A conduta cristã numa família dividida
“Pois, como sabes, ó mulher, se salvarás a teu marido? ou como sabes, ó marido, se salvarás a tua mulher?” — 1 Cor. 7:16 ALA.
1, 2. (a) Que incidente envolvendo a conduta ocorreu no Canadá? (b) Como demonstra coragem moral o pedir desculpa em público, e resultou isto em bênção?
“CARTA AO REDATOR: Queremos pedir desculpas ao ministro a quem esta se refere. Queira este ministro, em cujo carro atiraram ovos quando passava por [a cidade de] Ralph, aceitar as nossas humildes desculpas, levar o seu carro ao posto para lavar e mandar-nos a conta? Queira ele também fazer-nos uma visita, quando passar por Ralph, a fim de que apresentemos pessoalmente as nossas desculpas? Embora não sejamos o pivô desta chamada brincadeira, desejamos apresentar as nossas desculpas e as de três amigos, nossos que estavam conosco. Pois o que parecia engraçado na ocasião, não era brincadeira. Queremos que ele e os que por aqui passarem saibam que não haverá mais brincadeiras de mau gosto. — MERK E MERVIN CUGNET.”
2 O ministro envolvido neste ataque de um grupo de delinqüentes juvenis, em Saskatchewan, Canadá, era um ministro de distrito das testemunhas de Jeová. Depois de ser atacado com ovos, o ministro parou o carro e voltou à casa onde achava que a corja estava agindo. Ali ele relatou intrepidamente o incidente e apresentou aos pais um firme protesto contra estes atos de ameaça e de indignidade contra os motoristas que passavam. O ministro saiu sem dizer o seu nome, depois que a dona de casa tinha feito um gesto de quem estava sentida. Uma semana depois apareceu a carta acima num jornal local, pedindo publicamente desculpas. O ministro do distrito, junto com um ministro local, visitou estes pais arrependidos. Encontraram-nos desanimados e que tinham perdido a sua fé na religião deles. Programou-se imediatamente um estudo bíblico para a família, obtiveram-se duas assinaturas, uma para este jornal, A Sentinela, e outra para a Despertai! Informaram-lhes também de que não teriam que pagar a lavagem do carro, pois o ministro mesmo o tinha lavado. Quando saíam, a senhora disse que estava muito sentida em ter chegado a conhecê-los nestas circunstâncias, mas, por outro lado, estava contente que tinha terminado num estudo bíblico para ela e sua família. Estes pais praticadores do que é justo devem ser elogiados pelo seu gesto de pedir desculpas publicamente, sendo que este gesto corajoso trouxe bênçãos sobre eles. — 2 Cor. 7:10.
3. (a) Como alguns que ainda não são cristãos dedicados demonstram um profundo senso interno de moralidade? (b) Para fazer o que anima isto?
3 A experiência acima demonstra que há um profundo senso interno de moralidade em muitas pessoas que não são testemunhas de Jeová e que ao despertarem subitamente para a realidade elas ficam comovidas com uma tristeza piedosa, resultando em serem abençoadas com a verdade e com uma esperança de um futuro feliz. Isto faz com que os cristãos que vivem numa família dividida perseverem no seu procedimento justo, junto com a sociedade do Novo Mundo. Um grande comerciante, marido descrente de uma esposa distinta, uma testemunha de Jeová, diz aos seus congêneres uma expressão de sua desaprovação de esposas sem objetivo, preguiçosas mentalmente e muitas vezes inebriadas, que quando ele chega em casa prefere encontrar a sua esposa ativa na “Bíblia do que na garrafa”. Quais são, portanto, alguns pontos de incentivo à conduta cristã numa família dividida, que são elogiáveis e, possivelmente, tragam vida aos descrentes queridos? — 1 Cor. 7:16.
