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“Qual será o sinal da tua presença?”A Sentinela — 1994 | 15 de fevereiro
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“Qual será o sinal da tua presença?”
“Quando sucederão estas coisas e qual será o sinal da tua presença e da terminação do sistema de coisas?” — MATEUS 24:3.
1, 2. O que mostra que as pessoas se interessam no futuro?
A MAIORIA das pessoas está interessada no futuro. Você também? O Professor Alvin Toffler, no seu livro Future Shock (Choque Futuro), mencionou “a repentina proliferação de organizações dedicadas ao estudo do futuro”. Acrescentou: ‘Temos observado a criação de grupos de pesquisas orientadas para o futuro; o surgimento de periódicos futuristas, na Inglaterra, na França, na Itália, na Alemanha e nos Estados Unidos; a difusão de cursos universitários de prognosticação.’ Toffler concluiu: “Naturalmente, ninguém pode ‘saber’ o futuro num sentido absoluto.”
2 O livro Signs of Things to Come (Sinais de Coisas Vindouras) diz: “Quiromancia, cristalomancia, astrologia, cartomancia, I Ching, são todas técnicas de complexidade maior ou menor para nos dar alguma idéia do que o nosso próprio futuro talvez nos reserve.” Mas, em vez de recorrermos a métodos humanos, é melhor recorrermos a uma fonte comprovada — Jeová.
3. Por que é apropriado recorrer a Deus em busca de conhecimento do futuro?
3 O verdadeiro Deus declarou: “Assim como tencionei, assim terá de acontecer; e assim como aconselhei, deste modo se efetuará.” (Isaías 14:24, 27; 42:9) Sim, Jeová tem-se mostrado capaz de aconselhar a humanidade sobre o que irá acontecer, muitas vezes fazendo-o por intermédio de porta-vozes humanos. Um desses profetas escreveu: “Jeová não fará coisa alguma sem ter revelado seu assunto confidencial aos seus servos, os profetas.” — Amós 3:7, 8; 2 Pedro 1:20, 21.
4, 5. (a) Por que pode ser Jesus de ajuda para se conhecer o futuro? (b) Que pergunta dupla fizeram-lhe seus apóstolos?
4 Jesus Cristo foi o mais destacado profeta de Deus. (Hebreus 1:1, 2) Enfoquemos agora uma das profecias básicas de Jesus, que prediz coisas que atualmente estão ocorrendo ao redor de nós. Esta profecia nos faz também perceber o que ocorrerá em breve, ao passo que o atual sistema iníquo termina e Deus o substitui por um paraíso terrestre.
5 Jesus provou que era profeta. (Marcos 6:4; Lucas 13:33; 24:19; João 4:19; 6:14; 9:17) Assim, é compreensível por que seus apóstolos, sentados com ele no monte das Oliveiras, sobranceiro a Jerusalém, lhe perguntassem sobre o futuro: “Quando sucederão estas coisas e qual será o sinal da tua presença e da terminação do sistema de coisas?” — Mateus 24:3; Marcos 13:4.
6. Que relação há entre Mateus 24, Marcos 13 e Lucas 21, e que questão deve interessar-nos vivamente?
6 Encontrará a pergunta deles e a resposta de Jesus em Mateus, capítulo 24, em Marcos, capítulo 13, e em Lucas, capítulo 21.a Esses relatos, em muitos sentidos, são complementares, mas não idênticos. Por exemplo, apenas Lucas menciona ‘num lugar após outro pestilências’. (Lucas 21:10, 11; Mateus 24:7; Marcos 13:8) É lógico que devemos perguntar: predizia Jesus eventos que ocorreriam apenas durante a vida dos seus ouvintes, ou incluiu o nosso tempo e o que o futuro reserva para nós?
Os apóstolos queriam saber
7. O que, em especial, queriam saber os apóstolos, mas qual era o alcance da resposta de Jesus?
7 Alguns dias antes de Jesus ser morto, ele declarou que Deus tinha rejeitado Jerusalém, a capital dos judeus. A cidade e seu grandioso templo seriam destruídos. Alguns dos apóstolos pediram então um ‘sinal da presença de Jesus e da terminação do sistema de coisas’. (Mateus 23:37-24:3) Sem dúvida, eles pensavam principalmente no sistema judaico e em Jerusalém, porque não compreendiam o alcance do que estava à frente. Mas, ao responder-lhes, Jesus olhou muito além do que ocorreu até 70 EC, e também naquele ano, quando os romanos destruíram Jerusalém. — Lucas 19:11; Atos 1:6, 7.
8. Quais foram alguns dos acontecimentos preditos por Jesus?
8 Conforme poderá ler nos três relatos evangélicos, Jesus falou de nação se levantar contra nação e reino contra reino, de escassez de alimentos, de terremotos, de vistas atemorizantes e de sinais celestes. Nos anos entre a ocasião em que Jesus deu este sinal (33 EC) e a desolação de Jerusalém (66-70 EC), surgiriam falsos profetas e falsos cristos. Os judeus perseguiriam os cristãos que pregavam a mensagem de Jesus.
9. Que cumprimento teve a profecia de Jesus no primeiro século EC?
9 Estas particularidades do sinal ocorreram mesmo, segundo confirma o historiador Flávio Josefo. Ele escreve que já antes de os romanos atacarem, falsos messias instigavam rebeliões. Houve terríveis terremotos na Judéia e em outros lugares. Em muitas partes do Império Romano irromperam guerras. Houve grandes fomes? Sim, houve. (Compare com Atos 11:27-30.) Que dizer da pregação do Reino? Por volta de 60 ou 61 EC, quando se escreveu o livro de Colossenses, a “esperança daquelas boas novas” do Reino de Deus já havia sido ouvida amplamente na África, na Ásia e na Europa.b — Colossenses 1:23.
