Para onde se voltar na hora da angústia
Por que falham muitas orações? Onde encontramos alivio na hora da angústia?
A ANGÚSTIA é um dos maiores infortúnios de nossos tempos. Ela bem merece a fama de assassina. Além do seu poder de causar ataque do coração, ela pode minar os vínculos normais e protetores do amor, do ardor humano, do dever e da necessidade, assim destruindo, na alma angustiada, o desejo de viver. Entre as suas freqüentes vítimas se acham centenas de mulheres solteiras e casadas que cometem suicídio por causa de problemas emocionais e a despeito de popularidade, do amor dos maridos, da afeição dos pais, da beleza e da riqueza. A angústia também pode atrofiar a mente e o corpo, enchendo os hospitais com doentes mentais e com milhares de casos de doenças psicossomáticas.
Os homens têm buscado muitas defesas contra esta praga, inclusive os tranqüilizadores populares e os psiquiatras. Além da Liga Salve Uma Vida, destinada a impedir suicídio, há agências de socorro e de beneficência, sociedades legais de assistência social, equipes de salvamento e todos os ramos da medicina. Todos possuem graus variados de êxito. Todos são afetados pelo tempo e pelas circunstâncias.
BUSCAR A DEUS
Falhando os recursos do homem na hora da angústia, ele, naturalmente recorre a Deus. Muitos buscam a Deus desesperadamente nas igrejas à cata de um milagre. Por que ficam decepcionados tão freqüentemente? Esta pergunta está sendo respondida por clérigos em muitas partes do mundo. Em fevereiro de 1961, um clérigo canadense escreveu no Tribune de Winnipeg: “O que encontra nas igrejas não pode ser o cristianismo . . . Algo precisa ser dito e feito. . . . Doutro modo a igreja está condenada como fonte de renovação, como lugar de se encontrar a Deus para esta geração.” Um ministro da Noruega disse: “Uma nova reanimação dos ministros é absolutamente necessária se é que esperamos reanimar o povo. Devíamos ser os últimos a negar que a sonolência espiritual seja uma característica de nós, os clérigos, hoje em dia.” Um bispo australiano deu o seu parecer: “Parece-me que a igreja moderna é perigosamente deficiente tanto em conhecimento como em devoção.” Em maio de 1961, um bispo episcopal, falando em Dallas, Texas, EUA, declarou: “Grande número de pessoas nos Estados Unidos não acham que a igreja seja muito apropriada à vida hoje em dia . . . e o seu julgamento talvez seja correto. Não que o Evangelho seja inadequado. Nós é que somos.” Ele disse à sua assistência que há pouca coisa na igreja mediana, exceto os sermões no domingo, que faz a pessoa lembrar-se de Deus. Não se admira que, quando muitas pessoas angustiadas buscam a Deus nas igrejas, não o achem.
Mas, por que é que muitos que na hora da angústia oram sinceramente em particular e mesmo assim só obtêm desilusão? Um caso típico foi o da dona de casa que disse a uma testemunha de Jeová que ela tinha deixado de crer em Deus depois que muitas orações por um irmão doente falharam em impedir que ele finalmente morresse prematuramente. Qual é a razão de tal decepção na hora da angústia?
Parte da resposta vem do professor dinamarquês, P. G. Lindhardt: “Orar a Deus tem-se tornado uma espécie de higiene mental. A oração tem-se tornado parte da tendência do século vinte para com a autocrítica, um meio pelo qual impor a própria vontade. Muitos cristãos, semelhantes aos pagãos, são tão ingênuos ao ponto de crer que, pela constância e oração perseverante, podem sacar de Deus as coisas que, de outro modo, Ele não daria.”
Mas, o que intencionou Jesus quando disse: “Tudo quanto pedirdes em oração, com fé, haveis de receber”? (Mat. 21:22) Note que isto não foi uma promessa ao mundo em geral, mas aos seus seguidores, aos homens de fé. João, o seu companheiro amado, esclarece: “Tudo quanto lhe pedirmos, se for conforme à sua vontade, ele nos atenderá..” (1 João 5:14, Maredsous) Conforme à sua vontade? Sim, junto com a fé, precisa haver bom entendimento quanto ao que podemos e o que não podemos pedir em oração. Quantas pessoas tomam tempo para aprender a vontade de Deus mediante o estudo da Bíblia? Quantos mostram, pelas suas ações, que crêem nas palavras de Jesus: “Está escrito: ‘O homem tem de viver, não somente de pão, mas de todo proferimento que procede da boca de Jeová’”? (Mat. 4:4) Foi Deus quem falhou aos homens? ou foram os homens que falharam a Deus por desconsiderarem a sua Palavra? As orações feitas em conflito com a vontade e os propósitos de Deus conduzem à imediata decepção.
ORAÇÃO E CONHECIMENTO
O caso de um oficial do exército italiano ilustra muito bem que buscar a Deus com êxito envolve a oração e algo mais. Cornélio, o homem que orava constantemente, foi instruído a mandar chamar a alguém para vir à sua casa e ensinar-lhe a vontade de Deus. Pedro e outro cristão genuíno vieram alegremente à casa de Cornélio. Parentes e amigos estavam com Cornélio, “todos na presença de Deus, para ouvir o que Jeová tinha ordenado [Pedro] a dizer”. (Atos 10:1-33) Foi a palestra bíblica que mostrou a Cornélio, a sua família e aos seus amigos como se dirigirem a Jeová e o acharem. Isto significava a salvação.
