Capítulo Dez
Um “tempo de boa vontade”
1, 2. (a) Que bênção teve Isaías? (b) Quem está envolvido nas palavras proféticas registradas na primeira metade de Isaías, capítulo 49?
DESDE há muito, os humanos fiéis sempre têm tido a aprovação e a proteção de Deus. Mas Jeová não estende indiscriminadamente a sua boa vontade. É preciso que a pessoa se habilite para tal bênção incomparável, como se deu com Isaías. Ele teve o favor divino e Jeová o usou como instrumento para divulgar a Sua vontade. Um exemplo disso está registrado na primeira metade do capítulo 49 de Is da profecia de Isaías.
2 São palavras dirigidas profeticamente ao descendente de Abraão. No cumprimento inicial, esse descendente era a nação de Israel, que procedia de Abraão. No entanto, boa parte da linguagem aplica-se claramente ao então muito aguardado Descendente de Abraão, o prometido Messias. Essas palavras inspiradas se aplicam também aos irmãos espirituais do Messias, que se tornam parte do descendente espiritual de Abraão e do “Israel de Deus”. (Gálatas 3:7, 16, 29; 6:16) Notadamente, essa parte da profecia de Isaías descreve a relação especial entre Jeová e seu Filho amado, Jesus Cristo. — Isaías 49:26.
Designado e protegido por Jeová
3, 4. (a) Que apoio teria o Messias? (b) A quem falaria o Messias?
3 O Messias teria a boa vontade, ou aprovação, de Deus. Jeová lhe daria a autoridade e as credenciais necessárias para cumprir a sua missão. Assim, o futuro Messias diria, apropriadamente: “Escutai-me, vós ilhas, e prestai atenção, vós grupos nacionais longínquos. O próprio Jeová me chamou até mesmo desde o ventre. Desde as entranhas de minha mãe ele tem feito menção do meu nome.” — Isaías 49:1.
4 Essas observações do Messias são dirigidas a povos “longínquos”. Embora o Messias tivesse sido prometido ao povo judeu, seu ministério serviria para abençoar todas as nações. (Mateus 25:31-33) As “ilhas” e os “grupos nacionais”, mesmo não estando num pacto com Jeová, deveriam escutar o Messias de Israel, pois ele seria enviado para trazer a salvação para toda a humanidade.
5. Que nomes recebeu o Messias mesmo antes de nascer como humano?
5 A profecia diz que Jeová daria nome ao Messias antes de este nascer como humano. (Mateus 1:21; Lucas 1:31) Muito antes de seu nascimento, Jesus foi chamado de “Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso, Pai Eterno, Príncipe da Paz”. (Isaías 9:6) Emanuel, provavelmente o nome de um dos filhos de Isaías, foi também um nome profético do Messias. (Isaías 7:14; Mateus 1:21-23) Mesmo o nome pelo qual o Messias viria a ser conhecido — Jesus — foi predito antes de ele nascer. (Lucas 1:30, 31) Esse nome vem do termo hebraico que significa “Jeová É Salvação”. Obviamente, Jesus não seria um Cristo autonomeado.
6. Em que sentido a boca do Messias era como uma espada afiada, e como ele foi escondido, ou ocultado?
6 As palavras proféticas do Messias continuam: “E passou a fazer a minha boca igual a uma espada afiada. Escondeu-me na sombra da sua mão. E aos poucos fez de mim uma flecha polida. Escondeu-me na sua própria aljava.” (Isaías 49:2) Quando chegou o tempo de o Messias de Jeová começar seu ministério terrestre, em 29 EC, as palavras e as ações de Jesus deveras eram como armas afiadas e polidas, capazes de penetrar no coração de seus ouvintes. (Lucas 4:31, 32) Suas palavras e ações provocaram a ira do grande inimigo de Jeová, Satanás, e de seus agentes. Desde o nascimento de Jesus, Satanás tentou matá-lo, mas Jesus era como uma flecha escondida na própria aljava de Jeová.a Ele podia confiar na proteção de seu Pai. (Salmo 91:1; Lucas 1:35) No tempo designado, Jesus deu a sua vida a favor da humanidade. Mas chegará o tempo em que ele sairá como poderoso guerreiro celestial, armado em sentido diferente, com uma espada afiada saindo de sua boca. Dessa vez, a espada afiada representará a autoridade de Jesus de proferir e executar julgamentos contra os inimigos de Jeová. — Revelação (Apocalipse) 1:16.
