Capítulo 19
O reino resiste ao ataque internacional
1. Por meio de que força, não controlada por cientistas, nos foi comunicada tal proclamação desde o espaço sideral, disponível à maioria de nós por meio de quê?
COMUNICAÇÕES internacionais — por cabograma, telegrama, telefone, rádio e televisão — têm levado as proclamações dos governantes pastorais até os fins da terra. A aparente importância de tais proclamações lhes mereceu tal ampla divulgação. No entanto, por meio duma força que os cientistas deste século vinte não puderam dominar, transmitiu-se uma proclamação da mais elevada importância, desde além do espaço sideral, para a nossa terra. A classificação elevada desta proclamação não é alta demais, porque é a pronúncia feita pelo Criador da terra e do céu e foi transmitida por meio de sua força ativa invisível, a saber, seu espírito santo. Também, esta pronúncia ficou disponível para consulta pela vasta maioria da população da terra por meio de centenas de milhões de exemplares impressos da Bíblia Sagrada, em centenas de línguas. Ao lermos esta pronúncia que leva o nome do Criador, julguemos nós mesmos se é de importância internacional agora ou não:
2. Segundo esta pronúncia, como faria Jeová que Jerusalém se parecesse para as nações e semelhante a que faria Ele seu povo para as nações atacantes?
2 “Uma pronúncia: ‘A palavra de Jeová a respeito de Israel’, é a pronunciação de Jeová, Aquele que estendeu os céus, e lançou o alicerce da terra, e formou o espírito do homem no seu íntimo. ‘Eis que eu faço de Jerusalém uma taça que causa tontura a todos os povos ao redor; e também contra Judá ele virá a estar em sítio, sim, contra Jerusalém. E naquele dia terá de acontecer que farei de Jerusalém uma pedra pesada para todos os povos. Todos os que a levantarem, sem falta se arranharão severamente; e todas as nações da terra hão de ser ajuntadas contra ela. Naquele dia, é a pronunciação de Jeová, ‘golpearei todo cavalo com desnorteamento e seu cavaleiro com loucura; e abrirei meus olhos sobre a casa de Judá e golpearei todo cavalo dos povos com a perda da vista. E os xeques de Judá terão de dizer no seu coração: “Os habitantes de Jerusalém são para mim uma força por Jeová dos exércitos, seu Deus.” Naquele dia farei os xeques de Judá como um braseiro entre as árvores e como uma tocha acesa entre gavelas de cereal recém-segado, e terão de devorar à direita e à esquerda todos os povos ao redor; e Jerusalém ainda terá de ser habitada no seu próprio lugar, em Jerusalém.”’
3, 4. Por que não conseguiram os judeus naturais, circuncisos, apresentar uma explicação de Zacarias 12:1-6, que se aplique à história de sua nação?
3 Estas palavras de Zacarias 12:1-6 são hoje um enigma para os judeus naturais, circuncisos. Eles procuraram achar o cumprimento destas palavras proféticas na história antiga de sua nação, entre o tempo desta “pronúncia”, no sexto século antes de nossa Era Comum (por volta de 518 A.E.C.) e a destruição de Jerusalém pelas legiões romanas no ano 70 E.C. Mas não puderam encontrar nada de autêntico em confirmação da profecia. Por que não? Porque o cumprimento da “pronúncia” chega ao seu auge ou clímax num Israel e numa Jerusalém de ordem mais elevada do que a do Israel natural, carnal, e da Jerusalém terrestre. Assim, quando a Jerusalém terrestre e seu templo foram destruídos em 70 E.C., houve então uma Jerusalém que permaneceu. Naturalmente, não uma terrena. Tratava-se daquela de que fala o escritor de Hebreus 12:22-24. Embora escrevesse por volta de 61 E.C., cerca de nove anos antes de a Jerusalém terrestre ser demolida em 70 E.C., ele escreveu a hebreus cristianizados:
4 “Mas vós vos chegastes a um Monte Sião e a uma cidade do Deus vivente, a Jerusalém celestial, e a miríades de anjos, em assembléia geral, e à congregação dos primogênitos que foram alistados nos céus, e a Deus, o Juiz de todos, e às vidas espirituais dos justos que foram aperfeiçoados, e a Jesus, o mediador dum novo pacto, e ao sangue da aspersão, que fala melhor do que o sangue de Abel.”
5. Qual era a “congregação dos primogênitos” a que se chegaram aqueles hebreus cristianizados por volta de 61 E.C. e que cidade possuía tal “congregação”?
