Mantenha-se firme — aproxima-se o cumprimento da promessa!
“Tendes necessidade de perseverança, a fim de que, depois de terdes feito a vontade de Deus, recebais o cumprimento da promessa.” — Heb. 10:36.
1. O antepassado comum dos árabes e dos israelitas sentiu-se influenciado a se tornar o que, por causa duma promessa fidedigna?
UMA boa promessa, feita por alguém em quem se pode confiar, pode influenciar aquele a quem foi feita a tomar ação recompensadora. Quantos de nós, só por causa duma promessa, estariam dispostos a se tornar forasteiro, homem sem pátria, numa terra alheia, e isso por uns cem anos? O espantoso é que temos um registro histórico sobre exatamente tal proceder! Trata-se do caso do homem de quem os árabes afirmam descender, e também seus parentes consangüíneos, os israelitas. Este seu antepassado recebeu uma promessa, cuja execução afeta toda a família humana, para o seu bem eterno.
2. O que exigiu o cumprimento desta promessa da parte do beneficiado?
2 O cumprimento desta promessa de importância mundial exigiu ação, segundo a declaração da promessa feita por Deus, que disse: “Sai da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que te mostrarei; e farei de ti uma grande nação e te abençoarei, e hei de engrandecer o teu nome; e mostra-te uma bênção. E hei de abençoar os que te abençoarem e amaldiçoarei aquele que invocar o mal sobre ti, e todas as famílias do solo certamente abençoarão a si mesmas por meio de ti.” — Gên. 12:1-3.
3. Quanto a uma promessa, em que sentido é Abraão, de Ur dos Caldeus, um exemplo para nós?
3 Quão gratos podemos ser todos nós, os que pertencemos a “todas as famílias do solo”, que o beneficiado pela promessa, Abrão, de Ur dos Caldeus, empreendeu com confiança a ação prescrita! Abrão (mais tarde chamado Abraão) é exemplo para nós quanto a tomar a devida ação a fim de alcançar a promessa que o Deus de Abraão nos fez.
4. Por quanto tempo permaneceu Abraão um homem sem pátria, na terra de Canaã também seu filho Isaque e seu neto Jacó?
4 Quando Abraão tinha setenta e cinco anos de idade, ele entrou na Terra da Promessa, que então era para ele um país desconhecido. Ele faleceu à idade de cento e setenta e cinco anos. Por causa disso, ele foi homem sem pátria por todo um século — um tempo bastante longo. Seu filho Isaque, que lhe nasceu neste país estrangeiro, ainda não entregue a Abraão, também foi homem sem pátria, mas por um período ainda mais longo — por cento e oitenta anos. O filho de Isaque, Jacó a quem foi transmitida a promessa divina, foi homem sem pátria por cento e trinta anos, antes de ser chamado para o Egito, onde faleceu. (Gên. 47:7-9; 49:33) Contudo, a seu próprio pedido, este patriarca, de cento e quarenta e sete anos de idade, foi sepultado na Terra da Promessa, a terra de Canaã. — Gên. 50:1-14.
5, 6. Que qualidade fortaleceu aqueles três patriarcas, para perseverarem por duzentos e quinze anos numa terra estrangeira, e como é isso confirmado em Hebreus 11:9, 10, 13-16?
5 O que fortaleceu aqueles três patriarcas a se manterem firmes num país estrangeiro e a não voltarem para Ur dos Caldeus? O que os ajudou a perseverar na terra estranha de Canaã por duzentos e quinze anos (de 1943 a 1728 A. E. C.), somados juntos? Foi a sua fé em Jeová Deus e na fidedignidade da inquebrantável promessa dele. Sobre isso lemos em Hebreus 11:9, 10, 13-16:
6 “Pela fé [Abraão] residia como forasteiro na terra da promessa, como em terra estrangeira, e morava em tendas, com Isaque e Jacó herdeiros com ele da mesmíssima promessa. Pois aguardava a cidade que tem verdadeiros alicerces, cujo construtor e criador é Deus. Todos estes morreram em fé, embora não recebessem o cumprimento das promessas, mas viram-nas de longe e acolheram-nas, e declararam publicamente que eram estranhos e residentes temporários no país. Pois, os que dizem tais coisas dão evidência de que buscam seriamente um lugar para si próprios. Contudo, se deveras se tivessem lembrado do lugar de que tinham saído, teriam tido a oportunidade de voltar. Mas agora procuram alcançar um lugar melhor, isto é, um pertencente ao céu. Por isso, Deus não se envergonha deles, de ser chamado seu Deus, porque aprontou para eles uma cidade.”
