Capítulo 16
Aguardando os “novos céus e uma nova terra”
1, 2. (a) Que mudanças foram vistas no mundo desde o ano de 1914 por pessoas já nos setenta ou oitenta anos de idade? (b) Como se harmonizou aquilo que observaram com o que Jesus predisse, conforme registrado em Lucas 21:25, 26, a respeito da “terminação do sistema de coisas”?
UM MUNDO novo e melhor é iminente — ao passo que esta geração chega ao seu fim. Não há margem de dúvida sobre isso. Com a palavra “mundo” referimo-nos à sociedade humana que vive sob uma forma de governo. (Mateus 24:34; Marcos 13:30; Lucas 21:32) Nós, os mais antigos ‘desta geração’, já com setenta ou oitenta anos, vimos o “mundo” atual mudar para pior, deteriorando-se cada vez mais desde o ano notório de 1914 E. C. Nós, dentre todos os que hoje vivem na terra, podemos atestar a veracidade da predição de Cristo, no primeiro século E. C., a respeito da “terminação do sistema de coisas”. Desde o começo dela em 1914, observamos o que ele predisse:
2 “Na terra angústia de nações, não sabendo o que fazer por causa do rugido do mar e da sua agitação, os homens ficando desalentados de temor e na expectativa das coisas que vêm sobre a terra habitada; porque os poderes dos céus serão abalados.” (Lucas 21:25, 26) É uma esperança vã e desesperada supor que o mundo atual há de melhorar e salvar-se. As pessoas de disposição justa anseiam um mundo melhor, uma sociedade humana melhor. Felizmente, é iminente!
3. Como conseguiram os fiéis seguidores de Jesus Cristo, manter o rumo certo, apesar da piora do mundo em volta deles?
3 Os seguidores fiéis das pisadas do Grande Profeta, Jesus Cristo, fizeram o que seu apóstolo Pedro lhes escreveu e os mandou fazer. Prestaram atenção à plenamente assegurada “palavra profética”, assim como fariam com uma lâmpada que brilhasse num lugar escuro, iluminando seu coração. Conforme o apóstolo Pedro escreveu na sua segunda carta a concrentes cristãos: “Por conseguinte, temos a palavra profética tanto mais assegurada; e fazeis bem em prestar atenção a ela como a uma lâmpada que brilha em lugar escuro, até que amanheça o dia e se levante a estrela da alva, em vossos corações. Pois sabeis primeiramente isto, que nenhuma profecia da Escritura procede de qualquer interpretação particular. Porque a profecia nunca foi produzida pela vontade do homem, mas os homens falaram da parte de Deus conforme eram movidos por espírito santo.” (2 Pedro 1:19-21, NM; Mateus Hoepers) Sua constante atenção a tal profecia inspirada os manteve no curso certo até agora. E agora amanhece o novo dia e a estrela da alva já se levantou, e seus olhos são abençoados por verem o cumprimento moderno da profecia bíblica.
4, 5. (a) O que precisa cada um de nós fazer a respeito dessas profecias inspiradas? (b) Que motivo para isso é apresentado pelo apóstolo Pedro?
4 Embora tenhamos visto e presenciado tantas evidências fortalecedoras da fé a respeito da infalibilidade das profecias bíblicas, ainda precisamos resguardar nossa fé e confiança nas profecias inspiradas que ainda estão para se cumprir ou que estão em vias de cumprimento. Isto se dá, embora vivamos nos “últimos dias” desta velha ordem de coisas e já estejamos neles desde o fim dos “tempos designados das nações” gentias em 1914 E. C. O apóstolo aguardava estes “últimos dias” e achou bom escrever sua segunda carta, para advertir os concrentes de ataques contra sua fé cristã, que haviam de surgir nestes dias perigosos. Depois de advertir contra a vinda de falsos instrutores e a introdução de “seitas religiosas destrutivas” entre o povo de Jeová, Pedro passou a explicar o objetivo de sua segunda carta, dizendo:
5 “Amados, esta é agora a segunda carta que vos escrevo, sendo que nela, como na minha primeira, estou acordando as vossas claras faculdades de pensar por meio dum lembrete, para que vos lembreis das declarações anteriormente feitas pelos santos profetas e do mandamento do Senhor e Salvador por intermédio dos vossos apóstolos. Pois sabeis primeiramente isto, que nos últimos dias virão ridicularizadores com os seus escárnios, procedendo segundo os seus próprios desejos e dizendo: ‘Onde está essa prometida presença dele? Ora, desde o dia em que os nossos antepassados adormeceram na morte, todas as coisas estão continuando exatamente como desde o princípio da criação.’” — 2 Pedro 3:1-4; 2:1, 2.
6. (a) Ao recapitularmos as “declarações anteriormente feitas pelos santos profetas, referentes aos “últimos dias”, estaremos considerando profecias dadas durante um período de quantos anos? (b) São as profecias refutadas pela presença de “ridicularizadores”?
6 A fim de hoje neutralizarmos as zombarias dos ridicularizadores, cujo surgimento foi predito para estes “últimos dias”, é muito urgente que nós, crentes, nos lembremos do que os profetas inspirados de Jeová disseram, embora tenham feito isso muito antes do aparecimento destes modernos ridicularizadores, zombadores e escarnecedores. Desde o profeta antediluviano Enoque, passando por quase três mil anos até o profeta pós-exílico, judaico, Malaquias, os profetas de Jeová que precederam a Jesus Cristo predisseram acontecimentos e condições que deviam assinalar estes “últimos dias”. (Gênesis 5:18-24; Hebreus 11:5; Judas 14, 15; Malaquias capítulo 4) Portanto, realmente não é inesperado que surjam zombadores para destruir a fé, nestes “últimos dias” do atual sistema iníquo de coisas. Antes, seu surgimento simplesmente confirma a exatidão das profecias, por cumpri-las.
7. (a) Quem é o “Senhor e Salvador” mencionado por Pedro? (b) Que “mandamento” deu ele por meio de seus apóstolos, e por que mostrava isso muita consideração?
7 Segundo o apóstolo Pedro, outra coisa a ser lembrada neste momento tardio da história humana é o “mandamento do Senhor e Salvador por intermédio dos vossos apóstolos”. (2 Pedro 3:2) Jesus Cristo é este “Senhor e Salvador” a quem se faz menção aqui. (2 Pedro 3:18) Por meio de seus apóstolos escolhidos, quer dizer, “os doze apóstolos do Cordeiro”, e também o apóstolo Paulo, ele deu um mandamento a todos os seguidores de suas pisadas, de que permanecessem continuamente vigilantes e atentos aos falsos profetas e falsos messias ou cristos. Visto que deixou seus discípulos sem o conhecimento sobre o dia e hora exatos em que viria novamente para executar o julgamento de Deus nos infiéis e iníquos, ele teve muita consideração em ordenar-lhes que se mantivessem prontos e ficassem vigilantes. (Revelação 21:14; Mateus 24:36-44; 25:13) Não deviam deixar-se afetar pelos escárnios daqueles que perderam a fé.
8. O que querem dizer os ridicularizadores ao fazerem a pergunta: “Onde está esta prometida presença dele”?
8 Os ridicularizadores levantariam a questão desafiadora: “Onde está esta prometida presença dele?” Sim, diriam: O que há com esta promessa de sua presença? Onde está a evidência de seu cumprimento?
9, 10. (a) À “presença” de quem se refereriam eles? (b) O que fez o apóstolo Pedro para manter viva no coração de concrentes a séria expectativa da “presença” de Cristo?
9 À “presença” de quem se refereriam? Evidentemente, à “presença” do Senhor e Salvador Jesus Cristo, da qual o apóstolo Pedro falou no começo da sua segunda carta. O apóstolo Pedro não esperava esta “presença” de Jesus Cristo nos seus próprios dias na terra, contudo, não quis ser negligente quanto a manter acesa, no coração de seus concrentes, a expectativa sincera desta presença prometida. Por isso escreveu:
10 “Assim, farei também o máximo, em toda ocasião, para que, depois da minha partida, vós mesmos possais fazer menção destas coisas. Não, não foi por seguirmos histórias falsas, engenhosamente inventadas, que vos familiarizamos com o poder e a presença de nosso Senhor Jesus Cristo, mas foi por nos termos tornado testemunhas oculares da sua magnificência. Pois ele recebeu de Deus, o Pai, honra e glória, quando pela glória magnificente lhe foram dirigidas palavras tais como estas: ‘Este é meu Filho, meu amado, a quem eu mesmo tenho aprovado.’ Sim, estas palavras nós ouvimos dirigidas desde o céu, enquanto estávamos com ele no monte santo. Por conseguinte, temos a palavra profética tanto mais assegurada.” — 2 Pedro 1:15-19; Mateus 17:1-9.