“ENTÃO” o fim
10. Por que devemos levar em conta a palavra grega tó·te, e qual é seu sentido?
10 Em alguns sentidos, Jesus apresentou eventos futuros como ocorrendo em seqüência. Ele disse: “Estas boas novas do reino serão pregadas . . ., e então virá o fim.” Algumas versões da Bíblia usam freqüentemente “então” no sentido simples de “portanto” ou “mas”. (Marcos 4:15, 17; 13:23) Em Mateus 24:14, porém, “então” se baseia no advérbio grego tó·te.c Os versados em grego dizem que tó·te é um “advérbio demonstrativo de tempo”, usado “para introduzir aquilo que se segue no tempo” ou “para introduzir um evento subseqüente”. Jesus predisse assim que se faria a pregação do Reino e então (‘depois disso’, ou ‘subseqüentemente’) viria “o fim”. Que fim?
11. Como enfocou Jesus os eventos diretamente relacionados com a destruição de Jerusalém?
11 Um cumprimento da profecia de Jesus pode ser encontrado nos acontecimentos que levaram ao fim do sistema judaico. As guerras, os terremotos, a escassez de alimentos, e assim por diante, preditos por Jesus, ocorreram num período de três décadas. Mas, a partir de Mateus 24:15, Marcos 13:14 e Lucas 21:20, lemos sobre acontecimentos diretamente ligados com a destruição iminente, quando o fim estava bem próximo. — Queira notar a única linha pontilhada na tabela.
12. Como estavam os exércitos romanos envolvidos no cumprimento de Mateus 24:15?
12 Reagindo contra uma revolta judaica em 66 EC, os romanos, sob Céstio Galo, marcharam contra Jerusalém e cercaram esta cidade, que os judeus consideravam sagrada. (Mateus 5:35) Apesar dos contra-ataques dos judeus, os romanos forçaram a entrada na cidade. Começaram assim a “estar em pé num lugar santo”, fiel à predição de Jesus em Mateus 24:15 e Marcos 13:14. Daí veio uma surpresa. Embora tivessem cercado a cidade, os romanos de repente se retiraram. Os cristãos reconheceram imediatamente o cumprimento da profecia de Jesus, e esta retirada permitiu-lhes fugir da Judéia para os montes do outro lado do Jordão. A História diz que fizeram isso.
13. Por que puderam os cristãos acatar o aviso de Jesus para fugirem?
13 Mas, se os romanos se haviam retirado do cerco de Jerusalém, por que haveria necessidade de fugir? As palavras de Jesus mostraram que esta ocorrência era prova de ‘que se tinha aproximado a desolação de Jerusalém’. (Lucas 21:20) Sim, a desolação. Ele havia predito ‘uma tribulação tal como nunca ocorrera desde o princípio do mundo nem ocorreria de novo’. Uns três anos e meio depois, em 70 EC, Jerusalém realmente sofreu uma “grande tribulação”, causada pelos exércitos romanos sob o General Tito. (Mateus 24:21; Marcos 13:19) Mas por que descreveu Jesus esta tribulação como maior do que qualquer outra anterior ou desde então?
14. Por que podemos dizer que aquilo que aconteceu a Jerusalém, em 70 EC, foi uma “grande tribulação” tal como nunca ocorrera antes, nem ocorreu desde então?
14 Jerusalém foi assolada pelos babilônios em 607 AEC, e a cidade tem presenciado lutas horríveis no nosso século. Ainda assim, o que aconteceu em 70 EC foi uma grande tribulação sem igual. Numa campanha de cerca de cinco meses, os guerreiros de Tito derrotaram os judeus. Mataram cerca de 1.100.000 deles e levaram quase 100.000 ao cativeiro. Além disso, os romanos demoliram Jerusalém. Isto provou que o sistema judaico da anterior adoração aprovada, centralizada no templo, tinha acabado permanentemente. (Hebreus 1:2) Sim, os acontecimentos de 70 EC podiam corretamente ser considerados como ‘tribulação tal como nunca ocorreu [naquela cidade, nação ou sistema] desde o princípio do mundo, não, nem tampouco ocorreria de novo’. — Mateus 24:21.d
Conforme profetizado, haveria mais
15. (a) Que tipo de acontecimentos predisse Jesus como ocorrendo depois da tribulação de Jerusalém? (b) Considerando Mateus 24:23-28, o que temos de concluir a respeito do cumprimento da profecia de Jesus?
15 No entanto, Jesus não limitou sua predição à tribulação no primeiro século. A Bíblia mostra que muita coisa ia seguir àquela tribulação, conforme sugerido pelo uso de tó·te, ou “então”, em Mateus 24:23 e Marcos 13:21. O que aconteceria no período depois de 70 EC? Após aquela tribulação do sistema judaico, surgiriam mais falsos cristos e falsos profetas. (Compare Marcos 13:6 com Mr 13:21-23.) A História confirma que tais pessoas surgiram realmente no decorrer dos séculos desde a destruição de Jerusalém em 70 EC, embora não tenham desencaminhado os de aguçada visão espiritual, que deveras têm estado atentos à “presença” de Cristo. (Mateus 24:27, 28) Todavia, esses acontecimentos depois da grande tribulação de 70 EC fornecem um indício de que Jesus se referia a coisas além daquela tribulação, a qual foi apenas um cumprimento inicial.
16. Que aspecto acrescenta Lucas 21:24 à profecia de Jesus, e de que significância é isso?
16 Se compararmos Mateus 24:15-28 e Marcos 13:14-23 com Lucas 21:20-24, encontraremos um segundo indício de que a predição de Jesus se estendia muito além da destruição de Jerusalém. Lembre-se de que só Lucas mencionou pestilências. De modo similar, só ele termina esta parte com as palavras de Jesus: “Jerusalém será pisada pelas nações, até se cumprirem os tempos designados das nações [“os tempos dos gentios”, Almeida].”e (Lucas 21:24) Os babilônios removeram o último rei dos judeus em 607 AEC, e depois disso, Jerusalém, representando o Reino de Deus, foi pisada. (2 Reis 25:1-26; 1 Crônicas 29:23; Ezequiel 21:25-27) Em Lucas 21:24, Jesus indicou que esta situação persistiria até o tempo de Deus restabelecer um Reino.
17. Que terceiro indício temos de que a profecia de Jesus se estenderia ao futuro distante?
17 O seguinte é um terceiro indício de que Jesus se referia também a um cumprimento distante: segundo as Escrituras, o Messias havia de morrer e ser ressuscitado, sentando-se depois à mão direita de Deus, até que seu pai o enviasse para subjugar. (Salmo 110:1, 2) Jesus aludiu a ter de ficar sentado à direita de seu Pai. (Marcos 14:62) O apóstolo Paulo confirmou que o ressuscitado Jesus estava à mão direita de Jeová, aguardando o tempo para ser Rei e Executor da parte de Deus. — Romanos 8:34; Colossenses 3:1; Hebreus 10:12, 13.
