Perguntas dos Leitores
● Será que a grande multidão das “outras ovelhas” que sobreviver ao Armagedon saberá se os seus companheiros do restante se provaram fiéis e se ganharam ou não o prêmio da imortalidade? — F. C., Estados Unidos.
Sim, parece razoável concluir que justamente quem compõem os 144.000 membros do corpo de Cristo será de conhecimento geral das “outras ovelhas” que estiverem vivendo na terra, depois do Armagedon. Pertinente a isto temos o Salmo 87:5, 6, (VB) onde se lê: “De Sião será dito: Este e aquelle foram nascidos nella; e o proprio Altíssimo a estabelecerá. Jehovah, ao registrar os povos, relatará: Este foi nascido alli.”
É bem razoável que êste seja o caso. Naturalmente, mesmo agora nós sabemos, por causa do registro bíblico, que certas pessoas foram aprovadas antigamente por Jeová e esta informação nos anima. Do mesmo modo, será um incentivo à fidelidade para os do nôvo mundo depois do Armagedon saberem que certas pessoas se provaram fiéis e receberam a gloriosa recompensa da imortalidade. A devoção fiel delas seria relembrada por aquêles que as conheceram em conformidade com o principio estabelecido em Hebreus 13:7: “Lembrai-vos dos que vos governam, os quais vos falaram a palavra de Deus, e, ao contemplardes em que resulta seu comportamento, imitai-lhes a fé.”
● Como se pode harmonizar Mateus 8:11, que fala de Abraão, Isaac e Jacó no reino dos céus, com Mateus 11:11, que indica que nem mesmo João Batista irá para êle?
Em Hebreus 11:8-19 lemos o seguinte: “Pela fé, Abraão . . . morou em tendas com Isaac e Jacó, os herdeiros com êle da mesmíssima promessa. Porque esperava a cidade que tem verdadeiros fundamentos, da qual o edificador e criador é Deus. . . . Mas agora se esforçam em alcançar um lugar melhor, isto é, um que pertence ao céu. Por isso, Deus não se envergonha dêles, de ser chamado seu Deus, pois aprontou para êles uma cidade. Pela fé, Abraão, quando foi provado, quase que ofereceu Isaac. . . . Mas êle achou que Deus era capaz de levantá-lo até dos mortos; e dali o recebeu também de modo ilustrativo.”
Como achou Abraão que receberia Isaac dos mortos? Como espírito nos céus? Não, mas aqui na terra, como criatura humana. De modo ilustrativo, êle recebeu Isaac dos mortos, aqui na terra. Portanto, Abraão não aguardava uma ressurreição espiritual, celestial, para ficar entre os anjos celestiais, assim como não esperava que Isaac tivesse esta espécie de ressurreição e fôsse se encontrar com êle no céu.
Abraão tinha saído de Ur dos caldeus e não queria mais aquela cidade. Junto com o seu filho, Isaac, e seu neto, Jacó, esperava um lugar melhor, a saber, um que pertencia ao céu, uma cidade capital, isto é, um governo ou uma cidade que Deus tinha preparado e na qual a prometida Semente ou Descendente de Abraão será o Rei de Deus. Esta é o “reino de Deus” ou “o reino dos céus”, visto que estas duas são intercambiáveis, sendo que a expressão “dos céus” faz referência a Deus. Abraão, Isaac e Jacó esperavam viver na terra; sob êste reino dos céus ou de Deus.
No ano 30 (E. C.) Jesus disse a Nicodemos que Abraão, Isaac e Jacó não estavam nos céus. (João 3:13) Três anos mais tarde, no dia de Pentecostes do ano 33, o apóstolo Pedro disse que um descendente de Abraão, de Isaac e de Jacó, a saber, o Rei Davi, não tinha ascendido ao céu, e, portanto, não estava no reino dos céus ou reino de Deus. (Atos 2:34) Pedro falou isto depois de Jesus ter feito a declaração acêrca de Abraão, Isaac e Jacó em Mateus 8:11, por ocasião da cura do servo do centurião romano.