11. (a) De que modo causaram muito ceticismo as expectativas errôneas a respeito da “presença” de Jesus Cristo? (b) Na década dos 1870, o que discerniu Charles Taze Russell a respeito da segunda vinda de Cristo e sua “presença”?
11 Se os modernos ridicularizadores pensam numa chegada e presença visível de Jesus Cristo em carne, estão redondamente enganados. Enganam-se com uma interpretação errônea das profecias, tal como é amplamente difundida hoje na cristandade. Durante o século dezenove E. C., houve diversas predições sobre a vinda visível do Senhor Jesus Cristo em carne, em certos anos. Não se cumprirem tais predições nas datas anunciadas sem dúvida lançou muito vitupério sobre a doutrina bíblica da segunda vinda de Jesus Cristo e sua “presença” como Rei celestial. Criou muito ceticismo e dúvida quanto à validez de tal doutrina, de qualquer certeza de tal vinda e presença de Cristo. Na década dos 1870, Charles Taze Russell e seus companheiros estudantes, não sectários, nas Escrituras inspiradas, discerniram que a segunda vinda de Cristo seria invisível aos olhos humanos, em espírito, e que esta vinda iniciaria o período conhecido como sua “presença” ou parousia (em grego). — Mateus 24:3, margem da English Revised Version (1881).
12, 13. (a) Segundo os cálculos de Russell, quando havia começado a “presença” de Cristo, mas qual é a data correta? (b) Quem viu o “sinal” atestando a presença de Cristo a partir de 1914 E. C.?
12 Segundo uma cronologia inexata calculada à base da Versão Autorizada do Rei Jaime, da Bíblia, em inglês, Russell calculou que a “presença” de Cristo havia começado no ano de 1874 E. C., invisível aos olhos humanos e apenas vista pelos olhos da fé. Este foi o motivo pelo qual, quando começou a publicar uma nova revista religiosa em defesa do sacrifício resgatador de Jesus Cristo, Russell a intitulou “Torre de Vigia de Sião e Arauto da Presença de Cristo”. No entanto, os acontecimentos na terra, desde o fim dos “tempos designados das nações” gentias têm cumprido profecias bíblicas e provado que a prometida “presença” ou parousia de Cristo, no poder do Reino, só começou por volta de 4/5 de outubro de 1914 E. C. Só desde então é correto falar da “presença” invisível, régia, de Cristo como sendo realidade. Nós, os mais antigos, de setenta ou oitenta anos de idade, temos visto a realização de praticamente todas as coisas preditas por Jesus Cristo em resposta à pergunta feita pelos seus apóstolos:
13 “Quando sucederão estas coisas e qual será o sinal da tua presença [em grego: parousia] e da terminação do sistema de coisas?” — Mateus 24:3, NM; Rotherham; Young; Diaglott, American Standard Version, margem.
14. O que tem impedido que os que aderem às igrejas da cristandade discirnam a “presença” invisível de Jesus Cristo?
14 Até o dia de hoje, as igrejas sectárias da cristandade apegam-se à tradução comum do termo grego parousia como sendo “vinda”. Esperando sua vinda, se é que a esperam, como sendo visível na carne, negam-se a discernir a “presença” invisível e espiritual de Jesus Cristo no poder do Reino, desde o fim dos Tempos dos Gentios em 1914. Isto abriu o caminho para ridicularizadores escarnecerem da idéia da prometida “presença” de Cristo e apresentarem motivos por recusarem crer nela, dizendo: “Onde está essa prometida presença [parousia] dele? Ora, desde o dia em que os nossos antepassados adormeceram na morte, todas as coisas estão continuando exatamente como desde o princípio da criação.” — 2 Pedro 3:4.
15. (a) Em que base argumentam os ridicularizadores que Jesus Cristo ainda não voltou? (b) Por que estão errados?
15 Tais ridicularizadores vêem que homens se casam e mulheres são dadas em casamento, exatamente como desde os dias da família imediata de Adão. Vêem bebês nascerem, como desde o nascimento de Caim. Os homens continuam a morrer, exatamente como nossos antepassados morreram. Não parou o processo de morrer, assim como deve acontecer na terra depois de começar o reinado milenar de Cristo. Ainda não houve ressurreição à vida numa terra paradísica, tal como se promete para os mortos terrestres, que foram resgatados por Jesus Cristo. Tanto o pecado como a morte continuam a reinar sobre a humanidade. Portanto, para os ridicularizadores sem fé, desde que os seus antepassados morreram, todas as coisas continuam exatamente como desde o princípio da criação humana. Portanto, segundo acham, não estamos ainda no “tempo do fim”; Jesus Cristo ainda não voltou; não iniciou ainda tal coisa como uma presença. Tudo isso, apesar de todo o cumprimento da profecia bíblica desde 1914 E. C., que confirma sua presença invisível desde então. Portanto, é apenas na sua própria mente que aqueles ridicularizadores adiam a prometida “presença” do Senhor Jesus Cristo. — Daniel 12:4; Mateus 24:3.
16. Qual é a intenção dos ridicularizadores, mas por que não atingem seu objetivo?
16 Os preditos ridicularizadores, dos “últimos dias”, incluem clérigos de destaque da cristandade. O objetivo do escárnio é lançar dúvidas sobre a profecia bíblica ou abalar a fé e convicção das testemunhas cristãs de Jeová, tanto do restante do Israel espiritual, como da “grande multidão” de concrentes leais. Mas, acatando a advertência do apóstolo Pedro, estes proclamadores da presença de Cristo no poder celestial do Reino negam-se a se deixar abalar na sua fé. Confiam em ser impossível que a palavra de Deus falhe, mesmo quando é dada em forma de profecia ou predição de coisas futuras. Sabem que, quando Deus diz algo como ordem, tem de ser feito, tem de acontecer. Crêem no que diz o Salmo 115:3: “Mas o nosso Deus está nos céus; fez tudo que se agradou em fazer.” E visto que os ridicularizadores mencionam a “criação” no seu argumento, os fiéis crentes em Jeová sabem que, quando ele se agradou de criar os céus e a terra, sua palavra expressa se cumpriu e produziu resultados.
O PODER DA FALADA “PALAVRA DE DEUS”
17, 18. (a) Que base fornecem os resultados produzidos pela “palavra de Deus” com relação à criação para se ter confiança no cumprimento das profecias? (b) Portanto, o que deixam de tomar em conta os que escarnecem do cumprimento da palavra profética de Deus?
17 Segundo a narrativa da criação, apresentada em Gênesis, capítulo um, veio a ser exatamente como declarado no Salmo 33:9: “Ele mesmo o disse, e veio a ser; ele mesmo o ordenou, e assim passou a ficar de pé.” Assim como lá na criação, esta “palavra de Deus” é igualmente potente hoje, depois de milhares de anos. Com relação à profecia divina, esta “palavra de Deus” é tanto assim uma causa ativa para produzir resultados como foi lá na criação. Os atuais ridicularizadores, que zombam do cumprimento da palavra profética de Deus, não poderão escapar da operação da palavra expressa de Deus para o cumprimento da profecia a respeito da “presença” do Senhor e Salvador Jesus Cristo. Na mente deles talvez adiem e atrasem a “presença” de Cristo, mas nada mudará a questão só por desconsiderarem a evidência de sua “presença”. Ao tentarem lançar dúvida sobre a fidedignidade da palavra profética de Deus, por meio de seu escárnio, deixam de tomar em consideração o poder operacional da palavra de Deus com respeito à criação dos céus e da terra. Este é o motivo de seu escárnio:
18 “Pois, segundo o desejo deles, escapa-lhes este fato, de que desde a antiguidade havia céus, e uma terra sobressaindo compactamente à água e no meio da água, pela palavra de Deus; e, por esses meios, o mundo daquele tempo sofreu destruição, ao ser inundado pela água.” — 2 Pedro 3:5, 6, NM, ed. ingl. 1971.
