Testemunhas de Jeová: relatório do Anuário de 1997
JESUS CRISTO havia terminado seu ministério terrestre. Havia treinado seus seguidores para uma obra diferente de tudo o que já tinham feito. Eles o haviam observado dar testemunho sobre Deus e Seu propósito onde quer que encontrasse pessoas: à beira-mar, na vertente de uma montanha, nas estradas, em locais de trabalho, no templo e em residências. Ele realmente foi “a testemunha fiel e verdadeira”. (Rev. 3:14) E também havia enviado seus discípulos aos pares para obterem experiência em dar testemunho.
Então, antes de subir para o céu, Jesus lhes disse: “Ao chegar sobre vós o espírito santo, recebereis poder e sereis testemunhas de mim tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até à parte mais distante da terra.” (Atos 1:8) Que tremenda tarefa! Como conseguiriam desincumbir-se dela? Como Jesus disse, o espírito de Jeová seria um fator importantíssimo.
Com o apoio do espírito santo, o testemunho logo chegou às pessoas na Mesopotâmia, no sul da Europa e na África do Norte. Mas ainda se faria mais — muito mais! Jesus havia predito que na terminação do sistema, quando o Reino Messiânico de Deus estivesse estabelecido no céu, ‘as boas novas do reino seriam pregadas em toda a terra habitada, em testemunho a todas as nações’. (Mat. 24:14) Os fatos mostram que é exatamente isso o que está sendo feito.
No ano de serviço que passou, 233 países, arquipélagos e territórios ouviram o testemunho do Reino. O relatório mostra que 1.140.621.714 horas foram dedicadas a essa atividade. É o quinto ano consecutivo em que mais de um bilhão de horas foram dedicadas a essa importante atividade.
Todo mês, 5.167.258 publicadores, em média, deram testemunho sobre o Reino de Deus. Um auge de 5.413.769 participou nessa atividade durante o ano. Todo mês, em média 645.509 participaram no ministério como pioneiros. Como mostra a tabela nas páginas 34-41, o ajuntamento de pessoas comparáveis a ovelhas continua. Embora em alguns países o aumento tenha sido menor do que em anos anteriores, em outros lugares ele foi notável. Ruanda relatou 61%; a Albânia, 52%. A Bósnia-Herzegovina, a Letônia, a Lituânia, a Macedônia, a Moldávia e a Rússia tiveram aumentos de mais de 20%.
Instrumentos para o ministério
O principal instrumento usado pelas Testemunhas de Jeová no ministério é a Bíblia Sagrada. Elas usam muitas traduções da Bíblia, mas, para ajudar as pessoas a obter conhecimento exato da Palavra de Deus, é à distribuição da Tradução do Novo Mundo que elas dão atenção especial. A cada ano que passa, essa tradução é publicada em mais línguas. No momento, sua circulação (só as Escrituras Gregas Cristãs ou a Bíblia inteira) é em 27 línguas (além de braile inglês e braile português).
No último ano de serviço, a Tradução do Novo Mundo em edição completa foi lançada em norueguês. A assistência nos congressos de distrito na Noruega aplaudiu estrondosamente e chorou de alegria quando o lançamento foi anunciado. Para as Testemunhas de Jeová norueguesas, esse foi o ponto alto do ano. Também foi publicada uma edição revisada da tradução francesa, incluindo todas as particularidades da Bíblia com Referências. E milhares de Testemunhas de Jeová na França não deixaram a edição anterior em francês na estante; elas mandaram essas Bíblias de presente para os irmãos em dez outros países em que se fala francês: o Haiti e países da África. Além disso, a Tradução do Novo Mundo das Escrituras Gregas Cristãs foi lançada em sesoto e em xosa, e a tradução foi terminada em mais duas línguas africanas. Até o momento foram impressos em várias línguas 91.403.319 exemplares da Tradução do Novo Mundo.
Existem ainda outras publicações valiosas para uso no ministério e para estudo pessoal. Em 1996 foram lançados o livro O Segredo de Uma Família Feliz e a brochura O Que Deus Requer de Nós?. No entanto, a preparação inicial dessas publicações é só o começo. Para que o campo mundial seja alcançado é preciso tradução. No ano de serviço que passou, 206 livros e 226 brochuras foram traduzidos, num total de 164 idiomas. O livro Conhecimento Que Conduz à Vida Eterna (lançado em 1995) já existe em 119 idiomas. O livro Família Feliz já está disponível em 86 línguas. A brochura Viva Para Sempre em Felicidade na Terra! (lançada em 1982) já foi publicada em 237 línguas. A nova brochura, O Que Deus Requer de Nós?, já está sendo distribuída em 113 idiomas e está em processo de preparação em outras 99 línguas.
Durante o ano, a Sociedade acrescentou 18 línguas à lista de idiomas de suas publicações bíblicas. Os tratados e as brochuras já impressos nessas línguas levam a mensagem do Reino aos grupos lingüísticos menores na região da ex-União Soviética, a muitos no sudeste da Ásia, a mais na África e a alguns nas Américas — um total de mais de 25.000.000 de pessoas. É maravilhoso o efeito que as publicações têm sobre as pessoas quando elas as recebem em sua língua pátria.
O vídeo também é usado no ministério hoje em dia. E convém mencionar o que se fez para isso. Ele é usado para fortalecer a fé na Bíblia, para ensinar verdades bíblicas básicas e para familiarizar as pessoas com a organização que leva o nome Testemunhas de Jeová. Até agora, cerca de 7.000.000 de vídeos foram produzidos em 35 idiomas. Além dos estúdios nos Estados Unidos e dos já em funcionamento na Dinamarca e na Holanda, no ano que passou foi instalado no Japão um estúdio de gravação e edição de áudio e vídeo para atender as línguas asiáticas.
Naturalmente, as revistas A Sentinela e Despertai! são publicadas regularmente. Para que seja simultânea a publicação de A Sentinela em 113 idiomas (além de em 12 línguas não simultaneamente) e de Despertai! em 55 idiomas (além de em 25 não simultaneamente), o esforço despendido na pesquisa, na redação, na edição e no planejamento, e depois na tradução e na impressão, é gigantesco e toma muito tempo. Esse esforço vale a pena porque o principal objetivo dessas revistas é indicar a única esperança segura para o futuro: o Reino de Deus. No ano que passou, o número de revistas impressas e distribuídas ultrapassou muito os totais do passado.