5 A “congregação dos primogênitos que foram alistados nos céus”, à qual se chegaram estes hebreus cristianizados, não era a congregação do Israel natural, carnal, da qual haviam sido parte antes de sua conversão ao cristianismo. Antes, era a “congregação” do Israel espiritual e havia sido introduzida no “novo pacto” que Jesus, o mediador, validou com o seu próprio “sangue de aspersão”, que fala melhor do que o sangue de Abel, o primeiro mártir de Jeová. Em perfeita harmonia com estes fatos, este Israel espiritual tinha uma Jerusalém mais elevada, a “cidade do Deus vivente, a Jerusalém celestial”.
6. O que representava a Jerusalém terrestre como cidade do trono de Jeová, e quando e a que se fez uma transferência do que foi representado assim?
6 A Jerusalém terrestre era o lugar onde a linhagem de reis da família real de Davi havia tido seu trono, chamado “trono de Jeová”, porque o ocupante dele representava a Jeová Deus, o verdadeiro e invisível Rei de Israel. Visto que Jeová havia pactuado com o Rei Davi um reino eterno, com um herdeiro permanente dele no trono, Jerusalém, como a cidade do trono, representava o direito dado por Deus a um reino nas mãos dum descendente do Rei Davi. (1 Crônicas 29:23; 2 Samuel 7:14-16) Jesus Cristo, “filho de Davi, filho de Abraão”, era este Herdeiro Permanente. Por conseguinte, quando Jesus Cristo, ressuscitado dentre os mortos, subiu ao céu e compareceu perante a presença de Deus, assentando-se à direita dele, acompanharam-no sua herança e seu direito ao reino, que não havia perdido. O direito ao Reino foi assim transferido da Jerusalém terrestre para a “Jerusalém celestial” no ano 33 E.C. — Atos 2:29-36; Salmo 110:1, 2; Hebreus 10:12, 13.
7. Em vista da derrubada do reino davídico na Jerusalém terrestre, em 607 A.E.C., quando foi Que Jeová tornou Jerusalém “uma taça que causa tontura a todos os povos” (Zacarias 12:2)?
7 No ano 607 A.E.C., os babilônios derrubaram o reino de Davi na Jerusalém terrestre e o reino se havia de tornar de ninguém “até que venha aquele que tem o direito legal”, tempo em que Deus o daria a este. (Ezequiel 21:25-27) Quando veio este que tem o “direito legal” e recebeu o reino de Jeová, o grande Teocrata? Foi em 1914 E.C., no fim dos Tempos dos Gentios, por volta de 4/5 de outubro (15 de tisri). Jeová entronizou então seu Filho Jesus Cristo na “Jerusalém celestial”. Foi também então, em cumprimento do Salmo 110:1, 2, que Jeová enviou o bastão de força de Cristo do Monte Sião celestial, dizendo: “Subjuga no meio dos teus inimigos.” Por meio deste ato e naquela ocasião, o Grande Criador do céu e da terra cumpriu a sua pronúncia e fez de Jerusalém, da “Jerusalém celestial”, “uma taça que causa tontura a todos os povos”. — Zacarias 12:1, 2; Revelação 11:15.
8. (a) Quando o Rei Davi fez de Jerusalém a cidade do seu trono, o que tentaram fazer os filisteus, e com que resultado? (b) Quando e como se passou a avisar a cristandade a respeito da entronização de Cristo no fim dos Tempos dos Gentios?
8 Dois mil novecentos e oitenta e três anos antes disso, o Rei Davi havia capturado a Jerusalém terrestre e a constituído em sua capital. Ao ouvirem isso, seus inimigos ferrenhos, os filisteus, subiram contra Jerusalém e tentaram destronar a Davi. Duas miraculosas derrotas sucessivas rechaçaram os atacantes para a Filístia. (2 Samuel 5:17-25; Salmo 2:1-6) O que verificamos, então, no caso da “Jerusalém celestial” com o seu recém-entronizado Rei Jesus Cristo, o Herdeiro Permanente de Davi? Durante décadas antes de 1914 E.C., desde o ano de 1876 E.C., as nações e os povos do mundo foram avisados de que os Tempos dos Gentios terminariam naquele ano.a Cristãos dedicados e batizados, tais como Charles Taze Russell, que se tornou presidente da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados (dos E. U. A.), foram usados para dar este aviso, especialmente às nações da cristandade. Estas professas nações cristãs desprezaram o aviso e iniciaram sua primeira guerra mundial em 28 de julho de 1914.
9. Durante a Primeira Guerra Mundial, como se ajuntaram aquelas nações aguerridas em volta da “Jerusalém celestial” como em volta duma “taça” de bebida para o seu prazer?