19. (a) A que se referiu Pedro com a expressão “o mundo daquele tempo”? (b) O que eram “esses meios” pelos quais o mundo daquele tempo sofreu a destruição?
19 “O mundo daquele tempo”, quer dizer, o mundo até o ano de 2370 A. E. C., foi destruído pela “palavra de Deus” assim como a criação dos céus e da terra havia sido realizada deste modo. A expressa “palavra de Deus” criou as possibilidades de tal dilúvio global, pois a narrativa da criação diz: “Deus prosseguiu, dizendo: ‘Venha a haver uma expansão entre as águas e ocorra uma separação entre águas e águas.’ Deus passou então a fazer a expansão e a fazer separação entre as águas que haviam de ficar debaixo da expansão e as águas que haviam de ficar por cima da expansão. E assim se deu. E Deus começou a chamar a expansão de Céu. E veio a ser noitinha e veio a ser manhã, segundo dia.” E no quinto dia criativo, “Deus prosseguiu, dizendo: ‘Produzam as águas um enxame de almas viventes e voem criaturas voadoras sobre a terra, na face da expansão dos céus.’” (Gênesis 1:6-8, 20) Aqueles céus, e as águas acima e abaixo, eram os meios que a palavra de Deus pôs em operação, e “por esses meios” Ele inundou o “mundo daquele tempo”.
20. O que mostra que o dilúvio global veio realmente em resposta à “palavra de Deus”?
20 O dilúvio global veio segundo a palavra de Deus, porque ele o cronometrou. “Após isso [após a preparação da arca de sobrevivência], Jeová disse a Noé: ‘Entra na arca, tu e todos os da tua casa, porque tu és quem eu vi ser justo diante de mim no meio desta geração. . . . Pois, em apenas mais sete dias farei que esteja chovendo sobre a terra por quarenta dias e quarenta noites; e vou obliterar da superfície do solo toda coisa existente que tenho feito.’” Isto ocorreu no ano 2370 A. E. C. “No seiscentésimo ano da vida de Noé, no segundo mês, no dia dezessete do mês, neste dia romperam-se todos os mananciais da vasta água de profundeza e abriram-se as comportas dos céus. E o aguaceiro sobre a terra continuou por quarenta dias e quarenta noites. Neste mesmo dia Noé entrou na arca, e com ele Sem, e Cã, e Jafé, os filhos de Noé, e a esposa de Noé, e as três esposas dos seus filhos. . . . Depois Jeová fechou a porta atrás dele.” — Gênesis 7:1-4, 11-16.
21, 22. (a) Qual foi o “mundo” destruído pelo dilúvio global? (b) Como usou Jesus os acontecimentos de então como base para um aviso que se aplica aos nossos dias?
21 O “mundo daquele tempo”, que “sofreu destruição, ao ser inundado pela água”, é identificado para nós em 2 Pedro 2:5. Lemos ali: “Ele [isto é, Deus] não se refreou de punir um mundo antigo, mas preservou a Noé, pregador da justiça, junto com mais sete, quando trouxe um dilúvio sobre um mundo de pessoas ímpias.” Aquele antigo “mundo de pessoas ímpias” não prestou atenção a como Deus usava Noé e sua família durante o tempo da construção da enorme arca para a sobrevivência ao dilúvio. Jesus Cristo usou esta indiferença do “mundo de pessoas ímpias” para com a “palavra de Deus” como ilustração do que se daria durante esta “terminação do sistema de coisas”, dizendo:
22 “Acerca daquele dia e daquela hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, mas unicamente o Pai. Pois assim como eram os dias de Noé, assim será a presença [parousia] do Filho do homem. Porque assim como eles eram naqueles dias antes do dilúvio, comendo e bebendo, os homens casando-se e as mulheres sendo dadas em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e não fizeram caso, até que veio o dilúvio e os varreu a todos, assim será a presença do Filho do homem.” — Mateus 24:36-39.
23. (a) Como se deu que Noé “condenou o mundo”? (b) Inclui a palavra “mundo”, em 2 Pedro 3:6, espíritos invisíveis quais “céus”?
23 Noé, pelo seu proceder em fé, condenou aquele “mundo de pessoas ímpias”. Noé prestou atenção à falada “palavra de Deus” e obedeceu a ela; o “mundo de pessoas ímpias” não fez isso, e mostrou que mereceu ser condenado à destruição. “Pela fé Noé, depois de receber aviso divino de coisas ainda não observadas, mostrou temor piedoso e construiu uma arca para a salvação de sua família; e, por intermédio desta fé, ele condenou o mundo e tornou-se herdeiro da justiça que é segundo a fé.” (Hebreus 11:7) O “mundo” condenado pelo proceder de Noé em fé não incluiu criaturas espirituais, invisíveis, os demônios iníquos. Em 2 Pedro 3:6, “o mundo daquele tempo” que sofreu a destruição no Dilúvio não é contrastado com espíritos celestiais, invisíveis, os demônios, os anjos desobedientes a Jeová Deus; e não são estes os figurativamente chamados de “os céus”. Os demônios espirituais não foram destruídos pelo Dilúvio. Foram as pessoas ímpias na terra que sofreram a morte.
FIM DOS “CÉUS E A TERRA QUE AGORA EXISTEM”
24. Por que é tolo que alguém, hoje em dia, neste século vinte, escarneça da narrativa bíblica do que aconteceu ao “mundo de pessoas ímpias” nos dias de Noé?
24 À luz daquela destruição do “mundo daquele tempo” pelo dilúvio global, os ridicularizadores deste século vinte E. C. agem desastrosamente para si mesmos por ‘escapar-lhes o fato’ do que aconteceu ao antediluviano “mundo de pessoas ímpias”, segundo a “palavra de Deus”. Agem contrário aos seus próprios interesses eternos por não se lembrarem ou não fazerem caso “das declarações anteriormente feitas pelos santos profetas” com respeito a este tempo da “presença” invisível de Cristo, esta “terminação do sistema de coisas”. (2 Pedro 3:2; Mateus 24:3) A “palavra de Deus” não só tinha que ver com a existência dos “céus, e uma terra”, ‘desde a antiguidade’, então povoados pelo “mundo daquele tempo”, mas esta mesma “palavra de Deus” tem que ver também com os “céus e a terra que agora existem” e com os quais os ridicularizadores deste século vinte estão associados. Isto não devia escapar desses ridicularizadores da atualidade, que escarnecem da promessa da “presença” de Cristo para embaraçar as testemunhas cristãs de Jeová.
25, 26. (a) A que fator de tempo traz atenção o apóstolo Pedro na advertência? (b) Quem havia anteriormente feito menção de algo assim, e de que nos deve advertir isso?
25 “Mas”, prossegue o apóstolo Pedro em advertência, “pela mesma palavra, os céus e a terra que agora existem estão sendo guardados para o fogo e estão sendo reservados para o dia do julgamento e da destruição dos homens ímpios. No entanto, não vos escape este único fato, amados, que um só dia é para Jeová como mil anos, e mil anos, como um só dia”. — 2 Pedro 3:7, 8.
26 O profeta Moisés foi o primeiro homem a ser inspirado para equacionar mil anos de existência humana com um dia de vinte e quatro horas na experiência do Criador eterno do céu e da terra. Esta primeira comparação assim é encontrada no Salmo 90:1-4, escrito por Moisés, nas seguintes palavras dirigidas ao Criador: “Ó Jeová, tu mesmo mostraste ser uma verdadeira habitação para nós durante geração após geração. Antes de nascerem os próprios montes ou de teres passado a produzir como que com dores de parto a terra e o solo produtivo, sim, de tempo indefinido a tempo indefinido, tu és Deus. Fazes o homem mortal voltar à matéria quebrantada e dizes: ‘Retornai, filhos dos homens.’ Pois [visto que Deus faz o homem pecador voltar ao pó do solo, na morte, depois de uma vida tão curta] mil anos aos teus olhos são apenas como o ontem [de vinte e quatro horas de duração] que passou e como uma vigília [de quatro horas] durante a noite.” (Veja o cabeçalho do Salmo 90.) Jeová Deus inspirou Moisés também a falar sobre os períodos criativos de sete mil anos de duração como sendo “dias”. (Gênesis 1:1-31; Êxodo 20:11) O que é bastante comprido em tempo para o homem mortal é infinitesimamente curto para o Deus imortal.
