que o reino estará próximo? e: O que deve significar para nós o anúncio: ‘Está próximo o Reino’?
2 A primeira vez que tal proclamação foi ouvida foi por uma multidão de judeus, próximo do Rio Jordão, em 29 E. C. Muitos haviam vindo ouvir o poderoso pregador destas novas. Era João, filho do sacerdote Zacarias, que viera em cumprimento da profecia de Isaías 40:3: “Escutai! Alguém está clamando no deserto: ‘Limpai o caminho de Jeová! Tornai reta a estrada para o nosso Deus através da planície deserta.” O tema da mensagem de João era: “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céos.” — Mat. 3:2, VB; Luc. 1:5, 13.
O QUE ISSO SIGNIFICOU NO PRIMEIRO SÉCULO
3. (a) Será que a proclamação “Está próximo o reino dos céos” se limitou a João Batista e seus discípulos? Expliquem. (b) Como foi a unção de Jesus superior à dos seus reis companheiros da linhagem de Davi? (c) Como se podia dizer então que o Reino estava próximo?
3 Devia esta proclamação limitar-se ao ministério de João e seus discípulos? Não, pois cerca de seis meses depois de começar o ministério de João, eis que se aproximou dele, para ser batizada uma pessoa da realeza, a respeito de quem o anjo Gabriel dissera, antes do nascimento dela: “Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; e Jeová Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai, e ele reinará sobre a casa de Jacó para sempre, e não haverá fim do seu reino.” (Luc. 1:32, 33) Algo de maravilhoso ocorreu em seu batismo feito por João. O registro reza: “Desceu sobre ele o espírito santo, em forma corpórea, semelhante a uma pomba, e uma voz saiu do céu: ‘Tu és meu Filho, o amado; eu te tenho aprovado.’ (Luc. 3:22) Os sacerdotes terrestres de carne e sangue haviam ungido seus anteriores reis companheiros da linhagem de Davi com óleo de composição especial, mas, foi o próprio Jeová desde os céus quem ungiu Este que levou o nome terrestre de Jesus. (Heb. 1:9) E foi com algo que deu poder e autoridade infinitamente maiores — o espírito santo de Deus. Aqui Jesus se tornou o Messias ou Cristo há muito esperado, o Ungido de Deus. Ele se tornou o rei designado do reino de Deus. Era o rei de Jeová no meio deles. Ele, como Rei, estava presente, o reino dos céus no meio deles! O Filho de Deus, em sua majestade real como o rei e representante de Jeová, tinha pleno direito ao título Emanuel, significando “Conosco Está Deus”. Os homens podiam conversar em realidade com o rei de Deus e ver e ouvir os princípios e os requisitos do reino.
A PRINCIPAL DAS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ
4, 5. (a) Que importante obrigação tinha Jesus em virtude do seu nascimento e também de sua unção, e por quê? (b) Que exemplo estabeleceu Jesus para nós, como testemunhas de Jeová?
4 Jesus foi ungido, não só para ser Rei, mas também para pregar. Visto que o propósito primordial do Reino é santificar o nome de Jeová, seu rei tem de ser testemunha de Jeová. Como rei designado, Jesus tem de passar a prova de integridade para se provar apto para a realeza celestial. Jesus nascera na nação de Israel ou Jacó, da qual dissera o profeta Isaías: “Isto é o que Jeová diz, teu Criador, ó Jacó, e teu Formador, ó Israel: . . . ‘Vós sois as minhas testemunhas’, é o proferimento de Jeová, ‘sim, meu servo, a quem escolhi, . . . Portanto, vós sois as minhas testemunhas’, é o proferimento de Jeová, ‘e eu sou Deus:” (Isa. 43:1, 10-12) Jesus sabia que nascera sob a obrigação de ser testemunha e também que fora ungido com o espírito de Deus para proclamar o ano de boa vontade da parte de Jeová e o dia da vingança da parte de nosso Deus. — Isa. 61:1, 2; Luc. 4:19.
