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Os Menores “Pacientes”
● A cirurgia do útero realizou nova façanha, quando cirurgiões da Califórnia, E.U.A., inseriram um minúsculo tubo de plástico na bexiga dum feto, a fim de drenar um bloqueio urinário. Esse novo progresso no tratamento dos nascituros faz parecer “provável que o feto que sofre dum defeito curável de nascimento esteja no limiar de se tornar um paciente”, afirmaram os médicos na revista Journal of the American Medical Association (JAMA). Mas, neste mesmo número da revista, certo editorial suscitou uma questão ética desconcertante sobre tais “pacientes” nascituros.
“Não é contraditório os médicos se referirem ao feto como ‘paciente’, quando uma das condições estipuladas para tal papel é a de que os médicos não abandonem a tal sob circunstância nenhuma?” Contudo, abandonar o pequenino “paciente” é justamente o que o médico faz quando realiza um aborto. Por isso, JAMA afirma haver uma “aparente discordância quando por um lado se encoraja a terapia fetal, e por outro lado se respeita a opção dos pais pelo aborto”. (14 de agosto de 1981, pp. 772-777) Este dilema dos médicos e de seu novo grupo de pequeninos “pacientes” ilustra vividamente a posição bíblica de que a vida tanto dentro como fora do útero não é uma mercadoria de que se pode dispor. — Sal. 139:13-16; Êxo. 21:22-24.
Indecisão Quanto à Violência
● Pessoas refletidas amiúde se perguntam sobre haver tanta violência na Irlanda do Norte, entre pessoas que professam ser cristãs. Christopher Monckton, colunista do jornal Daily Telegraf, de Londres, ofereceu uma explicação. Observou por exemplo, que o arcebispo católico, irlandês, o Cardeal Fee, declarara corretamente que “pessoas que tiram deliberadamente uma vida inocente cometem um crime abominável contra a lei de Deus”. Entrementes, porém, o cardeal também advertira que, se o governo britânico “prosseguir com sua posição rígida”, numa disputa com os prisioneiros irlandeses, “este se confrontará por fim com a fúria da inteira população nacionalista”. Fee questionara até mesmo o direito de o governo declarar um prisioneiro “homicida ou suicida”.
“Suas palavras dão a entender”, escreveu Monckton, leigo católico, “que, embora a violência em si mesma seja errada, esta se justifica em grande parte pela violência institucional do Governo Britânico”. No entanto ele continuou: “Esta noção de combater a ‘violência institucional’ com a própria violência deve muito ao marxismo e nada ao cristianismo.” O colunista declarou que esse modo duplo de abordar a questão “só pode ter confundido as pessoas e as deixado em dúvida quanto à posição da Igreja”. Por isso, Monckton concluiu: “Se o Cardeal Fee e seus irmãos bispos tivessem ensinado, sem equívocos, não só que a violência é errada, mas também que nada existente na atual situação irlandesa . . . pode, nem mesmo no menor grau, justificar qualquer dos atos de homicídio e suicídio que estão ocorrendo, haveria pelo menos a possibilidade de menos . . . atos de violência” serem cometidos.
‘O Bom É Mau?’
● As autoridades do serviço social britânico disseram a um casal, que já havia sido pais adotivos para 47 crianças, que este era inadequado para adotar uma criança. Segundo o jornal Star de Toronto, Canadá, as autoridades declararam que “uma criança criada no ambiente feliz do lar deles não ficaria suficientemente exposta a ‘experiências negativas’”. Certa carta dirigida ao casal dizia: “Com base nas entrevistas e nos relatórios, temos a impressão de que ambos tiveram poucas experiências negativas, se é que as tiveram, quando eram crianças, e também parecem gozar duma relação conjugal que não dá lugar a brigas e discussões.” O casal frustrado foi citado como dizendo: “É inacreditável dizer-se que não somos adequados porque não brigamos ou discutimos.”
Precisam as crianças realmente ficar expostas a “brigas e discussões” para lhes assegurar uma vida equilibrada? O sábio conselho bíblico de ‘educar o rapaz segundo o caminho que é para ele’ certamente não envolve demonstrações de briga no lar. Certamente há o bastante de tais “experiências negativas” fora do lar. As idéias de alguns desses sociólogos do mundo nos lembram a advertência de Isaías ao antigo Israel: “Ai dos que dizem que o bom é mau e que o mau é bom.” — Pro. 22:6; Isa. 5:20.