9 Durante esta guerra, as nações aguerridas aproveitaram a lei marcial e a histeria e o fervor nacionalista do tempo de guerra para perseguir estes cristãos dedicados, batizados e ungidos com espírito, que lhes haviam dado o aviso e que haviam tomado sua posição a favor do reino messiânico, estabelecido, de Jeová. As nações reuniram-se assim em volta deles como que em volta duma taça para beber, para tomar goles de prazer e dar vazão à sua oposição aos representantes do Reino de Deus. Visto que estes cristãos dedicados e ungidos faziam parte da “congregação dos primogênitos que foram alistados nos céus”, estas nações, de fato, reuniram-se em torno da “Jerusalém celestial” como ao redor duma “taça” para bebida. Durante um tempo, estas nações sentiram-se muito alegres, conforme predito em Revelação 11:7-10.
10, 11. Depois da Primeira Guerra Mundial, como veio a “Jerusalém celestial” a ser sitiada pelas nações, e eram estas também “contra Judá”?
10 Depois do fim da Primeira Guerra Mundial em 11 de novembro de 1918, as nações do mundo não pararam com a sua hostilidade ao reino messiânico, de Deus, estabelecido na “Jerusalém celestial”. Nos anos seguintes, adotaram a Liga das Nações como substituto do reino celestial de Deus. Iniciaram assim um sítio figurativo da “Jerusalém celestial”. Este sítio expressou-se na oposição e perseguição das nações contra o restante ungido da “congregação dos primogênitos”, que proclamavam o reino messiânico da “Jerusalém celestial”. Visto que estes discípulos de Jesus Cristo o apoiavam como “o Leão que é da tribo de Judá, a raiz de Davi”, eram judeus espirituais ou eram espiritualmente da tribo de Judá. Portanto, junto com a Jerusalém celestial, estes judeus espirituais estavam sendo sitiados pelas nações contrárias ao Reino. Foi assim como se predisse em Zacarias 12:2:
11 “Eis que faço de Jerusalém uma taça que causa tontura a todos os povos ao redor; e também contra Judá ele virá a estar em sítio, sim, contra Jerusalém.” (NM) “Eis o que farei de Jerusalém: um copo inebriante para todos os povos circunvizinhos; também Judá será cercado pelo inimigo com Jerusalém.” (CBC) “Eis que farei de Jerusalém um lugar temível para todo o povo ao redor dela, também haverá um sítio tanto contra Judá como contra Jerusalém.” (Lamsa, em inglês) “Eis que eu farei de Jerusalém um cálice de tontear para todos os povos em redor, e também para Judá, durante o sítio contra Jerusalém.” — ALA.
12. Como mostraram os judeus espirituais um espírito diferente do que haviam mostrado durante a Primeira Guerra Mundial, adotando assim que atitude apostólica?
12 Ao passo que as nações mundanas adotaram em 1919 E. C. a Liga das Nações como organização internacional de paz e segurança mundiais, os do restante ungido de Judá espiritual começaram a proclamar mais do que nunca as boas novas do reino do “Leão que é da tribo de Judá, a raiz de Davi”. Portanto, a partir de então, as nações do mundo começaram a sitiar esta Judá espiritual na terra, prolongando e persistindo nos seus esforços de vencer a resistência e o não-conformismo destes judeus espirituais. Bem diferente de seu proceder geral durante a Primeira Guerra Mundial, estes judeus espirituais negaram-se a se deixar atemorizar pelas nações. Discerniram sua comissão do Deus Altíssimo de modo mais claro do que anteriormente e escolheram o proceder apostólico: “Temos de obedecer a Deus como governante antes que aos homens.” (Atos 5:29) Apegaram-se a este proceder mesmo no meio da Segunda Guerra Mundial. Apegaram-se a uma estrita neutralidade cristã para com as controvérsias internacionais, assim como declararam abertamente em 1.º de novembro de 1939. As nações ficaram desnorteadas em vista da atitude de estrita neutralidade adotada por estas testemunhas cristãs de Jeová. — Veja A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová, edição inglesa de 1.º de novembro de 1939, páginas 323-333; edição portuguesa de fevereiro de 1940, páginas 19-28.
13. Por meio de que proceder ‘arranharam-se severamente’ as nações, e por quê?
13 A atitude intransigente das testemunhas cristãs de Jeová a favor da neutralidade, recorrerem corajosamente aos tribunais dos países para manter os seus direitos civis e aumentarem constantemente a pregação das boas novas do reino messiânico de Jeová, tudo isso fez com que as nações ficassem tontas. O direito do Reino, conforme representado pela “Jerusalém celestial”, tornou-se uma “pedra pesada” para as nações. Ao tentarem tirá-la do caminho de seus ambiciosos planos mundiais de domínio global, por interferirem nos pregadores do Reino, as nações intrometidas ‘se arranharam severamente’. Não obtêm satisfação para si mesmas, mas apenas dores agudas dum fracasso humilhante. Sua reputação sofre. Não podem remover nem anular o direito do Reino de ser pregado, nem podem silenciar o restante que obedece à ordem de Jeová de pregá-lo em todo o mundo.