A labuta do Servo de Deus não seria em vão
7. A quem se aplicariam as palavras de Jeová em Isaías 49:3, e por quê?
7 A seguir, Jeová profere estas palavras proféticas: “Tu és meu servo, ó Israel, tu és aquele em quem mostrarei a minha beleza.” (Isaías 49:3) Jeová fala da nação de Israel como seu servo. (Isaías 41:8) Mas Jesus Cristo seria o Servo principal de Deus. (Atos 3:13) Nenhuma outra criatura de Deus refletiria melhor a “beleza” de Jeová do que Jesus. Assim, embora nominalmente dirigidas a Israel, a aplicação real dessas palavras seria a Jesus. — João 14:9; Colossenses 1:15.
8. Que acolhida o Messias teria de seu próprio povo, mas a quem recorreria para julgar seu desempenho?
8 Mas não seria Jesus desprezado e rejeitado pela maioria dos de seu próprio povo? Sim. Como um todo, a nação de Israel não aceitaria Jesus como Servo ungido de Deus. (João 1:11) Para seus contemporâneos, tudo o que Jesus realizasse na Terra poderia parecer de pouco valor, até mesmo insignificante. Dessa aparente falha em seu ministério, o Messias fala a seguir: “Foi em vão que labutei. Gastei o meu próprio poder para irrealidade e vaidade.” (Isaías 49:4a) Essas declarações não foram feitas porque o Messias se sentiria desanimado. Veja o que ele diz a seguir: “Verdadeiramente, meu julgamento está com Jeová, e meu salário, com o meu Deus.” (Isaías 49:4b) O desempenho do Messias seria julgado por Deus, não por homens.
9, 10. (a) Que missão o Messias receberia de Jeová, e que resultados obteria? (b) Como podem os cristãos hoje derivar encorajamento das experiências do Messias?
9 Jesus estaria interessado principalmente na aprovação, ou boa vontade, de Deus. O Messias diz, na profecia: “Agora Jeová, Aquele que me formou desde o ventre como servo seu, disse que eu lhe trouxesse de volta Jacó, a fim de que o próprio Israel fosse ajuntado a ele. E eu serei glorificado aos olhos de Jeová, e meu próprio Deus se terá tornado a minha força.” (Isaías 49:5) O Messias viria para fazer o coração dos filhos de Israel retornar para o Pai celestial deles. A maioria não corresponderia, mas alguns sim. Contudo, o verdadeiro “salário” do Messias viria de Jeová Deus. Seu desempenho não seria medido em termos humanos, mas segundo os padrões do próprio Jeová.
10 Hoje, os seguidores de Jesus às vezes talvez achem que estão labutando em vão. Em alguns lugares, os resultados de seu ministério podem parecer insignificantes em comparação com a quantidade de trabalho e esforços despendidos. Ainda assim, eles perseveram incentivados pelo exemplo de Jesus. São também fortalecidos pelas palavras do apóstolo Paulo, que escreveu: “Consequentemente, meus amados irmãos, tornai-vos constantes, inabaláveis, tendo sempre bastante para fazer na obra do Senhor, sabendo que o vosso labor não é em vão em conexão com o Senhor.” — 1 Coríntios 15:58.
“Luz das nações”
11, 12. Como o Messias tem sido uma “luz das nações”?