5 Jesus provou-se a maior testemunha de Jeová e eminentemente apto qual rei. Diante de Pôncio Pilatos, fez a excelente declaração pública: “Para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade.” (João 18:37; 1 Tim. 6:13) O apóstolo João, que estava perto de Jesus por ocasião da morte deste na estaca de tortura, escreve sobre ele como “Jesus Cristo, ‘a Testemunha Fiel’, ‘o primogênito dentre os mortos’ e ‘o Governante dos reis da terra”‘. De toda forma, foi exemplo para seus seguidores as testemunhas de Jeová da atualidade. — Rev. 1:5; 3:14.
6. (a) Com que proclamação iniciou Jesus o seu ministério? (b) Que recompensa, além da vida imortal, foi oferecida a Jesus pelo seu Pai? (c) Como é que Jesus fazia a obra do Reino quando estava na terra? (d) Descrevam as similaridades de estrutura do Israel natural e do Israel espiritual.
6 Depois de passar por uma prova escrutinadora de integridade no deserto, Jesus voltou a Cafarnaum e iniciou seu ministério com as mesmas palavras com que João iniciara o dele, a saber: “Arrependei-vos, pois o reino dos céus se tem aproximado.” (Ou, “está próximo”, VB; Mat. 4:17) Como recompensa do proceder fiel de ser testemunha até à morte, Jeová prometera uma recompensa a Jesus Cristo. Esta recompensa seria uma noiva, não uma mulher terrestre qual esposa, mas, uma noiva espiritual, um grupo seleto de seguidores que, semelhantes a ele, seriam testemunhas fiéis até ao ponto de uma morte sacrificial, morte do tipo da de Jesus. (João 3:29; Rom. 6:3) Dentre todos os que vieram a ele e o seguiram para ser membros prospectivos da noiva, Jesus escolheu doze para ser apóstolos. A estes, treinou e enviou a pregar: “O reino dos céus se tem aproximado.” (Mat. 10:1-7; Mar. 3:14-19; Luc. 6:13-16) Assim, além de Jesus dar testemunho do nome de Jeová, também fazia a obra do Reino, a obra de desenvolver o Reino, pois ensinava e treinava aqueles que estariam associados com ele em seu reino. Seus doze apóstolos correspondiam aos doze filhos do patriarca Jacó, de quem descenderam as doze tribos de Israel. (Gên. 49:28) De maneira semelhante, a nova congregação cristã, conhecida como o Israel espiritual, que eventualmente seria a organização do Reino, devia-se apoiar nos doze apóstolos do Cordeiro como pedras de alicerce, mas todas as pedras apostólicas de alicerce se apoiavam na Principal Pedra de Alicerce o Messias, Jesus Cristo. — Efé. 2:20; Lev. 21:2, 9, 10, 14.
O REI DE SIÃO LHE É APRESENTADO
7, 8. (a) Como sendo o que tinha Jesus de ser apresentado a Israel? (b) Como é que a profecia predissera o tempo para o fim do ministério terrestre de Jesus, e o que deveria acontecer nesse tempo? (c) O que havia de especialmente importante a respeito da Páscoa de 33 E. C.?
7 Além de ser testemunha do Reino, Jesus Cristo tinha de ser apresentado oficialmente a Sião como o Rei dela. A profecia de Zacarias 9:9 tinha de ser cumprida, profecia que dizia: “Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém: eis que o teu rei virá a ti, justo e Salvador [salvo, NM], pobre, e montado sobre um jumento, sobre um asninho, filho de jumenta.” (Al) Jesus serviu qual maior testemunha de Jeová na terra durante três anos e meio, e, ao se aproximar o fim do seu ministério, acercou-se a metade da setuagésima semana de anos, conforme predito em Daniel 9:26, 27. Esta profecia predissera que seria cortado qual sacrifício humano a Deus, fazendo que deixassem de ter real valor os sacrifícios e as ofertas de animais no templo de Jerusalém. Jesus se tornaria, conforme apontado por João, “o Cordeiro de Deus, que tira, o pecado do mundo”, um sacrifício feito, não no altar de Jerusalém, mas no grande arranjo qual altar, de Deus. — Heb. 13:10; 1 Ped. 1:19.