14. Como já cumpriu Jeová sua pronúncia a respeito dos cavalos inimigos e seus cavaleiros, e para com quem abre ele os olhos? Por quê?
14 De modo figurado, Jeová dos exércitos já fez conforme diz a Sua pronúncia. Ele desnorteou os que lutam contra os judeus espirituais, os embaixadores do Seu reino. Fez-se que os que montam a máquina de guerra agissem com loucura, como no caso dos ditadores frustrados, que enlouqueceram de fúria. Seus estrategistas de guerra não sabem mais que direção tomar, como se tivessem perdido a vista. Mas Jeová abre os olhos e os mantém abertos para dirigir a estratégia de sua “casa de Judá” espiritual.
15. Como ficaram os xeques judeus inflamados “como um braseiro entre as árvores e como uma tocha acesa entre gavelas de cereal recém-segado”, para a direita e para a esquerda?
15 Quanto aos “xeques de Judá”, falando-se em sentido espiritual, o corpo governante da “casa de Judá” e os superintendentes das congregações dos judeus espirituais, Jeová os enche de zelo ardente para com os interesses terrestres do Reino da “Jerusalém celestial”. “Como um braseiro entre as árvores e como uma tocha acesa entre gavelas de cereal recém-segado”, incendeiam as coisas de modo espiritual, causando grandes discussões e controvérsias religiosas e consumindo a influência de muitos pastores-governantes, de modo que estes ficam expostos como sendo “realmente . . . lutadores contra Deus” e muitas de suas “ovelhas” se voltam para o reino de Deus. Isto ocorre à direita e à esquerda entre os povos. Em conseqüência desta atividade ardente e da determinação destes “xeques de Judá”, os judeus espirituais continuam no seu domínio espiritual dado por Deus, habitando-o em números cada vez maiores. Não abandonam a causa da “Jerusalém celestial”.
16. Os “xeques de Judá” reconhecem que sua força para isso provém de que fonte, e o que usa tal fonte a favor deles?
16 Não é na sua própria força que estes “xeques de Judá” e seus companheiros judeus realizam esta obra espiritualmente devastadora entre os que sitiam em hostilidade a causa do reino reinante de Deus. Confessam no seu coração de apreço que a força para fazer isso, sitiados por todo o mundo, vem duma fonte sobre-humana e sobrenatural. Vem da “Jerusalém celestial”, onde reina o entronizado Rei Jesus Cristo, tendo saído para subjugar no meio dos seus inimigos. Ele tem associados consigo os santos anjos. “Não são todos eles espíritos para serviço público, enviados para ministrar aos que hão de herdar a salvação?” (Hebreus 1:13, 14; Mateus 25:31) Os cristãos ungidos que se chegaram à “cidade do Deus vivente, a Jerusalém celestial”, e que terminaram sua carreira terrestre na morte, sendo ressuscitados à vida e à imortalidade nos céus, também podem conceder força invisível aos corajosos e enérgicos “xeques de Judá” e aos companheiros judeus na terra. (Revelação 2:26-29) Atrás de toda esta ajuda desde a Jerusalém celestial está “Jeová dos exércitos, seu Deus”.
ÀS NAÇÕES ATACANTES AGUARDA O ANIQUILAMENTO
17, 18. (a) Por que não poderão as nações coroar com vitória seu longo sítio? (b) O que fará Jeová às nações que vêm contra “Jerusalém”, segundo a sua pronúncia?
17 As nações mundanas não podem coroar com a vitória seu sítio longo e persistente contra o reino de Deus e os que servem como seus embaixadores em toda a terra. O Deus Todo-poderoso dará a estes judeus espirituais renovados poderes de perseverança, para suportar o sítio contra o Reino, mas ele enfraquecerá e finalmente exterminará os sitiadores que desafiam a Deus. Este é o significado das palavras adicionais da “pronúncia” divina, em Zacarias 12:7-9:
18 “E Jeová há de salvar primeiro as tendas de Judá, com o fim de que a beleza da casa de Davi e a beleza dos habitantes de Jerusalém não fique engrandecida demais sobre Judá. Naquele dia Jeová será uma defesa ao redor dos habitantes de Jerusalém; e quem entre eles estiver tropeçando terá de tornar-se naquele dia como Davi, e a casa de Davi, como Deus [ou: ‘deiformes’], como o anjo de Jeová diante deles. E naquele dia terá de acontecer que procurarei aniquilar todas as nações que chegarem contra Jerusalém.”