A produção do parque gráfico nos Estados Unidos aumentou 7,1%, chegando a 235.981.300 revistas no ano de serviço. A Grã-Bretanha relata que sua produção de revistas aumentou 34% nos últimos dois anos. Com a ênfase que está sendo dada a testemunhar em território comercial e nas ruas, zelosos publicadores do Reino lá estão tendo grande alegria com a receptividade de muitas pessoas a quem dão testemunho.
A filial na Alemanha nunca imprimiu tantos livros e revistas como no ano de serviço que passou. O total de livros foi de quase 18.500.000, um aumento de 46% sobre 1995. A produção de revistas foi de mais de 169.500.000, um aumento de 35%. Dos 3,7 milhões de exemplares de cada edição impressa de A Sentinela e Despertai! na Alemanha, aproximadamente 1,3 milhão é em russo, para contribuir para o intenso testemunho que está sendo dado naquela parte do campo mundial.
Na Ucrânia, 2.073.011 revistas foram distribuídas em abril a pessoas famintas da verdade. Isso representou um aumento de 68% em apenas três meses. Na ilha de Malta, a distribuição de revistas em maio foi duas vezes e meia maior do que em maio do ano anterior. Em muitas partes da Terra, os irmãos reservaram uma data para um dia muito especial de revistas. Alguns realizaram três ou quatro reuniões para o serviço de campo naquele dia. Ficaram empolgados com os resultados.
Uma parte muito importante do ministério é cultivar o interesse encontrado. Vê-se isso no fato de que 421.827.954 revisitas foram feitas no ano passado, e em média 4.855.030 estudos bíblicos domiciliares foram dirigidos todo mês. Alguns desses estudos, no livro Conhecimento Que Conduz à Vida Eterna, foram dirigidos várias vezes por semana. Uma enfermeira, na Tanzânia, África Oriental, não se achava em condições de estudar um capítulo inteiro por estudo, mas estudou todo dia até terminar o livro e ficar preparada para o batismo. Da Sibéria, onde em certa época irmãos da Rússia ficaram exilados por causa da fé, vem o seguinte relatório: “Tantas pessoas querem estudar a Bíblia que os irmãos não têm condições de cuidar de todos. Por isso, os irmãos colocam os interessados numa lista de espera e pedem que assistam às reuniões congregacionais enquanto isso.”
Noite a recordar
Todo ano, o mais notável evento do calendário cristão é a Comemoração da morte de Cristo. Em 1996, ela caiu em 2 de abril, após o pôr-do-sol. A Comemoração é, acima de tudo, a ocasião em que o “pequeno rebanho”, os seguidores ungidos de Cristo, participa do pão e do vinho simbólicos em obediência à ordem do Senhor na última noite da sua vida como ser humano. (Luc. 12:32; 1 Cor. 11:23-25) Mas as “outras ovelhas” também comparecem, como observadores. (João 10:16) Têm profundo apreço pelo sacrifício resgatador de Cristo e por ele tornar possível que obtenham vida eterna na Terra como súditos do Reino de Deus. Incentivam outros a assistir à Comemoração com elas para aprender sobre essa maravilhosa provisão ou para aprofundar seu apreço. Por causa disso, 12.921.933 compareceram à Comemoração em 1996, dos quais apenas 8.757 tomaram dos emblemas.
Nas 10.643 congregações no México, a assistência foi de 1.518.156. Nas 6.526 congregações no Brasil, 1.075.039 compareceram. Nos Estados Unidos, a assistência foi de 2.024.476; em Cuba, 145.337; em Malaui, 105.630.
No começo de março organizou-se na Albânia uma campanha especial para encontrar pessoas interessadas e providenciar que o programa da Comemoração fosse realizado em locais aonde pudessem ir. Embora houvesse apenas 15 congregações e 14 grupos isolados no país, a Comemoração foi realizada em 50 locais. Uma congregação de 45 publicadores teve 400 na Comemoração num único lugar; no local em que se realiza o estudo de livro, mais 110 pessoas estiveram presentes. Assim, esse país, em que havia na época 773 publicadores, relatou 6.523 pessoas na Comemoração — nove vezes o número de publicadores!
“Mensageiros da Paz Divina” reúnem-se
Em todas as partes do mundo, os servos de Jeová aguardam os congressos de distrito anuais. Se não podem reunir-se em seu país, eles cruzam fronteiras nacionais para ir a esse banquete espiritual anual. A série de congressos que teve início no ano que passou tinha o tema “Mensageiros da Paz Divina”. Como são certas as palavras: “Paz abundante pertence aos que amam a tua lei”! — Sal. 119:165.
Em muitos países, dois ou três congressos foram suficientes. Nos Estados Unidos e no Brasil, o número de congressos foi superior a 190, para que houvesse lugar para todos os que queriam comparecer. O México programou 181 congressos.
Houve em Praga, na República Tcheca, um congresso internacional no mês de julho. Três membros do Corpo Governante falaram à assistência de mais de 21.000 pessoas, a maior parte das quais era da República Tcheca. Havia também milhares de pessoas da Alemanha, da Áustria, do Canadá, da Eslováquia, dos Estados Unidos, do Japão, da Polônia e da Suíça. Dois outros congressos internacionais foram realizados na Polônia (um em Lodz e outro em Varsóvia), e os presentes sentiam de forma notável que o espírito de Jeová estava operando. Em Tallin, na Estônia, também houve dois congressos internacionais em agosto, ao qual assistiram estonianos, letões, lituanos e russos, além de outros, num total de 15 países. Um jornal comentou: “Tallin está literalmente repleta da adoração praticada pelas Testemunhas de Jeová.” E um dos congressistas disse: “Isso é só um pequenino vislumbre do que acontecerá no novo mundo.”
Um dos congressos internacionais planejados para a Europa Oriental seria em Bucareste, na Romênia, mas a Igreja Ortodoxa Romena opôs-se preconceituosamente a isso. Bucareste foi coberta de pôsteres que incitavam a população contra as Testemunhas de Jeová. Jornais, TV e rádio foram usados para colocar lenha na fogueira. Gerentes de hotel foram induzidos a desfazer contratos. O governo e a administração do estádio cederam às pressões, e o contrato do estádio foi cancelado. Em tudo isso, os irmãos foram fortalecidos por promessas inspiradas como as de Isaías 51:7 e de Jeremias 50:34. Mas teriam oportunidade de assistir ao congresso?