8 A metade da setuagésima semana dá profecia de Daniel chegou por ocasião da Páscoa de 33 E. C. Jesus, qual varão judeu fiel, tinha de assistir à celebração da Páscoa em Jerusalém. Jesus estivera antes muitas vezes em Jerusalém. Quando tinha quarenta dias de vida, foi levado ao templo por ocasião da cerimônia de purificação de sua mãe, Maria, segundo a Lei. (Luc. 2:21-38; Lev. 12:1-4) Desde então, fizera muitas outras visitas a Jerusalém. Uma visita notável se deu em 32 E. C., para observar a festa dos tabernáculos, não abertamente, mas em segredo, pois até mesmo então os judeus procuravam matá-lo, quando ainda não chegara a ocasião para ele morrer. (João 7:1-13) Esta ocasião não poderia chegar até que ele se oferecesse como Rei. Nesta Páscoa, de 14 de nisã de 33 E. C. era a ocasião para ser feito seu sacrifício.
9. De que maneira se apresentara Salomão a Sião qual rei?
9 Mil anos antes, quando o Rei Salomão se apresentou a Sião qual rei dela, cavalgou numa jumenta de seu pai, o Rei Davi, e foi acolhido pelo povo com grande regozijo. O apóstolo Mateus e seu co-apóstolo, João, descrevem a apresentação de Jesus Cristo, o Salomão Maior, qual rei de Sião:
10-12. (a) Que obra preparatória fizeram os discípulos de Jesus para a sua entrada qual Rei? (b) Como é que Jesus foi recebido pelas multidões, segundo o relato de Mateus? (c) O que diz o apóstolo João a respeito da apresentação de Jesus qual Rei e o efeito que isso teve sobre os seus discípulos?
10 “Quando se aproximavam de Jerusalém, e chegaram a Betfagé, no Monte das Oliveiras, Jesus enviou então dois discípulos, dizendo-lhes: ‘Ide à aldeia que está ao alcance de vossa vista, e logo achareis atada uma jumenta, e um jumentinho com ela; desatai-os e trazei-mos. E, se alguém vos disser alguma coisa, tendes de dizer: “O Senhor precisa deles.” Com isso, ele os enviará imediatamente.’ Isto aconteceu realmente para que se cumprisse o que fora falado por intermédio do profeta, que disse: ‘Dizei à filha de Sião: “Eis que o teu Rei está vindo a ti, de temperamento brando e montado num jumento, sim, num jumentinho, descendência dum animal de carga.”‘ Os discípulos foram então e fizeram conforme Jesus lhes ordenara. E trouxeram a jumenta e seu jumentinho, e colocaram sobre estes as suas roupas exteriores, e ele se sentou nelas.
11 “A maior parte da multidão estendeu na estrada as suas roupas exteriores, ao passo que outros cortaram ramos das árvores e os espalhavam pela estrada. Quanto às multidões, os que lhe precediam e os que lhe seguiam exclamavam: ‘Salva, rogamos, o Filho de Davi! Bendito é aquele que vem em nome de Jeová! Salva-o, rogamos, nas maiores alturas!’ Entrando ele então em Jerusalém, a cidade inteira ficou em comoção, dizendo: ‘Quem é este?’ As multidões diziam: ‘Este é o profeta Jesus, de Nazaré da Galiléia!’” — Mat. 21:1-11.
12 “A grande multidão que tinha vindo à festividade, ao ouvirem que Jesus vinha a Jerusalém, tomaram ramos de palmeiras e saíram ao encontro dele. E começaram a clamar: ‘Salva, rogamos-te! Bendito aquele que vem em nome de Jeová, sim, o rei de Israel!’ Mas, tendo Jesus achado um jumentinho, sentou-se nele, assim como está escrito: ‘Não temas, filha de Sião. Eis que vem o teu rei, sentado num filho de jumenta,’ No princípio, os discípulos não fizeram caso destas coisas, mas, quando Jesus foi glorificado, então se lembraram de que estas coisas estavam escritas a respeito dele e que lhe fizeram estas coisas.” — João 12:12-16.