4. Centraliza-se sempre na obediência às leis de Deus a questão de se dar bem com descrentes?
4 Sem dúvida, não pode haver transigência, quando envolve obediência a Jeová. Seu Filho, Jesus, preambulou o pensamento referente a uma família dividida, nas seguintes palavras: “Aquele que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai que está nos céus.” (Mat. 10:32-37, ALA) Mas a questão de se dar bem com outros numa família dividida nem sempre se centraliza na questão de obediência às leis de Jeová. Às vezes depende de ajudar os outros membros da família a entender corretamente a crença e as ações do cristão, por que ele acha que é assim e quer assistir às reuniões, e por que sai no serviço público de testemunho de casa em casa. As vezes pode envolver uma disputa sobre coisas que não são realmente exigidas por Deus, coisas que podem ser feitas diferentemente ou em outras ocasiões, a fim de não entrarem em conflito com os interesses e ações dos membros não-dedicados da família. Às vezes o dedicado pode estar insistindo sobre uma coisa que quer ou deseja, um conceito, uma intenção ou uma prática pessoal que talvez não seja uma coisa requerida por Deus. A fim de que vejamos as coisas corretamente, consideremos algumas questões sobre a conduta cristã sob estas circunstâncias.
MULHER DESCRENTE
5. Numa família dividida, que responsabilidades aceita o marido cristão?
5 Quando um homem é o cristão dedicado e sua esposa é opositora ou indiferente, ele está numa posição muito mais favorável do que se fosse ao contrário. Pode exercer biblicamente a chefia cristã, sendo obrigado a fazer isto. Dá-se o seguinte conselho às esposas: “As mulheres sejam submissas a seus próprios maridos, como ao Senhor; parque o marido é o cabeça da mulher.” Esta submissão coloca o marido sob a obrigação de fazer provisão para a mulher e filhos, assim como o apóstolo escreveu em 1 Timóteo 5:8 (ALA): “Se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos de sua própria casa, tem negado a fé.” Isto também é uma obrigação legal. As esposas que se opõem aos cristãos, geralmente insistirão sobre isto, até mesmo quando recusam estar submissas. Além isto, o marido deve amor e companheirismo à sua esposa, inclusive os deveres conjugais da satisfação sexual, pois, de outra maneira, ele pode induzia a se satisfazer com outro, promovendo assim a infidelidade de sua esposa. Portanto, mesmo que a esposa seja opositora ou muito indiferente, as obrigações do marido permanecem sobre o cristão. — Efé. 5:22, 23; 1 Cor. 7:3, ALA.
6, 7. (a) Quais são alguns dos requisitos bíblicos do marido cristão que não podem ser dispensados, e fim de agradar a uma esposa descrente? (b) Como deve tratar ele a sua esposa opositora?
6 Um marido sob estas circunstâncias não está dispensado de cumprir os requisitos bíblicos colocados sobre ele, para agradar à sua esposa ou diminuir a oposição dela. Requer-se que todos os cristãos dedicados estudem, reúnam-se com outros cristãos e façam serviço ministerial regular. Isto pode ser feito sem desconsiderar os interesses da esposa fora da verdade. O marido pode convidar a mulher para acompanhá-lo na adoração e, se ela recusar, ele deve ir. Por que convidá-la se ele mesmo não persiste neste procedimento? E se ele desistir do estudo cristão, da associação e do serviço ministerial, não incentivaria isto a sua esposa na sua obstinação e oposição? Se um marido cristão, cuja esposa é opositora, tiver filhos menores, ele deve cuidar não só do bem-estar físico dos filhos, mas também do bem-estar espiritual, e isto inclui a freqüência às reuniões e o estudo pessoal. A chefia do pai dá-lhe o direito de insistir sobre a participação deles nestas coisas. “Vós, pais, . . . criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor.” (Efé. 6:4, ALA) Portanto, falhar nisto seria o mesmo que falhar como provisor das necessidades espirituais da família.
7 O cuidado do pai pelos interesses espirituais da sua família inclui também esforçar-se com todo o jeito e bondade possíveis para ajudar a sua esposa a entender a verdade. Não há necessidade de ficar zangado e gritar com ela por causa disto. Do mesmo modo que com as pessoas não-cristãs, fora da família, reconhecemos a necessidade de apresentar a verdade com jeito e de maneira que não ofenda. Do mesmo jeito, o marido cristão cuja mulher for opositora, deve apresentar a verdade meigamente e de um modo que ganhe maior respeito e entendimento pela verdade.