Não é menos necessário hoje em dia o conhecimento acurado da Bíblia. Temos atualmente os tempos críticos, difíceis de se manejar, preditos na Palavra de Deus. (2 Tim. 3:1) A angústia aumenta grandemente, não só pela insensatez do homem, mas também por causa de o grande produtor de angústia, Satanás, o Diabo, ter acelerado o passo dos seus esforços malignos de dominar ou arruinar a raça humana. (Apo. 12:12) O homem precisa da sabedoria de Deus para saber manejar estes tempos críticos. A Bíblia diz que é correto pedir esta sabedoria a Jeová Deus. (Tia. 1:5) Mas, assim como no caso de Cornélio, deve-se buscar os verdadeiros cristãos, que se prontificam a ir à sua casa e participar a verdade que Jeová lhes tem ordenado a falar em todo o mundo, para testemunho a todas as nações. — Mat. 24:1.4.
Mediante os estudos bíblicos domiciliares, centenas de milhares de homens e mulheres têm aprendido que o conhecimento da vontade de Deus faz grande diferença em tempos de angústia. As suas orações não são mais feitas em prol de coisas que não estão em harmonia com a vontade de Deus. Por exemplo, enquanto milhões oram pela paz do mundo, os que adquirem conhecimento acurado observam que Jesus teve o cuidado de ‘não rogar pelo mundo’, mas somente pelas pessoas que desejavam fazer a vontade de Deus. (João 17:9, ALA) Os que antes temiam que a próxima guerra destruiria o homem e o seu lar terrestre e se voltaram para Jeová aprenderam que Deus previu o proceder suicida do homem e que ele prometeu “arruinar os que arruínam a terra”. A sua majestosa intervenção é chamada de “Armagedon”. (Apo. 11:18; 16:16) Deixará o Armagedon apenas um ou dois sobreviventes numa praia deserta? Não, para o novo mundo de justiça, depois do Armagedon, irão os que se voltaram para Jeová na hora da angústia — sobreviventes “de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas”! — 2 Ped. 3:13; Apo. 7:9, 10.
Mas, o que dizer da angústia individual, agora, antes do Armagedon? A morte talvez cause o maior sofrimento hoje em dia, seja qual for a sua causa imediata. A doença e a velhice também podem ser realidades aflitivas. Produz alívio prático recorrer-se a Jeová? Sim! A dor pela morte de alguém querido torna-se uma expectação segura da ressurreição prometida por Jesus, que disse: “Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que estão nos túmulos memoriais ouvirão a sua voz e sairão.” (João 5:28, 29) A fé no cumprimento em breve desta promessa inspirará uma forte vontade de viver. Aprender os princípios bíblicos e as boas novas do reino de Deus traz paz salutar da mente e afasta a pessoa das ações insensatas que produzem mais aflições. Torna possível suportar de bom grado a velhice e as doenças crônicas, quando se sabe que a nossa geração está no limiar do tempo em que a doença, a dor, o sofrimento e a morte serão afastados da humanidade. — Apo. 21:3-5.
Voltar-se para Jeová não só dá força para suportar doença física, mas, também, em caso de doenças espirituais devidas a transgressões, pode-se pedir aos cristãos maduros que orem a Deus pedindo o seu perdão e o seu espírito purificador a favor da pessoa atribulada. (Tia. 5:13-15) Nas crises econômicas, os servos de Jeová pedem-lhe apropriadamente que torne possível que obtenham o pão suficiente para “cada dia”. (Mat. 6:11; Pro. 30:7-9) Na tribulação da perseguição, os cristãos se voltam para Jeová, a fim de os libertar ou fortalecer para a suportarem por causa da justiça. (Sal. 143:9; 1 Cor. 10:13) Podemos pedir também confiantemente o livramento da tentação. — Mat. 6:13; 26:41.
A SUA PORTA
Quando as testemunhas cristãs de Jeová o visitarem com a Bíblia, lembre-se do proceder sábio de Cornélio. Reúna a sua família para ouvir as coisas que Jeová as tem mandado dizer. Elas lhe ensinarão alegremente a se voltar para Jeová nestes dias de angústia sempre crescente. De fato, tome a iniciativa como fez Cornélio; mande chamar uma testemunha de Jeová no Salão do Reino mais próximo, para que venha à sua casa. Elas têm prazer em fazer conhecido a toda a humanidade o verdadeiro Deus e os seus propósitos maravilhosos. As testemunhas de Jeová dizem entusiasticamente ao leitor e aos seus amigos: “Eis que este é o nosso Deus; por elle temos esperado, e elle nos salvará. Este é Jehovah, por elle temos esperado, exultaremos e nos regozijaremos na salvação que elle der.” — Isa. 25:9, VB.
Sim, conheça a Jeová Deus sem demora. É a ele que deve apelar na hora de angústia.