Meses antes, na época em que se faziam preparativos para um congresso de distrito em Budapeste, Hungria, os irmãos não planejavam alugar o enorme estádio que usaram em 1991, quando receberam congressistas de 35 países. Achavam que dessa vez o estádio seria grande demais. Acontece que o administrador ofereceu-o a um preço tão bom que os irmãos resolveram alugá-lo; afinal, podiam usar só uma parte do estádio. No entanto, as dificuldades aumentaram muito na Romênia, de modo que a filial na Hungria foi orientada a programar um congresso internacional em Budapeste. Veio a calhar eles já terem um estádio para receber tanta gente! Uma manchete no maior jornal vespertino em Budapeste dizia: “BUCARESTE, não; BUDAPESTE, SIM. Testemunhas de Jeová no Estádio Nép.” Em Budapeste, a assistência foi de 23.893 pessoas, de 12 países. Dois outros congressos na Hungria elevaram a assistência para o total de 36.326.
Enquanto isso aconteciam outras coisas na Romênia. Theodore Jaracz, membro do Corpo Governante, referindo-se ao que ocorreu disse: “Só podemos dizer que o carro celestial de Jeová estava em movimento. Ele pode ajustar a velocidade; pode ajustar o movimento, mudar de direção, a qualquer momento. A organização terrestre é que tem de acompanhá-lo!” (Eze. 1:4-28) Apenas uma semana antes do início do congresso, os irmãos assinaram contrato para um estádio em Cluj-Napoca, no noroeste da Romênia. Milhares de congressistas tiveram de mudar os planos de viagem. Foi preciso arranjar hospedagem para 6.000 pessoas. Todos os preparativos tiveram de ser feitos em poucos dias. Daí, dois dias antes do início do congresso, conseguiu-se um segundo local, em Brasov, na região centro-leste do país. Só com o espírito de Jeová é que foi possível fazer os preparativos. Qual foi o resultado? No congresso em Cluj-Napoca, a assistência atingiu o auge de 22.004; em Brasov, 12.862; incluindo 1.056 da Bulgária. O total de batizados foi 1.631.
Em Bucareste, a igreja organizou uma manifestação para o primeiro dia do congresso, mas só a polícia e um homem idoso apareceram. Os irmãos lhes deram publicações e um bom testemunho. É como diz Jeremias 1:19: “Por certo lutarão contra ti, mas não prevalecerão contra ti, pois ‘eu estou contigo’, é a pronunciação de Jeová, ‘para te livrar’.”
Continua a luta pela liberdade
No primeiro século, os apóstolos e outros discípulos muitas vezes enfrentavam dura oposição. Quando isso aconteceu em Filipos, na atual Grécia, o apóstolo Paulo e seus associados cuidaram do caso de tal forma que conseguiram “estabelecer legalmente as boas novas”. (Fil. 1:7) À base desse precedente, em 1936 a Sociedade criou um Departamento Jurídico na sede mundial. Dirigido pela Comissão Editora do Corpo Governante, o Departamento Jurídico da Sociedade, agora no Centro Educacional da Torre de Vigia, em Patterson, Nova York, e auxiliado por departamentos jurídicos em várias filiais, continua a ajudar o povo de Jeová na luta que se trava atualmente pela liberdade de religião.
É preciso travar batalhas jurídicas pela liberdade de religião por causa dos esforços que Satanás faz para deter a divulgação das boas novas por meio de ataques frontais ou de intromissões sutis na vida pessoal de quem participa nessa obra. (Rev. 12:17) A liberdade de obedecer à Palavra de Deus no que diz respeito a abster-se de sangue, a criar os filhos na disciplina e na regulação mental de Jeová, e a manter-se neutro nos assuntos políticos do mundo afeta nossa habilidade de dar testemunho. Todos esses assuntos já foram temas de disputas jurídicas. No ano de serviço de 1996 foram muitas as evidências da bênção de Jeová sobre nossa luta por essas liberdades.
Por exemplo, depois de quase cinco anos de litígio em tribunais inferiores, o Supremo Tribunal do Japão emitiu sua primeira decisão na questão da liberdade de religião com respeito à educação pública. Essa decisão unânime, relatada em A Sentinela de 1.º de novembro de 1996, beneficiará a todas as Testemunhas de Jeová no Japão.
Nos Estados Unidos houve importantes batalhas jurídicas em tribunais de alçada estadual. Em agosto de 1994, um hospital em Connecticut obteve uma ordem judicial às 3h30 da madrugada para administrar transfusão de sangue à força em Nelly Vega, alegando temer que uma criança fosse criada sem a mãe. O argumento do marido e do advogado dela, que esclareciam que a hemorragia já estava estancada e que ela havia deixado claro que recusava sangue, foi desconsiderado. No entanto, em 16 de abril de 1996, a Suprema Corte de Connecticut decidiu por unanimidade que a transfusão de sangue ordenada “violou o direito comum de [irmã] Vega à autodeterminação sobre o próprio corpo”. A decisão não chegou a tempo para impedir a transfusão, mas beneficiará a outras pessoas. Na Flórida, num processo que envolvia Tina Harrell, um tribunal de instância superior censurou tanto o hospital como o tribunal de primeira instância por objetarem a sua recusa de transfusões de sangue.
Na ilha de Porto Rico, o povo de Jeová obteve outra vitória judicial. Internada para uma cirurgia eletiva, Luz Quiles foi imobilizada por duas enfermeiras e um médico que lhe aplicaram uma transfusão de sangue contra sua vontade. Impetrou-se ação judicial a seu favor. Em 1.º de abril de 1996, o Tribunal da Comarca de San Juan afirmou que seu direito constitucional de liberdade de religião e de privacidade garantido pela Declaração de Direitos da Comunidade da Nação de Porto Rico havia sido violado.