11 Na profecia de Isaías, Jeová encoraja o Messias por lembrar-lhe de que ser Servo de Deus não é “assunto trivial”. Jesus havia de “levantar as tribos de Jacó e trazer de volta os resguardados de Israel”. Jeová explica adicionalmente: “Eu te dei também por luz das nações, para que a minha salvação viesse a existir até a extremidade da terra.” (Isaías 49:6) Como Jesus iluminaria povos “até a extremidade da terra” se seu ministério terrestre seria restrito a Israel?
12 O registro bíblico mostra que a “luz das nações” de Deus não apagou quando Jesus deixou o cenário terrestre. Uns 15 anos depois da morte de Jesus, os missionários Paulo e Barnabé citaram a profecia de Isaías 49:6 e aplicaram-na aos discípulos de Jesus, os irmãos espirituais dele. Eles explicaram: “Jeová nos tem imposto o mandamento nas seguintes palavras: ‘Eu te designei como luz das nações, para que sejas uma salvação até à extremidade da terra.’” (Atos 13:47) Antes de sua morte, Paulo viu as boas novas de salvação chegarem não apenas aos judeus, mas a “toda a criação debaixo do céu”. (Colossenses 1:6, 23) Hoje, os do restante dos irmãos ungidos de Cristo continuam esse trabalho. Apoiados por uma “grande multidão” que chega a milhões, servem como “luz das nações” em mais de 230 terras ao redor do mundo. — Revelação 7:9.
13, 14. (a) Que reação à obra de pregação têm enfrentado o Messias e seus seguidores? (b) Que reversão de circunstâncias tem ocorrido?
13 Jeová sem dúvida tem mostrado ser a força por trás de seu Servo, o Messias, dos irmãos ungidos dele e de todos os da grande multidão que, com eles, continuam a pregar as boas novas. Sim, como Jesus, seus discípulos têm enfrentado desprezo e oposição. (João 15:20) Mas, no seu devido tempo, Jeová sempre causa uma reversão de circunstâncias a fim de salvar e recompensar seus servos leais. A respeito do Messias, que seria “desprezado na alma” e “detestado pela nação”, Jeová promete: “Os próprios reis verão e certamente se levantarão, bem como príncipes, e eles se curvarão em razão de Jeová, que é fiel, o Santo de Israel, que te escolhe.” — Isaías 49:7.
14 Mais tarde, o apóstolo Paulo escreveu aos cristãos em Filipos a respeito dessa predita reversão de circunstâncias. Ele falou de Jesus como alguém que fora humilhado numa estaca de tortura, mas depois exaltado por Deus. Jeová dera ao seu Servo ‘uma posição superior e lhe dera bondosamente o nome que está acima de todo outro nome, a fim de que, no nome de Jesus, se dobrasse todo joelho’. (Filipenses 2:8-11) Os seguidores fiéis de Cristo são alertados de que também serão perseguidos. Mas, assim como ao Messias, garante-se a eles a boa vontade de Jeová. — Mateus 5:10-12; 24:9-13; Marcos 10:29, 30.
“O tempo especialmente aceitável”
15. Que “tempo” especial menciona a profecia de Isaías, e o que isso indica?
15 A profecia de Isaías continua com uma declaração de grande significado. Jeová diz ao Messias: “Num tempo de boa vontade te respondi e num dia de salvação te ajudei; e eu te estive resguardando para te dar como pacto para o povo.” (Isaías 49:8a) Há uma profecia similar no Salmo 69:13-18. O salmista fala de um “tempo de boa vontade”, usando a expressão “tempo aceitável”. Tais expressões indicam que a boa vontade e a proteção de Jeová seriam estendidas de maneira especial, mas apenas durante um período específico e temporário.