19. (a) O que se indica com a expressão “as tendas de Judá”? (b) Por que não se tornará a “beleza” dos outros envolvidos “engrandecida demais sobre Judá”?
19 Esta expressão, “as tendas de Judá”, indica que os judeus espirituais não se escondem atrás de muralhas protetoras de cidades, mas estão no campo aberto, defendendo destemidamente os interesses do reino messiânico conforme representado por Jerusalém, a cidade do trono. Portanto, é razoável que os atacantes, antes de poder ir diretamente contra a cidade, tenham de eliminar todas as “tendas de Judá” que cercam a cidade em sua defesa. É por isso que Jeová dos exércitos tem de salvar primeiro as “tendas de Judá”, porque estas são o primeiro alvo direto do ataque. Por este motivo, elas poderão gabar-se da salvação delas por Jeová do mesmo modo que os habitantes da “Jerusalém celestial”, o local do Reino. Estas “tendas de Judá” terão a beleza da salvação de Jeová do mesmo modo que a “casa de Davi”, representada pelo Filho régio de Davi, Jesus Cristo, e assim como os “habitantes de Jerusalém”, os ressuscitados co-herdeiros do reino messiânico, os discípulos já ressuscitados e glorificados de Cristo. — Romanos 8:15-17; 2 Timóteo 2:11, 12.
20. (a) Como tornou Jeová os “habitantes de Jerusalém” semelhantes a Davi e a casa de Davi semelhante ao anão de Jeová? (b) Como defendeu Jeová os “habitantes de Jerusalém”?
20 Se Jeová, no caso dos habitantes de Jerusalém, os defende e impede que tropecem e caiam por fazê-los fortes e corajosos como Davi, o rei combatente, ele fará o mesmo com os judeus espirituais nas “tendas” deles lá fora no campo. A folha de serviços que os do restante ungido dos judeus espirituais produziram mostra agora que Ele fez isso. E ele continuará a fazê-lo no futuro, cumprindo plenamente sua promessa. Também, em vista da responsabilidade maior envolvida, Jeová fez ainda mais para com a “casa de Davi”, “casa” que é representada pelo Herdeiro Permanente de Davi, Jesus Cristo. Jeová o fez “como Deus, como o anjo de Jeová diante deles”. Não, não como o próprio Jeová, mas como o “anjo” de Jeová, que conduziu os filhos de Israel para fora da escravidão do Egito, em 1513 A.E.C. (Êxodo 14:19; 23:20, 23) Jeová dos exércitos já defendeu os habitantes da “Jerusalém celestial” por autorizar seu Rei reinante, Jesus Cristo, a expulsar Satanás, o Diabo, “o deus deste sistema de coisas”, para fora do céu e a mantê-lo fora. — Revelação 12:7-13; 2 Coríntios 4:4.
21. (a) Em harmonia com a atuação da casa de Davi como o anjo de Jeová, qual é um dos títulos apropriados do Representante daquela “casa”? (b) Quanto tempo será o sítio de Jerusalém mantido pelo inimigo, e por que até então?
21 De modo que o deiforme Filho de Davi, Jesus Cristo, age como o anjo de Jeová a favor dos judeus espirituais nas suas “tendas” na terra. Um dos nomes pelos quais é chamado é apropriadamente Deus Poderoso. (Isaías 9:6, 7) Então, como é que todas as nações deste mundo, apoiadas por Satanás, o Diabo, poderiam triunfar contra ele e contra as “tendas de Judá”, diante das quais ele serve como anjo de Jeová? Por força das circunstâncias, o sítio que elas movem ao reino messiânico tem de fracassar. Na sua ânsia de dominar o mundo, nunca levantarão o sítio, nem se retirarão em admissão da derrota ou do fracasso. Manterão o sítio até o fim!
22. (a) Por que não precisará Jeová procurar muito ao procurar aniquilar as nações? (b) Qual será a ocasião para ele aniquilá-las?
22 Precisará Jeová dos exércitos procurar muito, naquele dia, ao procurar “aniquilar todas as nações que chegarem contra Jerusalém”? De modo algum! Por meio de sua persistente oposição ao reino messiânico Dele e seu apoio da organização internacional de paz e segurança mundiais, da criação do homem, e por meio de sua hostilização e perseguição dos judeus espirituais, estas nações acumulam antecedentes condenatórios contra si mesmas. O Juiz Supremo de todos apercebe-se das contas que precisam ser ajustadas plenamente com elas. Quando ocorrer o ataque final contra as “tendas de Judá”, produzindo a situação mundial figurativamente chamada Har-Magedon, elas encherão plenamente a medida permitida.