18, 19. Que relação tem Revelação 6:2-8 com a profecia paralela nos Evangelhos?
18 Um quarto e conclusivo indício de que a profecia de Jesus sobre a terminação do sistema de coisas tem aplicação além do primeiro século obtemos no capítulo 6 de Revelação [Apocalipse]. O apóstolo João, décadas depois de 70 EC, descreveu uma cena impressionante de cavaleiros ativos. (Revelação 6:2-8) Esta visão profética do “dia do Senhor” — o dia da sua presença — identifica nosso século 20 como uma época de notáveis guerras (Rev. 6 versículo 4), de ampla escassez de alimentos (Rev. 6 versículos 5 e 6) e de “praga mortífera” (Rev. 6 versículo 8). É evidente que isto é paralelo ao que Jesus predisse nos Evangelhos e prova que a sua profecia tem um cumprimento maior neste “dia do Senhor”. — Revelação 1:10.
19 Pessoas informadas reconhecem que o sinal múltiplo, predito em Mateus 24:7-14 e em Revelação 6:2-8, se tem manifestado desde o primeiro irrompimento duma guerra mundial em 1914. As Testemunhas de Jeová têm anunciado em todo o mundo que a profecia de Jesus tem agora seu segundo e maior cumprimento, conforme evidenciado por guerras brutais, terremotos devastadores, fomes trágicas e doenças alastrantes. Sobre este último ponto, a revista U.S. News and World Report (de 27 de julho de 1992), disse: “A epidemia da AIDS . . . destina milhões de pessoa à morte, e talvez em breve se torne a praga mais dispendiosa e catastrófica da História. A Peste Negra matou cerca de 25 milhões de almas sofredoras no século 14. Mas, por volta do ano 2000, de 30 a 110 milhões de pessoas serão portadores do vírus HIV, que causa a AIDS, em contraste com uns 12 milhões atuais. Na falta de uma cura, todos estes enfrentam a morte certa.”
20. O que abrangeria o cumprimento inicial de Mateus 24:4-22, mas que outro cumprimento é evidente?
20 Então, o que devemos concluir da resposta de Jesus à indagação dos apóstolos? Que sua profecia predisse com exatidão os eventos que antecederam e abrangeram a destruição de Jerusalém, e que mencionou algumas coisas que aconteceriam depois de 70 EC. No entanto, a maior parte disso iria ter um segundo e maior cumprimento no futuro, culminando na grande tribulação que acabaria com o atual sistema iníquo de coisas. Isto significa que as predições de Jesus, em Mateus 24:4-22, bem como as paralelas em Marcos e em Lucas, cumpriram-se de 33 EC até a tribulação de 70 EC inclusive. Mas, esses mesmos versículos teriam um segundo cumprimento, que incluiria uma tribulação maior no futuro. Presenciamos agora este cumprimento mais amplo; podemos vê-lo diariamente.f
Resultando em quê?
21, 22. Onde encontramos indicações proféticas de que haveria acontecimentos adicionais?
21 Jesus não terminou sua profecia com a menção de falsos profetas que realizariam sinais enganosos durante o longo período antes de “se cumprirem os tempos designados das nações”. (Lucas 21:24; Mateus 24:23-26; Marcos 13:21-23) Passou a falar sobre outras coisas espantosas que ocorreriam, coisas observadas na Terra inteira. Estariam associadas com a vinda do Filho do homem em poder e glória. Marcos 13:24-27 é representativo do prosseguimento da sua profecia:
22 “Mas, naqueles dias, depois dessa tribulação, o sol ficará escurecido e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e os poderes que estão nos céus serão abalados. E então verão o Filho do homem vir nas nuvens, com grande poder e glória. E então enviará os anjos e ajuntará os seus escolhidos desde os quatro ventos, desde a extremidade da terra até a extremidade do céu.”
23. Por que podemos aguardar o cumprimento de Mateus 24:29-31 muito depois do primeiro século EC?
23 O Filho do homem, o ressuscitado Jesus Cristo, não veio desta maneira espetacular após o fim destrutivo do sistema judaico em 70 EC. Ele certamente não foi reconhecido por todas as tribos da Terra, conforme Mateus 24:30 menciona, nem ajuntaram então os anjos celestiais todos os cristãos ungidos da Terra inteira. Portanto, quando se cumpriria esta parte adicional da estupenda profecia de Jesus? Será que tem seu cumprimento no que hoje está acontecendo em volta de nós, ou antes fornece perspicácia divina das coisas que podemos esperar no futuro próximo? Certamente, devemos querer saber isso, porque Lucas registra a seguinte admoestação de Jesus: “Quando estas coisas principiarem a ocorrer, erguei-vos e levantai as vossas cabeças, porque o vosso livramento está-se aproximando.” — Lucas 21:28.
[Nota(s) de rodapé]
a Partes desses capítulos podem ser encontradas no quadro nas páginas 14 e 15; linhas pontilhadas marcam seções paralelas.
b Referente às citações históricas destes acontecimentos, veja A Sentinela de 15 de julho de 1970, páginas 427-9.
c Tó·te ocorre mais de 80 vezes em Mateus (9 vezes no Mat. capítulo 24) e 15 vezes no livro de Lucas. Marcos usa tó·te apenas seis vezes, mas quatro delas envolvem “o sinal”.
d O autor britânico Matthew Henry comentou: “A destruição de Jerusalém pelos caldeus foi bem terrível, mas esta a excedeu. Ameaçava causar uma matança universal de todos . . . os judeus.”
e Muitos acham que há no relato de Lucas uma mudança de ênfase após Lucas 21:24. O Dr. Leon Morris menciona: “Jesus passa a falar dos tempos dos gentios. . . . Na opinião da maioria dos eruditos, a atenção fixa-se agora na vinda do Filho do homem.” O Professor R. Ginns escreve: “A Vinda do Filho do Homem — (Mt 24:29-31; Mr 13:24-27). A menção dos ‘tempos dos gentios’ fornece a introdução a este tema; a perspectiva [de Lucas] passa agora para o futuro, além da ruína de Jerusalém.”
f O Professor Walter L. Liefeld escreve: “Certamente é possível presumir que as predições de Jesus incluíam duas fases: (1) os eventos de 70 A.D. que envolveram o templo, e (2) os do futuro distante, descritos em termos mais apocalípticos.” O comentário editado por J. R. Dummelow diz: “Muitas das dificuldades mais graves neste grande discurso desaparecem quando nos damos conta de que nosso Senhor se referiu não apenas a um evento, mas a dois, e que o primeiro é típico do segundo. . . . Especialmente [Lucas] 21:24, que fala dos ‘tempos dos gentios’, . . . estabelece um intervalo indefinido entre a queda de Jerusalém e o fim do mundo.”