13. Como foi Jesus aceito pelos lideres religiosos judeus?
13 Marcos 11:11 acrescenta: “E ele entrou em Jerusalém, no templo; e olhou em volta, para todas as coisas, e, visto que a hora já estava avançada, saiu com os doze para Betânia.” Aqui, Sião recebeu aviso oficial de que o Reino estava próximo, mas, ela se recusou a reconhecer o Rei e o rejeitou, por causa da influência de seus líderes religiosos, que eram babilônicos e contrários ao reino de Deus. Mateus 21:15, 16 nos informa: “Quando os principais sacerdotes e os escribas viram as coisas maravilhosas que ele fazia e os meninos que clamavam no templo e diziam: ‘Salva, rogamos, o Filho de Davi!’ ficaram indignados e disseram-lhe: ‘Ouves o que estes estão dizendo?’ Jesus disse-lhes: ‘Sim. Nunca lestes o seguinte: “Da boca de pequeninos e de crianças de peito forneceste louvor”?’” (Sal. 8:2) Os lideres religiosos, contudo, já haviam decidido assassinar Jesus com medo de que, conforme eles disseram, “virão os romanos e tirarão tanto o nosso lugar como a nossa nação”. — João 11:47-57.
A SIÃO TERRESTRE REJEITA O SEU REI
14, 15. (a) O que fez Jesus no dia seguinte, e o que pressagiou a sua ação? (b) Na noite da Páscoa, que eventos ocorreram?
14 Eis aqui o rei de Sião, Aquele que se sentaria no “trono de Jeová” no meio deles. O reino dos céus havia deveras se aproximado, mas o povo, sob a influência de seus líderes, não o quis aceitar qual Rei. No dia seguinte, voltou a Jerusalém. “Ali entrou no templo e principiou a lançar fora os que vendiam e compravam no templo, e derrubou as mesas dos cambistas e as bancas dos que vendiam pombas; e não deixou ninguém carregar qualquer utensílio através do templo, mas ensinava e dizia: ‘Não está escrito: “Minha casa será chamada casa de oração para todas as nações”? Mas vós fizestes dela um covil de salteadores.’ E os principais sacerdotes e os escribas ouviram isso, e começaram a procurar um meio de destruí-lo; pois estavam com temor dele, porque toda a multidão ficava continuamente assombrada com o seu ensino.” (Mar. 11:15-18) Assim, com poder e autoridade, purificou o templo do comercialismo religioso ali praticado. Que presságio para os comercialistas religiosos babilônicos dos nossos dias, quando ele retorna no poder do Reino!
15 Na noite da Páscoa, Judas Iscariotes conduziu os inimigos de Jesus e o traiu no jardim de Getsêmane. Então, Jesus foi sentenciado à morte na sessão noturna do Sinédrio judaico ou Supremo Tribunal de Jerusalém. De manhã, por causa de os próprios judeus, devido ao domínio romano, não poderem executar a penalidade de morte, o Sinédrio o entregou a Pôncio Pilatos, o governador romano. — Mat. 26:47-27:14.
16, 17. (a) Como foi que os lideres religiosos judeus manifestaram seu ódio contra Jesus? (b) Qual foi a acusação que lançaram contra Jesus perante Pilatos? (c) Como foi que os lideres religiosos mostraram que eram sediciosos contra Deus?
16 Ao inquirir Jesus, Pilatos não encontrou motivo para a morte dele, e ofereceu livrá-lo, como era o costume de uma pessoa ser liberta da sentença de morte na época da Páscoa. Insistentemente, as autoridades religiosas judaicas clamaram para a libertação, não de Jesus, mas de um assassino e ladrão, Barrabás. (Atos 3:13-15; 13:28) Exigiram que Jesus fosse pendurado numa estaca e, diferente de Pilatos, que queria ver-se livre de sangue inocente, clamaram: “O sangue dele caia sobre nós e sobre os nossos filhos.” (Mat. 27:15-26) Fizeram a acusação de que Jesus era sedicioso contra o imperador romano, Tibério César. Pilatos, numa última tentativa de salvar Jesus, disse: “Eis o vosso rei!” e “Hei de pendurar na estaca o vosso rei?” pensando apelar para o seu nacionalismo judeu. “Os principais sacerdotes responderam: ‘Não temos rei senão César.’” — João 19:14, 15.