23. A que reduzirá Jeová estas nações e por meio de quem, com “beleza” para quem?
23 Ao examinar até que ponto foram, Jeová dos exércitos ao procurar, achará plena justificativa para aniquilar estas nações que vão contra o Reino de sua “Jerusalém celestial”. Ele reduzirá estas nações a absolutamente nada, por meio de seu Rei reinante, que é “como Deus, como o anjo de Jeová”. (Revelação 16:13-16) Com quanta “beleza” isto coroará a “casa de Davi” e os “habitantes de Jerusalém”, bem como as “tendas de Judá”!
O ‘TRASPASSADO’ QUE SE TORNOU REI
24, 25. (a) Haverá choro por causa destas nações aniquiladas? (b) O choro por causa de quem prediz Jeová como notável?
24 Não haverá nem choro nem lamentação por causa destas nações presunçosas que Jeová dos exércitos aniquilará na “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso” no Har-Magedon. Mas havia choro e lamentação num acontecimento pesaroso que preparou o caminho para “a beleza da casa de Davi e a beleza dos habitantes de Jerusalém” naquele glorioso dia da salvação divina. Ao prosseguir a “pronúncia” de Jeová, o Criador do céu e da terra, ficamos sabendo deste acontecimento, pois O ouvimos dizer:
25 “E eu vou derramar sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém o espírito de favor e de rogos, e eles certamente olharão para Aquele a quem traspassaram e certamente o lamentarão como no lamento por um filho único; e haverá lamentação amarga por ele como quando há lamentação amarga por um filho primogênito. Naquele dia será grande o lamento em Jerusalém, como o lamento de Hadadrimon no vale plano de Megido. E a terra certamente lamentará, cada família sozinha; a família da casa de Davi sozinha, e suas mulheres sozinhas; a família da casa de Natã sozinha, e suas mulheres sozinhas; a família da casa de Levi sozinha, e suas mulheres sozinhas; a família dos simeítas sozinha, e suas mulheres sozinhas; todas as famílias restantes, cada família sozinha, e suas mulheres sozinhas.” — Zacarias 12:10-12; PIB.
26. Para obtermos a resposta à pergunta de quem era o traspassado, recorremos aos escritos de que apóstolo, e como responde ele a nossa pergunta?
26 Quem é “Aquele a quemb traspassaram” e para quem “certamente olharão”? Deixando de lado o emaranhado de conjeturas humanas, vamos diretamente à resposta inspirada provida por Aquele que fez esta “pronúncia” profética. Citamos as seguintes palavras inspiradas do registro escrito pelo galileu João, testemunha ocular de Jesus Cristo ser pendurado numa estaca entre dois malfeitores pendurados em estacas, na sexta-feira, 14 de nisã de 33 E.C.:
Então, os judeus, visto ser a Preparação, a fim de que os corpos não permanecessem nas estacas de tortura no sábado, (pois era grande o dia daquele sábado,) solicitaram que Pilatos fizesse quebrar-lhes as pernas e retirar os corpos. Os soldados vieram, portanto, e quebraram as pernas do primeiro homem e as do outro homem que com ele tinham sido pendurados em estacas. Mas, ao chegarem a Jesus, vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas. No entanto um dos soldados furou-lhe o lado com uma lança, e saiu imediatamente sangue e água. E aquele que viu isso tem dado testemunho, e o seu testemunho é verdadeiro, e esse homem sabe que diz coisas verdadeiras, a fim de que vós também creiais. De fato, estas coisas ocorreram, a fim de que se cumprisse a escritura: “Nenhum osso seu será esmagado.” E, novamente, uma escritura diferente diz: “Olharão para Aquele a quem traspassaram.” — João 19:31-37.
27. Nos seus escritos, que outra ligação faz João entre Jesus e o ‘traspassado’?
27 Há também outra maneira de se relacionar este Jesus Cristo com o ‘traspassar’, quando o mesmo apóstolo João escreve:
Aquele que nos ama e que nos soltou dos nossos pecados por meio de seu próprio sangue — e ele fez de nós um reino, sacerdotes para seu Deus e Pai — sim, a ele seja a glória e o poderio para sempre. Amém.
Eis que ele vem com as nuvens e todo olho o verá, e aqueles que o traspassaram; e todas as tribos da terra baterão em si mesmas de pesar por causa dele. Sim, amém. — Revelação 1:5-7.