Lembra-se?
◻ Que cumprimento até 70 EC teve a resposta de Jesus à pergunta em Mateus 24:3?
◻ Como nos ajuda o uso da palavra tó·te a compreender a profecia de Jesus?
◻ Em que sentido houve no primeiro século uma “grande tribulação” tal como nunca ocorrera antes?
◻ A que dois aspectos ímpares da profecia de Jesus, que envolvem a nós hoje, refere-se Lucas?
◻ Que indícios apontam para um segundo cumprimento maior da profecia de Mateus 24:4-22?
[Quadro nas páginas 14, 15]
4“Jesus, em resposta, disse-lhes: ‘Olhai para que ninguém vos desencaminhe; 5pois muitos virão à base do meu nome, dizendo: “Eu sou o Cristo”, e desencaminharão a muitos. 6Ouvireis falar de guerras e relatos de guerras; vede que não fiqueis apavorados. Pois estas coisas têm de acontecer, mas ainda não é o fim.
7“‘Porque nação se levantará contra nação e reino contra reino, e haverá escassez de víveres e terremotos num lugar após outro. 8Todas essas coisas são um princípio das dores de aflição.
9“‘Então vos entregarão a tribulação e vos matarão, e sereis pessoas odiadas por todas as nações, por causa do meu nome. 10Então, também, muitos tropeçarão e trairão uns aos outros, e se odiarão uns aos outros. 11E surgirão muitos falsos profetas, e desencaminharão a muitos; 12e, por causa do aumento do que é contra a lei, o amor da maioria se esfriará. 13Mas, quem tiver perseverado até o fim é o que será salvo. 14E estas boas novas do reino serão pregadas em toda a terra habitada, em testemunho a todas as nações; e então virá o fim.
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15“‘Portanto, quando avistardes a coisa repugnante que causa desolação, conforme falado por intermédio de Daniel, o profeta, estar em pé num lugar santo, (que o leitor use de discernimento,) 16então, os que estiverem na Judéia comecem a fugir para os montes. 17O homem que estiver no alto da casa não desça para tirar de sua casa os bens; 18e o homem que estiver no campo não volte para casa para apanhar a sua roupa exterior. 19Ai das mulheres grávidas e das que amamentarem naqueles dias! 20Persisti em orar que a vossa fuga não ocorra no tempo do inverno, nem no dia de sábado; 21pois então haverá grande tribulação, tal como nunca ocorreu desde o princípio do mundo até agora, não, nem tampouco ocorrerá de novo. 22De fato, se não se abreviassem aqueles dias, nenhuma carne seria salva; mas, por causa dos escolhidos, aqueles dias serão abreviados.
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23“‘Então, se alguém vos disser: “Eis aqui está o Cristo!”, ou: “Ali!”, não o acrediteis. 24Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão grandes sinais e prodígios, a fim de desencaminhar, se possível, até mesmo os escolhidos. 25Eis que eu vos avisei de antemão. 26Portanto, se vos disserem: “Eis que ele está no deserto!”, não saiais; “eis que ele está nos aposentos interiores!”, não o acrediteis. 27Pois, assim como o relâmpago sai das regiões orientais e brilha sobre as regiões ocidentais, assim será a presença do Filho do homem. 28Onde estiver o cadáver, ali se ajuntarão as águias.
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29“‘Imediatamente depois da tribulação daqueles dias, o sol ficará escurecido, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e os poderes dos céus serão abalados. 30Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todas as tribos da terra se baterão então em lamento, e verão o Filho do homem vir nas nuvens do céu, com poder e grande glória. 31E enviará os seus anjos com grande som de trombeta, e eles ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma extremidade dos céus até à outra extremidade deles.’”
5“Jesus principiou assim a dizer-lhes: ‘Acautelai-vos de que ninguém vos desencaminhe. 6Muitos virão à base do meu nome, dizendo: “Sou eu”, e desencaminharão a muitos. 7Além disso, quando ouvirdes falar de guerras e de relatos de guerras, não fiqueis apavorados; estas coisas têm de acontecer, mas ainda não é o fim.
8“‘Pois nação se levantará contra nação e reino contra reino; haverá terremotos num lugar após outro; haverá escassez de víveres. Estas coisas são um princípio das dores de aflição.
9“‘Quanto a vós, acautelai-vos; entregar-vos-ão aos tribunais locais e sereis espancados nas sinagogas, e sereis postos diante de governadores e reis, por minha causa, em testemunho para eles. 10Também, em todas as nações têm de ser pregadas primeiro as boas novas. 11Mas, quando vos levarem para vos entregar, não estejais ansiosos de antemão sobre o que haveis de falar; mas, o que vos for dado naquela hora, isso falai, porque não sois vós quem fala, mas o espírito santo. 12Outrossim, irmão entregará irmão à morte, e o pai ao filho, e os filhos se levantarão contra os pais, e os farão matar; 13e vós sereis pessoas odiadas por todos, por causa do meu nome. Mas aquele que tiver perseverado até o fim é o que será salvo.