27. Que efeito teve o dilúvio nos dias de Noé sobre o próprio globo?
27 Quando Deus trouxe o dilúvio global nos dias de Noé, ele não destruiu nosso literal globo terrestre. Este sobreviveu ao Dilúvio e formou bacias, nas quais se ajuntaram todas as águas que o inundaram.
“OS CÉUS E A TERRA QUE AGORA EXISTEM”
28. (a) Portanto, são “os céus e a terra que agora existem” um novo globo terrestre, com uma nova atmosfera, diferente daqueles que existiam antes do Dilúvio? (b) Como sabemos que, quando Deus criou o homem, ele não pensava em usar para fins destrutivos as águas suspensas acima da terra?
28 Portanto, quando 2 Pedro 3:7 fala sobre “os céus e a terra que agora existem”, não se pode referir a um novo globo terrestre com uma nova “expansão” atmosférica em volta dele. Deve-se notar também, nos versículos 5 e 6 de 2 Ped 3, que o apóstolo Pedro não disse que os “céus, e uma terra sobressaindo compactamente”, ‘desde a antiguidade’, tivessem sido guardados para a água e tivessem sido reservados para o dia de julgamento. Deus não pensou em tal coisa quando originalmente fez os céus e a terra literais e estabeleceu o homem na terra. Naquele tempo, Deus deu ao perfeito homem e mulher a oportunidade de viverem num paraíso terrestre para sempre, sem dia de julgamento. — Gênesis 2:17-25.
29. (a) São “os céus e a terra que agora existem” a mesma espécie de céus e terra mencionados em 2 Pedro 3:5? (b) Portanto por que precisa também ser figurativo o “fogo” mencionado no 2 Ped. 3 versículo 7?
29 Por conseguinte, “os céus e a terra que agora existem” não estão guardados para as águas dum dilúvio global, mas para o fogo e estão reservados para o dia do julgamento e “da destruição dos homens ímpios”. Evidentemente, isto significa céus e uma terra de espécie diferente daquela do céu e terra originais, literais. Sendo assim, então o “fogo” mencionado aqui deve ser diferente do fogo literal, portanto, “fogo” figurativo, tal como muitas vezes se menciona nas Escrituras inspiradas.
30, 31. (a) Em Sofonias 3:8, 9, a que espécie de “fogo” se faz referência? (b) Que referência a “fogo” é encontrada em Lamentações 2:3, 4?
30 Sofonias 3:8, 9, fala sobre tal “fogo” figurativo, ao dizer: “‘Portanto, estai à espera de mim’, é a pronunciação de Jeová, ‘até o dia em que eu me levantar para o despojo, pois a minha decisão judicial é ajuntar nações, para que eu reúna reinos, a fim de derramar sobre elas a minha verberação, toda a minha ira ardente; porque toda a terra será devorada pelo fogo do meu zelo. Pois então darei aos povos a transformação para uma língua pura, para que todos eles invoquem o nome de Jeová, a fim de servi-lo ombro a ombro’.”
31 Também, depois da destruição da cidade de Jerusalém pelos exércitos de Babilônia, no ano 607 A. E. C., o profeta Jeremias fez o seguinte lamento a respeito da ação tomada por Jeová Deus: “No ardor da ira, ele cortou todo chifre de Israel. Fez recuar a sua direita de diante do inimigo; e continua ardendo em Jacó como fogo chamejante que devora em todo o redor. Ele entesou seu arco como um inimigo. Sua direita tomou posição como um adversário, e ele matava a todos os desejáveis aos olhos. Derramou seu furor como fogo na tenda da filha de Sião.” — Lamentações 2:3, 4.
32, 33. Depois do dilúvio dos dias de Noé, que promessa reconfortante fez Deus, da qual o arco-íris é um lembrete?
32 Logo após o dilúvio dos dias de Noé, Deus fez com que aparecesse o arco-íris e disse a Noé e à família deste: “Sim, deveras estabeleço o meu pacto convosco: Não mais será toda a carne decepada pelas águas dum dilúvio e não mais virá a haver dilúvio para arruinar a terra.” E Deus acrescentou: “Este é o sinal do pacto que dou entre mim e vós, e toda alma vivente que está convosco, para as gerações por tempo indefinido. Dou deveras o meu arco-íris na nuvem, e ele terá de servir de sinal do pacto entre mim e a terra. E acontecerá que, quando eu trouxer uma nuvem sobre a terra, então é que aparecerá o arco-íris na nuvem. E hei de lembrar-me do meu pacto entre mim e vós, e toda alma vivente dentre toda a carne; e as águas não se tornarão mais um dilúvio para arruinar toda a carne. E terá de vir a haver o arco-íris na nuvem, e eu certamente o verei para me lembrar do pacto por tempo indefinido entre Deus e toda alma vivente dentre toda a carne que há na terra.” — Gênesis 9:11-16.
33 Em Isaías 54:9, Jeová Deus acrescentou a seguinte garantia: “Jurei que as águas de Noé não mais passariam sobre a terra.”
“GUARDADOS PARA O FOGO”
34. Quais os diversos fatos que tornam desarrazoado o conceito de que o fogo mencionado em 2 Pedro 3:7 seja literal?
34 Tal declaração juramentada, a respeito de não haver mais outro dilúvio global, seria de pouco consolo para a humanidade se Deus, em vez disso, tivesse o propósito de envolver toda a terra em fogo literal, de produzir uma literal conflagração mundial. Também, se a expressão “os céus e a terra que agora existem” incluíssem as estrelas do céu, visíveis ao olho humano, o que faria tal fogo literal ao sol de nosso sistema solar e a todos os outros astros de nossa Via-láctea e em todas as outras galáxias, que já são bolas de fogo de temperatura muito mais elevada do que os fogos produzidos aqui na terra? Reduzir nossa terra a cinzas queimadas, por meio duma conflagração global, dificilmente se harmonizaria com o propósito declarado de Deus, de converter esta terra num paraíso global, por meio de seu reino messiânico.
35. (a) Então, o que significa o “fogo” nesse texto? (b) E quais são “os céus” “guardados para o fogo”?
35 É evidente, pois, que o “fogo” para o qual “os céus e a terra que agora existem” estão sendo guardados é fogo simbólico, que produz a destruição de coisas condenadas com a mesma eficiência com que o fogo literal acaba com coisas combustíveis. Sendo assim, a expressão “os céus e a terra que agora existem” assume significado simbólico. Portanto, “os céus” simbolizam os sistemas governamentais, as autoridades governantes “que agora existem” e aos quais a humanidade está sujeita. Em Romanos 13:1, o apóstolo cristão Paulo chama-os de “autoridades superiores”, dizendo: “Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores, pois não há autoridade exceto por Deus; as autoridades existentes acham-se colocadas por Deus nas suas posições relativas.”
36. (a) Em harmonia com isso, qual é a “terra” ‘guardada para o fogo’? (b) Dê um exemplo bíblico de tal uso do termo “terra”.
36 Por conseguinte, a “terra” que está sob estes céus simboliza a sociedade humana que está sob as “autoridades superiores” ou em sujeição a elas. Antigamente, por mais de um século depois do dilúvio dos dias de Noé, esta sociedade humana falava apenas uma só língua. Gênesis 11:1, traz atenção a isso, dizendo: “Ora, toda a terra continuava a ter um só idioma e um só grupo de palavras.”
37, 38. (a) A que mais, que é alto e elevado, são comparados nas Escrituras os governos políticos? (b) Ilustre isso com Isaías, capítulo 34, e Miquéias, capítulo 1.
37 Em plena harmonia com a referência às “autoridades superiores” como sendo “céus”, há a comparação bíblica de tais governos políticos com “montes”. Como exemplo, o Soberano Senhor Deus diz em Isaías 34:2-5: “Jeová tem indignação contra todas as nações e furor contra todo o seu exército. Ele terá de devotá-las à destruição; terá de entregá-las ao abate. E seus mortos serão lançados fora; e quanto aos seus cadáveres, ascenderá o seu mau cheiro; e os montes terão de derreter-se por causa do sangue deles. E todos os do exército dos céus terão de apodrecer. E os céus terão de ser enrolados, como o rolo dum livro; e todo o seu exército terá de engelhar-se, assim como se engelha a folhagem caindo da videira e como o figo engelhado da figueira. Pois a minha espada certamente ficará encharcada nos céus. Eis que descerá sobre Edom e sobre o povo que em justiça devotei à destruição.” Com a destruição dos exércitos, na vindoura “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, no Har-Magedon, os governos que sustentaram derreter-se-ão, dissolver-se-ão, iguais a montes que se dissolvem no sangue dos exércitos mortos.