28. O que escreveu o médico Lucas, indicando que Jesus foi ‘traspassado’ depois, não antes, de ter morrido?
28 De modo que se traspassou o lado de Jesus algum tempo depois de ele ter expirado, não antes, sendo que o Doutor Lucas escreve sobre isso:
Bem, era então já cerca da sexta hora [meio-dia], contudo, caiu escuridão sobre toda a terra, até à nona hora [15 horas], porque a luz do sol falhou; a cortina do santuário rasgou-se então pelo meio. E Jesus exclamou com voz alta e disse: “Pai, às tuas mãos confio o meu espírito.” Dizendo isso, expirou. Vendo o que estava ocorrendo, o oficial do exército [centurião] começou a glorificar a Deus, dizendo: “Realmente, este homem era justo.” E todas as multidões, ajuntadas ali para o espetáculo, ao observarem as coisas que ocorriam, começaram a voltar, batendo-se no peito. Além disso, todos os conhecidos dele estavam parados ali à distância. Também mulheres, que juntas lhe tinham seguido desde a Galiléia, estavam paradas ali observando estas coisas. — Lucas 23:44-49; também Marcos 15:33-41.
29. No caso de Tomé, como veio o lado traspassado a ser a prova de que ele havia sido ressuscitado dentre os mortos?
29 O lado traspassado de Jesus Cristo foi também um ponto importante na prova de que Jesus fora depois ressuscitado dentre os mortos. O apóstolo Tomé, que não chegara a ver Jesus no dia de sua ressurreição (domingo, 16 de nisã de 33 E.C.), disse aos que o haviam visto materializado na carne, naquele dia: “A menos que eu veja nas suas mãos o sinal dos pregos e ponha o meu dedo no sinal dos pregos, e ponha a minha mão no seu lado, certamente não acreditarei.” Uma semana depois, Jesus materializou-se de novo na carne, num corpo similar àquele em que foi pendurado na estaca, e ele disse a Tomé: “Toma a tua mão e põe-na no meu lado, e pára de ser incrédulo, mas torna-te crente.” — João 20:24-27.
30. (a) De que modo foi o lamento pelos discípulos de Jesus de seriedade maior do que o “lamento de Hadadrimon no vale plano de Megido”? (b) O que mais se precisava do que o mero lamento em pesar para se derramar sobre eles o “espírito de favor e de rogos”?
30 No cumprimento de Zacarias 12:10-14, os apóstolos e outros discípulos fiéis de Jesus Cristo devem ter pranteado e lamentado lá na Jerusalém terrestre. Lamentavam a morte do “Filho unigênito” de Deus, “o primogênito de toda a criação”, “o princípio da criação de Deus”. (João 3:16; Colossenses 1:15; Revelação 3:14) De modo que o lamento por causa dele era de seriedade maior do que o anterior “lamento de Hadadrimon no vale plano de Megido”. (Zacarias 12:11; veja 2 Reis 23:28-30; 2 Crônicas 35:20-25.) Jeová derramou sobre estes discípulos fiéis o “espírito de favor e de rogos”. Fez isso especialmente visto que aqueles discípulos ‘esperavam que este homem fosse o destinado a livrar Israel’. (Lucas 24:21) Mas, para se obter o favor divino, é preciso expressar mais do que apenas pesar em tal choro e lamentação amarga. Precisa haver a crença naquele que foi traspassado e a crença no valor de sua morte sacrificial. À base de tal crença ou fé, pode-se conceder favor divino ao pesaroso, e então serão atendidos seus rogos devidos à fé.
31, 32. (a) Para receber o “espírito de favor e de rogos”, como se precisa olhar para o traspassado, mesmo que se seja da “casa de Davi”? (b) Mesmo que se seja dos “habitantes de Jerusalém”, o que se precisa fazer, além de lamentar, para se receber o “espírito de favor e de rogos”?
31 Para se ser digno de receber este divino “espírito de favor e de rogos” é preciso olhar com olhos de fé; olhar “para Aquele a quem traspassaram”. Alguém poderá ser talvez da “casa de Davi”, mas apenas pertencer à linhagem real segundo a descendência carnal de modo algum garante que se esteja com o Messias no reino celestial, como um de seus co-herdeiros.
32 Alguém poderá ser um dos “habitantes de Jerusalém” na terra; mas, ser da capital terrestre do Rei Davi de modo algum lhe garante um lugar na “Jerusalém celestial”. Tal pessoa deve estar pesarosa por causa de qualquer responsabilidade comunal que possa ter para com a morte e o traspassar do Messias Jesus. Portanto, o choro e a lamentação amarga precisam incluir tristeza porque o Messias teve de morrer por nossos pecados e deve incluir o arrependimento de tais pecados. A morte do Messias será então de benefício para aquele que lamenta e ele receberá o “espírito de favor e de rogos”.