Portanto, êstes três patriarcas não podiam ser da classe do Reino, como co-herdeiros do Senhor Jesus Cristo. Êles eram antepassados de Jesus, precedendo-o por mais de mil e setecentos anos.
É, por conseguinte, evidente que Jesus referia figurativamente a Abraão, Isaac, e Jacó, em Mateus 8:11. Na ocasião em que ofereceu seu filho, Isaac, Abraão representou Jeová Deus e Isaac representou o Filho unigênito de Deus, Jesus Cristo, que se ofereceu em sacrifício. Conseqüentemente, Jacó representou a espiritual congregação cristã, a classe do “reino dos céus”; pois, assim como a congregação obtém a vida por intermédio de Jesus Cristo, assim também Jacó recebeu vida de Abraão por intermédio de Isaac. Dêste ponto de vista, o Abraão, Isaac e Jacó mencionados na ilustração de Jesus representariam o grande govêrno teocrático, no qual Jeová é o Grande Teocrata, Jesus Cristo é o seu ungido representante real e a fiel e vitoriosa congregação cristã, composta de 144.000 membros, é o corpo de co-herdeiros de Cristo no Reino.
Quando se fundou a congregação cristã, no dia de Pentecostes, os seus membros ungidos pelo espírito foram constituídos co-herdeiros de Cristo e alistados para um lugar no reino celestial, para se reclinarem ali na mesa espiritual do Maior que Abraão e Maior que Isaac. Os judeus naturais pretendiam ser os “filhos do reino” ou os perspectivos membros do reino de Deus. Desde o dia de Pentecostes em diante, êles contemplaram o início e o desenvolvimento gradual dêste arranjo teocrático, mas, por causa de sua falta de fé em Cristo, não foram incluídos nêle. Por isso Jesus disse (Mat. 8:12): “Os filhos do reino serão lançados para fora, nas trevas. Ali é onde haverá seu chôro e ranger de dentes.”
Por esta razão, tornou-se necessário que muitos gentios (não-judeus), assim como o centurião romano, cuja fé ocasionou uma cura miraculosa da parte de Jesus, viessem “das partes orientais e ocidentais”, dos quatro cantos da terra, e se tornassem cristãos dedicados e batizados. Assim, ajudaram a completar o número da classe do Reino. Êstes gentios convertidos, por causa de fidelidade até à morte, são ressuscitados para uma vida celestial a fim de se reclinarem na mesa celeste, por assim dizer, com Jeová Deus e Jesus Cristo, “no reino dos céus”.
Quando se entende assim, Mateus 8:11 se harmoniza com as palavras de Jesus em Mateus 11:11: “Entre os que nasceram de mulheres não foi suscitado ninguém maior do que João Batista; mas a pessoa que é menor no reino dos céus é maior do que êle.” Visto que Abraão, Isaac e Jacó não são maiores do que João, êles não estarão literalmente no reino dos céus. Jesus os usou apenas como uma ilustração dos que realmente estarão.
● Qual deve ser a atitude cristã para com a defesa civil e os abrigos subterrâneos? — J. W., Estados Unidos.
Os cristãos se comprazem com tôdas as leis de césar que não entram em conflito com as leis de Deus. A cooperação com os treinamentos contra reides aéreos, embora sejam opostos por certos grupos pacifistas, não entra em conflito com quaisquer das leis de Deus; nem as leis municipais que obrigam os proprietários a construir um abrigo subterrâneo. Visto que a cooperação neste sentido não faz o cristão tomar partidos ou pegar em armas, não seria violar a neutralidade. Estas medidas são apenas para preservar a vida, e, portanto, o cristão pode, com segurança, anuir a elas. O cristão, entretanto, não precisa sentir-se obrigado a ir além do que a lei exige nesta questão.