Num caso de disputa pela guarda dos filhos, o juiz de um tribunal de primeira instância nos Estados Unidos decidiu que a filhinha de Teresa Palmer, de 3 anos e meio, não podia assistir a reuniões nem participar no serviço de campo até os 7 anos. Mas a Suprema Corte de Nebraska já anulou essas restrições com respeito a religião. A Suprema Corte da Noruega também defendeu o direito de pais que são Testemunhas de Jeová em disputas pela guarda dos filhos. Em 29 de março de 1996, a Corte deixou claro que a decisão de qual dos pais receberá a guarda deve basear-se nos melhores interesses da criança, não nas opiniões subjetivas da Corte sobre as crenças religiosas dos pais. E, na Bélgica, o Tribunal Regional de Mons decidiu que uma menina de 11 anos tinha o direito e a capacidade de levar a cabo sua decisão pessoal de aderir à crença e às práticas das Testemunhas de Jeová. Numa outra decisão sobre guarda de filhos, na Alemanha, o Tribunal Superior Regional em Hamm rejeitou o argumento segundo o qual os ensinos religiosos das Testemunhas de Jeová estorvariam o desenvolvimento da criança. Na Áustria interpôs-se recurso na Corte Européia dos Direitos Humanos a favor de Ingrid Hoffmann. Ficou estabelecido um notável precedente jurídico, e agora a irmã Ingrid tem a guarda exclusiva dos filhos.
Na Colômbia, as Testemunhas de Jeová pela primeira vez obtiveram reconhecimento oficial como religião. Isso foi importante porque, sem o reconhecimento, mudanças recentes na lei nos teriam impedido de conseguir vistos para os missionários ou isenção de impostos. Num assunto de importância semelhante, a filial da Sociedade na Nicarágua obteve no ano de serviço o status de Missão Internacional. Houve boas notícias também da Tanzânia, onde fomos registrados oficialmente em 5 de outubro de 1995 como “Associação das Testemunhas de Jeová da Tanzânia”.
Nesse ano de serviço, no Brasil, chegou ao fim, com bons resultados, uma batalha judicial incomum, que durou seis anos. Em novembro de 1990, o Instituto Nacional do Seguro Social notificou à filial da Sociedade que, daquela data em diante, os 853 (agora 1.150) membros da família de Betel não mais seriam considerados ministros religiosos e por isso ficariam sob as leis trabalhistas do país. Teve início uma longa batalha jurídica. Felizmente, em 7 de junho de 1996, o Consultor Jurídico da Procuradoria Geral, em Brasília, emitiu uma decisão em defesa da posição dos membros da família de Betel como ministros religiosos que trabalham por tempo integral como voluntários.
Informar as autoridades governamentais sobre a verdadeira natureza da obra e das atividades das Testemunhas de Jeová é um importante aspecto da luta pela liberdade hoje em dia. A Sentinela de 1.º de maio de 1996 foi importante nisso ao explicar a ordem de Jesus de ‘pagar a César as coisas de César, mas a Deus as coisas de Deus’. (Luc. 20:25) Após receberem essa edição de A Sentinela, autoridades governamentais na Ucrânia disseram aos irmãos: “Muitas vezes discutimos esse assunto e tentamos entendê-los. Agora lemos sua revista com toda a atenção, e sua postura com respeito a serviço civil foi bem esclarecida.”
Às vezes é preciso publicar certas informações para contra-atacar informações errôneas veiculadas em campanhas promovidas por inimigos das Testemunhas de Jeová. Na França, mais de 11.000.000 de exemplares do tratado Testemunhas de Jeová — O Que o Público Precisa Saber, de quatro páginas, foram distribuídos por todo o país em maio e junho de 1996, o que resultou em muitos comentários favoráveis do público. Ele também foi distribuído amplamente em Guadalupe e na Martinica.
Em muitos casos, acender os holofotes da publicidade é muito útil na atual luta pela liberdade. Depois de tentativas malsucedidas no sistema judiciário de Cingapura de defender os direitos dos irmãos, o Corpo Governante aprovou a distribuição de um tratado especial, de quatro páginas, entre certas autoridades governamentais do mundo todo para informá-las das injustiças cometidas contra os irmãos em Cingapura. Na primeira página do tratado, intitulado Perseguição Religiosa em Cingapura, havia a foto de um dos “criminosos” que haviam sido presos pela posse de publicações da Torre de Vigia. A legenda sob a foto dessa irmã fiel e sorridente dizia: “Testemunha de Jeová de 71 anos diz ao juiz: ‘Não sou nenhuma ameaça para esse governo.’ Mas ela foi condenada à prisão.”
Na Eritréia, país situado ao longo do mar Vermelho, os irmãos não sofrem brutalidades, mas perdem o emprego, a casa e benefícios previdenciários por causa da neutralidade. Depois que o jornal The New York Times publicou um artigo elogiando o desenvolvimento econômico da Eritréia como uma “História de Sucesso na África”, o Departamento Jurídico da Sociedade trouxe à atenção da redação do jornal o subtítulo “Testemunhas de Jeová sofrem represálias”, no referido artigo, e perguntou se esse país podia mesmo ser chamado de uma “história de sucesso”. Em resposta a essa pergunta, The New York Times de 7 de maio de 1996 publicou a carta da Sociedade, dando-lhe o ousado título “Eritréia é um fracasso no respeito aos direitos humanos”.
Como se vê nesse relatório, há inúmeras evidências de que Satanás, o Diabo, recorre a todo meio legal e ilegal imaginável para interferir nas atividades dos servos de Jeová. Que todos persistamos em ‘lutar contra as forças espirituais iníquas’ que procuram impedir que a humanidade ouça as boas novas do Reino de Deus. (Efé. 6:10-18) Ao fazermos isso, como são consoladoras as palavras do apóstolo Paulo, em Romanos 8:31: “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” A resposta é: ninguém que seja de real importância, porque ninguém pode frustrar o propósito de Jeová.
Dispostos a servir onde a necessidade é maior
No decorrer do ano que passou, graduados da Escola Bíblica de Gileade da Torre de Vigia foram enviados a muitos campos frutíferos para ajudar na obra de colheita espiritual. Casais foram designados para 12 países na África, 8 no Hemisfério Ocidental (sobretudo nas Américas Central e do Sul), 3 na Europa Oriental e 3 na Ásia.
Outros pioneiros colocaram-se à disposição para servir onde houvesse necessidade no próprio país. Nos Estados Unidos, no ano passado, 1.172 pioneiros bem dispostos deram testemunho em regiões não designadas a congregações. Outros 1.236 deram testemunho em territórios pouco trabalhados nas 294 congregações que solicitaram ajuda à Sociedade.