16. Quando foi o tempo de boa vontade de Jeová para com o Israel antigo?
16 Quando foi esse tempo de boa vontade? No contexto original, essas palavras eram parte de uma profecia de restauração e predisseram o retorno dos judeus do exílio. A nação de Israel experimentou um tempo de boa vontade quando ‘reabilitou a terra’ e recuperou a posse de suas “desoladas propriedades hereditárias”. (Isaías 49:8b) Não mais estavam “presos” em Babilônia. Na sua jornada para casa, Jeová cuidou de que não passassem “fome” nem “sede”, e tampouco se ‘abatesse sobre eles o calor abrasador ou o sol’. Os israelitas espalhados voltaram para sua terra ‘de longe, do norte e do oeste’. (Isaías 49:9-12) Apesar desse espetacular cumprimento inicial, a Bíblia mostra que essa profecia ainda teria aplicações maiores.
17, 18. Que tempo de boa vontade Jeová fixou no primeiro século?
17 Primeiro, quando Jesus nasceu, os anjos proclamaram a paz e a boa vontade (ou favor) de Deus para com os homens. (Lucas 2:13, 14) Essa boa vontade não foi oferecida aos homens (e mulheres) em geral, mas apenas a quem exercesse fé em Jesus. Mais tarde, Jesus leu publicamente a profecia de Isaías 61:1, 2 e aplicou-a a si mesmo como proclamador do “ano aceitável de Jeová”. (Lucas 4:17-21) O apóstolo Paulo disse que Cristo recebeu proteção especial de Jeová durante seus dias na carne. (Hebreus 5:7-9) Assim, esse tempo de boa vontade se aplicou ao favor de Deus para com Jesus durante sua vida como humano.
18 Mas haveria ainda outra aplicação dessa profecia. Depois de citar as palavras de Isaías a respeito do tempo de boa vontade, Paulo passou a dizer: “Eis que agora é o tempo especialmente aceitável. Eis que agora é o dia de salvação.” (2 Coríntios 6:2) Paulo escreveu isso 22 anos depois da morte de Jesus. Evidentemente, com o nascimento da congregação cristã no Pentecostes de 33 EC, Jeová expandiu seu ano de boa vontade para incluir os seguidores ungidos de Cristo.
19. Como podem os cristãos hoje se beneficiar do tempo de boa vontade de Jeová?
19 Que dizer dos atuais seguidores de Jesus que não são ungidos como herdeiros do Reino celestial de Deus? Podem esses cuja esperança é terrestre se beneficiar desse tempo aceitável? Sim. O livro bíblico de Revelação mostra que o atual é um tempo de boa vontade de Jeová para com a grande multidão que ‘sairá da grande tribulação’ para viver numa Terra paradísica. (Revelação 7:13-17) Assim, todos os cristãos podem se beneficiar desse limitado período em que Jeová oferece sua boa vontade a humanos imperfeitos.
20. Como podem os cristãos evitar desacertar o propósito da benignidade imerecida de Jeová?
20 O apóstolo Paulo fez um alerta antes da proclamação do tempo aceitável de Jeová. Ele instou os cristãos a ‘não aceitar a benignidade imerecida de Deus e desacertar o propósito dela’. (2 Coríntios 6:1) Concordemente, os cristãos aproveitam toda oportunidade para agradar a Deus e fazer a sua vontade. (Efésios 5:15, 16) Fazem bem em seguir a admoestação de Paulo: “Acautelai-vos, irmãos, para que nunca se desenvolva em nenhum de vós um coração iníquo, falto de fé, por se separar do Deus vivente; mas, persisti em exortar-vos uns aos outros cada dia, enquanto se possa chamar de ‘hoje’, para que nenhum de vós fique endurecido pelo poder enganoso do pecado.” — Hebreus 3:12, 13.
21. Que declaração alegre encerra a primeira parte de Isaías, capítulo 49?
21 No fim das expressões proféticas entre Jeová e seu Messias, Isaías faz uma declaração alegre: “Gritai de júbilo, ó céus, e jubila, ó terra. Fiquem animados os montes com clamor jubilante. Porque Jeová tem consolado seu povo e ele mostra misericórdia para com os seus próprios atribulados.” (Isaías 49:13) Que belas palavras de consolo para os israelitas do passado e para o grande Servo de Jeová, Jesus Cristo, bem como para os atuais servos ungidos de Jeová e seus companheiros das “outras ovelhas”! — João 10:16.
