Quando o laço matrimonial está a ponto de se romper
QUANDO Deus uniu o primeiro casal humano em matrimônio era seu propósito que a união marital fosse permanente. O registro de Gênesis 2:24 diz: “É por isso que o homem deixará seu pai e a sua mãe e tem de apegar-se à sua esposa, e eles têm de tornar-se uma só carne.”
O arranjo marital era para unir o homem e a mulher num vínculo inquebrantável, instituído para a bênção e felicidade deles e para gerarem filhos em justiça, tudo para a glória de Deus.
Todavia, a condição perfeita no paraíso original foi desfeita. A rebelião penetrou no coração do primeiro casal humano e ele foi expulso do paraíso. Não mais conservariam a perfeição. Começou a degeneração mental e corporal deles, sendo que passariam aos seus filhos a imperfeição ou o pecado.
Como o homem e a mulher não mais andavam nos caminhos de Deus, não levou muito tempo para que o laço matrimonial começasse a se romper. Quão veraz tem sido isto através dos séculos, especialmente em nossos dias! Divórcios e separações se têm tornado comuns e as suas razões têm sido muitas. Mas, segundo as leis do Soberano Universal, Jeová, que dá o desconto da imperfeição humana, não há muitas razões para se romper o laço matrimonial. Seu Filho Jesus disse: “Eu vos digo que todo aquele que se divorciar de sua esposa, exceto em razão de fornicação, e se casar com outra, comete adultério.” (Mat. 19:9) Por conseguinte, o divórcio bíblico era limitado. Mas o que dizer sobre a separação nos casos em que não foi cometido adultério e não é possível considerar o divórcio? Qual é o conceito bíblico sobre esta questão?
O CONCEITO CORRETO SOBRE A SEPARAÇÃO
Na antiga cidade de Corinto, mergulhada que estava na falsa adoração e em iniqüidade, surgiu este problema da separação na congregação cristã do primeiro século. Este fez com que se inquirisse do apóstolo Paulo referente a se era própria a separação. Fez-se na Palavra de Deus um registro permanente da resposta inspirada do apóstolo. Ela nos ajuda a compreender o raciocínio de Deus sobre a questão da separação nos casos em que tanto o marido como a mulher são cristãos e também nos casos em que um é cristão e o outro é descrente.
Escreveu Paulo: “Aos casados dou ordens, contudo, não eu, mas o Senhor, que a esposa não se afaste de seu marido . . . e o marido não deve deixar a sua esposa.” (1 Cor. 7:10, 11) Primariamente, Paulo frisou que os casais cristãos devem fazer todo o possível para resolver suas diferenças que possam surgir e não se separarem. A lógica disto é óbvia, pois onde o casal professa ser cristão, ambos estão sob a obrigação de fazer a vontade de Deus e a vontade de Deus para os casais cristãos é de não se separarem e de não romperem o laço marital.
Ambos os cônjuges podem professar ser cristãos, ambos podem ter dedicado a vida a Deus, e, contudo, podem alegar incompatibilidade e querer separarem-se. O que está errado? Um deles ou ambos os que professam ser cristãos não estão aplicando os princípios bíblicos. Em algum lugar estes princípios vitais estão sendo colocados de lado, desconsiderados, e inclinações pessoais estão tomando o lugar deles. Quando são aplicados os conselhos de Jeová, os resultados não podem falhar. “Filho meu, não te esqueças dos meus ensinos, e o teu coração guarde os meus mandamentos; porque eles aumentarão os teus dias, e te acrescentarão anos de vida e paz. . . . Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas.” (Pro. 3:1-6, ALA) Problema algum surgirá na vida dos maridos e das mulheres cristãos, que não possa ser resolvido pela aplicação desta sabedoria de Deus e pela demonstração de verdadeiro amor de um para com o outro, conforme os verdadeiros cristãos sempre devem demonstrar. (João 13:34, 35; 1 Cor. 13:4-7) São eles cristãos que demonstram amor, ‘não visando, em interesse pessoal, apenas os seus próprios assuntos, mas também, em interesse pessoal, o dos outros’? (Fil. 2:1-4) Eles devem sentar-se juntos e palestrar sobre as suas diferenças como servos dedicados de Deus, dando o desconto apropriado das imperfeições humanas. Vital, também, é a necessidade de oração assídua a Jeová, pedindo ajuda; eles devem orar juntos regularmente.