17 Ao seguirem este proceder, tais líderes religiosos dos judeus eram certamente repreensíveis. Primeiro, recusaram-se deliberadamente a reconhecer o rei que Jeová enviara e a ajudar o povo judeu a ver que o seu Rei estava realmente presente. Ademais, embora eles próprios pretendessem ser sacerdotes de Deus, eram sediciosos contra Deus e degradaram seu cargo sacerdotal por aceitar qual rei o Sumo Pontífice da religião pagã. Até mesmo na morte de Jesus não quiseram reconhecê-lo qual Rei, pois objetaram ao letreiro que o Governador Pilatos insistiu em colocar sobre a cabeça de Jesus na estaca de tortura, e que rezava: “Jesus, o Nazareno, o Rei dos Judeus.” — João 19:12-22.
18, 19. (a) Que precauções tomaram os judeus com respeito ao túmulo de Jesus, mas o que ocorreu, apesar disso? (b) Que profecia haviam despercebido os líderes religiosos? (c) A quem viram os guardas do túmulo de Jesus, e a quem não viram, e por quê?
18 Muito embora os líderes judeus tomassem suas precauções mesquinhas, fazendo que Pilatos selasse a porta do túmulo memorial, o que deve ter feito que se sentissem mais à vontade para gozar sua festa formal da Páscoa, não se livraram do Rei de Israel, pois, no terceiro dia, 16 de nisã, que é o dia da oferta das primícias da colheita de cevada a Jeová no seu templo, o próprio Deus produziu primícias muito mais excelentes por levantar a seu Filho, Jesus Cristo, dentre os mortos.
19 Estes principais sacerdotes e outros líderes religiosos desperceberam que o próprio Rei Davi escrevera no Salmo 16:10: “Não deixarás a minha alma no Seol. Não permitirás que teu leal veja a cova.” Neste décimo sexto dia de nisã, Jesus foi levantado, não mais, porém, num corpo carnal que pode ser ferido e morto pelos homens. Durante o tempo de sua presença carnal entre os judeus, presença esta que significava que o reino dos céus estava próximo de Sião, Jesus provou sua fidelidade e suas aptidões para ser ressuscitado qual gloriosa e imortal pessoa espiritual. É por isso que as sentinelas que Pilatos cedera aos principais sacerdotes e aos fariseus para ficarem junto ao túmulo não puderam ver o ressuscitado Jesus, pois não podiam ver uma pessoa espiritual. No entanto, contemplaram realmente o anjo materializado que quebrou o túmulo selado. Conforme escreveu mais tarde o apóstolo Pedro: “Cristo morreu uma vez para sempre quanto aos pecados, um justo pelos injustos, a fim de conduzir-vos a Deus, sendo morto na carne, mas vivificado no espírito.” — 1 Ped. 3:18; Mat. 27:57-28:4, 11-15.
QUANDO NÃO SE PREGOU ‘ESTÁ PRÓXIMO O REINO’
20. (a) Como foi que Jesus forneceu prova de sua ressurreição? (b) Será que Jesus, naquele tempo, assumiu o reinado celestial?
20 Jesus deu ampla prova de sua ressurreição a seus fiéis discípulos, aparecendo em muitas ocasiões por meio da materialização milagrosa dum corpo humano. Então, foi para os céus, para sentar-se à mão direita do Pai, esperando ou aguardando até o tempo em que deveria assumir seu poder qual rei celeste. (Sal. 110:1, 2; Heb. 10:12, 13) No dia festivo de Pentecostes, o qüinquagésimo dia depois da ressurreição de Jesus, o apóstolo Pedro se levantou e citou o Salmo 16:10, e disse então: “[Davi] previu e falou a respeito da ressurreição de Cristo, que ele nem foi abandonado no Hades [a tradução em grego da palavra hebraica Seol], nem viu a sua carne a corrupção. A este Jesus, Deus ressuscitou, fato de que todos nós somos testemunhas.” — Atos 2:29-33.