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14“‘No entanto, quando avistardes a coisa repugnante que causa desolação estar de pé num lugar onde não devia (que o leitor use de discernimento), então, comecem a fugir para os montes os que estiverem na Judéia. 15Que o homem que estiver no alto da casa não desça, nem entre para tirar algo de sua casa; 16e que o homem que estiver no campo não volte para as coisas deixadas atrás, para apanhar sua roupa exterior. 17Ai das mulheres grávidas e das que amamentarem naqueles dias! 18Persisti em orar que não ocorra no tempo do inverno; 19pois estes dias serão dias de tribulação tal como nunca ocorreu desde o princípio da criação, que Deus criou, até esse tempo, nem ocorrerá de novo. 20De fato, se Jeová não tivesse abreviado os dias, nenhuma carne se salvaria. Mas, por causa dos escolhidos, que ele escolheu, abreviou os dias.
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21“‘Então, também, se alguém vos disser: “Eis aqui está o Cristo!”, “eis ali está ele!”, não o acrediteis. 22Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão sinais e prodígios, a fim de desencaminhar, se possível, os escolhidos. 23Vós, portanto, vigiai; eu vos disse todas as coisas de antemão.
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24“‘Mas, naqueles dias, depois dessa tribulação, o sol ficará escurecido e a lua não dará a sua luz, 25e as estrelas cairão do céu, e os poderes que estão nos céus serão abalados. 26E então verão o Filho do homem vir nas nuvens, com grande poder e glória. 27E então enviará os anjos e ajuntará os seus escolhidos desde os quatro ventos, desde a extremidade da terra até a extremidade do céu.’”
8“Ele disse: ‘Acautelai-vos de que ninguém vos desencaminhe; porque muitos virão à base do meu nome, dizendo: “Sou eu”, e: “Aproximou-se o tempo devido.” Não vades após eles. 9Além disso, quando ouvirdes falar de guerras e desordens, não fiqueis apavorados. Porque estas coisas têm de ocorrer primeiro, mas o fim não ocorre imediatamente.’
10“Então prosseguiu a dizer-lhes: ‘Nação se levantará contra nação e reino contra reino; 11e haverá grandes terremotos, e, num lugar após outro, pestilências e escassez de víveres; e haverá vistas aterrorizantes e grandes sinais do céu.
12“‘Mas, antes de todas estas coisas, as pessoas deitarão mãos em vós e vos perseguirão, entregando-vos às sinagogas e às prisões, sendo vós arrastados perante reis e governadores por causa do meu nome. 13Isto vos resultará num testemunho. 14Portanto, assentai nos vossos corações não ensaiar de antemão como fazer a vossa defesa, 15porque eu vos darei uma boca e sabedoria, à qual todos os vossos opositores juntos não poderão resistir, nem a disputar. 16Além disso, sereis entregues até mesmo por pais, e irmãos, e parentes, e amigos, e eles entregarão alguns de vós à morte; 17e vós sereis pessoas odiadas por todos, por causa do meu nome. 18Contudo, nenhum cabelo de vossa cabeça perecerá de modo algum. 19Pela perseverança da vossa parte adquirireis as vossas almas.
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20“‘Outrossim, quando virdes Jerusalém cercada por exércitos acampados, então sabei que se tem aproximado a desolação dela. 21Então, comecem a fugir para os montes os que estiverem na Judéia, e retirem-se os que estiverem no meio dela, e não entrem nela os que estiverem nos campos; 22porque estes são dias para se executar a justiça, para que se cumpram todas as coisas escritas. 23Ai das mulheres grávidas e das que amamentarem naqueles dias! Porque haverá grande necessidade na terra e furor sobre este povo; 24e cairão pelo fio da espada e serão levados cativos para todas as nações;
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e Jerusalém será pisada pelas nações, até se cumprirem os tempos designados das nações.
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25“‘Também, haverá sinais no sol, e na lua, e nas estrelas, e na terra angústia de nações, não sabendo o que fazer por causa do rugido do mar e da sua agitação, 26os homens ficando desalentados de temor e na expectativa das coisas que vêm sobre a terra habitada; porque os poderes dos céus serão abalados. 27E então verão o Filho do homem vindo numa nuvem, com poder e grande glória. 28Mas, quando estas coisas principiarem a ocorrer, erguei-vos e levantai as vossas cabeças, porque o vosso livramento está-se aproximando.’”
[Foto na página 10]
A tribulação em 70 EC foi a maior que Jerusalém e o sistema judaico já haviam sofrido
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“Dize-nos: quando sucederão estas coisas?”A Sentinela — 1994 | 15 de fevereiro
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“Dize-nos: quando sucederão estas coisas?”
“Eu estou contando coisas novas. Antes de começarem a surgir, faço que as ouçais.” — ISAÍAS 42:9.
1, 2. (a) Que perguntaram os apóstolos de Jesus a respeito do futuro? (b) Como se cumpriu a resposta de Jesus a respeito dum sinal múltiplo?
O ENSINO divino origina-se de Jeová Deus, “Aquele que desde o princípio conta o final”. (Isaías 46:10) Conforme mostrou o artigo precedente, os apóstolos buscavam obter de Jesus esse ensino, perguntando-lhe: “Dize-nos: Quando serão estas coisas e qual será o sinal quando todas estas coisas estão destinadas a chegar a uma terminação?” — Marcos 13:4.
2 Em resposta, Jesus descreveu um “sinal” múltiplo, consistindo em evidência que provaria que o sistema judaico acabaria em breve. Isto se cumpriu na destruição de Jerusalém em 70 EC. Mas a profecia de Jesus teria um cumprimento maior, bem mais adiante na corrente do tempo. Depois de terminados “os tempos designados das nações” em 1914, haveria um sinal em grande escala, demonstrando que o atual sistema iníquo acabaria em breve numa “grande tribulação”.a (Lucas 21:24) Milhões dos que agora vivem podem atestar que este sinal se tem cumprido nas guerras mundiais e em outros acontecimentos momentosos deste século 20. Estes também marcam o cumprimento maior da profecia de Jesus, tendo sido este cumprimento moderno tipificado por aquilo que aconteceu de 33 a 70 EC.