Jeová fez excelente provisão de ajuda onde as diferenças parecerem irreconciliáveis entre cristãos dedicados. Esta provisão está dentro da congregação cristã. Nela superintendentes e homens maduros que têm o conceito de Deus sobre questões maritais podem ser consultados por conselhos das Escrituras, conselhos estes que os crentes casados que tenham dificuldade devem aplicar. Visto que Jeová proveu este arranjo, os que tiram benefício dele são bem favorecidos, ao passo que os que não procuram estes servos maduros estão realmente desconsiderando o arranjo de Jeová para ajudar. Esta consulta pode significar a diferença entre vencer com êxito as dificuldades ou ser vencido por elas.
Na verdade os casais cristãos não devem precisar separar-se. Visto que dedicaram a vida para fazer a vontade de Jeová, devem logo dar os passos necessários, buscando harmonia na vida, honrando assim a Deus, o originador do matrimônio.
Todavia, Paulo reconheceu que alguns se separariam. Disse ele: “Mas, se ela realmente se afastar, que permaneça sem se casar, ou, senão, que se reconcilie novamente com seu marido.” (1 Cor. 7:11) Não sendo o adultério a causa da separação e nem havendo um divórcio legal, os cristãos que se separam não estão biblicamente livres para se casarem. Obviamente, não podem coabitar com pessoas do sexo oposto. Todavia, por causa da prevalência da tentação e da imoralidade, seria muito melhor ‘ajuntarem-se novamente’.
O que dizer do caso em que um dos cônjuges é cristão dedicado e o outro, incrédulo? Disse Paulo: “Se algum irmão tiver esposa incrédula, e ela, contudo, estiver disposta a morar com ele, que ele não a deixe; e a mulher que tiver marido incrédulo, e ele, contudo, estiver disposto a morar com ela, não deixe seu marido. Pois o marido incrédulo está santificado em relação à sua esposa, e a esposa incrédula está santificada em relação ao irmão; de outro modo, os vossos filhos seriam realmente impuros, mas agora são santos. Mas, se o incrédulo passar a afastar-se, deixa-o afastar-se; o irmão ou a irmã não está em servidão em tais circunstâncias, mas Deus vos chamou à paz. Pois, esposa, como sabes se não hás de salvar o teu marido? Ou, marido, como sabes se não hás de salvar a tua esposa?” — 1 Cor. 7:12-16.
As Escrituras, por conseguinte, colocam a ênfase primordial, não sobre o rompimento do laço marital. Se há de ser rompido, o cristão deve esforçar-se para não ser o que o rompa. Todavia, se o incrédulo se separar, o cristão o deixará separar-se.
Há vantagens distintas em permanecerem juntos, mesmo se a sorte de alguém for viver numa casa religiosamente dividida. O cristão ou cristã crente pode ganhar o seu cônjuge para o cristianismo. O incrédulo está realmente numa posição vantajosa, pois está em contato com o cristianismo praticado pelo seu cônjuge. Eunice, a mãe de Timóteo, era casada com um homem que não professava o cristianismo. As Escrituras não indicam que ela se tenha separado dele. Em vez disto, devemos concluir que ela permaneceu com seu marido, ao passo que instruía a Timóteo, ajudando-o a tornar-se um verdadeiro cristão. (2 Tim. 1:5) A Bíblia não diz se algum dia o pai de Timóteo tornou-se cristão, mas aparentemente a separação nunca desgraçou a união dos seus pais.
MOTIVOS PARA SEPARAÇÃO
As palavras de Paulo em 1 Coríntios 7:10-16 mostram que é possível uma separação bíblica, muito embora o cônjuge incrédulo deva ser o que a promova. Todavia, em face das ações do cônjuge incrédulo, a situação pode tornar-se muito séria, até mesmo crítica, para o cônjuge cristão. Em face de tratamento abusivo ou circunstâncias extremas, o crente pode julgar melhor se separar como último recurso.
Um motivo válido para a separação é a falta propositada de cumprir a obrigação de dar o sustento. Ao contrair matrimônio o marido e chefe da casa assume uma responsabilidade para com a esposa e para com quaisquer filhos que venham abençoar a união. Ele tem uma obrigação perante Deus, mesmo se não professar o cristianismo. De fato, sendo um cristão, seria considerado pior do que um incrédulo se, por simples negligência, não cuidasse de sua família. Diz 1 Timóteo 5:8: “Certamente, se alguém não fizer provisões para os seus próprios, e especialmente para os membros de sua família, tem repudiado a fé e é pior do que alguém sem fé.” Em face disto, a cristã pode separar-se se a situação ficar extrema e se houver falha deliberada da parte do marido em sustentar seu cônjuge, embora isto não a torne livre para se casar de novo.