MARIDO DESCRENTE
8. Como é que a esposa de um marido descrente tem maior problema?
8 Mas, o que dizer em caso contrário, se a sorte da mulher for ter um marido descrente, um que não se une com ela na adoração? Isto pode criar um grande problema, se não houver outros, pois a mulher não pode tomar a chefia só porque o seu marido não está na verdade. Em vez disto, ela deve mostrar a sujeição de esposa, o que quer dizer que ela deve deixar que seu marido faça as decisões quanto a empregos, lugar de morar, padrão de vida, e assim por diante. Pode uma mulher amar realmente o seu marido sob estas circunstâncias, visto que ele não aceita a dedicação cristã? Sim, se ele lhe der atenção e for limpo moralmente. Ela o amava antes de se dedicar. A dedicação não a fez deixar de amá-lo. Deve ela prestar-lhe os deveres conjugais? Sim, pois eles ainda são casados. A dedicação não dissolve os laços maritais. Até mesmo se o marido se tornar às vezes opositor violento e tentar arranjar as coisas de modo a impedir que a esposa dedicada desfrute a associação e o serviço teocrático, mesmo assim ela deve ao marido as obrigações normais do matrimônio. Ela precisa cuidar da casa, preparar as refeições e cuidar dos interesses do marido tanto quanto possível. Se ele se tornar tão violento, ao ponto de ameaçar causar dano a ela, ela poderá então considerar a separação para sua segurança. — 1 Cor. 7:15.
9. O que pode fazer a esposa quando o marido não a deixa testemunhar nos domingos?
9 O que dizer do ministério de casa em casa quando o marido não o permite? Suponhamos que ele a proíba de sair no serviço nos domingos, quando ele está em casa ou então faz arranjos para os dois se ocuparem em outra coisa. O que fazer neste caso? Talvez seja mais sensato que ela reorganize o seu horário para trabalhar numa ocasião que não entre em conflito com suas relações familiares. É o mesmo que alterar o seu horário de serviço de campo para lavar roupa, e fazer outras coisas. O mandamento de Jesus para que se preguem as boas novas não especifica que isto só deve ser feito nos domingos de manhã; e, embora isto possa ser preferido, não é uma questão de infidelidade a Jeová ela dar testemunho em outras ocasiões, se a autoridade do marido assim determinar.
10. Como cuidará a esposa dos filhos no que se refere a assuntos espirituais, e por quê?
10 A esposa cristã de um marido descrente pode exercer muita influência boa sobre os filhos em questões espirituais, mesmo que o marido se oponha fortemente. Ao fazer isto, ela terá o cuidado de não fazer que os filhos fiquem contra o pai, só porque ele não entende a verdade; mas, enquanto os filhos forem jovens e ela os tiver consigo durante o dia, poderá programar para gastar tempo diariamente, falando sobre a Bíblia com eles. Embora ela não possa substituir inteiramente a falta de instrução da parte do pai, porém, tem obrigação de instruir os filhos na medida do possível. O provérbio (6:20, ALA) diz: “Não deixes a instrução de tua mãe”, e (em 10:1, ALA): “O filho insensato é a tristeza de sua mãe”, demonstrando assim que a mãe compartilha na responsabilidade de instruir os filhos, para que mais tarde ela não venha a envergonhar-se da estupidez do filho por ela não o ter ensinado. Por que deve uma esposa suportar todos estes obstáculos e arranjar jeitosamente meios de manter a integridade, fazendo rodeios? Porque são os meios de demonstrar a sujeição de esposa. Demonstra fidelidade à Palavra de Jeová e à sua lei. Pode resultar em os filhos crescerem instruídos de modo cristão, apesar de o marido falhar em arcar com esta responsabilidade.
11. O que é de grande valor aos olhos de um marido perspicaz, embora descrente?
11 “Isto não proíbe que a mulher fale sobre a Bíblia com a sua família, inclusive com o marido descrente. Mas com ele, deve certamente fazer com jeito e discretamente, nas ocasiões favoráveis e não de modo irritante, mas quando ele tiver afrouxado as barreiras mentais e estiver de modo favorável. A conduta correta da parte da esposa cristã causa uma profunda impressão no marido descrente, às vezes, acima de atrações físicas. Disse o apóstolo: “Não seja o adorno das esposas o que é exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário; seja, porém, o homem interior do coração . . . um espírito manso e tranqüilo, que é de grande valor diante de Deus.” (1 Ped. 3:1-6, ALA) Estas coisas têm realmente grande valor aos olhos de um alarido perspicaz, embora descrente!