3. Falando sobre outro sinal, que acontecimentos adicionais predisse Jesus?
3 Depois da menção dos tempos designados nas nações, feita por Lucas, os relatos paralelos em Mateus, Marcos e Lucas descrevem uma série de outros acontecimentos que incluem um sinal em adição ao múltiplo ‘sinal da terminação do sistema de coisas’. (Mateus 24:3) (Na página 15, este ponto no relato é destacado por uma linha dupla.) Mateus diz: “Imediatamente depois da tribulação daqueles dias, o sol ficará escurecido, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e os poderes dos céus serão abalados. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todas as tribos da terra se baterão então em lamento, e verão o Filho do homem vir nas nuvens do céu, com poder e grande glória. E enviará os seus anjos com grande som de trombeta, e eles ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma extremidade dos céus até à outra extremidade deles.” — Mateus 24:29-31.
Tribulação e fenômenos celestes
4. Que perguntas surgem a respeito dos fenômenos celestes mencionados por Jesus?
4 Quando se cumpriria isso? Todos esses três relatos evangélicos mencionam o que poderíamos chamar de fenômenos celestes: o escurecimento do sol e da lua, e a queda de estrelas. Jesus disse que isso se seguiria à “tribulação”. Pensava Jesus na tribulação que culminou em 70 EC, ou falava ele da grande tribulação ainda futura nos nossos tempos modernos? — Mateus 24:29; Marcos 13:24.
5. O que se acreditava certa vez sobre a tribulação nos tempos modernos?
5 Desde que terminaram os tempos designados das nações em 1914, os do povo de Deus têm estado vivamente interessados na “grande tribulação”. (Revelação [Apocalipse] 7:14) Por muitos anos, eles pensavam que a grande tribulação nos tempos modernos teve uma parte inicial correspondente ao tempo da Primeira Guerra Mundial, havendo depois um intervalo, e finalmente uma parte concludente, “a guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”. Neste caso, o que ocorreria nas décadas intermediárias da “terminação do sistema”? — Revelação 16:14; Mateus 13:39; 24:3; 28:20.
6. O que se pensava que cumpria a profecia a respeito de fenômenos celestes?
6 Pois bem, achava-se que, durante este intervalo, se veria o sinal múltiplo, inclusive a pregação feita pelo povo reunido de Deus. Parecia também que se poderiam esperar os preditos fenômenos celestes durante este intervalo após a fase inicial em 1914-18. (Mateus 24:29; Marcos 13:24, 25; Lucas 21:25) A atenção fixou-se em coisas literais nos céus — sondas espaciais, foguetes, raios gama ou cósmicos, e alunissagens e bases na lua.
7. Que compreensão reajustada sobre a grande tribulação foi fornecida?
7 No entanto, A Sentinela de 15 de julho de 1970, reexaminou a profecia de Jesus, especialmente a vindoura grande tribulação. Mostrou que, em vista do que tinha acontecido no primeiro século, a tribulação nos tempos modernos não podia ter tido uma parte inicial em 1914-18, com um intervalo de décadas de duração e depois um recomeço. Aquela revista chegou à seguinte conclusão: “A ‘grande tribulação’, tal como nunca mais ocorrerá, ainda está no futuro, pois significa a destruição do império mundial da religião falsa (inclusive da cristandade), seguida pela ‘guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso’, no Armagedom.”
8. Como se explicou Mateus 24:29 à base do entendimento reajustado sobre a tribulação nos tempos modernos?
8 Mas Mateus 24:29 diz que os fenômenos celestes ocorrem “imediatamente depois da tribulação”. Como pode ser? A Sentinela de 1.º de novembro de 1975 sugeriu que, neste caso, a “tribulação” se referia àquela que culminou lá em 70 EC. Em que sentido, porém, se poderia dizer que fenômenos celestes em nosso tempo seguem “imediatamente” a um evento ocorrido em 70 EC? Arrazoou-se que, à vista de Deus, os séculos intermediários seriam curtos. (Romanos 16:20; 2 Pedro 3:8) No entanto, um exame mais profundo desta profecia, especialmente a de Mateus 24:29-31, indica uma explicação bem diferente. Isto ilustra como a luz “vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito”. (Provérbios 4:18, Almeida)b Vejamos por que é apropriado haver uma explicação nova ou mudada.
9. Como fornecem as Escrituras Hebraicas a base para as palavras de Jesus a respeito de acontecimentos nos céus?
9 Jesus deu a quatro dos seus apóstolos a profecia a respeito de ‘o sol ficar escurecido, a lua não dar a sua luz e as estrelas caírem’. Eles, como judeus, reconheceriam esta linguagem das Escrituras Hebraicas, onde, por exemplo, em Sofonias 1:15, o tempo de julgamento por Deus é chamado de “dia de tempestade e de desolação, dia de escuridão e de trevas, dias de nuvens e de densas trevas”. Diversos profetas hebreus também descreveram o sol escurecido, a lua não brilhando e as estrelas não darem luz. Encontrará este tipo de linguagem nas mensagens divinas contra Babilônia, Edom, Egito e o reino setentrional de Israel. — Isaías 13:9, 10; 34:3, 5; Jeremias 4:28; Ezequiel 32:2, 6-8; Amós 5:20; 8:2, 9.
10, 11. (a) O que profetizou Joel a respeito de coisas nos céus? (b) Que aspectos da profecia de Joel se cumpriram em 33 EC, e quais foram os que não se cumpriram?
10 Quando ouviram o que Jesus disse, Pedro e os outros três provavelmente se lembraram da profecia de Joel, em Joel 2:28-31 e 3:15: “Derramarei meu espírito sobre toda sorte de carne, e vossos filhos e vossas filhas certamente profetizarão. . . . Vou dar portentos nos céus e na terra: sangue e fogo, e colunas de fumaça. O próprio sol será transformado em escuridão e a lua em sangue, antes de chegar o grande e atemorizante dia de Jeová.” “Mesmo o sol e a lua hão de ficar escuros e as próprias estrelas recolherão realmente a sua claridade.”
11 Conforme relatado em Atos 2:1-4 e 14-21, em Pentecostes de 33 EC, Deus derramou espírito santo sobre 120 discípulos, tanto homens como mulheres. O apóstolo Pedro divulgou que isso fora o que Joel havia predito. Que dizer, porém, das palavras de Joel a respeito de ‘o sol ser transformado em escuridão e a lua em sangue, e as estrelas recolherem a sua claridade’? Não há nada que indique que isso se cumpriu em 33 EC ou no período de mais de 30 anos da terminação do sistema de coisas judaico.