7. Como se tornou Abraão pessoa indesejável na região onde nasceu, e que espécie de “cidade” queria ele?
7 Abraão, como exemplo para seu filho Isaque e seu neto Jacó estava decidido a morrer no estrangeiro, em vez de recuar daquilo que lhe foi designado e retornar à sua cidade natal, Ur dos Caldeus. Visto que aquela cidade pagã estava na terra de Sinear, Abraão tornou-se até mesmo alguém indesejável naquela região, porque perseguiu e derrotou quatro reis confederados daquela região. Esses eram Anrafel, rei de Sinear, Arioque, rei de Elasar, Quedorlaomer, rei de Elão, e Tidal, rei de Goim. Abraão e suas tropas despojaram aqueles reis de todos os valores e cativos de que se haviam apoderado durante sua invasão da terra de Canaã. (Gên. 14:1-24; Heb. 7:1) Abraão não queria mais ter Ur dos Caldeus por sua cidade de residência. Renunciou a ela. Preferiu viver como nômade na Terra da Promessa, desejando algo melhor do que aquela cidade idólatra e pecaminosa onde nasceu. Em vez de uma cidade fundada por homens, Abraão, bem como Isaque e Jacó queriam uma cidade ou um governo cujo Construtor e Criador fosse Deus. Os alicerces de Ur dos Caldeus jazem hoje em ruínas, mas não a “cidade” de Deus.
8, 9. (a) Que espécie de herança obterá Abraão ao ressuscitar, e como? (b) De acordo com Romanos 4:11, 12, como se tornou Abraão “pai” dos discípulos de Cristo, em sentido espiritual?
8 Por Abraão ser fiel até a morte, Jeová Deus prometeu-lhe, não uma herança celestial, mas uma terrena, a terra de Canaã. De modo que Abraão, ao ser ressuscitado dentre os mortos, será levantado para a vida na terra. Mas, naquela ocasião, a terra estará sob o governo absoluto da cidade “pertencente ao céu”, o reino messiânico do Descendente mais importante de Abraão, a saber, Jesus Cristo. (Heb. 11:16) Abraão foi excelente exemplo de fé para este glorioso Descendente, aquele por meio de quem se cumpre a promessa de Deus a Abraão, pois Jesus Cristo é de modo destacado o ‘descendente de Abraão’, em quem todas as nações da terra procurarão ter bênção infindável. (Gên. 22:18) Falando-se em sentido espiritual, diz-se que Abraão é o “pai” dos discípulos de Jesus Cristo, sem importar se procedem dos judeus circuncisos ou dos não-judeus incircuncisos, os gentios. Sobre este ponto, lemos o seguinte:
9 “E ele [Abraão] recebeu um sinal [anos depois de se ter tornado estrangeiro peregrinante na terra de Canaã], a saber, a circuncisão, como selo da justiça pela fé que teve enquanto estava no seu estado incircunciso [até gerar Isaque], para que fosse pai de todos os que têm fé enquanto na incircuncisão [como gentios], a fim de que se lhes contasse a justiça; e pai de descendência circuncisa, não somente dos que aderem à circuncisão [os judeus circuncisos], mas também dos que andam ordeiramente nas pisadas dessa fé que era de nosso pai Abraão, enquanto no estado incircunciso [como gentios].” — Rom. 4:11, 12; Gên. 15:6; 17:7-17.
10. (a) De que modo é Deus, mais do que Abraão, o “pai de todos os que tem fé”? (b) Portanto, por meio de que qualidade obteremos o cumprimento das promessas de Deus?