33. (a) Como se aplica esta regra também mesmo àquele que é da “casa de Levi” ou da família dos simeítas”? (b) Ou, como se aplica isso caso alguém seja da “família da casa de Natã”, assim como era Maria, mãe de Jesus?
33 Isto se aplica também àquele que, segundo a carne, é da “casa de Levi”. Embora como levita servisse no templo terrestre em Jerusalém, com seu altar de sacrifícios de animais, ele ainda precisa do perfeito sacrifício humano Daquele que foi traspassado. A “casa de Levi” inclui também a “família dos simeítas”. (Êxodo 6:16, 17; Números 3:17-21) Portanto, estes também precisam dum sacrifício capaz de resgatar criaturas humanas pecadoras. A “família da casa de Natã” pertencia à família real de Davi. (2 Samuel 5:13, 14) Maria, mãe terrestre de Jesus Cristo, nasceu na linhagem deste Natã, filho de Davi. (Lucas 3:23-31) Apesar de suas relações régias segundo a carne, os desta família precisam reconhecer a Jesus como o Messias e que ele foi ‘traspassado’ para cumprir a profecia divina e para mostrar-se digno do reino celestial.
34. (a) De que ponto de vista precisam todos, sem consideração de família, casa ou sexo chorar e lamentar o traspassado? (b) Como temos de fazer isso hoje, para receber o “espírito de favor e de rogos”?
34 Todos, não importa de que família ou casa, precisam chorar e lamentar com pesar de arrependimento por causa da necessidade de o Messias morrer como sacrifício de resgate pelos pecados. Isto precisa ser feito tanto por mulheres como por homens. É por isto que a profecia diz repetidas vezes que precisa haver choro da parte de “suas mulheres sozinhas”. (Zacarias 12:12-14) Do mesmo modo, cada um de nós precisa hoje olhar com arrependimento e fé para o Messias Jesus, Aquele a quem os inimigos do reino messiânico de Jeová tiveram a permissão de ‘traspassar’. Se fizermos isso, receberemos o “espírito de favor e de rogos”.
35. Quando são apagadas nossas lágrimas de choro e lamento por ter sido ‘traspassado’ o Messias?
35 Nossas lágrimas de choro e lamentação são apagadas quando discernimos também que o Messias Jesus foi ‘traspassado’ em vindicação da soberania universal de Jeová. Ser ele finalmente ‘traspassado’ prova que manteve até à morte a sua integridade perfeita ao Soberano Senhor Jeová. Em recompensa, ele foi honrado por ser entronizado como Rei messiânico no céu.
[Nota(s) de rodapé]
a “Os sete tempos terminarão em 1914 A. D.” Assim declarava o artigo especial intitulado “Tempos dos Gentios: Quando Terminam?”, de Charles T. Russell, publicado na página 27 da revista mensal chamada “Bible Examiner”, Volume XXI, Número 1 — Número Total 313, de outubro de 1876, com endereço de correspondência em Hicks Street, N.º 72, Brooklyn, Nova Iorque, sendo redator e editor George Storrs. A descontinuação de sua revista “Bible Examiner”, por causa de sua doença grave, foi anunciada sob o título “Irmão Geo. Storrs”, no número de janeiro de 1880 de Zion’s Watch Tower and Herald of Christ’s Presence, oferecendo-se-lhe o uso de parte do espaço desta última revista. Algum tempo depois de seu falecimento, publicou-se em Zion’s Watch Tower de junho do ano 1884 um artigo escrito por ele, intitulado “A Doutrina da Eleição”.
b Sobre as palavras “Aquele a quem”, a edição inglesa de 1971 da Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas tem a seguinte nota ao pé da página: Sobre esta passagem, a Hebrew Grammar de Gesenius, por E. Kautzsch e A. E. Cowley (reimpressão de 1949), diz na página 446, na nota 1 ao pé da página referente a seção 138 (2) e: “Também em Zacarias 12:10, em vez do ininteligível e·la’i ēth a·sher’, devemos provavelmente ler el-a·sher’ e atribuir esta passagem a esta classe.” Em dois manuscritos hebraicos, o texto escrito reza e·la’i ēth a·sher’ (“para mim a quem”), mas a nota marginal reza e·la’iw ēth a·sher’ (“para ele [ou: para aquele] a quem”). LXX reza: “para mim, visto que”; Vg: “para mim a quem”; Sy: “para mim por aquele a quem”; Th: “para ele a quem”. Veja a tradução bíblica alemã de Emil F. Kautzsch (1890): “Para aquele a quem”; também João 19:37.