Jeová não se esquece de seu povo
22. Como Jeová enfatiza que jamais esqueceria seu povo?
22 A seguir, Isaías continua a apresentar os pronunciamentos de Jeová. Ele prediz que os exilados israelitas tenderiam a se cansar e a perder a esperança. Diz: “Sião dizia: ‘Jeová me abandonou e o próprio Jeová se esqueceu de mim.’” (Isaías 49:14) Seria verdade isso? Abandonaria Jeová seu povo e se esqueceria deles? Agindo como porta-voz de Jeová, Isaías continua: “Pode a mulher esquecer-se de seu nenê, de modo a não se apiedar do filho de seu ventre? Mesmo estas mulheres podem esquecer-se, mas eu é que não me esquecerei de ti.” (Isaías 49:15) Que amorosa resposta de Jeová! Seu amor pelo seu povo era maior do que o de uma mãe pelo seu filho. Ele pensava constantemente nos que lhe eram leais. Ele se lembrava deles como se seus nomes estivessem gravados nas suas mãos: “Eis que te gravei sobre as palmas das minhas mãos! Tuas muralhas estão constantemente diante de mim.” — Isaías 49:16.
23. Como Paulo encorajou os cristãos a confiar em que Jeová não se esquecerá deles?
23 Na sua carta aos gálatas, o apóstolo Paulo exortou os cristãos: “Não desistamos de fazer aquilo que é excelente, pois ceifaremos na época devida, se não desfalecermos.” (Gálatas 6:9) Para os hebreus, ele escreveu estas palavras encorajadoras: “Deus não é injusto, para se esquecer de vossa obra e do amor que mostrastes ao seu nome, por terdes ministrado aos santos e por continuardes a ministrar.” (Hebreus 6:10) Jamais devemos achar que Jeová se esqueceu de seu povo. Como a antiga Sião, os cristãos têm bons motivos para se alegrar e esperar pacientemente em Jeová. Ele se apega firmemente aos termos de seu pacto e às suas promessas.
24. De que maneira Sião seria restaurada, e que perguntas ela faria?
24 Por meio de Isaías, Jeová oferece consolo adicional. Os que ‘derrubassem [Sião]’, fossem eles os babilônios ou os apóstatas judeus, não seriam mais uma ameaça. Os “filhos” de Sião, os judeus exilados que permaneceriam leais a Jeová, ‘se apressariam’. Seriam “reunidos”. Tendo se apressado na volta para Jerusalém, os judeus repatriados seriam adornos para sua capital, assim como “uma noiva” usa “enfeites”. (Isaías 49:17, 18) Os lugares de Sião estariam “devastados”. Imagine sua surpresa quando subitamente tivesse tantos habitantes que sua ‘morada’ parecesse apertada. (Leia Isaías 49:19, 20.) Naturalmente, ela perguntaria a origem de todos esses filhos: “Tu dirás certamente no teu coração: ‘Quem se tornou para mim o pai destes, visto que sou uma mulher privada de filhos e estéril, exilada e aprisionada? Quanto a estes, quem os criou? Eis que eu mesma fora deixada sozinha. Estes — onde é que estiveram?’” (Isaías 49:21) Que situação feliz para a outrora estéril Sião!
25. Nos tempos modernos, que restauração experimentou o Israel espiritual?
25 Essas palavras têm um cumprimento moderno. Nos anos difíceis da Primeira Guerra Mundial, o Israel espiritual atravessou um período de desolação e cativeiro. Mas foi restaurado e passou a estar num paraíso espiritual. (Isaías 35:1-10) Como a outrora cidade devastada descrita por Isaías, o Israel espiritual ficou feliz — por assim dizer — em fervilhar de alegres e ativos adoradores de Jeová.