10 Visto que Abraão se tornou como pai espiritual para os discípulos de seu Descendente natural, Jesus Cristo, Abraão foi usado como tipo de Jeová Deus, que é o Pai celestial de todos os que compõem o “descendente”, por meio de quem todas as nações da terra serão abençoadas. (Gál. 3:8, 9) Jeová Deus é assim o Abraão Maior. Dele procede a qualidade da fé, porque ele dá seu espírito santo aos que o adoram, sendo que um dos frutos deste espírito é a fé. (Gál. 5:22) Sua fidelidade certa às suas promessas inspira em nós fé para com ele. Muito mais do que Abraão, Jeová é o Pai daqueles que são fiéis ou dos que têm fé. Se nos mantivermos firmes nesta fé, então, iguais a Abraão, receberemos o cumprimento das promessas de Deus a nós. Nossa fé nos ajudará a perseverar, até que obtenhamos as coisas prometidas por Deus.
“FORASTEIROS E RESIDENTES TEMPORÁRIOS” NESTE MUNDO
11, 12. De que modo somos nós um povo sem pátria, sendo que, iguais a Abraão, aguardamos as promessas de Deus, e como é isso corroborado pelo que está escrito em 1 Pedro 2:11, 12?
11 Abraão é deveras um exemplo para nós, hoje, os que aguardamos as coisas maravilhosas que nos foram prometidas por Deus, que não mente. No momento, ainda há homens e mulheres que, em sentido figurativo, são pessoas sem pátria. Estes são os que realmente têm fé igual à de Abraão. São os discípulos dedicados e batizados de Jesus Cristo, o Principal membro do “descendente de Abraão”. Não é dum ponto de vista errado que são considerados como pessoas sem pátria. Este ponto de vista é apoiado por aquilo que um dos discípulos de Cristo, o apóstolo Pedro, escreveu na sua primeira carta, dirigida aos que ele chama de “residentes temporários espalhados por Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia”. (1 Ped. 1:1) Em que sentido eram aqueles cristãos “residentes temporários”! Isto é demonstrado no capítulo dois, versículos onze e doze, onde o apóstolo Pedro escreve:
12 “Amados, exorto-vos como a forasteiros e residentes temporários a que vos abstenhais dos desejos carnais, que são os que travam um combate contra a alma. Mantende a vossa conduta excelente entre as nações [ou os gentios], para que, naquilo em que falam de vós como de malfeitores, eles, em resultado das vossas obras excelentes, das quais são testemunhas oculares, glorifiquem a Deus no dia da sua inspeção.” — 1 Ped. 2:11, 12.
13. (a) No entanto, para quem não somos “forasteiros”, e por que não? (b) Dessemelhantes de Pedro, por que não teremos de sair do sistema iníquo de coisas?
13 Nós, discípulos dedicados de Cristo, podemos ser “forasteiros” para o mundo, mas quão consolador é saber que não somos “forasteiros” para Deus! Para ele, não somos mais “apartados e . . . inimigos, porque as [nossas] mentes se fixavam nas obras iníquas”. (Col. 1:21) Não andamos mais “assim como também as nações andam na improficuidade das suas mentes, ao passo que estão mentalmente em escuridão e apartados da vida que pertence a Deus, por causa da ignorância que há neles, por causa da insensibilidade dos seus corações”. (Efé. 4:17, 18) O apóstolo Pedro e os cristãos ungidos dos seus dias esperavam sair deste sistema mundano de coisas no dia em que morressem e assim deixar de ser forasteiros peregrinos ou residentes temporários nele. Mas, hoje, neste século vinte da congregação cristã, as testemunhas cristãs de Jeová que sobreviverem à vindoura “grande tribulação” não sairão deste sistema. Por que não? Porque é este sistema iníquo de coisas que será eliminado da face da terra, na “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, com que terminará a tribulação. — Mat. 24:21, 22; Rev. 7:14; 16:14, 16; 19:11-21.
14. Que motivo sólido apresentou Pedro para que os cristãos ungidos se comportem como “forasteiros e residentes temporários” neste mundo?