12, 13. Como se cumpriram os fenômenos celestes preditos por Joel?
12 Evidentemente, aquela parte final da predição de Joel estava mais relacionada com a ‘chegada do grande e atemorizante dia de Jeová’ — a destruição de Jerusalém. A Sentinela de 1.º de julho de 1967 dizia sobre a tribulação que sobreveio à Jerusalém em 70 EC: “Esse foi deveras um ‘dia de Jeová’ com referência a Jerusalém e a seus filhos. E, com relação a esse dia, havia abundância de ‘sangue, e fogo, e fumaça brumosa’, o sol não clareando a escuridão da cidade durante o dia, e a lua sugerindo sangue derramado, não havendo luar pacífico e prateado à noite.”c
13 Sim, como se deu com outras profecias que mencionamos, os fenômenos celestes preditos por Joel se cumpririam quando Jeová executasse o julgamento. Em vez de se estender sobre o período da terminação do sistema judaico, o escurecimento do sol, da lua e das estrelas ocorreu quando as forças executoras vieram contra Jerusalém. É lógico que podemos esperar um cumprimento maior desta parte da profecia de Joel quando Deus começar a execução do sistema atual.
Que tribulação antes dos fenômenos celestes?
14, 15. Como influi a profecia de Joel no nosso entendimento de Mateus 24:29?
14 O cumprimento da profecia de Joel (em harmonia com outras profecias que usam linguagem similar) ajuda-nos a compreender as palavras de Mateus 24:29. É evidente que aquilo que Jesus disse sobre ‘o sol ficar escuro, a lua não dar luz e as estrelas caírem’ não se refere ao que ocorre durante as muitas décadas da terminação do atual sistema, coisas tais como foguetes espaciais, alunissagens e coisas semelhantes. Não, ele indicou coisas relacionadas com “o grande e atemorizante dia de Jeová”, a destruição ainda futura.
15 Isto se relaciona com nosso entendimento de que os fenômenos celestes ocorreriam “imediatamente depois da tribulação”. Jesus não se referiu à tribulação que culminou em 70 EC. Antes, ele indicou o começo da grande tribulação que sobreviria no futuro ao sistema mundial, culminando a sua prometida “presença”. (Mateus 24:3) Esta tribulação ainda está à nossa frente.
16. Que tribulação foi indicada por Marcos 13:24, e por quê?
16 Que dizer das palavras de Marcos 13:24: “Naqueles dias, depois dessa tribulação, o sol ficará escurecido e a lua não dará a sua luz”? Aqui, tanto as palavras “naqueles” como “dessa” vertem formas da palavra grega e·keí·nos, pronome demonstrativo que indica algo no futuro distante. E·keí·nos pode ser usado para indicar algo no passado distante (ou anteriormente mencionado) ou a algo no futuro remoto. (Mateus 3:1; 7:22; 10:19; 24:38; Marcos 13:11, 17, 32; 14:25; Lucas 10:12; 2 Tessalonicenses 1:10) Assim, Marcos 13:24 aponta para ‘essa tribulação’, não para a tribulação criada pelos romanos, mas para o ato poderoso de Jeová no fim do atual sistema.
17, 18. Que luz lança Revelação sobre como se desenvolverá a grande tribulação?
17 Os capítulos 17 a 19 de Revelação enquadram-se nisso e confirmam este entendimento reajustado sobre Mateus 24:29-31, Marcos 13:24-27 e Lucas 21:25-28. Em que sentido? Os Evangelhos mostram que esta tribulação não começará nem terminará de um só golpe. Depois de ela ter começado, alguns da humanidade desobediente ainda estarão vivos para ver “o sinal do Filho do homem” e para reagir — lamentando-se e, conforme declarado em Lucas 21:26, “ficando desalentados de temor e na expectativa das coisas que vêm sobre a terra habitada”. Este sobrepujante temor será devido a verem “o sinal” que indica sua iminente destruição.
18 O relato de Revelação mostra que a futura grande tribulação começará quando os “chifres” militarizados da “fera” internacional se voltarem contra “a grande meretriz”, Babilônia, a Grande.d (Revelação 17:1, 10-16) No entanto, ainda restarão muitas pessoas, porque reis, comerciantes, capitães de navio e outros lamentarão o fim da religião falsa. Sem dúvida, muitos se darão conta de que seu julgamento virá a seguir. — Revelação 18:9-19.
O que virá?
19. O que podemos esperar quando a grande tribulação começar?
19 As passagens evangélicas em Mateus, Marcos e Lucas combinam com Revelação, capítulos 17-19, lançando bastante luz sobre o que ocorrerá em breve. No tempo determinado por Deus, a grande tribulação começará com um ataque contra o império mundial da religião falsa (Babilônia, a Grande). Este será especialmente intenso contra a cristandade, que corresponde à Jerusalém infiel. “Imediatamente depois” desta fase da tribulação, “haverá sinais no sol, e na lua, e nas estrelas, e na terra angústia [sem precedentes] de nações”. — Mateus 24:29; Lucas 21:25.
20. Que fenômenos celestes podemos ainda esperar?
20 Em que sentido ‘o sol ficará escurecido, a lua não dará a sua luz, as estrelas cairão do céu e os poderes dos céus serão abalados’? Sem dúvida, na parte inicial da grande tribulação, muitos luminares — clérigos destacados do mundo religioso — terão sido expostos e eliminados pelos “dez chifres” mencionados em Revelação 17:16. Não resta dúvida de que também os poderes políticos terão sido abalados. Haverá também eventos amedrontadores nos céus físicos? É bem provável que sim, e muito mais amedrontadores do que os descritos por Josefo como ocorridos perto do fim do sistema judaico. Sabemos que, na antiguidade, Deus demonstrou seu poder por causar tais efeitos cataclísmicos, e ele pode fazê-lo de novo. — Êxodo 10:21-23; Josué 10:12-14; Juízes 5:20; Lucas 23:44, 45.