FILHOS DESCRENTES
12, 13. (a) Qual é uma atitude incorreta concernente a filhos descrentes? (b) Que experiência se relata concernente à maneira de tratar filhos que pareçam não estar interessados na Bíblia?
12 Às vezes, a divisão de uma família é entre pais e filhos; até mesmo os filhos menores podem não querer ir às reuniões nem sair no serviço de campo. Os jovens às vezes se tornam rebeldes e passam a odiar a Bíblia. Os pais cristãos podem pensar: “Meus filhos não têm interesse na verdade. Vamos deixá-los de mão! Nada mais faremos além do que a lei exige, só dar-lhes comida, roupa, casa e, quando crescerem mais, eles que escolham seu próprio caminho, e nós poderemos ser pioneiros.” Será que esta é uma atitude correta, em harmonia com os princípios cristãos?
13 “Não! Requer-se dos pais cristãos mais do que alimento, roupa e abrigo. ‘Criá-los na disciplina e na admoestação de Jeová’ significa instruí-los na Bíblia. (Efé. 6:4) Isto inclui participação regular nas conversações bíblicas e envolve levar os filhos às reuniões, onde as palestras são bíblicas. Nunca subestime o valor das reuniões! Embora a criança possa pensar que isto não seja tão interessante como o cinema ou a TV, contudo, as experiências mostram que a instrução do filho prova-se recompensadora nos anos vindouros. Havia dois rapazes, que achavam enfadonho ir às reuniões, mas eram levados ao Salão do Reino pelos pais. Um deles ia para um cinema na vizinhança enquanto seus pais assistiam às reuniões. O outro, o pai obrigava a ir ao Salão e ficar sentado durante as reuniões. O primeiro casou-se com uma moça do mundo e deixou a verdade, ao passo que outro cresceu e passou a gostar da verdade, casou-se com uma moça dedicada e, mais tarde, veio com sua esposa para o lar de Betel. Assim, o cuidado paterno e a autoridade requerem que os filhos de inclinação mundana sejam trazidos regularmente às reuniões. É ainda mais necessário que os filhos sejam mantidos em contato íntimo com o cristianismo, enquanto estão legal e biblicamente sob o controle cristão dos pais. Os casos diferem-se. Quanto mais velhos e quanto mais desobedientes e obstinados contra a Bíblia, tanto mais difícil é a correção. Medidas mais severas terão que ser tomadas para recuperá-los. — Pro. 23:13.
14. O que dificilmente precisam os filhos, e que tratamento podem dispensar-lhes os pais?
14 Não é necessário que se force o cristianismo a pancadas nos filhos. Ralhar com o filho que não tem inclinação natural para a Bíblia, envergonhando-o constantemente, pode desanimá-lo em vez de fazê-lo aceitar a verdade. Por isso, os pais cristãos devem cuidar que a sua habilidade de ensinar desenvolva-se a uma eficiência maior, a fim de coadunar-se com o problema do filho que não parece importar-se com a verdade. Filhos assim precisam de um tratamento compreensivo e jeitoso, não gritar constantemente com eles e os envergonhar, dizendo que são inferiores a outras crianças que parecem estar aceitando a verdade. Uma coisa que pode ajudar é fazê-los compreender que são afortunados, visto pertencerem a uma família cristã, serem cuidados por representantes de um povo de normas elevadas, possuidores dos melhores sentimentos e entendimento, por que possuem o entendimento das Escrituras. A aversão da criança para com a verdade deve ser diminuída. De qualquer jeito, muitos precisam ser ajudados com um pouco de persuasão no que se refere a estudar.
PAIS DESCRENTES
15. (a) Com que problema confrontam-se os filhos de pais descrentes? (b) Como poderiam proceder corretamente?