Extremo abuso físico fornece outra base válida para a separação. Como geralmente se dá, a bebida pode ser a base da causa, resultando em abuso físico. (Pro. 23:29-35) Um cônjuge não governado por princípios bíblicos pode ficar irado e causar dano físico ao crente. Pode ocorrer com certa regularidade, de modo que a saúde e a vida de alguém estejam realmente em perigo. Depois de consideração profunda e em oração sobre as circunstâncias, o cônjuge cristão pode talvez achar que não há outro recurso a não ser separar-se do cônjuge abusador. Por outro lado, a cristã pode achar que há coisas que ela pode fazer para evitar explosões de ira da parte do seu cônjuge, tornando assim a situação suportável.
O perigo absoluto da espiritualidade fornece outra base para a separação. A relação cristã para com Jeová Deus é algo que se deve cuidar e proteger. Se, por causa de medidas extremas, restrições físicas ou tratamento similar, o crente achar que é inteiramente impossível praticar a verdadeira adoração e servir a Jeová Deus segundo a sua Palavra e segundo dita a consciência biblicamente treinada, o crente pode escolher separar-se. Embora o cônjuge seja o próximo mais próximo a quem devemos amar, Jesus tornou claro que o amor a Deus vem primeiro. (Mat. 22:37-39) Humano algum tem o direito de impedir alguém de adorar a Deus. “Temos de obedecer a Deus como governante antes que aos homens.” — Atos 5:29.
Quando a situação se torna provadora, o cristão não agirá áspera nem impetuosamente, rompendo logo o casamento mediante a separação. Em vez disto, haverá uma análise cuidadosa da questão, uma consideração em oração. (1 Ped. 4:7) Antes mesmo de tomar uma ação que desfará o casamento, questões tais como as seguintes podem ser feitas com proveito: Será que o que é considerado ser falha em prover o necessário não seja realmente o resultado de exigência excessiva da parte do cristão? Trata-se de falha deliberada ou há circunstâncias atenuantes que devem ser consideradas, tais como falta de saúde, revés financeiro, ou coisas semelhantes? O que dizer do tratamento abusivo? É ele verbal ou físico, é algo que resulta mais em ferir o orgulho do que em verdadeiro dano físico? Então, o que dizer sobre o estado espiritual? Está realmente em perigo ou apenas parece estar devido a não aproveitar-se plenamente o cristão das oportunidades que existem para permanecer forte espiritualmente? Em suma, é a situação tão ruim, tão extrema, a ponto de requerer separação? Ou poderiam os problemas ser resolvidos mediante melhor aplicação dos princípios bíblicos?
Considere também as possíveis conseqüências. A sua vida será alterada. Pense na pressão da separação. A que dizer caso ela resulte em cair na imoralidade? Que conseqüência desastrosa! É possível que haja filhos. São o cuidado e amor de só um dos pais o suficiente? Poderá resolver a situação do ponto de vista financeiro ou de outra maneira?
Naturalmente, se as circunstâncias forem extremas, alguém pode escolher recorrer à separação, mas ela deve ser um passo só de último recurso, depois que todos os outros esforços para corrigir a situação tenham-se esgotado e depois de consideração em oração.
SOLUCIONANDO OS PROBLEMAS
Quando surgem problemas com cônjuge descrente, uma consideração bondosa freqüentemente produz bons resultados. Por exemplo, uma esposa cristã pode com jeito indicar que ela concorda com plena liberdade religiosa para seu marido. É simplesmente lógico que ela receba a mesma consideração como esposa cristã desejosa de seguir uma devoção piedosa. Ela não interfere com os empreendimentos religiosos do seu cônjuge; portanto, logicamente ela devia receber o mesmo tratamento. (Mat. 7:12) Embora a boa esposa cristã esteja em sujeição ao seu marido (Col. 3:18; Efé. 5:22-24), ela reconhece que Deus vem primeiro, pois “a cabeça de todo homem é o Cristo; por sua vez, a cabeça da mulher é o homem; por sua vez, a cabeça do Cristo é Deus”. (1 Cor. 11:3) Assim, a sujeição dela é relativa, e, onde houver conflito de vontades, a vontade de Deus deve ser obedecida.