38 Outro quadro da dissolução de simbólicos montes altos como os céus é apresentado em Miquéias 1:3, 4, nas seguintes palavras: “Pois, eis que Jeová está saindo do seu lugar, e ele certamente descerá e pisará os altos da terra. E debaixo dele terão de derreter-se os montes e as próprias baixadas se partirão qual cera por causa do fogo, quais águas que se precipitam por um lugar escarpado.” Em breve, quando Jeová Deus, o Todo-poderoso, por meio de suas forças executoras, celestiais, entrar em contato com os montes governamentais deste sistema de coisas, será como se estes fossem sujeitos a um calor incandescente. Sua solidez se derreterá!
39. Portanto, o que reserva o futuro para “os céus e a terra que agora existem” e para os “homens ímpios”, e por quê?
39 Portanto, “o dia do julgamento e da destruição dos homens ímpios”, para o qual se reservam agora “os céus e a terra que agora existem”, falando-se figurativamente, será ardente, em vista de toda a destruição que causará. Será o dia da execução dos julgamentos divinos sobre todo o sistema visível de coisas. Também, será um dia de “destruição dos homens ímpios”, visto que eles não encaram e tratam Jeová Deus como o Augusto, o Soberano Universal. São irreverentes para com Ele, o Santo.
DEUS NÃO É TARDIO EM AGIR
40, 41. Embora os ridicularizadores possam encarar a vinda do “dia de julgamento” por Jeová como vagarosa, que fato a respeito do tempo precisa ser tomado em consideração?
40 É “pela mesma palavra”, quer dizer, “pela palavra de Deus”, que “os céus e a terra que agora existem” estão imutavelmente “guardados para o fogo e estão sendo reservados para o dia do julgamento e da destruição dos homens ímpios”. Isto é algo em que devem pensar os ridicularizadores modernos, que tratam a “presença” do Senhor e Salvador Jesus Cristo como ainda não vigente. Esta “mesma palavra”, que declarou com autoridade o propósito pelo qual se permitiu que “os céus e a terra que agora existem” existissem por tanto tempo, será cumprida sem falta. Isto já não demorará muito! Para os ridicularizadores e os “homens ímpios”, talvez a vinda desse “dia” pareça demorar muito, mas para Deus, que é eterno, sem princípio nem fim, não passou muito tempo. É por isso que o apóstolo Pedro disse a seguir:
41 “No entanto, não vos escape este único fato, amados, que um só dia é para Jeová como mil anos, e mil anos, como um só dia. Jeová não é vagaroso com respeito à sua promessa, conforme alguns consideram a vagarosidade, mas ele é paciente convosco, porque não deseja que alguém seja destruído, mas deseja que todos alcancem o arrependimento. Contudo, o dia de Jeová virá como um ladrão.” — 2 Pedro 3:8-10.
42. (a) Foi a concessão dum período aparentemente longo, por Deus, falta de consideração dele para com a humanidade? (b) Como é “um só dia . . . para Jeová como mil anos” para o homem?
42 O que para os homens é muito tempo, na realidade é pouco tempo para Deus. Por isso, ele pode conceder aos homens um período aparentemente longo, nos interesses deles. O que são para Ele “mil anos”, quando são apenas como um dia de vinte e quatro horas em comparação com a eternidade de sua existência? Inversamente, um dia de vinte e quatro horas para Deus é como mil anos para os homens, quando os homens tomam em consideração de que levariam mil anos para realizar o que o Deus Todo-poderoso Jeová realizaria em “um só dia”. Homens dessatisfeitos têm procurado durante milhares de anos melhorar este sistema de coisas ou tentado derrubá-lo para fazer algo melhor, mas até agora não conseguiram isso. No entanto, Jeová fará isso no seu “dia”, no breve período em que executará seus julgamentos no atual sistema de coisas como que por fogo e destruirá todos os que simpatizarem com o mesmo e o apoiarem. Isto é realmente algo em que devem pensar os que zombam.
43. Em vez de os homens ficarem impacientes com o modo em que Deus trata dos assuntos, a que perguntas deviam dar séria consideração?
43 Revela falta de entendimento da maneira de Deus tratar dos assuntos quando alguém diz com impaciência: ‘Por que não fez Deus já antes alguma coisa a respeito da péssima situação mundial? Ele devia apressar-se e fazer alguma coisa para aliviar os homens, para que eu possa tirar proveito disso — depressa!’ A principal pergunta que tal pessoa impaciente devia fazer a si mesma é: ‘Já cheguei ao arrependimento para com Deus?’ Ou: ‘Aproveito o tempo para ajudar o maior número possível dos outros a chegar ao arrependimento?’
44. (a) Como revelaram os tratos de Deus com a humanidade realmente incomparável “paciência” da sua parte, visando que objetivo? (b) Durante este período de tempo, o que fez Deus visando a salvação de tantos quantos fosse possível?
44 Quem pode corretamente acusar a Deus de ser vagaroso quanto à sua promessa de purificar esta terra da iniqüidade e estabelecer um permanente governo justo, quando mil anos do tempo do homem são apenas um só dia de vinte e quatro horas para o Deus Eterno? Ele fixou seu dia para agir, e este dia fixo permitiu amplo tempo para inúmeros chegarem ao arrependimento. Em vez de encararem isso como ‘vagarosidade’ da parte de Deus, deviam encarar isso como sendo incomparável “paciência” da sua parte que ele fixou seu “dia” de agir tanto tempo no futuro, contado do começo dos “céus e a terra que agora existem”. Ele teve esta paciência divina porque não quer que alguém pereça ou seja destruído. Assim, durante os milhares de anos que ele concedeu até o seu “dia” imutavelmente fixo, ele enviou seu amado Filho desde o céu para agir como Grande Instrutor na terra e morrer qual sacrifício de resgate para toda a humanidade, a fim de que houvesse salvação para o maior número possível deles. (Gálatas 4:4) Desde aquela primeira vinda de seu fiel Filho amado à terra, pregou-se o arrependimento para o perdão de pecados, em toda a terra habitada. Já se prega tal arrependimento por mais de dezenove séculos.
45. Embora os ridicularizadores não reconheçam isso, de que modo tratou Deus até mesmo com eles?
45 Os atuais ridicularizadores não aproveitam o tempo da paciência de Deus para chegar ao arrependimento, a fim de não serem destruídos. Embora não reconheçam isso, Deus agiu mui bondosamente para com eles, visando o arrependimento deles. Conforme o apóstolo Paulo escreveu na sua carta inspirada dirigida à congregação romana, composta de judeus cristianizados e de gentios: “Desprezas as riquezas de sua benignidade, e indulgência, e longanimidade, por não saberes que a qualidade benévola de Deus está tentando levar-te ao arrependimento?” — Romanos 2:4.
46, 47. (a) Como se mostrou que a paciência de Deus não foi em vão, mesmo desde o ano de 1914? (b) Em Revelação 7:1-3, como são retratados o autocontrole e a paciência de Deus?
46 A paciência de que Deus usou durante este tempo da “presença” do Senhor e Salvador Jesus Cristo, no poder do Reino, desde 1914 E. C., não foi em vão. Permitiu e produziu o ajuntamento do derradeiro restante dos israelitas espirituais e também o ajuntamento dos inúmeros membros da “grande multidão”, que são companheiros fiéis do restante ungido. O autocontrole e a paciência de Deus, por causa daqueles que podem ser induzidos a arrepender-se, são retratados em Revelação, capítulo sete. Com referência à iminente tempestade de destruição mundial, o apóstolo João escreveu:
47 “Depois disso vi quatro anjos em pé nos quatros cantos da terra, segurando firmemente os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, ou sobre o mar, ou sobre qualquer árvore. E eu vi outro anjo ascender desde o nascente do sol, tendo um selo do Deus vivente; e ele gritou com voz alta para os quatro anjos aos quais se concedera fazer dano à terra e ao mar, dizendo: ‘Não façais dano nem à terra, nem ao mar, nem às árvores, até depois de termos selado os escravos de nosso Deus nas suas testas.’” (Revelação 7:1-3) Isto ocorria segundo a paciência de Deus.
48. (a) Em que resultou esta manifestação de paciência por parte de Deus? (b) Que ação tomam os que agora chegam a apreciar a paciência de Deus, e que perspectiva notável se lhes apresenta?