21. Como ocorrerá um “sinal” futuro?
21 Neste ponto, todos esses três escritores de Evangelhos usam tó·te (então) para introduzir o acontecimento seguinte. “Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem.” (Mateus 24:30; Marcos 13:26; Lucas 21:27) Desde a Primeira Guerra Mundial, os verdadeiros discípulos de Jesus têm discernido o sinal múltiplo da sua presença invisível, ao passo que a maioria das pessoas não o tem reconhecido. No entanto, Mateus 24:30 aponta para mais um “sinal” no futuro, o do “Filho do homem”, e todas as nações se verão compelidas a reconhecê-lo. Quando Jesus vier com nuvens de invisibilidade, os humanos opositores, em todo o mundo, terão de reconhecer esta “vinda” (em grego: er·khó·me·non) por causa duma demonstração sobrenatural do seu poder régio. — Revelação 1:7.
22. Qual será o efeito de se observar “o sinal” de Mateus 24:30?
22 Mateus 24:30 novamente usa tó·te para introduzir o que vem a seguir. Então as nações, sentindo a conseqüência da sua situação, baterão em si mesmas e se lamentarão, talvez reconhecendo a iminência da sua destruição. Quão diferente de nós servos de Deus, porque poderemos erguer a cabeça, sabendo que o livramento está-se aproximando! (Lucas 21:28) Também Revelação 19:1-6 mostra os verdadeiros adoradores no céu e na Terra alegrando-se com o fim da grande meretriz.
23. (a) Que ação tomará Jesus para com os escolhidos? (b) O que se pode dizer a respeito de o restante ser levado para o céu?
23 A profecia de Jesus passa a dizer, em Marcos 13:27: “Então [tó·te] enviará os anjos e ajuntará os seus escolhidos desde os quatro ventos, desde a extremidade da terra até a extremidade do céu.” Jesus enfoca aqui o restante dos 144.000 “escolhidos” ainda vivos na Terra. No começo da terminação do sistema de coisas, estes discípulos ungidos de Jesus foram levados a uma união teocrática. Todavia, de acordo com a seqüência usada, Marcos 13:27 e Mateus 24:31 descrevem algo mais. Os remanescentes dos “escolhidos” serão ajuntados das extremidades da Terra “com grande som de trombeta”. Como serão ajuntados? Sem dúvida, serão “selados” e claramente identificados por Jeová como parte dos “chamados, e escolhidos, e fiéis”. E no tempo designado de Deus, serão recolhidos ao céu, a fim de serem reis-sacerdotes.e Isto alegrará tanto a eles como aos seus companheiros fiéis, os da “grande multidão”, que por sua vez estarão marcados para ‘sair da grande tribulação’, a fim de usufruir bênçãos na Terra paradísica. — Mateus 24:22; Revelação 7:3, 4, 9-17; 17:14; 20:6; Ezequiel 9:4, 6.
24. Que seqüência de acontecimentos futuros revela Mateus 24:29-31?
24 Quando os apóstolos perguntaram: “Dize-nos . . .”, a resposta de Jesus abrangeu mais do que eram capazes de compreender. No entanto, ainda durante a sua vida, alegraram-se de ver o cumprimento típico da profecia dele. Nosso estudo da resposta de Jesus enfocou aquela parte da sua profecia que se cumprirá no futuro próximo. (Mateus 24:29-31; Marcos 13:24-27; Lucas 21:25-28) Já podemos ver nosso livramento aproximar-se. Podemos aguardar o começo da grande tribulação, então o sinal do Filho do homem, e então Deus ajuntar os escolhidos. Por fim, nosso Rei-Guerreiro, o entronizado Jesus, como executor da parte de Jeová no Armagedom, ‘completará a sua vitória’. (Revelação 6:2) Este dia de Jeová, em que ele executará vingança, virá como grandiosa conclusão da “terminação do sistema de coisas”, que tem marcado o dia do Senhor Jesus desde 1914.
25. Como poderemos participar no cumprimento ainda futuro de Lucas 21:28?
25 Continue a beneficiar-se do ensino divino, para acatar o cumprimento ainda futuro das palavras de Jesus: “Quando estas coisas principiarem a ocorrer, erguei-vos e levantai as vossas cabeças, porque o vosso livramento está-se aproximando.” (Lucas 21:28) Que grandioso futuro aguarda os escolhidos e a grande multidão, ao passo que Jeová santifica o seu santo nome!
[Nota(s) de rodapé]
a As Testemunhas de Jeová têm prazer em fornecer prova disso, mostrando como os fatos físicos dos nossos dias cumprem a profecia bíblica.
b Matéria adicional foi apresentada nas páginas 296-323 do livro Aproximou-se o Reino de Deus de Mil Anos, publicado em português em 1975 pela Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados de Nova York, Inc., e em A Sentinela de 15 de maio de 1983, páginas 17-22.
c Josefo escreve o que aconteceu entre o primeiro ataque dos romanos contra Jerusalém (em 66 EC) e a destruição dela: “Durante a noite irrompeu um devastador temporal; um furacão rugiu, caiu uma chuva torrencial, relâmpagos luziam continuamente, os trovões eram terríficos, a terra tremeu com estrondos ensurdecedores. Claramente prefigurava-se um desastre para toda a raça humana por este colapso de toda a estrutura de coisas, e ninguém podia duvidar de que esses sinais pressagiavam uma catástrofe sem paralelo.”
d Aquilo que Jesus chamou de “grande tribulação” e de “uma tribulação”, na sua primeira aplicação, foi a destruição do sistema judaico. Mas nos versículos que se aplicam apenas aos nossos dias, ele usou o artigo definido “a”, dizendo “da [dessa] tribulação”. (Mateus 24:21, 29; Marcos 13:19, 24) Revelação 7:14 chama este evento futuro de “a grande tribulação”, literalmente, “a tribulação, a grande”.
e Veja “Perguntas dos Leitores” em A Sentinela de 15 de agosto de 1990.
[Lembra-se?]
◻ Como se cumpriram no primeiro século aspectos de Joel 2:28-31 e 3:15?
◻ A que tribulação se refere Mateus 24:29, e por que chegamos a essa conclusão?
◻ Que fenômenos celestes são indicados por Mateus 24:29, e como pode isso acontecer imediatamente depois da tribulação?
◻ Como se cumprirá no futuro Lucas 21:26, 28?
[Foto nas páginas 16, 17]
Área do Templo
[Crédito]
Pictorial Archive (Near Eastern History) Est.
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