Na Grã-Bretanha, muitos pioneiros perceberam que lá mesmo há campos missionários frutíferos, entre os quais o de pessoas que imigraram nos últimos anos. Pioneiros na Grã-Bretanha estão aprendendo 28 idiomas para cuidar desse campo realmente internacional.
Inaugurada a escola para membros de Comissões de Filial
Quando o Centro Educacional da Torre de Vigia, em Patterson, Nova York, estava em projeto, os planos incluíam instalações para a instrução de membros de Comissões de Filial. Elaborou-se um currículo especial para esses irmãos. A primeira turma de 24 estudantes matriculou-se na sexta-feira, dia 24 de novembro de 1995. Já na segunda-feira tiveram início as aulas.
No ano de serviço que passou, a escola teve três turmas, cada uma com a duração de oito semanas. Irmãos de 60 filiais da Sociedade fizeram o curso. Essas filiais supervisionam as atividades ministeriais de mais de 2.825.000 Testemunhas de Jeová e têm em seu território mais de 45% da população mundial. Assim, os efeitos da escola alcançaram rapidamente muitas partes da Terra.
Os membros de Comissões de Filial têm pesadas responsabilidades. Segundo o princípio formulado por Jesus e registrado em Lucas 12:48b, exige-se mais do que o comum dos homens designados pelo espírito santo que são incumbidos de muitas responsabilidades. Por isso é que o treinamento periódico para eles é muito proveitoso.
Quais são algumas das responsabilidades desses irmãos? Cuidar dos membros da família de Betel e dos lares de Betel. Supervisionar os escritórios, o que inclui correspondência, pedidos de publicações, assuntos relacionados com o serviço de campo e tradução das publicações da Sociedade. Administrar os serviços gráficos, alguns pequenos, outros grandes. Enviar livros, revistas e outros suprimentos para as congregações. Supervisionar a pregação do Reino e a obra de fazer discípulos aos cuidados dos publicadores de congregação, dos pioneiros e dos missionários. Providenciar que superintendentes viajantes visitem regularmente as congregações e os grupos isolados. Planejar assembléias de circuito e congressos de distrito.
Durante o curso considera-se meticulosamente tudo isso e muito mais, relacionado tanto com a administração da filial como com a obra no território sob sua jurisdição. Boa parte do curso é constituída de ensinos bíblicos. A lei de Deus e os princípios bíblicos que norteiam todos os aspectos da vida do cristão são analisados. Todo sábado de manhã, os irmãos recebem ajuda para aprimorar a oratória. O corpo docente é composto de irmãos experientes da sede, de superintendentes viajantes e de membros do Corpo Governante. As noites ficam para os deveres de casa e para a preparação de apresentações que os estudantes fazem à turma.
As irmãs que vão com o marido a Patterson beneficiam-se da associação e do trabalho que recebem para fazer no Lar de Betel e em outros departamentos. Ficam a par de como as coisas funcionam na sede da Sociedade. Uma vez por semana, no fim da tarde de sexta-feira, elas juntam-se ao marido na sala de preleções para assistir a um discurso, que em geral é proferido por um membro do Corpo Governante. Esses discursos, cuja tônica é espiritual, são muito encorajadores e práticos e são muito apreciados.
Os membros de Comissões de Filial estão achando o curso revigorante, estimulante e benéfico. Em apreço pelo que aprenderam, os estudantes de uma turma disseram: “O fato de o curso ter sido no Centro Educacional da Torre de Vigia incutiu em nós o maravilhoso progresso da organização de Jeová e deu-nos uma visão mais ampla da obra mundial de pregação e de ensino que está em andamento.” Falando sobre os pontos altos do curso, vários estudantes comentaram: ‘Algo notável foi o esforço especial que os membros do Corpo Governante fizeram de vir lá de Brooklyn para nos dar aulas e para fazer preleções especiais. A atenção deles é comovente. Isso prova que eles têm profundo interesse no bem-estar do povo de Deus no mundo todo.’
A segunda turma da escola expressou assim a sua determinação: “Estamos decididos a aplicar o que aprendemos por palavras e por exemplo para que a organização teocrática internacional continue funcionando suavemente, para o louvor de Jeová Deus e para o progresso espiritual do Seu povo.” No fim dos estudos, a terceira turma avaliou os benefícios do curso de dois meses e disse: “A escola nos enriqueceu muito em sentido espiritual e ainda nos motivou a sempre ser dignos da responsabilidade que nos foi confiada.”
Os membros de Comissões de Filial de cada turma apresentaram à família de Betel da sede breves relatórios do progresso da obra do Reino em seus respectivos territórios. O Betel de Brooklyn, o de Patterson e o de Wallkill (também o de Georgetown, Ontário, no Canadá) ouviram por ligação telefônica essa programação. As informações e as experiências de várias partes do mundo apresentaram provas notáveis da bênção de Jeová sobre os esforços fiéis e zelosos do Seu povo. Os relatórios também ilustraram o amor abnegado e a união de pensamento e ação da parte da inteira associação dos nossos irmãos. — 1 Ped. 2:17; 5:9.
Já no fim do ano de serviço estava em andamento mais uma turma. Nela havia representantes de 47 das filiais da Sociedade.
Benefícios da Escola de Treinamento Ministerial
No ano de serviço que findou também houve um grande progresso com respeito à Escola de Treinamento Ministerial. Formaram-se 85 turmas em 30 países, com estudantes procedentes de 62 países. O currículo foi atualizado, e mais instrutores foram treinados para cuidar de futuras designações.
Com o aumento da atividade do Reino ano após ano, formam-se mais congregações. Para cuidar delas há necessidade de anciãos e de servos ministeriais habilitados que estejam dispostos a ajudar onde quer que haja necessidade especial deles e também de mais superintendentes viajantes para visitar as congregações. A Escola de Treinamento Ministerial está preparando irmãos para suprir essas necessidades.
A filial no Equador informa que alguns dos que foram treinados lá estão ‘servindo onde há necessidade de madureza e outros estão em regiões isoladas onde se formaram congregações’. Na Costa Rica, “as congregações ficaram espiritualmente mais fortes porque esses irmãos estão tomando a dianteira em todas as modalidades da pregação”. Os graduados em El Salvador “são um exemplo para os outros”, e o curso “deu-lhes condições de ser melhores instrutores”. No México, onde 466 congregações foram formadas no ano de serviço que passou, um relatório diz que “os graduados são muito úteis para organizar o trabalho nas congregações e apoiar as atividades no ministério de pregação”. As congregações na Polônia que contam com a ajuda de alguns graduados estão impressionadas com “o seu total envolvimento no serviço de campo e com o apoio que dão às congregações”.