14 Professamos realmente ser cristãos dedicados? Pois bem, comportamo-nos então como “forasteiros e residentes temporários” entre as nações mundanas, assim como aconselhou o inspirado apóstolo Pedro? Havia um motivo sólido pelo qual ele exortou os cristãos, que haviam recebido “um novo nascimento para uma esperança viva”, a fim de que se comportassem cuidadosamente como gente numa terra estrangeira. O motivo de fazerem isso é que, conforme disse Pedro, são “‘raça escolhida, sacerdócio real, nação santa, povo para propriedade especial, para que divulgueis as excelências’ daquele que vos chamou da escuridão para a sua maravilhosa luz. Porque vós, outrora, não éreis povo, mas agora sois povo de Deus”. (1 Ped. 1:3; 2:9, 10) É óbvio, pois, que esses não fazem mais parte do mundo apartado de Deus. Não andam mais na sua escuridão, mas são portadores da luz da parte de Deus. Estão numa situação similar àquela de Abraão, da antiguidade.
15. De acordo com 2 Pedro 3:13, 14, que esperança tem os cristãos que receberam o “novo nascimento”?
15 Sua esperança não é a deste mundo. Têm uma esperança inspirada pela promessa de Deus. Esta promessa aproxima-se agora do seu cumprimento, da sua gloriosa realização. Há mais de dezenove séculos atrás, Pedro escreveu as seguintes palavras: “Há novos céus e uma nova terra que aguardamos segundo a sua promessa, e nestes há de morar a justiça. Por isso, amados, visto que aguardais estas coisas, fazei o máximo para serdes finalmente achados por ele sem mancha nem mácula, e em paz.” (2 Ped. 3:13, 14) Esses “novos céus” eram aquela “cidade” que o fiel Abraão aguardava com tanta paciência, um governo celestial “que tem verdadeiros alicerces, cujo construtor e criador é Deus”. (Heb. 11:10) A “nova terra” é a nova sociedade humana composta de todos aqueles que procuram uma bênção por meio do espiritual “descendente de Abraão”. — Gên. 22:18; Rev. 21:1.
NÃO-ENVOLVIMENTO COM O MUNDO, IMITANDO A CRISTO
16. Portanto, por que não podem os cristãos interessar-se nos assuntos políticos e nas controvérsias das nações do mundo?
16 Visto que os cristãos são “forasteiros e residentes temporários”, e, como tais, aguardam o cumprimento dessa promessa divina, como é que poderiam realmente interessar-se nos assuntos políticos e nos conflitos violentos das nações do mundo? Se seu coração realmente se fixar nos “novos céus” e numa “nova terra”, em conexão com o reino de Deus, sinceramente não podem fazer isso!
17. Por que faz a obediência as palavras de Cristo, em Mateus 6:32, 33, com que seja fora de ordem dividir a atenção entre o reino de Deus e os reinos constituídos pelos homens?
17 Jesus Cristo disse aos seus discípulos: “O vosso Pai celestial sabe que necessitais de todas essas coisas [materiais]. Persisti, pois, em buscar primeiro o reino e a Sua justiça.” (Mat. 6:32, 33) Buscar assim primeiro o reino do Pai celestial incluiria tomar parte ativa no cumprimento da profecia de Jesus: “Estas boas novas do reino serão pregadas em toda a terra habitada, em testemunho a todas as nações; e então virá o fim.” (Mat. 24:14) O cristão obediente não pode transigir e dividir a sua atenção e o seu tempo entre os interesses do reino de Deus e os interesses dos reinos constituídos pelos homens, e ainda assim estar realmente colocando o reino de Deus em primeiro lugar e obter a aprovação Dele.
18. Por que não têm os cristãos o direito de se tornarem parte deste mundo?
18 Os cristãos, tendo-se tornado ‘forasteiros e residentes temporários” para com este velho mundo, não mais têm o direito de se fazerem novamente parte deste mundo. Se fizessem isso, não estariam incluídos na oração que Jesus fez a Deus: “Solicito-te . . . que vigies sobre eles, por causa do iníquo. Não fazem parte do mundo, assim como eu não faço parte do mundo. Santifica-os por meio da verdade; a tua palavra é a verdade.” (João 17:15-17) Havia um motivo válido para tal oração, visto que “o iníquo” é “o governante deste mundo”. — João 12:31; 14:30.