Como é que uma esposa cristã, casada com um descrente, deve considerar as suas obrigações no ministério cristão? As reuniões das testemunhas de Jeová são realizadas três vezes por semana. Não são demais, visto que muitas mulheres vão aos cultos de igrejas e a reuniões sociais muitas vezes durante a semana. Mas, se a esposa cristã sair também nas outras noites, então a crise pode surgir quando ela quiser ir às reuniões. Quanto ao seu serviço no ministério de campo, este não precisa ser feito nas horas que o marido está em casa e deseja a companhia dela. Ele talvez não objete a que ela vá algumas horas nos fins-de-semana às reuniões congregacionais, mas se ela sair o dia todo, primeiro para o serviço e depois para as reuniões, o marido talvez objete. Muitas mulheres dedicadas programam seus assuntos para empenharem-se no ministério durante o dia, quando o marido está ocupado no serviço secular e os filhos na escola. Portanto, a esposa cristã que more numa casa dividida religiosamente talvez tenha que diminuir a sua atividade de algum modo, mas ela não abandona completamente as reuniões nem o serviço. (Mat. 18:20; Heb. 10:24, 25) A boa saúde espiritual da pessoa pode ser mantida numa casa dividida, se forem postos em operação bons planejamentos e o cristão ‘não desistir de fazer aquilo que é excelente’. — Gál. 6:9.
A pessoa tem o direito de escolher a sua religião e também o direito de posses pessoais de Bíblias e de ajudas bíblicas. Isto não significa, contudo, que a esposa cristã deva necessariamente colocar estas coisas à vista em um lugar da casa que o marido objeta. Tais coisas podem ser guardadas entre as coisas pessoais. Pode-se passar tempo a estudar em particular a Bíblia e literatura bíblica. Deste modo, argumentos e conflitos podem ser evitados. Naturalmente, quando se trata de princípios, não se deve transigir, mas tampouco deve a pessoa criar dificuldades desnecessárias. — Mat. 10:16.
Às vezes, o problema se centraliza em torno de instrução religiosa aos filhos numa casa dividida. Quando a mãe é a crente, ela pode com jeito arranjar para os filhos ir com ela ao serviço e às reuniões. Mas se o marido objeta e proíbe que os filhos acompanhem a mãe, então, como cabeça da casa, seus desejos devem ser obedecidos. Visto que esta é uma obrigação dele perante Deus, seria insensatez a esposa crente tentar forçar a questão. Em casa ela pode pacientemente ensinar princípios bíblicos aos filhos, de modo que quando eles crescerem possam praticar a verdadeira adoração.
O que acontece quanto a treinar os filhos caso o marido seja crente e a mulher não? O marido crente, como cabeça da casa, tem o direito e a obrigação perante Deus em criar seus filhos como verdadeiros cristãos. Ele tomará a dianteira em levar seus filhos às reuniões cristãs, ensinando-os no ministério de campo e estudando a Bíblia com eles em casa.
Demonstrar sabedoria em conexão com coisas materiais também pode ajudar a fortalecer o laço marital. A esposa pode ter certas preferências com relação a mobiliar a casa. O marido também tem as suas idéias e, como chefe da casa, pode querer tomar uma decisão diferente. Mas, neste caso, deve a mulher alimentar ressentimentos só porque certas coisas não saem do gosto dela? Se surgir um problema por causa disto, a esposa cristã não deve pensar que ela está sofrendo por causa da justiça. De fato, ela está falhando no seu dever cristão de ser submissa e estar em sujeição. Ou o marido descrente pode querer mudar-se para outra parte. A esposa cristã pode perceber que isto criará problemas, mas ela deve aquiescer ao desejo do marido, pois ele tem o direito de escolher onde a família deve morar. Contendas que podem surgir por causa de descontentamento sobre acomodações podem tornar-se tão graves que a pessoa pode desejar resolver o problema mediante a separação. Neste caso a base para separação não seria devido a diferenças religiosas. De fato, aplicando os princípios bíblicos, estes problemas seriam evitados completamente.
É fácil ver o que a outra pessoa está fazendo errado. Mas a esposa cristã deve perguntar-se a si mesma: O que posso fazer em prol do êxito da união? Se meu esposo não volta para casa às noites e sai a beber, será que é porque há algo no lar ao qual ele não gosta de voltar? Ralho com ele? Estou sempre censurando-o? Estão os filhos fora de controle? Tal análise honesta de si mesma pode ser grandemente reveladora e valiosa. A responsabilidade da esposa é de tornar o lar um lugar ao qual o marido desejará voltar todas as noites.