21. (a) Será que a proclamação “O reino dos céus se tem aproximado” ou “está próximo” foi feita depois da ressurreição de Jesus? Por quê? (b) Por que era o Reino algo futuro? (c) Como foi que Paulo, ao escrever à congregação coríntia, mostrou que o Reino não dominava nos seus dias?
21 Depois da ascensão de Jesus para o céu, o Rei não mais estava próximo e, por conseguinte, o reino dos céus não mais estava próximo. Em realidade, Jesus não estava então exercendo a autoridade régia, a não ser sobre aqueles que eram membros da congregação cristã. Por este motivo, os discípulos de Jesus não anunciaram ‘está próximo o reino dos céus’ depois da morte dele. Jesus lhes dissera que iria embora e retornaria em glorioso poder do reino, e deu aos discípulos parábolas neste sentido, enquanto se achava na terra. (João 14:3; Mat. 25:31; Luc. 19:11-27) O Rei não apareceria de novo na carne, na Sião terrestre. O Reino era algo então no futuro. Devia administrar os assuntos de toda a terra, desde o céu, da celeste Sião, no devido tempo. Não havia então nenhum rei no “trono de Jeová” e não haveria nenhum até que os sete “tempos dos gentios” expirassem, o que se daria em 1914 E. C. (Dan. 4:25; Sal. 2:6, 8; 110:2; Rev. 12:5, 10) Que o Reino não dominava e que os discípulos de Jesus não se podiam considerar reis, muito embora estivessem aguardando o reino celeste para dominar por fim quais reis, foi definitivamente demonstrado pelo apóstolo Paulo, quando repreendeu os cristãos coríntios, dizendo: “Será que já estais cheios? Será que já estais ricos? Será que já começastes a reinar sem nós? E eu bem que queria que já tivésseis começado a reinar, para que nós também reinássemos convosco.” — 1 Cor. 4:8; 2:2.
AGORA ‘ESTÁ PRÓXIMO O REINO’
22. (a) Que mensagem pode ser proclamada atualmente, e por quê? (b) O que acompanha a proclamação da mensagem do Reino?
22 Entretanto, todas as evidências agora apontam que o Rei assumiu seu poder no céu e começou a reinar, e, por conseguinte, ouvimos de novo ser proclamada por todo o globo a mensagem: ‘Está próximo o reino dos céus.’ Assim como se deu com a pregação de Jesus, quando o reino do céu estava próximo nos dias da Sião ou Jerusalém terrestre, assim, nestes dias, a proclamação ‘está próximo o reino do céu’ é acompanhada da declaração de juízo sobre os líderes religiosos babilônicos. Especialmente expõe aqueles que pretendem crer no reino de Deus e pregá-lo, mas que não desejam seu domínio e que tentam impedir que as novas do ‘Reino estabelecido’ alcancem as pessoas, destarte impedindo a outros de reconhecer o Reino. — Isa. 61:2.
23. (a) O que foi representado pelas obras de cura de Jesus durante seu ministério terrestre? (b) O que terá de acontecer primeiro, antes que as bênçãos abraâmicas fluam completamente para as famílias da terra?
23 Assim como Jesus fez muitas obras milagrosas de cura e outras obras poderosas de purificação do templo e de salvação das pessoas quando estava próximo, naquela ocasião, assim também, num sentido completo e global, fará isso durante seu domínio do Reino. Antes que esta cura possa ser feita, porém, aqueles que se opõem ao Reino têm de ser eliminados; primeiro de todos, Babilônia a Grande, o império mundial da religião falsa, depois do que a proclamação pode ser feita: “Louvai a Já, porque Jeová, nosso Deus, o Todo-poderoso, tem começado a reinar.” (Rev. 19:6) Sim, reinará de modo muito mais amplo do que no presente, pois, então não haverá nenhum rival religioso à adoração verdadeira. Em seguida, reinará no sentido mais amplo quando até mesmo os governos políticos do mundo, que agora se opõem ao seu reino, forem exterminados e começar o glorioso reinado milenar de Cristo, no qual aqueles 144.000, a quem ele escolheu, reinarão com ele e poderão administrar a todas as famílias da terra as bênçãos prometidas pelo pacto abraâmico. — Gên. 22:18; Gál. 3:29.