No Extremo Oriente, os que foram enviados da Malásia para as Filipinas para ser treinados continuam suas atividades em sua terra de origem e são “dedicados e conscienciosos no cumprimento de sua designação”. É digno de nota que aprimoraram a oratória. Barbados, Guadalupe, Guiana, Guiana Francesa, Haiti, Martinica, Porto Rico, República Dominicana e Trinidad são países que se beneficiam do excelente serviço dos graduados da Escola de Treinamento Ministerial.
Na Bolívia, quase metade dos superintendentes viajantes é de graduados da escola. Os superintendentes de circuito adicionais de que a filial das Filipinas necessitava foram escolhidos dentre homens habilitados disponíveis, que haviam cursado as primeiras turmas da escola. Aconteceu o mesmo em outros países.
Expressões sinceras de várias turmas revelam o quanto essa escola é apreciada. Os graduados no Peru disseram que o curso ‘preparou-os para prestar serviço sagrado de maior qualidade’. Uma turma nos Estados Unidos perguntou-se, em harmonia com o que está escrito no Salmo 116:12: “Que pagare[mos] de volta a Jeová por todos os benefícios que [nos] fez?” A resposta, em parte, foi: “Nossa determinação é ser pastores amorosos e atenciosos, evangelizadores zelosos e instrutores habilidosos, para o benefício dos irmãos.”
Os convidados para a escola são irmãos não casados que já servem como anciãos ou servos ministeriais por no mínimo dois anos consecutivos, que têm entre 23 e 50 anos, boa saúde, e que realmente querem servir aos interesses do Reino e aos irmãos onde sejam necessários, além de ter outras qualificações. Em muitos países está aumentando o número de irmãos jovens que estabelecem o alvo de habilitar-se para cursar a escola. Isso é prova de que estão levando a sério as palavras em Eclesiastes 12:1: “Lembra-te, pois, do teu Grandioso Criador nos dias da tua idade viril.”
Construções para promover a adoração verdadeira
A construção de prédios tornou-se uma atividade de destaque relacionada com a adoração verdadeira. Em 1512 AEC, sob a orientação de Jeová, a nação de Israel construiu um tabernáculo transportável para uso na adoração de Jeová. Mas não era um local em que a nação se reunia para receber instrução. O povo reunia-se ao ar livre. Cerca de mil anos depois surgiram as sinagogas como locais de reunião. A princípio, os primeiros cristãos reuniam-se em residências. No entanto, para que os verdadeiros adoradores hoje cumpram a designação que a Palavra de Deus lhes dá, de pregar e ensinar, há necessidade de escritórios e gráficas, além de departamentos de apoio, e é preciso também que haja Salões de Assembléias e Salões do Reino. Para isso é preciso construir, e no ano de serviço que passou construiu-se muito.
No ano de serviço de 1996, a Sociedade construiu filiais ou escritórios de tradução e serviço, ou ampliou alguns já existentes, em 37 países. Alguns dos projetos maiores foram no México, no Brasil, na Rússia, no Japão, na França, na Espanha, na África do Sul, nos Estados Unidos, na Venezuela e na Austrália. Trabalhos preliminares estavam em andamento em projetos de 22 países. Além disso, os Escritórios de Engenharia e as equipes de construção da Sociedade ajudaram na construção de Salões do Reino, de Salões de Assembléias e de lares missionários em muitas partes do mundo em que havia necessidade especial.
Durante o ano construíam-se Salões de Assembléias em lugares como Santa Cruz, Bolívia; Madri, Espanha; e Dacar, Senegal. Há dois Salões de Assembléias em fase adiantada e cinco no início de construção nos Estados Unidos. Embora o novo Salão de Assembléias em Maputo, Moçambique, não estivesse terminado, foi usado para um congresso de distrito em julho, ao qual assistiram 1.938 pessoas, e para outro congresso em agosto, com assistência de 10.040 pessoas. Nesse ano fez-se a dedicação de um Salão de Assembléias em Ouagadougou, Burkina Fasso, um em Daloa, Côte d’Ivoire (Costa do Marfim), e um segundo salão na Guatemala. O Salão de Assembléias terminado em Maurício, uma ilha no oceano Índico, tem condições de comportar congressos de distrito de proporções médias. O design prático do novo Salão de Assembléias em Nouméa, Nova Caledônia, inclui três Salões do Reino, já em uso, regularmente, por seis congregações.
No Japão, apesar de sentimentos anti-religiosos gerados nas pessoas em resultado de atos terroristas de membros de seitas, as Testemunhas de Jeová construíram um Salão de Assembléias em Tochigi, não muito longe da vila do imperador. Quando a obra foi entregue, grupos de várias repartições públicas visitaram o salão. As autoridades que os levaram lá disseram que queriam que os outros vissem com os próprios olhos que as Testemunhas de Jeová não são como as outras religiões. O que as torna diferentes? Uma resposta está no que disse John Barr, membro do Corpo Governante, na dedicação dos Salões de Assembléias de Tochigi e Hokkaido, em 1996. Ele propôs a resolução de usar os salões “para promover a instrução da Bíblia e a educação para viver em harmonia com os princípios divinos apresentados na Palavra de Deus”.
Em muitos lugares, a construção de Salões do Reino modestos, mas bem projetados, teve prioridade máxima no ano que passou. No território da ex-Alemanha Oriental, mais 27 salões foram terminados. Até agora, 47 foram construídos na Ucrânia, e outros 56 estão em construção. Há necessidade de bem mais Salões do Reino na Rússia. Aumenta muito rápido o número de Testemunhas de Jeová lá, mas cerca de 85% das congregações sob a supervisão da filial da Rússia não têm locais permanentes de reunião. No Zimbábue, onde há cerca de 800 congregações, muitas delas precisam reunir-se ao ar livre. Isso faz com que alguns recém-interessados não assistam às reuniões. Mas, com a ajuda de três Comissões Regionais de Construção, o número de Salões do Reino no país aumentou para 37. Em resultado disso, em alguns lugares onde havia uma só congregação, agora três ou quatro congregações reúnem-se no mesmo salão. É óbvio que há necessidade de bem mais salões.