Tampouco deve o crente desconsiderar os interesses do cônjuge descrente. Quando o homem e a mulher estavam namorando antes do casamento, cada qual fazia empenhos de cultivar interesse por aquilo que o outro gostava. O cônjuge crente deve fazer o mesmo depois do casamento. Mesmo que ela não esteja interessada em algumas atividades que o marido gosta, a esposa crente, por exemplo, faria bem cultivar interesse em tais coisas por causa do casamento. É difícil aumentar o amor quando o marido e a mulher não fazem coisas juntos. Em casos em que não há transigência de princípios envolvida nem são violadas questões bíblicas, o cônjuge crente subordinará desejos pessoais e empregará algum tempo fazendo o que o descrente deseja, demonstrando assim racionabilidade cristã. Este é um procedimento amoroso e pode resultar em o descrente pedir informações sobre a fé que resulta em tal consideração amorosa pelo cônjuge.
O marido cristão não deve ser áspero e exigente. Isto certamente causará infelicidade e pode conduzir à separação. Pense na alegria que tanto o homem como a sua esposa tiveram quando contraíram matrimônio. Por que não trabalhar para preservar tal sentimento? Por que deveria imitar o marido cristão os modos de mundanos que dominam sem consideração as suas esposas, sujeitando-as a atos cruéis ou a palavras desamorosas? É verdade que por causa do pecado a mulher passa pelo cumprimento das palavras de Deus: “Em dores de parto darás à luz filhos, e teu anseio será para teu marido, e ele te dominará.” (Gên. 3:16) Mas o marido maduro não se tornará ditatorial. (Col. 3:19) Ele levará em consideração os sentimentos de sua esposa. E, embora ele tenha a responsabilidade de fazer a decisão final, ele a consultará, não para receber orientação, mas para conhecer os problemas dela, de modo a tomá-los em consideração ao fazer decisões. Exercerá direção própria e amorosa. Seguirá sabiamente o conselho de Paulo: “Deste modo, os maridos devem estar amando as suas esposas como aos seus próprios corpos. Quem ama a sua esposa, ama a si próprio, pois nenhum homem jamais odiou a sua própria carne; mas ele a alimenta e acalenta, assim como também Cristo faz com a congregação.” (Efé. 5:28, 29) Demonstre amor pela mulher a quem pediu que compartilhasse de sua vida. Mesmo se ela não abraça atualmente o verdadeiro cristianismo, passe tempo com ela, considere-a, elogie-a. Mostre-lhe o seu interesse. Jamais fique ocupado demais em outros empreendimentos sem poder devotar-lhe algum tempo e assegurar-lhe de seu amor. A conduta correta neste sentido pode significar uma vida feliz e pode resultar em que o cônjuge aceite o cristianismo. A falha em fazer tais coisas pode ser desastrosa.
Maridos e mulheres cristãos têm vantagens reais. Têm o espírito de Deus. Com ele pode haver o cultivo dos seus frutos: autodomínio, amor, mansidão, bondade, e qualidades similares. (Gál. 5:22, 23) Que efeito maravilhoso terá isto sobre a união marital! O cristão ligado pelo laço marital a um incrédulo deve compreender, naturalmente, que o descrente pode não conhecer os requisitos de Deus e não estar em condições de aplicar os princípios bíblicos. Por conseguinte, pode haver algumas dificuldades, mas o cristão deve continuar produzindo os frutos do espírito de Deus. Fazendo isto, e mantendo a coragem e a esperança em Jeová Deus, pode produzir resultados realmente gratificadores, conforme Pedro disse às esposas cristãs: “Da mesma maneira vós, esposas, estai sujeitas aos vossos próprios maridos, a fim de que, se alguns não forem obedientes à palavra, sejam ganhos sem palavra, por intermédio da conduta de suas esposas, por terem sido testemunhas oculares de sua conduta casta, junto com profundo respeito.” — 1 Ped. 3:1, 2.
Neste mundo turbulento são comuns a separação e o divórcio, junto com seus problemas e mágoas acompanhantes. Os verdadeiros cristãos olham para a frente, para o novo mundo justo em que tais separações confrangedoras, tristeza, aflições, não mais flagelarão a humanidade. Mas agora, durante os dias finais deste velho mundo e entre o seu tumulto, poderá defrontar-se com situações que suscitem a questão quanto a se separar do seu cônjuge cristão. Com o leitor fica a decisão final. Mas, primeiramente, considere as bases bíblicas da separação. Também, pense nas possíveis conseqüências. Submeta-se a escrutínio pessoal. Consulte maduros superintendentes cristãos por conselho. Medite sobre possíveis efeitos bons por continuar com o cônjuge descrente, mesmo sob sofrimento, visto que um dia ele ou ela poderá tornar-se adorador de Jeová. Pense na alegria que será a sua então, porque resolveu não se separar! Em qualquer caso, faça o possível de ser achado sem culpa aos olhos de Deus, para receber suas bênçãos e recompensas.