‘Sinal para os povos’
26. Que orientação Jeová daria ao seu povo liberto?
26 De modo profético, Jeová a seguir leva Isaías ao tempo em que Seu povo seria libertado de Babilônia. Receberiam alguma orientação divina? Jeová responde: “Eis que levantarei minha mão até para as nações e erguerei meu sinal de aviso para os povos. E eles trarão teus filhos ao colo e carregarão tuas próprias filhas sobre o ombro.” (Isaías 49:22) No cumprimento original, Jerusalém, anteriormente a sede do governo e local do templo de Jeová, se tornaria o “sinal” de Jeová. Mesmo pessoas preeminentes e poderosas de outras nações, como “reis” e “princesas”, ajudariam os israelitas na sua jornada de retorno. (Isaías 49:23a) Os reis persas Ciro e Artaxerxes Longímano e membros de suas casas reais estiveram entre esses ajudadores. (Esdras 5:13; 7:11-26) Mas as palavras de Isaías ainda teriam outra aplicação.
27. (a) No cumprimento maior, a que “sinal” os povos afluiriam? (b) Que acontecerá quando todas as nações forem obrigadas a se curvar ao domínio do Messias?
27 Isaías 11:10 fala de um ‘sinal para os povos’. O apóstolo Paulo aplicou essas palavras a Jesus Cristo. (Romanos 15:8-12) Assim, no cumprimento maior, Jesus e seus corregentes ungidos pelo espírito seriam o “sinal” de Jeová para os quais os povos afluiriam. (Revelação 14:1) No devido tempo, todos os povos da Terra — até mesmo as atuais classes governantes — terão de se curvar ao domínio do Messias. (Salmo 2:10, 11; Daniel 2:44) O resultado? Diz Jeová: “Terás de saber que eu sou Jeová, de quem não se envergonharão aqueles que esperam em mim.” — Isaías 49:23b.
“Nossa salvação está mais próxima”
28. (a) Com que palavras Jeová mais uma vez assegurava seu povo de que eles seriam libertados? (b) Que compromisso Jeová ainda tem para com seu povo?
28 Alguns dos exilados em Babilônia possivelmente se perguntariam: ‘Será realmente possível a libertação de Israel?’ Jeová leva em conta essa pergunta, indagando: “Podem os já tomados ser tirados do próprio poderoso ou pode escapar o grupo de cativos do tirano?” (Isaías 49:24) A resposta é sim. Jeová lhes garante: “Até mesmo o grupo de cativos do poderoso será tirado e os já tomados pelo próprio tirano escaparão.” (Isaías 49:25a) Que garantia consoladora! Ademais, a boa vontade de Jeová para com seu povo se manifestava num firme compromisso de protegê-lo. Em termos nada incertos, ele diz: “Eu mesmo contenderei com aquele que contender contigo e eu mesmo salvarei os teus próprios filhos.” (Isaías 49:25b) Esse compromisso ainda vale. Em Zacarias 2:8 Jeová diz a seu povo: “Aquele que toca em vós, toca no globo do meu olho.” Sim, vivemos agora num período de boa vontade, em que pessoas em toda a Terra têm a oportunidade de afluir à Sião espiritual. Mas esse período de boa vontade vai acabar.
29. Que perspectiva tenebrosa teriam os que se recusassem a obedecer a Jeová?
29 O que aconteceria com os que obstinadamente se recusassem a obedecer a Jeová e até perseguissem seus adoradores? Ele diz: “Vou fazer que os que te maltratam comam a sua própria carne; e ficarão embriagados com o seu próprio sangue como que com vinho doce.” (Isaías 49:26a) Uma perspectiva tenebrosa! Tais opositores obstinados não teriam futuro a longo prazo. Seriam destruídos. Assim, tanto por salvar seu povo como por destruir os inimigos dele, Jeová seria encarado como Salvador. “Toda a carne terá de saber que eu, Jeová, sou teu Salvador e teu Resgatador, o Potentado de Jacó.” — Isaías 49:26b.