A Polônia relata a dedicação de 64 Salões do Reino esse ano! Na Eslováquia, construções ou reformas de prédios, que resultaram em 95 Salões do Reino, foi algo notável. Algumas autoridades na Eslováquia cooperaram muito. Em certo caso, porém, um prefeito declarou que, enquanto fosse prefeito, as Testemunhas de Jeová nunca teriam um Salão do Reino na sua cidade. Cerca de seis meses depois ele foi destituído do cargo, e a nova administração reverteu sua decisão. Os irmãos se alegraram com a evidência da bênção de Jeová. — Zac. 4:6.
A assistência à Comemoração no Togo foi cerca de quatro vezes maior que o número de publicadores. Mais de dois estudos bíblicos estão sendo dirigidos por publicador. E há enorme necessidade de Salões do Reino para as reuniões. Para atender a essa necessidade com salões adequados, a Sociedade adquiriu uma máquina para os irmãos poderem produzir tijolos resistentes e uma outra para a fabricação de telhas. O primeiro desses salões já foi terminado, e há outros salões em construção.
Em alguns casos parecia que a única maneira de construir em determinados locais seria com cooperação internacional. Foi o que aconteceu em Popondetta, Papua-Nova Guiné, onde havia necessidade de um lar missionário e de um Salão do Reino. Só se chega a Popondetta de navio ou de avião; a maior parte dos materiais teve de ser enviada de navio. Voluntários internacionais da Austrália, que são profissionais no ramo da construção civil, foram para lá. Publicadores locais, incluindo jovens e irmãs, colaboraram. O trabalho firmou laços de fraternidade internacional entre eles. A areia do leito de um rio foi peneirada para a remoção das pedras maiores. Depois foi medida em baldes. Uma linha de voluntários passou de mão em mão pelo menos 27.000 baldes de areia, cimento e água até os misturadores de concreto. O salão e o lar missionário foram ganhando forma. Quando chegou a hora de testar o novo equipamento de som, e o som das Melodias do Reino encheu o Salão do Reino, aberto nas laterais, muitos ficaram emocionados e choraram. Depois, o texto do ano foi fixado; em seguida, o letreiro do Salão do Reino. Em junho, 362 pessoas reuniram-se nesse salão para uma assembléia — evidência de que existe um campo grande para colheita nessa região, onde atualmente há apenas uma congregação.
Alguns projetos para a construção de gráficas, escritórios e lares de Betel para uso da Sociedade foram concluídos, e a dedicação foi realizada durante o ano.
No começo do ano de serviço, no dia 18 de setembro, realizou-se um programa incomum de dedicação na sede mundial, um programa que refletia a rápida expansão internacional de toda a organização. Foi a inauguração de um prédio residencial de 30 andares do Betel de Brooklyn. Ficou decidido que seria apropriado incluir nesse programa a dedicação de 22 outros prédios. Dezoito deles eram prédios residenciais que haviam sido reformados ou eram recém-construídos e estavam sendo usados para acomodar a família de Betel da sede, dois eram prédios para manutenção de veículos e dois outros eram grandes gráficas. Foi uma noite agradável, à medida que os oradores consideraram evidências da direção de Jeová e Sua bênção sobre o que havia sido feito. Os que assistiram ao programa não estavam reunidos só em Brooklyn; estavam também nos prédios da Sociedade em Patterson e em Wallkill, Nova York, e em Georgetown, Ontário, Canadá. A Sentinela de 15 de abril de 1996 apresenta pormenores sobre isso.
Há 5.581 voluntários que servem na sede mundial em base regular; todos são membros da Ordem de Servos Especiais de Tempo Integral. Ao todo há 16.966 membros da família de Betel no globo. Eles recebem acomodações nos prédios da Sociedade.
Em algumas das filiais da Sociedade também houve programas de dedicação. O primeiro foi na América do Sul.
PARAGUAI: Nos 30 anos desde a primeira dedicação de filial no Paraguai, o número de Testemunhas de Jeová nesse país aumentou de cerca de 500 para mais de 5.000 — apesar da proscrição de 12 anos a suas atividades. Havia necessidade de novos prédios de filial. Para isso foi dedicado em 13 de janeiro de 1996 um complexo de sete prédios, a cerca de 10 quilômetros de Assunção, a capital. Na assistência havia muitos servos veteranos de Jeová, entre os quais missionários que já haviam servido no Paraguai e outros visitantes do exterior.
No discurso de dedicação, Lloyd Barry, do Corpo Governante, considerou as obras do Construtor Mestre, Jeová Deus. A humanidade precisa aprender sobre ele; nosso trabalho é ajudar as pessoas. Depois de salientar que os novos prédios seriam usados em apoio a essa obra, o irmão Barry perguntou: “Desejam oferecer isso a Jeová?” A assistência concordou de coração com isso.
IRLANDA: O programa de dedicação da filial na Irlanda foi no dia 4 de maio de 1996. Por mais de 100 anos há pregadores das boas novas na Irlanda. Mas nos últimos dez anos o aumento tem sido especialmente rápido. Agora há cerca de 4.400 publicadores em 114 congregações na Irlanda. Para cuidar deles foi construído um novo prédio de filial numa bela zona rural a cerca de 30 quilômetros ao sul de Dublin, perto do povoado de Newcastle, no Condado de Wicklow. O complexo é composto de três prédios ligados um ao outro: um prédio residencial de 20 quartos, um de escritórios modernos, cozinha e lavanderia, e outro para manutenção de veículos e expedição de publicações.
A mão-de-obra especializada para a construção foi suprida por voluntários. Trabalhadores do exterior foram ajudados por muitos irmãos e irmãs locais que de bom grado se esforçaram no que para eles foi uma nova modalidade de serviço do Reino. Todas as congregações na Irlanda participaram na obra. Aos sábados, Testemunhas de Jeová de congregações distantes saíam de casa bem cedo para estar no local às 8 horas da manhã, prontas para trabalhar por oito horas na construção. Ninguém se queixava do tempo ou da designação de trabalho. Eles apenas trabalhavam. — Sal. 110:3.
Gerrit Lösch, do Corpo Governante, proferiu o discurso de dedicação, em que considerou profecias de Isaías que predizem a restauração do povo de Deus e a expansão entre eles. O povo de Deus na Irlanda participou no cumprimento dessas profecias de muitas maneiras, e continua participando.