48 De que benefício era esta manifestação da paciência da parte de Deus? O restante necessário dos israelitas espirituais foi selado na sua testa, para haver finalmente cento e quarenta e quatro mil israelitas espirituais selados, conforme predeterminado por Jeová Deus. (Revelação 7:4-8) No entanto, outros, além dos israelitas espirituais que hão de reinar com Cristo no Monte Sião celestial, foram beneficiados pela paciência de Deus neste “tempo do fim”. Foram beneficiados os que têm esperança bíblica de vida eterna num paraíso terrestre. Desde o momentoso ano de 1935 E. C., eles têm saído de todas as nações, tribos, povos e línguas, e se têm dedicado a Jeová, como seu Deus. Por isso foram batizados em símbolo desta dedicação, assim como Jesus Cristo ordenou que se fizesse com os que se tornam seus discípulos. A esta ilimitada “grande multidão”, que se forma agora, apresenta-se a perspectiva notável de atravessarem vivos e saírem da tormentosa “grande tribulação” que encerrará este “tempo do fim”. O quadro profético que se apresenta em Revelação 7:9-17 a respeito desta “grande multidão” como saindo salva da “grande tribulação” prossegue agora até a sua gloriosa realização!
É CERTA A VINDA DO DIA DO SENHOR DEUS
49. O que sobrevirá de repente aos homens que, embora considerem a Deus como vagaroso, são eles mesmos vagarosos em agir para a salvação?
49 Os homens que confundem o exercício de longanimidade e paciência por Deus com morosidade, tardança e vagarosidade, da parte Dele, sendo eles próprios vagarosos em agir para se salvarem, serão de repente apanhados pela destruição da parte de Deus. O apóstolo Pedro advertiu contra tal proceder enganoso, descuidado e imprudente, dizendo: “Contudo, o dia de Jeová [hemera Kyríou, em grego; dia do Senhor]a virá como ladrão, sendo que nele passarão os céus com som sibilante, mas os elementos, estando intensamente quentes, serão dissolvidos, e a terra e as obras nela serão descobertas.” — 2 Pedro 3:10; variante marginal da edição inglesa da NM.
50. Neste respeito, que aviso se dá a respeito de clérigos que usam a religião como meio para explorar pessoas crédulas?
50 O dia do fim dos “céus e a terra que agora existem” virá sem falta, porque isso faz parte do propósito declarado de Deus. Ele fixou o tempo da chegada dele no seu próprio cronograma. Os clérigos da cristandade que continuam a usar a religião como meio para explorar o povo crédulo verificarão que eles é que estão adormecidos e desapercebidos da ordem dos acontecimentos, não o próprio Deus. “Explorar-vos-ão também em cobiça com palavras simuladas. Mas, quanto a eles, o julgamento, desde tempos antigos, não está avançando vagarosamente e a destruição deles não está cochilando.” — 2 Pedro 2:3.
51. Igual a que se tornará o dia da execução do julgamento divino, conforme disseram tanto o apóstolo Paulo como Jesus Cristo?
51 A vinda do dia de Jeová como ladrão de noite é também comentada pelo apóstolo Paulo, ao escrever aos cristãos em Tessalônica, na Macedônia: “Ora, quanto aos tempos e às épocas, irmãos, não necessitais de que se vos escreva. Pois vós mesmos sabeis muito bem que o dia de Jeová vem exatamente como ladrão, de noite. Quando estiverem dizendo: ‘Paz e segurança!’ então lhes há de sobrevir instantaneamente a repentina destruição, assim como as dores de aflição vêm sobre a mulher grávida, e de modo algum escaparão.” (1 Tessalonicenses 5:1-3) Visto que Jeová Deus usará o próprio Jesus Cristo como agente executor naquele dia de Jeová, este advertiu seus discípulos sobre a aproximação sorrateira do começo do dia da execução do julgamento, dizendo: “Mas, sabei isto, que, se o dono de casa tivesse sabido em que vigília viria o ladrão, teria ficado acordado e não teria permitido que a sua casa fosse arrombada. Por esta razão, vós também mostrai-vos prontos, porque o Filho do homem vem numa hora em que não pensais.” — Mateus 24:43, 44; Lucas 12:39, 40.
52. O que são os “céus” que passarão, mencionados em 2 Pedro 3:10?
52 No dia de Jeová a humanidade ver-se-á envolvida numa situação ardente para este sistema ímpio de coisas. Os “céus”, os “elementos” e a “terra” que a humanidade conhece já por milhares de anos serão afetados ruinosamente. Os “céus” que passarão serão os governos políticos que serviram quais “autoridades superiores” pela permissão de Deus e que prolongaram sua operação apesar do fim dos Tempos dos Gentios em 1914 E. C. Ergueram-se altos, quais montanhas, no cenário da terra e ofuscaram os assuntos da sociedade humana. Os sacerdotes, profetas e clérigos da religião meteram-se nos governos e procuraram envolver-se nos governos como parte integrante deles, produzindo em muitos países um casamento entre Estado e Igreja. Nos casamentos entre Igreja e Estado, que ainda continuam neste “tempo do fim”, o parceiro religioso é o menor, o subordinado é meramente tolerado, não cortejado apaixonadamente.
53. O que é indicado pelo fato de que os “céus” passarão “com som sibilante”?
53 Esses “céus” governamentais desaparecerão “com som sibilante”, igual ao som da prolongada pronúncia do “s”. Isto pode referir-se a um zunido tal como o produzido pela passagem rápida dum objeto através do ar, como quando a águia mergulha em direção à sua presa. Neste respeito, o som sibilante poderia indicar a passagem rápida desses “céus” governamentais. Este desaparecimento rápido dos céus governamentais não virá em resultado da ação de partidos radicais, revolucionários, dentre os homens, porque estes apenas substituiriam o governo derrubado por outro deles mesmos. Antes, o desaparecimento dos “céus” políticos será por um ato de Jeová Deus. Visto que já excederam os “tempos designados das nações” gentias, seria apenas próprio que fossem eliminados rapidamente do cenário, numa ação já há muito devida. O “som sibilante”, não importa que efeito sonoro produza, será ouvido pelos habitantes da terra.
54. Identifique os “elementos” que hão de ser dissolvidos, de acordo com 2 Pedro 3:10.
54 Os “elementos” que ficarão “intensamente quentes” e depois serão “dissolvidos” não são os chamados “quatro elementos” dos alquimistas da Idade Média, a saber, fogo, água, terra e ar. “Elementos” refere-se às partículas básicas de que alguma coisa, tal como um organismo, é constituído. “Elementos” pode sugerir certas coisas arranjadas em determinada ordem, tais como as letras do alfabeto duma língua. Os “elementos” são mencionados como diferentes dos “céus” e da “terra” e não como sendo partes componentes básicas deles. Entre nossos céus literais e a terra existe a atmosfera na qual a humanidade vive, respirando-a para sustentar a vida. Esta atmosfera é composta duma mistura de gases e por isso tem partes elementares. De modo similar, existe um espírito que permeia o domínio terrestre da humanidade, que esta respira e que a anima, induzindo-a como que por uma força invisível a agir, pensar, falar e planejar assim como faz. Este é o espírito do mundo. Não tem nada que ver com o espírito de Deus, mas está em inimizade com ele. Por isso, Deus é contra esse espírito mundano em todas as suas partes elementares. No Seu dia, terá de dissolvê-lo, destruí-lo no calor de sua ira. Todas as doutrinas, arranjos e planos que expressam esse espírito mundano e resultam dele terão de ser dissolvidos e reduzidos a nada, junto com ele.
55. (a) O que significa a “terra” mencionada aqui? (b) A que se refere a expressão “as obras nela”?
55 Não só os “céus” e os “elementos” recebem atenção divina, mas também “a terra e as obras nela”. Estas “serão descobertas”. (2 Pedro 3:10) Serão desmascaradas. “A terra”, neste caso, simboliza a sociedade humana, separada e distinta dos do restante ungido dos israelitas espirituais e da “grande multidão”, que estão no paraíso espiritual e adoram a Jeová no seu templo espiritual. (Revelação 7:15) A expressão “as obras nela” não se refere aos atos ou ao comportamento da sociedade humana, terrena, mas às suas obras de construção, às coisas que a sociedade humana constrói e produz em matéria de estruturas. Tais “obras” revelam o conceito materialista, as tendências terrenas, desta sociedade humana, de tal “terra” simbólica.