30. Que atos de salvação Jeová tem realizado em favor de seu povo, e o que ainda fará?
30 A primeira aplicação dessas palavras foi quando Jeová usou Ciro para libertar Seu povo da servidão em Babilônia. Aplicaram-se também em 1919, quando Jeová usou seu Filho entronizado, Jesus Cristo, para libertar Seu povo da escravidão espiritual. Assim, a Bíblia chama tanto a Jeová como a Jesus de salvadores. (Tito 2:11-13; 3:4-6) Jeová é o nosso Salvador, e Jesus, o Messias, é seu “Agente Principal”. (Atos 5:31) De fato, os atos de salvação de Deus, por intermédio de Jesus Cristo, são maravilhosos. Por meio das boas novas, Jeová liberta os justos da servidão à religião falsa. Por meio do sacrifício de resgate, ele os liberta do jugo do pecado e da morte. Em 1919, ele libertou os irmãos de Jesus da servidão espiritual. E, na iminente guerra do Armagedom, ele salvará uma grande multidão de humanos fiéis, quando os pecadores forem destruídos.
31. Como devem os cristãos reagir quais beneficiários da boa vontade de Deus?
31 Portanto, que privilégio é ser beneficiário da boa vontade de Deus! Que todos nós usemos sabiamente esse tempo aceitável! E ajamos em harmonia com a urgência de nossos dias, acatando as palavras de Paulo aos romanos: “Sabeis a época, que já é hora de despertardes do sono, pois agora a nossa salvação está mais próxima do que quando nos tornamos crentes. A noite está bem avançada; o dia já se tem aproximado. Portanto, ponhamos de lado as obras pertencentes à escuridão e revistamo-nos das armas da luz. Andemos decentemente, como em pleno dia, não em festanças e em bebedeiras, nem em relações ilícitas e em conduta desenfreada, nem em rixa e ciúme. Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não estejais planejando antecipadamente os desejos da carne.” — Romanos 13:11-14.
32. Que garantias tem o povo de Deus?
32 Jeová continuará a favorecer os que acatam seus conselhos. Ele lhes suprirá a força e as habilidades necessárias para a realização da pregação das boas novas. (2 Coríntios 4:7) Jeová usará seus servos assim como usa o Líder deles, Jesus. Ele fará com que a boca deles se torne uma “espada afiada”, para que atinjam o coração dos mansos com a mensagem das boas novas. (Mateus 28:19, 20) Ele protegerá seu povo “na sombra da sua mão”. Como “flecha polida”, Jeová o esconderá “na sua própria aljava”. Certamente não abandonará o seu povo! — Salmo 94:14; Isaías 49:2, 15.
[Nota(s) de rodapé]
a “Satanás, sem dúvida, identificando Jesus como o Filho de Deus e aquele de quem se profetizou que lhe machucaria a cabeça (Gên 3:15), fez tudo o que podia para destruir Jesus. Mas quando o anjo Gabriel anunciou a Maria a concepção de Jesus, ele lhe disse: ‘Espírito santo virá sobre ti e poder do Altíssimo te encobrirá. Por esta razão, também, o nascido será chamado santo, Filho de Deus.’ (Lu 1:35) Jeová protegeu seu Filho. Os esforços de destruir Jesus ainda criança não foram bem-sucedidos.” — Estudo Perspicaz das Escrituras, Volume 3, página 544, publicado pelas Testemunhas de Jeová.
[Foto na página 139]
O Messias seria como “flecha polida” na aljava de Jeová
[Foto na página 141]
O Messias tem sido uma “luz das nações”
[Foto na página 147]
O amor de Deus por seu povo é maior do que o de uma mãe pelo seu filho