19. Como “forasteiros e residentes temporários”, o que terão de sofrer os cristãos, neste mundo?
19 Será que este mundo da humanidade dominada pelo Diabo ama esses cristãos que são “forasteiros e residentes temporários” porque coerentemente recusam tornar-se parte deste mundo? Ora, será que o mundo amava a Jesus Cristo porque ele, conforme disse, ‘não fazia parte do mundo’? O discípulo não é melhor do que seu Mestre. Por conseguinte, Jesus disse aos seus discípulos: “Se o mundo vos odeia, sabeis que me odiou antes de odiar a vós. Se vós fizésseis parte do mundo, o mundo estaria afeiçoado ao que é seu. Agora, porque não fazeis parte do mundo, mas eu vos escolhi do mundo, por esta razão o mundo vos odeia. Lembrai-vos da palavra que eu vos disse: O escravo não é maior do que o seu amo. Se me perseguiram a mim, perseguirão também a vós; . . . De fato, vem a hora em que todo aquele que vos matar imaginará que tem prestado um serviço sagrado a Deus.” (João 15:18-20; 16:2) A fim de que o genuíno cristão receba o cumprimento da promessa de Deus, terá de sofrer fielmente tal ódio e maus tratos do mundo.
20. Segundo Hebreus 10:32-34, de que precisavam lembrar-se os judeus cristianizados. que foram odiados assim como Jesus?
20 Os judeus cristianizados, na província romana da Judéia, e especialmente os na sua capital, Jerusalém, chegaram a conhecer a verdade destas palavras de aviso de seu Mestre messiânico, Jesus Cristo. Cerca de vinte e cinco anos depois de Jesus ter proferido as palavras acima citadas, o apóstolo Paulo, que era judeu cristianizado, estava em condições de escrever aos hebreus crentes em Jerusalém as seguintes palavras revigorantes: “Persisti em lembrar-vos dos dias anteriores, em que, depois de terdes sido esclarecidos, perseverastes em uma grande competição, debaixo de sofrimentos, às vezes enquanto expostos como que num teatro, tanto a vitupérios como a tribulações, e tornando-vos às vezes parceiros dos que estavam tendo tal experiência. Porque vós tanto expressastes compaixão pelos em prisão como suportastes alegremente o saque de vossos bens, sabendo que vós mesmos tendes uma possessão melhor e subsistente.” — Heb. 10:32-34.
“EMBAIXADORES” CRISTÃOS
21, 22. (a) Por causa da hostilidade do mundo, a quem envia Deus às pessoas, e para fazerem o quê? (b) Como é isso trazido a nossa atenção em 2 Coríntios 5:19-21?
21 O mundo é admitidamente hostil a Jeová Deus e ao povo devoto dele. Por causa disso, Deus designou um serviço de embaixadores aos seus adoradores dedicados e batizados, que receberam dele um “novo nascimento”. (1 Ped. 1:3) Por conseguinte, ele os envia ao mundo apartado, não para promover a paz e entrar num compromisso com o mundo. Não cabe ao mundo condenado ditar termos de paz a Deus. (Luc. 14:31, 32) Deus envia seus embaixadores para rogar a pessoas individuais do mundo a se aproveitarem dos termos amorosos de Deus para entrar numa relação pacífica, salvadora de vida, com Ele. O judeu cristianizado Paulo, junto com seu companheiro, meio judeu, Timóteo, traz este fato à nossa atenção, dizendo, em 2 Coríntios 5:19-21:
22 “Deus, por meio de Cristo, estava reconciliando o mundo consigo mesmo, não lhes imputando as suas falhas, e ele nos encarregou da palavra da reconciliação. Somos, portanto, embaixadores, substituindo a Cristo, como se Deus instasse por nosso intermédio. Rogamos, como substitutos de Cristo: ‘Sede reconciliados com Deus.’ Aquele que não conheceu pecado, ele fez pecado por nós, para que, por meio dele, nos tornássemos a justiça de Deus.”
23. Em vista da “palavra da reconciliação” levada pelos “embaixadores” cristãos, por que não tem eles autorização para se meter na política e nos conflitos do mundo?