56, 57. (a) Em que sentido são “descobertas” a terra e as obras nela conforme diz 2 Pedro 3:10? (b) Em que sentido é esta idéia similar à expressa em 1 Coríntios 3:13-15?
56 Por que, porém, se diz, “e a terra e as obras nela serão descobertas [literalmente: serão achadas]”? Por que “serão descobertas”, “serão achadas”, em vez de “se queimarão”, conforme diz a versão revista e corrigida da tradução de João Ferreira de Almeida em 2 Pedro 3:10? Serem “descobertas” ou “achadas” não significa que, no dia de Jeová, elas sejam apenas expostas à vista e deixadas assim expostas. Diz-se, em 2 Pedro 3:7, que, pela palavra de Deus, “os céus e a terra que agora existem estão sendo guardados para o fogo”. Por conseguinte, a “terra e as obras nela” não escaparão do “fogo” da destruição, assim como tampouco escaparão os “céus” e os “elementos”. Serão “descobertos” ou “achados” pelo fogo. O fogo apanhará também a “terra e as obras nela”. Serão “descobertas” ou “achadas” como sendo combustíveis, assim como são os simbólicos “céus” e os simbólicos “elementos”. O “fogo” destrutivo do dia de Jeová provará isso. Portanto, o sentido da descoberta ou do achado é igual ao daquele em 1 Coríntios 3:13-15, onde o apóstolo Paulo escreve:
57 “A obra de cada um se tornará manifesta, pois o dia a porá à mostra, porque será revelada por meio de fogo; e o próprio fogo mostrará que sorte de obra é a de cada um. Se permanecer a obra de alguém, que sobre ele construiu, receberá uma recompensa; caso se queimar a obra de alguém, sofrerá perda. . . .”
58. Portanto, o que está para acontecer à simbólica “terra e as obras nela” e como é isso mostrado adicionalmente pelas palavras proféticas de Sofonias?
58 “O dia [de Jeová] do julgamento e da destruição dos homens ímpios” virá como ladrão sobre a simbólica “terra e as obras nela”, e o “fogo” daquele dia da execução do julgamento divino mostrará que são inflamáveis, sujeitas à incineração. Arderão em chamas. Não resistirão, nem sobreviverão ao dia ardente do Senhor Deus Jeová. As palavras proféticas de Sofonias 1:14-18 têm significado solene para os nossos dias: “Está próximo o grande dia de Jeová. Está próximo e se apressa muitissimamente. O ruído do dia de Jeová é amargo. Ali o poderoso deixa escapar um grito. . . . Nem a sua prata nem o seu ouro os poderá livrar no dia da fúria de Jeová; mas toda a terra será devorada pelo fogo do seu zelo, porque ele fará uma exterminação, sim, uma terrível, de todos os habitantes da terra.”
‘APRESSANDO A PRESENÇA DO DIA DE DEUS’
59. Que exortação do apóstolo Pedro, com respeito a expectativas e conduta, aplica-se com força especial a nós hoje?
59 Em contraste com os ridicularizadores preditos para o nosso tempo, que sorte de pessoas devemos mostrar ser em face da iminente ruína deste sistema ímpio de coisas? A exortação do apóstolo Pedro aos cristãos do primeiro século aplica-se hoje a nós com a maior força: “Visto que todas estas coisas [os simbólicos céus, elementos, terra e as obras nela] hão de ser assim dissolvidas, que sorte de pessoas deveis ser em atos santos de conduta e em ações de devoção piedosa, aguardando e tendo bem em mente [literalmente: aguardando e apressando] a presença do dia de Jeová [em grego: de o Deus], pelo qual os céus, estando incendiados, serão dissolvidos, e os elementos, estando intensamente quentes, se derreterão! Mas, há novos céus e uma nova terra que aguardamos segundo a sua promessa, e nestes há de morar a justiça.” — 2 Pedro 3:11-13; Kingdom Interlinear Translation.
60. (a) Se realmente crermos no que diz a Palavra de Deus, como viveremos? (b) Que exortação dá o apóstolo Pedro aos que foram chamados para a vida celestial?
60 Os verdadeiros crentes no cumprimento certo da palavra profética de Deus devem viver em harmonia com suas expectativas. Não viverão egoistamente para o atual sistema de coisas, quer dizer, para os “céus”, os “elementos” e a “terra”, que hão de ser dissolvidos, destruídos, do modo como a Palavra de Deus descreve. Por que viver para algo que perecerá em breve? E por que perecer junto com ele? Em especial os cristãos dedicados e batizados “obtiveram uma fé, tida por igual privilégio como a [do apóstolo Pedro], pela justiça de nosso Deus e do Salvador Jesus Cristo”. (2 Pedro 1:1, NM; Weymouth; American Standard, ambas em inglês) Aos cristãos que têm a chamada para o reino celestial, o apóstolo Pedro prossegue dizendo: “Fazei tanto mais o vosso máximo para vos assegurar da vossa chamada e escolha; pois, se persistirdes em fazer estas coisas, de nenhum modo falhareis jamais. De fato, assim vos será ricamente suprida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” (2 Pedro 1:10, 11) O apóstolo Pedro diz que eles eram “forasteiros e residentes temporários”, e, por isso, não faziam parte dos simbólicos “céus”, “elementos” e “terra” que ‘hão de ser assim dissolvidos’. — 1 Pedro 2:11.
61. (a) Em harmonia com a exortação de Pedro, que sorte de pessoas e práticas evitam os verdadeiros cristãos? (b) O que é necessário para se permanecer no paraíso espiritual?
61 Por conseguinte, os que acatam a exortação de Pedro não têm nada que ver com os “falsos instrutores” que ‘introduzem quietamente seitas destrutivas’ e que ‘repudiam até mesmo o dono que os comprou, trazendo sobre si mesmos uma destruição veloz’. Os cristãos que se apegam à verdadeira profecia não seguem tais instrutores falsos. Esses cristãos fiéis não estão entre os muitos que ‘seguem os seus atos de conduta desenfreada’ e por causa dos quais “falar-se-á de modo ultrajante do caminho da verdade”. (2 Pedro 2:1, 2) A fim de evitarem que os ridicularizadores e outros mundanos falem do caminho da verdade bíblica de modo ultrajante, os cristãos que acatam as palavras do apóstolo Pedro prestam constante atenção a que espécie de pessoas deviam ser “em atos santos de conduta e em ações de devoção piedosa”. Por meio deste proceder, evitarão trazer “sobre si mesmos uma destruição veloz” junto com os “céus e a terra que agora existem” e que “estão sendo guardados para o fogo”. (2 Pedro 3:7) Por meio de “atos santos de conduta e . . . ações de devoção piedosa”, as testemunhas cristãs de Jeová mantêm-se hoje no seu paraíso espiritual.
62. (a) Há algo que possamos fazer para que o “dia de Jeová” venha mais cedo? (b) Como podemos mostrar que ‘o mantemos bem em mente’?
62 Não se deixam influenciar pela zombaria dos que adiam na mente a vinda furtiva do dia de julgamento por parte de Jeová. Já o aguardam há muito tempo, e até que chegue, continuarão aguardando a “presença do dia de Jeová”. Dessemelhantes dos ridicularizadores, estão “tendo bem em mente a presença do dia de Jeová”. Não o deixam fugir da mente. Lembram-se dele constantemente como acontecimento muito próximo. Quanto mais vivem na terra, tanto mais perto ele chega. Não podem apressá-lo, acelerá-lo ou adiantá-lo de modo literal, porque sabem que Jeová tem a sua própria data fixa para a sua chegada. Mas, ficam constantemente atentos para que, não importa quão cedo e inesperadamente chegue, estejam aptos para entrar nele numa condição aprovada por Jeová Deus. Portanto, prosseguirem com seus “atos santos de conduta e . . . ações de devoção piedosa” está em acordo com terem “bem em mente a presença do dia de Jeová”. Sabem o que significa a presença daquele dia. E o que significa?