15 Consideremos agora o caso de filhos que chegam a conhecer a verdade, mas seus pais têm outra religião ou não têm religião. O que pode ser feito se estes pais não deixam os filhos ter o privilégio de assistir às reuniões e sair no serviço de casa em casa? Podem os filhos rebelar-se contra as restrições dos pais, ignorando completamente a vontade deles e fugir para participar nas atividades teocráticas? Isto não seria conduta cristã, pois a regra é que os filhos devem honrar pai e mãe. Proibir completamente toda a associação pode requerer medidas extremas, para se manter vivo espiritualmente e para fazer a vontade de Deus na pregação a outros. Se houver ordens de abandonar o que Jeová têm ordenado ou que contrariem os princípios cristãos, então o cristão precisa obedecer a Deus antes que aos homens. Mas, em muitos casos, os pais que não são testemunhas não vão tão longe ao ponto de proibirem o cristão dedicado de fazer a vontade de Jeová, assim, as restrições dos pais são como outros obstáculos, tais como saúde, serviço secular ou incapacidade física. A conduta cristã requer que suportemos isto, a menos que haja um meio permissível para evitar o obstáculo, dependendo da sagacidade de cada um. A conduta cristã requer que os filhos de menor idade sejam submissos, respeitadores, obsequiosos e cooperativos com os pais não-testemunhas. Note o exemplo de Jesus sobre isto, o qual se acha em Lucas 2:51, 52. Assim, os filhos dedicados podem ‘aguardar a oportunidade’, progredindo na verdade mediante estudo pessoal e qualquer associação e serviço que, embora limitados, sejam permitidos pelos pais. não-testemunhas, melhorando as suas habilidades, a fim de que possam, ser usados quando crescerem, atingindo uma vida menos restringida. — Êxo. 20:12; Atos 5:29.
16. Devem tais filhos sentir-se derrotados, e como podem ser uma honra para Jeová?
16 No caso de filhos cujos pais não aceitam a verdade, a própria obediência e reconhecimento do controle dos pais já é uma honra para Jeová. A sua lei estará sendo obedecida, a Sua vontade estará sendo feita. Um filho que se empenha em não transigir com os mandamentos de Jeová, mas se submete à autoridade dos pais em qualquer outra coisa, é obediente a Jeová. Nestas circunstâncias, os filhos não devem sentir-se derrotados pelas restrições dos pais, restrições estas que não são impostas pelos pais de outras crianças que estão na verdade. Em vez disto, eles devem calcular quanto serviço teocrático lhes é permitido fazer e fazê-lo todo. Lembrem-se, não o tanto que alguém faz é o que importa, mas a sua determinação de fazer tudo o que puder é o que importa. Assim ele se prova puro e justo, e dá testemunho pela sua vida. “Até a criança se dá a conhecer pelas suas ações, se o que faz é puro e reto.” (Pro. 20:11, ALA) Uma criança precisa de orientação, e os jovens dedicados, cujos pais não são, devem reconhecer isto. Nada é mais sábio do que orar por orientação.
17-19. (a) Como podem falar tais filhos sobre a Bíblia com seus pais? (b) Como é que entra em questão o assunto de amor ao próximo? (c) O que deve ser usado no “fronte familiar”, e será que isto é recompensador?
17 O filho deve dar testemunho com jeito aos seus pais e tentar explicar-lhes a Bíblia. Aqui se precisa de reflexão. Jamais deve um filho insultar ou ser arrogante para com a sua família, jamais deve “zangar com ela” nem “retribuir” a oposição, nunca usar a Bíblia como cacete. Não discuta, com eles, mas arrazoe com eles, peça-lhes conselho de um certo modo que as suas respostas concordem com a Bíblia. “Papai, o senhor não acha melhor que eu vá às reuniões antes que fazer alguma travessura com outros meninos?” Quando os pais se zangam, dizendo: “Deixe esta religião maluca!” poderá dizer com sinceridade: “Está bem, eu deixarei — se for maluca. Mas se ela é maluca, por que o ministro não me mostra em que ela está errada?” Assim, colocam-se sementes da verdade na mente dos pais. Não demorará muito talvez até que percebam que o rapaz tem alguma coisa que o clérigo não pode desacreditar, alguma coisa que eles farão bem examinar.