INDONÉSIA: A dedicação de Betel foi um ponto alto do ano de serviço para as Testemunhas de Jeová na Indonésia. Em vista da situação desfavorável, em termos jurídicos, das atividades das Testemunhas de Jeová nesse país, qualquer esperança de que um dia um Betel fosse dedicado há muito parecia só um sonho. No entanto, a necessidade de um Betel era grande já desde 1990.
Com a permissão e a bondosa orientação do Corpo Governante, finalmente seria possível construir um Betel. Mas os irmãos locais não entendiam de construção; então, como isso seria feito? A resposta estava na fraternidade internacional. O Escritório de Construção de Brooklyn e o Escritório Regional de Engenharia, da Austrália, fizeram os preparativos. Cem servos e voluntários internacionais entraram com a mão-de-obra especializada. Treinaram 40 irmãos locais e trabalharam ombro a ombro com eles durante os dois anos de construção. Só com o espírito de Jeová os irmãos puderam superar os muitos e variados obstáculos encontrados no decorrer da construção.
Assim, foi um dia especialmente feliz e histórico para os irmãos quando John Barr dedicou a filial em 19 de julho. Entre os 285 presentes havia 118 representantes de filiais ou ex-missionários do exterior. Superintendentes de circuito e de distrito e, é claro, os 59 membros da família de Betel também estavam presentes para compartilhar a alegria da ocasião.
Com o Betel, os irmãos podem ser mais produtivos e eficientes em servir os mais de 12.000 publicadores nessa parte do campo mundial. Há muito que fazer porque aproximadamente 200 milhões de pessoas que falam várias línguas estão espalhadas por milhares de ilhas nesse vasto arquipélago e ainda não foram alcançadas com a mensagem do Reino.
O dia da dedicação também foi uma ocasião para reencontros e associação alegres. Nos dois dias que se seguiram, os convidados assistiram ao Congresso de Distrito “Mensageiros da Paz Divina”. Graças à presença de um membro do Corpo Governante e às saudações, relatórios especiais e experiências relatados pelos convidados e congressistas do exterior, o espírito de fraternidade internacional permeou todo o congresso. A semana da dedicação foi mesmo especial para o povo de Jeová e histórica para a obra do Reino nesse país.
ALBÂNIA: A pregação das boas novas na Albânia é feita sob a supervisão geral da filial da Itália. Mas as necessidades daquela parte do campo fizeram com que fosse vantajoso haver um escritório lá mesmo na Albânia. Assim, em 12 de maio de 1996, Milton Henschel, membro do Corpo Governante, falou a uma assistência de 1.534 pessoas reunidas em Tirana, a capital, para a dedicação dos dois prédios que agora são o escritório da Sociedade e o Lar de Betel na Albânia.
O programa começou com as palavras que foram dirigidas aos convidados procedentes de 14 países: “Agradecemos sua presença para a dedicação de Betel. Que Jeová os abençoe. Bem-vindos à Albânia!” Essas cordiais boas-vindas foram dadas na língua de cada um dos grupos visitantes.
O programa apresentou a oportunidade de se conhecer servos fiéis de Jeová na Albânia, tanto veteranos como mais novos. Entre os que contaram experiências estava Linda DiGregorio. Ela e o marido, Michael, que foram missionários na República Dominicana, haviam planejado uma visita aos parentes na Albânia na primavera de 1992. No entanto, o Corpo Governante pediu-lhes que estendessem a viagem de três dias à Albânia para dois ou três meses. “Aquela visita de três dias transformou-se em nossa nova designação!”, disse ela. Depois de a obra ter sido legalizada em maio de 1992, eles passaram a pregar abertamente de porta em porta. “Pessoas cordiais e hospitaleiras passaram a abrir a porta de casa e o coração para a mensagem da Bíblia”, explicou Linda. “Tínhamos só alguns tratados e revistas, nenhuma Bíblia nem livros. Mas as pessoas aceitavam a verdade. Aceitavam convites para as reuniões, e algumas agora estão batizadas!”
Cinco meses depois chegaram pioneiros especiais da Itália. Outros vieram da Grécia. A Sociedade organizou um curso de albanês para ajudá-los. Mas a situação era muito difícil. A eletricidade era escassa, e havia pouca água. Era difícil conseguir alimentos e suprimentos. Era preciso ficar em filas por horas para tudo. Aos 100 pioneiros especiais do exterior juntaram-se 15 pioneiros especiais albaneses. Juntos servem em mais de 40 cidades e povoados no país. Estão sendo bem supridos de publicações, incluindo A Sentinela, quinzenalmente, em albanês. A partir de agosto de 1996, a Albânia alcançou seu 40.º auge consecutivo, com 908 publicadores — 52% mais que um ano atrás. Para eles foi muito empolgante receber 6.523 pessoas para a Comemoração em abril do ano passado. Há muito a fazer nesse campo tão produtivo.
Isso é uma pequena amostra do que aconteceu no mundo todo no ano que passou. O ritmo do progresso é empolgante. A obra que Jesus Cristo predisse está mesmo sendo realizada, e sob sua orientação ela será concluída com êxito antes de vir o fim.
[Fotos na página 4]
Mais de 90 milhões de exemplares já foram impressos
[Fotos na página 5]
Livros e brochuras foram traduzidos para 164 idiomas no ano passado
[Fotos na página 6]
A impressão e a distribuição de revistas alcançaram níveis recordes
[Fotos na página 7]
Os vídeos já são produzidos em 35 idiomas
[Fotos na página 12]
1. Assistência em Cluj-Napoca, Romênia
2, 3. Alguns dos 1.631 batizados em Cluj-Napoca e em Brasov, Romênia
4. Multidão entusiástica no Népstadion, Hungria
[Fotos nas páginas 20, 21]
A escola para membros de Comissões de Filial está sendo realizada no Centro Educacional da Torre de Vigia
1. Prédio da escola
2. Instrutor e estudantes depois da aula
3. Sala de aulas
4. Estudantes indo ao quarto para estudar
5. Pátio
6. Prédio residencial
7. Estudante contando experiências na adoração matinal
[Fotos na página 29]
1. Filial da Irlanda
2, 3. Vistas da filial do Paraguai
[Fotos na página 30]
1. Filial da Indonésia
2. Escritório na Albânia