PREPARAÇÃO DO CAMINHO PARA “NOVOS CÉUS E UMA NOVA TERRA”
63. Quando os “céus” forem dissolvidos, o que significará isso para eles?
63 A “presença do dia de Jeová” é o meio “pelo qual os céus, estando incendiados, serão dissolvidos, e os elementos, estando intensamente quentes, se derreterão”! (2 Pedro 3:12) Os “céus” governamentais, aos quais os líderes religiosos do mundo se apegaram em busca de apoio e proteção, serão incendiados por Jeová Deus. “Porque”, diz Hebreus 12:29, “o nosso Deus é também um fogo consumidor”. (Deuteronômio 4:24) Isto significará a dissolução, a destruição, desses “céus” governamentais. O apóstolo Pedro não explica como isso será feito como que por fogo. Todavia, as “declarações anteriormente feitas pelos santos profetas” descrevem como isso se dará. — 2 Pedro 3:2; 1:21.
64. Por meio de que profeta inspirado deu-se uma explicação a respeito de como esses “céus” simbólicos serão destruídos como que por fogo?
64 No sonho profético de Nabucodonosor, que era rei de Babilônia nos dias do profeta Daniel, foi dado um quadro daqueles “céus” simbólicos como a partir de 607 A. E. C., quando Nabucodonosor destruiu Jerusalém e seu templo, até à “presença do dia de Jeová”. O sonho profético foi enviado ao rei de Babilônia por Jeová Deus, mas o rei se esqueceu do sonho e o profeta de Jeová, Daniel, foi o único que pôde fazer a mente do rei recordar o sonho e depois explicar-lho. — Daniel 2:1-30.
65. O que observou o rei de Babilônia no seu sonho e o que representava isso?
65 O rei de Babilônia viu no seu sonho a representação duma seqüência de potências políticas mundiais, desde a Potência Mundial Babilônica da dinastia de Nabucodonosor até inclusive a Sétima Potência Mundial bíblica, a Potência Mundial Anglo-Americana de nosso século vinte. Por conseguinte, a estátua do sonho, que foi usada para retratar esta série de potências mundiais governamentais, compunha-se de vários materiais básicos. A cabeça era de ouro, o peito e os braços, de prata, o abdômen e os flancos, de cobre, as pernas, de ferro, e os pés e os dedos dos pés, de ferro misturado com argila. — Daniel 2:31-33.
66. Explique o significado das diversas partes da estátua do sonho.
66 “Este é o sonho”, disse Daniel a Nabucodonosor, “e nós diremos a sua interpretação perante o rei. Tu, ó rei, rei dos reis [e por isso imperador duma potência mundial] tu, a quem o Deus do céu deu o reino, . . . a quem ele fez governante sobre todos eles, tu mesmo és a cabeça de ouro.” (Daniel 2:36-38) Por conseguinte, a cabeça de ouro simbolizava a Potência Mundial Babilônica na dinastia de Nabucodonosor. O peito e os braços de prata simbolizavam a Potência Mundial Medo-Persa que lhe sucedeu. O ventre e as coxas de cobre simbolizavam a Potência Mundial Greco-Macedônia. As pernas de ferro simbolizavam a Potência Mundial Romana e a seqüência deles, a Potência Mundial Dupla Anglo-Americana. Os pés parcialmente de ferro e parcialmente de argila simbolizavam os poderes governamentais atuais ou finais, que se tornaram parcialmente radicais (socialistas; comunistas) e parcialmente imperiais. Durante os mais de vinte e cinco séculos, desde o começo dos Tempos dos Gentios com a desolação de Jerusalém, em 607 A. E. C., os outros governos políticos da terra foram dominados por aquela seqüência de potências mundiais. — Daniel 2:39-43.
67, 68. Até que período da história permanece de pé aquela estátua de poder mundial e o que acontece então a ela?
67 De acordo com o sonho profético do rei, aquela “estátua” de potência mundial ainda está de pé, no seu cumprimento histórico, na “terminação do sistema de coisas”, na qual nos encontramos hoje. (Mateus 24:3; 28:20; 13:39, 49) Esta “terminação do sistema de coisas” é levada ao grandioso clímax pela “presença do dia de Jeová”, durante a qual os simbólicos “céus”, “elementos” e “terra e as obras nela” são destruídos como que por fogo. Este é o “dia do julgamento e da destruição dos homens ímpios”. (2 Pedro 3:7-12) Agourenta, portanto, é aquela parte do sonho do rei que apresenta movimento e ação, e que Daniel fez o rei lembrar por dizer:
68 “Estavas olhando até que se cortou uma pedra, sem mãos, e ela golpeou a estátua nos seus pés de ferro e de argila modelada, e os esmiuçou. Nesta ocasião, o ferro, a argila modelada, o cobre, a prata e o ouro foram juntos esmiuçados e tornaram-se como a pragana da eira do verão, e o vento os levou embora, de modo que não se achou nenhum traço deles. E no que se refere à pedra que golpeou a estátua, tornou-se um grande monte e encheu a terra inteira.” — Daniel 2:34, 35.
69. O que significa isso para todos os governos humanos?
69 O cumprimento desta parte dramática do sonho profético é bem iminente. Segundo ela, todo vestígio ou traço das potências mundiais, políticas, inclusive a Oitava Potência Mundial, as Nações Unidas, forçosamente será dispersado sem possibilidade de reconstrução. Todos os reinos ou governos humanos subsidiários igualmente terão de ser eliminados da terra.
70, 71. Por que meio trará Jeová a destruição mundial?
70 É assim que diz a Palavra de Deus, não do homem. Não é obra nem do restante ungido dos israelitas espirituais, nem da “grande multidão” de seus co-adoradores de Jeová. O meio pelo qual o Deus Todo-poderoso Jeová realizará a destruição mundial foi retratado no sonho de Nabucodonosor como sendo uma “pedra” cortada dum monte, sem a ajuda de mãos humanas. Portanto, a “pedra” deve representar algo produzido pelo Criador, o Soberano Senhor Jeová. Ele inspirou Daniel a explicar o que simboliza a “pedra”, dizendo:
71 “E nos dias daqueles reis o Deus do céu estabelecerá um reino que jamais será arruinado. E o próprio reino não passará a qualquer outro povo [como sucessor]. Esmiuçará e porá termo a todos estes reinos, e ele mesmo ficará estabelecido por tempo indefinido; pois viste que se cortou do monte uma pedra, sem mãos, e que ela esmiuçou o ferro, o cobre, a argila modelada, a prata e o ouro.” — Daniel 2:44, 45.
72, 73. (a) O que é o “monte” do qual se corta uma “pedra”, sem mãos? (b) O que representa a própria “pedra” e o que ocorre agora com relação a ela?
72 Visto que a “pedra” representa um reino estabelecido pelo Deus do céu, o “monte” deve representar a fonte do poder e da autoridade do reino, a saber, a Soberania Universal do Rei da Eternidade, Jeová Deus. O reino semelhante a uma pedra torna-se assim parte e instrumento subsidiário de Sua soberania universal. É seu reino messiânico nas mãos de seu Filho unigênito, que se tornou o Senhor Jesus Cristo. (Daniel 7:13, 14) Este reino é aquele a respeito do qual Jesus Cristo fez a seguinte predição na sua profecia a respeito da “terminação do sistema de coisas”: “Estas boas novas do reino serão pregadas em toda a terra habitada, em testemunho a todas as nações; e então virá o fim.” (Mateus 24:14) Naquela mesma profecia, Jesus Cristo se previu naquele reino, ao dizer:
73 “Quando o Filho do homem chegar na sua glória, e com ele todos os anjos, então se assentará no seu trono glorioso. E diante dele serão ajuntadas todas as nações.” — Mateus 25:31, 32.
74. Que tarefas foram confiadas por Jeová a esse reino messiânico?
74 Todos aclamam o reino messiânico do Filho do Soberano Senhor Jeová! É o governo celestial ao qual se confia a eliminação dos “céus e a terra que agora existem” e a introdução dos prometidos “novos céus e uma nova terra”, para a glória de Deus e a bênção infindável de todos os obedientes da humanidade.
[Nota(s) de rodapé]
a “Estas palavras expressam a certeza da vinda do dia de julgamento, e hos kléptes [como ladrão] a sua repentinidade inesperada; . . . tes tou Theou hemeras [do dia do Deus], ver. 12, mostra que kyriou [Senhor] aqui [versículo 10] também equivale a Theou [de Deus] (não a Khristou [de Cristo]; . . .).” — Linhas 3-6, parágrafo 1, página 428 de Critical and Exegetical Handbook to the General Epistles of James, Peter, John, and Jude, de J. E. Huther (1887).