23 Por serem embaixadores, substituindo a Cristo em todas as nações, os cristãos comissionados têm de levar a “palavra da reconciliação” às pessoas de toda espécie de crença política — a democratas, a republicanos, a socialistas, às de mentalidade nazista, às de mentalidade fascista, a comunistas, a conservadores, a trabalhistas, e assim por diante. A “palavra da reconciliação” de Deus é igual para todas essas, sem parcialidade. Por este motivo, seus “embaixadores, substituindo a Cristo”, não se podem meter na política de nenhum país, nem se tornar membro de nenhum partido político, em qualquer parte. Como “embaixadores” da parte de Deus, são “forasteiros e residentes temporários”, não importa em que país preguem “estas boas novas do reino”. Lembrando-se das palavras do apóstolo Paulo: “Nossa cidadania existe nos céus” (Fil. 3:20, 21), reconhecem que não têm direito, nem autorização, para se meterem em assuntos políticos. Precisam manter estrita neutralidade para com a política nacional ou local, e para com todos os conflitos egoístas deste mundo.
24. Apesar de acatarem bem as leis, o que sofrem estes “embaixadores” por parte do mundo, conforme mostram as palavras de Paulo em Efésios 6:19, 20?
24 Por isso são as pessoas que mais acatam as leis, pagando os impostos e atuando nos melhores interesses da comunidade. No entanto, estes embaixadores que substituem a Cristo são odiados pelo mundo, assim como o próprio Cristo foi. (Mat. 22:21; Rom. 13:1-7) Não é de estranhar, portanto, que apenas seis anos depois de Paulo ter escrito aquilo em 2 Coríntios 5:19-21 ele mesmo era prisioneiro em Roma, na Itália, e por isso escreveu à congregação em Éfeso, na Ásia Menor, para que orasse por ele: “Que me seja dada a capacidade de falar, ao abrir a minha boca com toda a franqueza no falar, a fim de tornar conhecido o segredo sagrado das boas novas, para as quais atuo como embaixador em cadeias.” — Efé. 6:19, 20.
25. O que exige o cumprimento do serviço de embaixador cristão, tendo em mente que conhecimento sobre os bens?
25 Assim como há dezenove séculos atrás, servir alguém como ‘embaixador, substituindo a Cristo’, entre as pessoas que hoje estão apartadas de Deus, exige suportar tal sofrimento. Como modelo para nós, Paulo perseverou fielmente. Manteve-se firme na sua embaixada ou no seu ministério cristão. Ele disse: “Recomendamo-nos de todo modo como ministros de Deus, na perseverança em muito, em tribulações, em necessidades, em dificuldades, em espancamentos, em prisões”, e assim por diante. (2 Cor. 6:4, 5) Como companheiro nos sofrimentos, Paulo podia dizer aos seus irmãos hebreus, cristianizados, que continuassem a perseverar, assim como haviam suportado muito quando primeiro obtiveram a luz da verdade bíblica. Embora pudessem perder todos os seus bens terrenos, possuíam, assim como também ele, “uma possessão melhor e subsistente”. — Heb. 10:32-34.
26. Por que persiste ainda a necessidade de que os embaixadores e emissários cristãos se mantenham firmes na sua perseverança fiel?
26 Como embaixadores ou emissários de Deus, substituindo a Cristo, nós, testemunhas cristãs de Jeová, na atualidade, precisamos desenvolver a faculdade da perseverança, não é verdade! Sim, porque precisamos continuar a perseverar. Desde o fim dos Tempos dos Gentios, em 1914, suportamos muita perseguição e muitos maus tratos no mundo hostil. Aguardam-nos ainda mais experiências assim, antes de obtermos o cumprimento da promessa de Deus, de “novos céus e uma nova terra”, em que há de morar a justiça, para sempre. (2 Ped. 3:13) O cumprimento desta promessa se aproxima cada vez mais. A geração atual, na qual se cometeram todas essas perseguições injustas dos embaixadores e emissários de Deus, desde a Primeira Guerra Mundial de 1914-1918, é uma geração marcada. Como! No sentido de que presenciará o cumprimento da promessa de Deus, de ele introduzir um novo sistema justo de coisas. (Mat. 24:34; Mar. 13:30) Portanto, mantenhamo-nos firmes em fiel perseverança!