18 “Mas no meu caso é demais”, dirá alguém, “tenho tentado tudo isto. O que mais posso fazer?” Jesus disse que o primeiro mandamento é ‘amar e obedecer a Jeová com tudo que possui’. (Mat. 22:37) Portanto, em todos os casos, o ministério, a nossa adoração a Jeová está em primeiro lugar, antes de todos os outros mandamentos. Jesus deu mandamentos que são essencialmente mandamentos do seu Pai, e, sobre isto, ele disse: “Se me amais, guardareis os meus mandamentos.” (João 14:15) Não podemos satisfazer os desejos de nossa família se isto implicar em contrariar ou rejeitar os mandamentos de Jeová. Jesus disse que o segundo mandamento é: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” (Mat. 22:39, ALA) Entre os nossos próximos, a nossa família está mais chegada e é mais querida, até mesmo sendo opositora da Bíblia. Ela, portanto, merece a nossa maior consideração. Queremos ajudá-la na verdade. Simplesmente porque os membros de nossa família não vêem a verdade tão depressa com nós vemos, não é motivo para abandoná-los. Afinal de contas, outros na vizinhança, que não aceitam a verdade, que são indiferentes e até mesmo hostis para com a verdade, têm a nossa consideração amorosa, expressa em nossas contínuas visitas a seus lares para dar-lhes testemunho. Devemos certamente fazer assim também para os membros de nossa família, não devemos? Isto quer dizer que precisamos fazer coisas para conquistá-los, não para afastá-los. Para persuadi-los, não para criar preconceito neles. Granjear-lhes a estima e não fazê-los apenas tolerar-nos.
19 Assim, a pessoa precisa continuar planejando e usando estratégia no fronte familiar, a fim de conquistar a família para o cristianismo. Na família, especialmente marido e mulher, os membros se conhecem intimamente e podem saber o que serve melhor e é mais eficiente. São elevadas as recompensas pelo amor e pela benignidade para com os queridos que se opõem!
20, 21. (a) O que caracteriza os que pertencem à sociedade do Novo Mundo? (b) Como se podem obter estas qualidades? (c) Descreva algumas delas.
20 Um verdadeiro milagre ocorre hoje na terra com relação aos membros da sociedade do Novo Mundo, quer estejam numa família dividida quer integrados num círculo familiar unido! Pessoas distintas, de nova personalidade, soerguem-se a níveis superiores, a despeito de nacionalidade. O verdadeiro homem individual destemido, na plena dignidade intencionada por Deus, surge em todo o globo, entre uma decadente ordem social. Isto é algo que nem a sociedade soviética, com seu homem coletivo, nem a sociedade democrática, com seu homem-máquina, pode conseguir. Em face de um programa de aplicar os princípios bíblicos na vida humana, as seguintes qualidades básicas caracterizam notavelmente os que pertencem à sociedade do Novo Mundo.
Amor: um interesse altruísta nos outros, baseado nos princípios bíblicos.
Alegria: um profundo deleite interno, prazer, satisfação, contentamento.
Paz: um estado interno de tranqüilidade, sossego, calma, serenidade, harmonia.
Longanimidade: resignação, tolerância, paciência, uma habilidade de suportar pessoas e circunstâncias.
Benignidade: ser meigo, simpático, obsequioso, de boas maneiras, atencioso.
Bondade: praticar generosidade, liberalidade, hospitalidade.
Fé: possuir firme convicção, certeza sólida, plena confiança.
Mansidão: domínio do temperamento, do espírito, da ira; uma disposição predisposta ao ensino.
Autodomínio: a manutenção das forças físicas e mentais sob controle, calma, equilibradas.
Virtude e Castidade: ser honesto, honrado, justo, sendo íntegro na moralidade sexual.
Racionabilidade: ter mente franca, acessível, não-opiniático, não-dogmático.
Prontidão para obedecer: ser rápido para obedecer ao comando da vontade divina, não ser teimoso.
Misericórdia: ser compassivo, contendo a censura justa sobre arrependidos.
Imparcialidade: concessão de dignidade igual, sem preconceito, sem favoritismo.
Sem hipocrisia: despretensão, sem máscara, sempre genuíno, real. — Gál. 5:22, 23; Efé. 4:23, 24.
21 Tudo isto remonta no crescimento da pessoa à imagem de Jeová Deus e de Jesus Cristo, que são a excelência destas qualidades. Busque agora a associação ativa com a sociedade do Novo Mundo das testemunhas de Jeová, para que se transforme, a fim de que se qualifique para viver para sempre no predestinado paraíso terrestre! — Efé. 5:1, 2.